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História Artemis Quest - As Filhas de Hécate


Escrita por: L_Rhiannon

Capítulo 4 - As Filhas de Hécate


Fanfic / Fanfiction Artemis Quest - As Filhas de Hécate

*Normani POV*

Encarei a esfera roxa à minha frente, fácil demais. Estava no Observatório Griffth, minha irmã mais nova, Rue, estava na porta e me avisaria se alguém chegasse. As paredes do grande salão continham painéis explicativos sobre os mais diversos astros da galáxia. A orbe estava num pedestal ao lado de um telescópio enorme. Coloquei o artefato no bolso e me preparei para o ataque. Estava certa. Campe surgiu, estava mais feia do que nunca. Tinha a cabeça humana, cobras no lugar do cabelo, seu torso era humano enquanto a parte debaixo era de dragão, suas escamas negras reluzindo na fraca luz do luar que entrava no aposento. Suas asas eram enormes e intimidadoras.

Sumonei uma espada imediatamente. Como filha de Hécate eu podia usar magia. Era mil vezes melhor do que carregar as armas por aí.

Campe avançou, levantei a espada à tempo de bloquear suas garras. Um segundo a mais e elas teriam arrancado a minha cabeça. Pulei para trás, ganhando distância. Conjurei uma fraca bola de fogo e a lancei na cara do monstro. Aproveitei a distração para atacar, erguendo minha arma.

Mas antes que pudesse acertá-la, ela me atingiu com sua cauda serrilhada, me fazendo cair por cima das miniaturas de planetas. Minha espada voou para o outro lado do grande salão. Passei alguns minutos me esquivando de suas investidas até que estivesse perto da espada novamente. Quando me abaixei para pegá-la, Campe foi mais rápida e me jogou para longe novamente.

Suspirei.

Ela estava me dando trabalho.

Acabei tendo uma ideia. Fiquei parada esperando ela avançar em minha direção e, quando o fez, deslizei pela sua lateral, subindo em suas costas. Em um movimento rápido, conjurei uma adaga e a enfiei no seu pescoço. A criatura se desfez em um pó amarelo típico dos monstros.

Peguei a esfera roxa em meu bolso e a encarei. A missão havia terminado.

Ao sair vi Rue encostada na parede, a luz da lua realçando sua pele morena. Estava entediada jogando Mario Kart em seu Nintendo DS. Ela odiava perder a ação, mas eu sempre preferia deixá-la o mais segura possível.

– Missão completa! Vamos embora, amanhã podemos curtir mais um pouco aqui em Los Angeles antes de voltar ao Acampamento.

– Okay. Dessa vez podemos voltar de trem? É bem mais confortável. – Disse sem tirar os olhos do equipamento eletrônico.

– Podemos. Agora vamos.

(...)

Passamos a noite em casa. Estava tão cansada que apaguei no instante em que meu corpo tocou a cama. Logo pela manhã, tomamos café da manhã e visitamos a praia de Santa Monica. Depois de pegar um belo bronze, caminhamos pelas ruas de Beverly Hills e almoçamos num restaurante.

Agora estávamos na estação de trem, vendo o melhor caminho para voltar ao Acampamento Meio-Sangue.

– Essa linha aqui vai para Chicago, e depois podemos pegar outro trem para Nova York.

– Parece ser a mais rápida. Mani, o trem só sai daqui à 5 horas. Vamos tomar sorvete?

– Vamos sim! – Um sorriso cresceu no meu rosto.

Aproveitei para mandar uma mensagem de Íris à Quíron e dizer que a missão foi um sucesso. Ele ficou orgulhoso, sempre ficava. Eu e minha irmã éramos sempre bem-sucedidas.

Lamentei por não ter conseguido ver meu pai. Mas ele estava viajando à trabalho e não teve como nos receber. Ele estava trabalhando em dobro esses dias. Quando as coisas estivessem mais calmas voltaria para passar um tempo com ele.

Ouvi um rugido de leão. Algo estava errado. Eu e Rue nos entreolhamos. Não estávamos sendo atacadas, o que significava que outro semideus estava. Corremos em direção ao som.

*Katniss POV*

Naquela noite, saímos correndo da ponte. Tentamos pegar um ônibus para Los Angeles mas não tínhamos dinheiro algum. Dormimos na rua mesmo e pela manhã pegamos carona num caminhão. O motorista foi muito gentil conosco. Gentil demais. Então ele parou num local deserto e tentou nos atacar. Prim me passou sua adaga e depois de lutar bastante, consegui acertá-lo, transformando-o em um monte de pó amarelado.

Conseguimos algumas caronas, sendo atacadas mais duas vezes. Apenas corremos.

Quando chegamos à estação de trem de Los Angeles, estávamos exaustas. Ainda estava no início da tarde e eu precisava arranjar dinheiro para as passagens, ou teríamos que atravessar o país pegando carona, o que não era nada seguro visto que aparentemente monstros adoram dar carona para semideusas indefesas.

