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História Artemis Quest - O Acampamento


Escrita por: L_Rhiannon

Capítulo 2 - O Acampamento


Fanfic / Fanfiction Artemis Quest - O Acampamento

*Dinah POV*

Estava irritadíssima, não havia conseguido dormir nada. Grover tocara aquela maldita flauta o tempo todo desde que saíram de Miami. Tive vontade de quebrar o instrumento em sua cabeça, mas ele disse que estava curando Camila, então tive que aguentar calada. Não podia imaginar perder sua amiga daquele jeito, realmente esperava que ela ficasse bem. Encarei a garota deitada no banco de trás com a cabeça no colo de Ally e os pés no sátiro. Sua música havia feito o corte parar de sangrar mas ainda estava bem feio.

Finalmente ele parou, dizendo que não havia muito mais que sua mágica pudesse fazer mas que ela aguentaria até chegarmos ao famoso acampamento. Aproveitei que estava no banco da frente para me esticar e ligar o rádio, mas antes que o fizesse, Grover me interrompeu.

– Agora que parei de tocar posso explicar melhor a vocês o que está acontecendo. Sei que estão confusas há um tempo já..

– Já fazem 84 anos... – Bufei, ele não pareceu pegar a referência. Me irritei mais ainda.

– Huh? Okay.. Como eu dizia, lembram dos deuses da mitologia grega? – Ally e eu assentimos caladas. Tia Sinu só dirigia como sem nem estivéssemos ali. – Então, eles existem e.. de vez em quando passam aqui para fazer filhos com os mortais. Aquela professora que atacou vocês era uma Fúria disfarçada. Ela estava caçando semideuses. O que significa que vocês três são semideusas, obviamente.

– Então quer dizer que o imprestável do meu pai que me abandonou é um deus? – Não tinha como ficar mais enfurecida. Passei minha vida inteira nutrindo mágoa por ele, desejando que ele vivesse uma vida miserável e para quê? Para descobrir que ele é um maldito deus, provavelmente tendo tudo o que quisesse.

– É.. mas é sempre assim. Deuses não podem ficar aqui por muito tempo, mas sempre encontram meios de ajudar seus filhos, mesmo sendo ausentes. Todos os semideuses se sentem abandonados por seus pais em algum ponto da sua vida, é normal.

– Ele nunca fez nada por mim. Nem quero nada que venha dele. – Falei ríspida.

– Isso é ridículo, tem de haver outra explicação para isso. Você está falando de uma religião pagã, meu Deus! Isso vai contra todas as minhas crenças. Minha mãe morreu quando eu era bebê, sem chance ela ser uma deusa. Não existem deuses, Jesus é meu Senhor e Salvador. – Ally estava em negação, parecia em choque. Seria difícil convencê-la de tudo o que estava acontecendo. Mas sinceramente? Depois de ser atacada daquela maneira eu estava disposta a acreditar em qualquer coisa que fizesse sentido. Além disso, minha mãe estava envolvida nessa história, e se ela confiava em Grover e dizia que eu deveria ir para esse Acampamento Meio-Sangue, eu o faria.

Minha mãe...

Lembrei do seu olhar triste quando expliquei o que havia acontecido. Ela disse que sabia que esse dia chegaria e me ajudou a arrumar as coisas o mais rápido possível. Havia certa urgência em sua voz, como se ela soubesse da gravidade da situação. Ela queria ir junto mas tinha muita gente que dependia dela ali. Minha família inteira morava na mesma casa praticamente. Viver com 23 pessoas era complicado. Eu sentiria falta de meus 6 irmãos, mas sabia que ficar lá seria um risco desnecessário para eles.

– Dinah, você não está prestando atenção! – Grover reclamou, me retirando dos meus pensamentos. Quis estrangulá-lo ali mesmo.

– E?

– Estou explicando normas básicas de sobrevivência para semideuses. É importante! Como eu dizia, seus pais nunca permitiram que usassem celulares pois são facilmente rastreados pelos monstros. Já que os semideuses não usam mais, os monstros têm que se misturar entre os humanos para caçar. Eles usam a Névoa para parecerem normais aos olhos humanos.. na medida do possível. Se houver problema entre semideuses e monstros em público as pessoas podem notar. O que eles vão ver de fato é impossível saber mas com certeza será algo estranho e atrairá atenção e...

Não aguentava mais ouvir aquele sátiro. Mal parecia meu amigo que lanchava com a gente no intervalo. E não era mesmo, claro, tudo havia sido encenação dele para se aproximar de nós por sermos semideusas. Não sabia mais se ele alguma vez foi meu amigo de verdade. Preferi não pensar nisso. O importante é que ele deu um jeito naquela.. qual era o nome mesmo? Fúria? E agora estava tentando salvar a vida da Mila. Era tudo o que importava naquele momento. Por fim o cansaço me venceu.

(...)

Tia Sinu me acordou com delicadeza de manhã cedo logo que chegamos. Tínhamos que subir a colina ainda para chegar no acampamento em si. Por algum motivo tia Sinu não podia ultrapassar a fronteira mágica então seríamos só nós três carregando a magrela até a enfermaria.

