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História Artemis Quest - Reclamadas


Escrita por: L_Rhiannon

Capítulo 6 - Reclamadas


Fanfic / Fanfiction Artemis Quest - Reclamadas

*Camila POV*

Recobrei os sentidos lentamente. Minhas memórias eram confusas. A última coisa que lembrava era de ter sido atacada pela Fúria, todo o resto era um borrão. Sonhei que um garoto cuidava de mim enquanto estava desacordada. Abri os olhos.

– Bem vinda de volta! – O garoto dos meus sonhos sorria ao meu lado. Automaticamente pus as mãos onde o monstro me atacou, não havia sequer um arranhão. – Não se preocupe, cuidei muito bem de você, não ficou nem cicatriz. – Ele piscou para mim – Meu nome é Austin, prazer.

– Oi.. er, eu sou a Camila. Como cheguei aqui? Quanto tempo fiquei inconsciente?

– Sua mãe trouxe vocês de carro há dois dias. Quer que eu chame suas amigas? – Assenti e ele saiu da enfermaria.

Eu me sentia renovada fisicamente. Estava melhor do que nunca. Me sentei na cama para analisar melhor o local. Era um grande corredor com uma fileira de macas de cada lado e um espaço entre elas. Eu não era a única ali. Pelo visto era bem comum semideuses se ferirem.

Poucos minutos depois, Dinah e Ally entraram correndo e gritando. A maior pulou no meu colo e beijou minha bochecha incontáveis vezes enquanto a outra me abraçava. Austin apenas observava da porta.

– Rezei tanto por você Mila! Que bom que acordou. – A baixinha estava aliviada.

– Você perdeu tanta coisa, mulher. Preciso te apresentar ao Percy e a Annabeth, se não fosse por eles não teríamos conseguido. E vou te mostrar quem é a Clarisse também, só para falarmos mal dela juntas. Ela é muito nojentinha por sinal, suuuper convencida.

– Como você se sente?

– Estou ótima na verdade. Só entediada por ter ficado tanto tempo de cama.

– Bom, amanhã vai ter um tal de Captura da Bandeira às 16h, você devia participar com a gente. Podemos acabar com a raça daquela Clarisse. – Dinah estava realmente obcecada com aquela garota.

– Vou sim! – Estava animada por finalmente sair dali.

As meninas me explicaram que como não sabíamos quem eram nossos pais olimpianos, ficaríamos no chalé de Hermes até que fôssemos reclamadas. Elas me levaram para fazer um tour no acampamento. O lugar favorito de Ally era o estábulo dos Pégasos. Me encantei com os animais, eram lindos. Depois fomos para o chalé dormir. Eu dormi no beliche abaixo do de Dinah e ao lado da cama da Ally.

Acordei com uma sensação esquisita em meu rosto. Quando fui ao banheiro escovar os dentes olhei no espelho e vi meu rosto cheio de desenhos infantis feitos com batom vermelho escuro.

– DINAH!

Lavei o rosto e fui atrás dela mas ela já estava longe. Ela passou boa parte do dia rindo de mim e fazendo piadinhas.

Mais tarde fomos para o jogo. O nosso chalé ficaria no time Azul, junto com os chalés de Atena, Hefesto, Afrodite, Íris, Hypnos, Hebe e Tique. O time Vermelho era composto pelos chalés de Poseidon, Deméter, Ares, Apolo, Dionísio, Nêmesis, Nice e Hécate.

Vestimos armaduras gregas e recebemos armas. Nossos capacetes tinham uma crina azul, identificando a equipe. Quíron explicou as regras e então cada time se reuniu para posicionar a bandeira. A nossa estava no Punho de Zeus. Annabeth liderava nosso time.

– Quero 2 defendendo a bandeira. Equipe alfa vai com os batedores, equipe beta e ômega, cheguem pelas laterais. O resto se dividam em trios e se espalhem. Quero olhos em todos os lugares.

Fiquei com Ally e Dinah. Poucos minutos depois, ouvimos uma trombeta. O jogo começou.

Decidimos avançar pelo flanco direito, não sabíamos muito bem o que esperar mas podíamos ouvir o som das lutas ao nosso redor: gritos e metal contra metal. Até que chegamos em um riacho, nos escondemos por trás de um arbusto ao ver uma garota do outro time perto da margem. Ela empunhava uma lança e estava sozinha.

– É a Clarisse! Preciso aproveitar que está sozinha e dar um jeito nela. – Dinah sussurrou e foi se movendo em sua direção.

– Dinah! E se for uma armadilha? – Ela me ignorou e pulou na filha de Ares.

Clarisse bloqueou o ataque de Dinah com sua lança e a atirou no chão. Subiu em cima dela e começou a esmurrar seu rosto.

– Pare! Você venceu! – Tentei apelar pela misericórdia dela, mas ela também me ignorou. – Basta, Clarisse, por favor!

– Por favor deixa nossa amiga em paz! – Ally gritava, desesperada.

O nariz de Dinah sangrava e ela parecia incapaz de sequer se mexer, quanto mais revidar. Era óbvio que Clarisse tinha muito mais experiência e treinamento que ela. Meus nervos estavam à flor da pele. Cada soco em minha amiga me descontrolava cada vez mais, até que explodi.

– EU TE MANDEI PARAR!

Uma onda gigante surgiu do lago e atingiu Clarisse em cheio, derrubando-a no chão e tirando o ar de seus pulmões. Me joguei por cima dela e soquei seu rosto ferozmente. Ela rapidamente jogou seu peso sobre mim e revidou. Coloquei a mão direita na cara dela e formei uma esfera de água em volta da sua cabeça. Ela não conseguia respirar, estava sufocando.