– Talvez nós passemos despercebidas pelo cobrador. – Prim parecia ler meus pensamentos. Ela estava tão quieta nas últimas horas que me assustei com sua voz.

– Vamos dar um jeito, não se preocupe.

Aquela parte da estação estava estranhamente vazia. As paredes tinham anúncios de todos os tipos e bancos preenchiam o vão entre as duas linhas de trem. Aproveitei para me deitar com Prim em um deles, eu estava quase desmaiando de exaustão. Porém, antes que fechasse os olhos, vi um vulto dourado do tamanho de uma caminhonete se aproximar de nós. Puxei minha irmã no instante que a fera atacou, destroçando o banco em que nos encontrávamos segundos atrás.

Pisquei para ver melhor e admirei o grande leão reluzente à minha frente. Se não me lançasse um olhar tão ameaçador, eu diria que era a criatura mais bonita que já vi. Suas garras eram prateadas, constrastando com seu pelo. Ele se virou lentamente para nós, parecia estar saboreando o momento.

Peguei meu arco e posicionei uma flecha. Não sabia como, eu nunca sequer tinha encostado em uma arma daquelas antes, mas parecia que eu havia feito isso minha vida inteira. Minha mira era impecável. Atirei precisamente no meio de sua testa.

No entanto, não fez efeito algum. Eu apenas o deixei mais furioso. Ouvi seu rugido ecoar na estação de trem enquanto a fera se lançava em nossa direção com a boca aberta, revelando suas presas sedentas por sangue.

Prim e eu rolamos para lados opostos. O animal deslizou no piso liso em que estávamos e demorou alguns segundos para se estabilizar e se virar novamente. Acertei outra flecha em seu torso, onde deveria estar seu coração. Outra no pescoço. Todas ricochetearam e caíram no chão frio. Ele parecia invencível.

Achei que seria meu fim quando ele se curvou sob as patas dianteiras, pronto para pular em mim.

Mas algo surpreendente aconteceu. Algo havia atingido o seu rosto. Uma.. bola de fogo? Olhei para o lado e vi uma garota atirando fogo pelas mãos no animal. Ela tinha a pele morena e olhos castanho escuros. Seus cabelos eram ondulados, começavam castanhos próximos à raiz e se tornavam azuis mais abaixo. Ao seu lado estava uma menina mais nova, que tinha provavelmente a mesma idade de Prim. Possuía o mesmo tom de pele da outra e cabelo castanho escuro cacheado. A semelhança era notável, assumi que eram irmãs.

O leão logo se recuperou da surpresa e pulou nas garotas. Uma lança surgiu na mão da mais velha e ela a usou para aparar a investida, segurando o peso do animal com a haste da arma apoiada em seu pescoço. Ainda no chão, atirei mais flechas nele, desesperada.

– Não vai funcionar! É o Leão de Nemeia, nada consegue perfurar o seu pelo. – A mais velha gritou, me advertindo. Parei de gastar flechas imediatamente, precisava de um plano.

A morena empurrou a fera para longe com a lança. A menor corria até nós para nos ajudar.

– Vocês estão bem? Vem, te ajudo a levantar. – Aceitei de bom grado.

Com o canto do olho, observei a luta. A maior tentou usar o mesmo truque de antes para segurar o animal, colocando sua lança na horizontal entre seus corpos. Mas dessa vez ele cravou suas garras no braço direito da garota. Ela largou a lança, deu um soco de esquerda no olho da criatura e saiu correndo em nossa direção, com o braço sangrando. Entendi de imediato que ela não seria mais capaz de lutar, não naquele estado.

O leão correu atrás dela, sendo surpreendido por uma pedra na cabeça. Notei que havia mais alguém ali. A garota era linda de tirar o fôlego. Sua pele era pálida, quase da cor de uma folha de papel. Segurava uma espada em sua mão direita e vestia uma jaqueta de couro preta por cima de uma blusa de banda, calça jeans e coturnos. Cabelos negros caíam sobre seu ombro e seus olhos.. tinham um tom verde acinzentado e emanavam fúria. Seu olhar era mortal.

As duas irmãs e Prim pareciam tão atordoadas quanto eu. Obviamente não a conheciam, nem esperavam por isso.

Ela atraiu a atenção da criatura que passou a correr em sua direção. Para a minha surpresa a garota correu de encontro à fera. Quis fechar os olhos. Tinha certeza que a fera abocanharia sua presa e a faria em pedacinhos. Mas, para a minha surpresa, a morena ergueu a espada no último instante, fazendo-a deslizar dentro da boca cheia de dentes. Sua lâmina atravessou a cabeça e o grande corpo se desfez em areia de monstro.

Ela se aproximou de nós, parecia um pouco decepcionada mas ao mesmo tempo curiosa.

– Oi, eu sou Lauren Jauregui. Vocês estão bem?



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