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História Artificial Love - Parte 01.


Escrita por: Sicsu-chan

Notas do Autor


Depois de quase desistir, chorar e morrer pra escrever isso. -drama-
Estou aqui para entregar -finalmente- o presente da minha amada amiga secreta.
Mesmo não sendo segredo, eu tirei a linda da @taeminaja :3
Foi um desafio? Sim. Mesmo sendo um couple que amo, o fato de ter me pedido uma angst, me fez bater bastante cabeça, e sinceramente não acho que cheguei ao que queria. Mas aqui está, com todo o carinho. Obrigada @nicoletess por essa capa maravilhosa e pela disposição para ter feito a mesma tão rápido. :*
Obrigada por ser paciente, e me desculpe se não estiver lá essas coisa. ;-;

Capítulo 1 - Parte 01.


 

–Eu odeio você! – Virei para o barulho infernal do despertador, tentando achar ele inutilmente na cômoda. –JongHyun poderia ao menos ter um pouco de consideração comigo, quem acorda cedo em pleno sábado? 

Então ouvi a porta se abrindo, não demorei muito a sentir alguém subir na cama.  Pelo visto, temos mais de uma pessoal que gosta de acordar cedo em um sábado. –Você poderia fazer o JongHyun me dá uma folga, não é Yasu? Ele me acorda cedo, apenas para me usar na livraria. Reclamava enquanto meu pequeno - que de pequeno não havia mais nada a bastante tempo- Labrador pulava em cima de mim, para sair logo da cama. Eu já entendi o recado, desde o momento que o despertador tocou. JongHyun e Yasu só sabiam me torturar. 

Me levantei da cama da melhor forma possível, tentando ao máximo não bater na cômoda como na noite anterior. Era difícil me acostumar com a minha situação atual, mesmo depois de alguns anos. Estava quase chegando ao banheiro, quando Yasu latiu. –O que era dessa vez? – Estiquei minha mão, tentando achar o obstáculo, achando o que deveria ser a parede. – Mesmo achando que decorei o quarto, você vem e me prova que, sempre que eu acordar, vou ser um tonto. Vá chamar o idiota do meu irmão, antes que eu caia, de novo. 

Ouvi meu cachorro latir e as suas delicadas -claro, Yasu delicado.- patas na escada. O jeito era esperar JongHyun para aquela ajuda diária. 

                                                                               xXx 

–Vamos Taemin! Se não sairmos agora, você vai ficar ate mais tarde na livraria. 

–Se me deixar até mais tarde, coloco o Yasu pra dormi com você. 

–Okay, você venceu. Nada de estender o expediente, mas vamos logo.– Fiquei rindo enquanto colocava a guia em Yasu, e procurava o óculos escuro. –Viu onde o coloquei dessa vez?  

–Está na mesa a sua direita. – Obrigada.– Falei pegando os óculos e sendo guiado ate a porta, onde JongHyun já estava a minha espera. 

A rua não parecia muito movimentada aquela hora, ouvia poucos carros, e quase ninguém nas calçadas. JongHyun devia realmente ter me acordado cedo naquele dia. –Me explique mais uma vez, o porque de me fazer trabalhar na livraria, no sábado.– Perguntei, enquanto Yasu parava, provavelmente no sinal vermelho. –Já expliquei, além de não querer deixar você em casa sozinho, tenho que fazer você voltar a socializar. Onde melhor, se não na livraria? 

–Só porque é uma livraria para cegos, não quer dizer que eu deva viver enfurnado lá. Qual é Hyung, eu sou obrigado a trabalhar ali, e ser simpático com todos, a semana toda. O que custa me deixar em casa? Eu consigo me virar, Yasu toma conta de mim. 

–Tae, da ultima vez que você me veio com essa desculpa, eu encontrei parte da louça e meu quarto quebrado. Não da pra confiar no Yasu, principalmente tomando conta de você! 

–Você sabe me ofender como ninguém. 

–Não é ofensa, você e Yasu ainda estão naquele ano de se adaptarem um ao outro, quando isso acabar, e você parar de bater na cômoda logo que acordar, poderá se livrar de mim.  

–Isso não vai passar tão cedo. Eu sou cego, lembra?– Apressei meus passos com Yasu, odiava falar sobre minha incapacidade de ficar sozinho. – Vamos Yasu, hoje o Hyung está muito responsável, vamos antes que isso seja contagioso, e nós peguemos isso. 

–Tomem cuidado os dois com essa pressa toda! 