Saímos do carro e nos posicionamos para levá-la até que ouvimos um grito estridente. Instintivamente olhei para o céu, constatando que nossa professora de Álgebra havia nos seguido. E ela trouxe companhia. Mais duas Fúrias voavam com ela. Mergulharam em nossa direção mais rápido do que achei ser possível. Deixei Camila dentro do carro e fechei a porta para que não a alcançassem. Então rolei de lado à tempo de escapar das garras da Sra. Dodds.

– Há! Não dessa vez! – Gritei com orgulho. Mas minha alegria durou pouco, logo percebi que não tinha arma alguma para combatê-las. Nossa única chance era correr até o Acampamento mas tia Sinu não conseguiria entrar, então opção descartada. – Fodeu, merda!

Pelo canto do olho vi Grover tocando sua flauta nervosamente e raízes saíram do chão para prender a Fúria que o atacava. Mas não seria suficiente. Ainda haviam mais duas e eu suspeitava que ele não conseguiria fazer o mesmo truque com as três ao mesmo tempo. Ally tinha se esquivado mas estava apavorada, logo entraria em pânico e se ajoelharia para rezar que nem da primeira vez. Tia Sinu estava abrindo a mala do carro, tirou algo de lá e investiu na Fúria que ameaçava atacar Ally.

Droga! Me concentrei tanto nos outros que esqueci da minha querida professora. Ela avançou com seus dentes à mostra, corri e me joguei por debaixo do carro, rolando até o outro lado e ouvindo o impacto dela na porta. Só então me recordei que Camila ainda estava lá dentro inconsciente e que eu precisava atrair a criatura para longe dela.

– Ei! Vem cá bicho feio! Desse lado aqui! – Corri como nunca, me esquivando e mantendo-a ocupada. Era o máximo que eu podia fazer até Grover arrumar um jeito de salvar todas nós.

Estava indo bem mas acabei tropeçando numa pedra e caindo no chão, de costas para a colina e infelizmente de frente para o meu pior pesadelo. Ela abriu um sorriso amarelo, pronta para me atacar.

Ouvi um zunido ao lado da minha cabeça e vi a sra. Dodds se desintegrar na minha frente com uma lança cravada em seu corpo. Me virei e vi três adolescentes armados com espadas e adagas correndo em nossa direção. A que atirou a lança era uma brutamontes mal-humorada. Não era feia, mas tinha cara de poucos amigos. Ela tinha o cabelo castanho preso por uma bandana e olhos negros. Era visível que estava furiosa, mas eu estava mais.

– O QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? ESSA LANÇA QUASE ME ACERTOU! QUE TIPO DE RESGATE É ESSE?! E SE VOCÊ TIVESSE ERRADO?

– De nada, novata. Agora cala a boca e agradeça por termos chegado à tempo. E à propósito, não se preocupe, eu nunca erro. – Disse se abaixando para pegar a sua arma. Odiei essa garota com todas as minhas forças. Ela estava se achando demais.

Só então percebi que esse tempo inteiro tia Sinu estava protegendo Ally com um pé de cabra. Logo um menino de cabelos negros e olhos verde-água atingiu a Fúria com sua espada, salvando-as. Enquanto isso uma garota de cabelos loiros ondulados fez o último monstro se desintegrar sob sua adaga.

Me levantei do chão e fui em direção a eles. Grover pulou em cima do garoto, abraçando-o tão apertado que não sei como o bonitão sobreviveu. Me juntei à Ally e tia Sinu. Os meninos se soltaram, Grover foi até o carro pegar Camila e o outro veio até nós

– Olá, eu sou Percy, aquela ali – apontou para a loira. – É a Annabeth. E essa aqui é a Clarisse. – Descobri o nome da minha nova arqui-inimiga. – Sejam bem vindas ao Acampamento Meio-Sangue. Grover nos contou que estava trazendo vocês. Bom, vamos logo levar sua amiga na enfermaria e podemos caminhar para eu mostrar o lugar. Garanto que vão gostar!

(...)

Depois de nos despedirmos de tia Sinu, deixamos Camila deitada na enfermaria. Ela não havia acordado ainda mas me explicaram que estavam lhe dando algum tipo de comida mágica. E um garoto de cabelo castanho claro e olhos cor de avelã estava cuidando dela. Aparentemente ele era um dos curandeiros filhos de Apolo. Não gostei dele por algum motivo, no entanto ele pareceu se afeiçoar à minha amiga.

Depois disso, Percy nos mostrou a Casa Grande, os chalés, a Arena, o Arsenal, o Estábulo dos Pégasos, o Refeitório e a Parede de Escalada. Ally não conseguia acreditar em nada que via, ainda estava em negação. Ia demorar um tempo para que ela aceitasse a realidade. Eu me sentia estranhamente bem. Como se eu estivesse exatamente onde deveria estar.

Sorri para ninguém em especial. Ainda viveria muitas aventuras naquele acampamento e estava ansiosa por isso.



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