– Mila! Você vai matá-la! Já chega, por favor! – Ally segurou meu braço e uma calma invadiu o meu corpo. Percebi o que estava fazendo e parei. Clarisse caiu no chão sem fôlego.

– Eu ODEIO filhos de Poseidon – Ela cuspiu as palavras.

Alguns campistas surgiram e nos encaravam assustados. Então percebi que não estavam olhando para nós, e sim os símbolos acima das nossas cabeças. Na minha havia um tridente verde e na de Ally uma pomba com um brilho cor-de-rosa. Dinah nos encarava boquiaberta.

A trombeta soou novamente, indicando que o jogo chegara ao fim. Annabeth apareceu com o grande estandarte vermelho com Quíron ao seu lado.

– Ora, parece que Percy ganhou uma irmã. – Annabeth tinha um sorriso genuíno no rosto.

– E você ganhou uma cunhada. – Grover deixou escapar antes de levar um forte tapa da loira.

– Vamos todos para o refeitório comemorar! – Quíron anunciou e o seguimos.

O pavilhão do refeitório era constituído de várias mesas, cada qual representando um chalé, organizadas em volta de uma grande fogueira. No centro, Quíron anunciou que eu e Ally seríamos transferidas para os chalés de Poseidon e Afrodite, respectivamente. Ao anunciar o time vencedor do jogo, o pavilhão estourou em aplausos e gritos de comemoração. Então pudemos encher nossos pratos, fazer uma oferenda aos deuses e comer. Aproveitei para conhecer Percy, meu meio-irmão. Ele tinha um ótimo senso de humor, fazíamos piadas parecidas. Ele me ajudou a pegar meus poucos pertences no chalé de Hermes e fomos dormir.

(...)

Era ótimo ser filha de Poseidon, não tinha fila para entrar no banheiro já que éramos só nós dois. Por isso tive o luxo de acordar um pouco mais tarde para me arrumar e ir tomar café da manhã. Encontrei minhas amigas no pavilhão e comemos juntas.

– Mila é minha heroína. Você deu uma bela lição na Clarisse, estou orgulhosa! – Dinah só pensava nisso.

– Pois ainda estou chateada por você não ter me escutado. Eu avisei que era uma má ideia e você acabou se ferindo.

– Que nada! Estou melhor do que nunca!

– Mila, tem um garoto que não tira os olhos de você – Ally discretamente me mostrou Austin, na mesa de Apolo. Ele estava realmente me encarando.

– Ele cuidou de mim na enfermaria...

– HUMMMMMMMM – As duas falaram em uníssono. Fiquei claramente desconfortável e mudei de assunto. Logo fomos para a aula de grego antigo.

Annabeth era legal mas sua aula me dava muito sono. Ela estava explicando a diferença entre as regras gramaticais do grego moderno e do grego antigo. Como se eu soubesse algum dos dois.

– Quer sair daqui? – Uma voz falou no meu ouvido. Assenti aliviada.

Austin e eu saímos discretamente e ele me levou a uma clareira na floresta. Ele levara um violão. Sentamos às margens do lago e ele começou a tocar para mim. Me apaixonei pelo instrumento.

– Deve ser tão legal saber tocar violão. O som é maravilhoso.

– Eu te ensino se quiser. Podemos escapar das aulas da Annabeth juntos. – Piscou para mim.

– Eu adoraria!

Austin foi um fofo comigo o dia inteiro, me ensinando a tocar violão, tocando e cantando para mim, me ajudando na aula de esgrima, de arco e flecha, me contando como era a vida no acampamento, rindo das minhas piadas sem graça - por mais que eu ache que ele só fez isso por educação. Algo nele definitivamente me atraía.

(...)

No dia seguinte, estava no pavilhão prestes a encher meu prato com o café da manhã quando uma mão puxou meu braço.

– Não, deixa isso aí, tenho uma surpresa para você. – Era Austin. Fiquei em dúvida se escolhia ficar com ele ou com a comida.

– Mas eu ainda não comi nada! Tô morta de fome!

– Eu cuido disso, confia em mim. – Deu aquele sorriso típico dos filhos de Apolo. Não tive como negar.

Ele me levou para a mesma clareira do dia anterior. O chão estava coberto com uma toalha quadriculada de piquenique e em cima dela estavam o seu violão e uma cesta cheia de comida. Ele lembrara das minhas comidas favoritas que eu havia citado no dia anterior. Comi banana com nutella até não aguentar mais. Aquilo era muito bom.

Quando fiquei satisfeita, ele tocou uma música linda para mim. Sua voz era tão doce. Fiz uma careta quando a música acabou.

– Daqui a pouco eu toco mais – Ele brincou. – Quero te dizer uma coisa Camila.

– O que?

– Eu sei que você tecnicamente me conheceu há 3 dias, mas eu cuidei de você desde que chegou e sinto um carinho enorme por você. É pouco tempo mas sinto que a gente tem uma conexão sabe?

Pude sentir minhas bochechas corando. Nunca ninguém prestou atenção em mim. E ali estava um menino super fofo se declarando para mim. Fiquei nervosa. Era naquela hora que as pessoas costumavam se beijar né? Mas eu nunca beijei ninguém. Não sabia como lidar com aquilo.

Austin segurou meu rosto delicadamente e foi se aproximando aos poucos. Lentamente ele grudou nossos lábios. E ali estava eu, tendo o meu primeiro beijo. Era uma sensação incrível. Principalmente porque eu estava gostando dele. Depois de algum tempo ele se afastou e me olhou intensamente.

– Minha garota. – Aquilo significava que agora eu era sua namorada? Não sabia. Mas gostei.



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