–Já disse pra não atrapalhar o Yasu quando ele estiver trabalhando. – Respondi enquanto continuava andando, JongHyun pararia na cafeteria ali perto para comprar nosso sagrado café diário. Isso me dava ao menos um tempo de liberdade. 

–Okay, não vou demorar Tae. 

–Você pode passar o dia ai, não vou ligar e muito menos vê isso. – Falei apenas para Yasu. 

                                                                                    xXx 

 

– Você não olha por onde anda?- Perguntei imensamente irritado quando alguém esbarrou em mim, e derramou meu café na blusa impecavelmente branca. O dia não havia começado bem, fora o atraso, agora estava com a camisa manchada. Fora estar sendo obrigado a trabalhar no sábado, acontece isso. Perfeito JongIn. 

-Pensei que era notável isso. Já que o cão guia faz essa função.- Então eu realmente dei atenção ao causador daquele acidente. Estava com uma jaqueta preta, uma blusa azul, jeans e tênis de cano médio. Em seu rosto o óculos de sol, na sua mão direita era notório, não só a guia, mas como o cachorro preto sentado, esperando aparentemente o próximo comando do dono. Continue assim JongIn, sempre atrapalhado e culpando os outros por suas idiotices. 

–Me desculpe, eu estou com pressa e não notei você. – Falei abaixando a cabeça pela vergonha. O que era impossível dele notar. Pare de ser idiota e ter esses pensamentos. 

–Tudo bem, não posso lhe recriminar por não olhar por onde anda, eu mesmo dependo do Yasu para isso. – Ele deu um sorrisinho de lado, nada feliz. 

–Ah... Me desculpe mesmo. 

–Já disse que está tudo bem. Você não disse que estava atrasado? – Droga, eu precisava correr mais que nunca agora. 

–Eu preciso ir! Desculpa mesmo! – Apressei meus passos. Meu chefe me mataria naquele dia. 

–Eu que peço desculpas pelo café. –Ele falou, começando a andar na direção oposta. 

–Tudo bem, dou um jeito nisso depois. – Espera.– Como você sabe que derramou meu café? 

–Sou cego, não surdo. Fora o cheiro forte do café.– Ele continuou andando sem ligar muito para minha existência.– Adeus garoto do café.  

Então ele virou a esquina, e eu fiquei ali parado, como o idiota que era. 

–Droga! Vou perder meu ônibus e de quebra meu emprego! – Corri o quanto podia, naquele dia KyungSoo me mataria de vez. 

                                                                                       xXx 

 

–Não precisaremos mais dos seus serviços, Senhor Kim. – Do KyungSoo me dava aquela noticia com o maior sorriso na cara. Aquele desgraçado nunca escondeu o desgosto de me ter trabalhando ali, na empresa do adorado pai. O problema de KyungSoo era apenas ter recebido um não na faculdade, e me ter como o melhor da turma na mesma época. Isso acabou com seus tempos dourados, o que não fazia muita diferença hoje em dia, já que eu me tornei seu subordinado no fim das contas. Quer dizer, eu era seu subordinado.  

–Você está adorando me demitir, não é olhão? –Sorri para ele, pensou mesmo que eu ia deixar passar? 

–Se você quer todos os seus benefícios por ter trabalhado aqui durante esses anos, acho melhor pensa direito nas suas palavras. Senhor Kim. – Touché. Melhor eu sair daqui, antes que mate essa coruja e acabe preso.  

–Okay, você venceu de qualquer forma. Adeus KyungSoo. 

–Nunca lhe dei essa liberdade JongIn. 

– Tanto faz, diga ao pai e a mãe que no fim do mês passo lá para visita-los. 

– Não sou seu garoto de recados. – O ouvi reclamar, enquanto lhe dava as costas e ia em direção a porta. 

– Tanto faz, ate o fim do mês, Soo. – Sorri enquanto fechava a porta olhando para sua cara. Pude ouvi algo se quebrando na porta. Mais um vaso que a mamãe terá que lhe dar, pobre mamãe. 

                                                                             

                                                                                   xXx 

 

 

Andava pelas ruas enquanto pensava no que diria a minha mãe, quando ela ligasse e perguntasse o porque de meu "adorado" meio-irmão ter me demitido da empresa de advocacia da Família. Porque ele é um filha da puta de marca maior. Essa resposta estava fora de cogitação, minha mãe arrancaria meu coro no fim do mês, apenas por ter falado do precioso KyungSoo, o exemplo de irmão mais velho e filho. Pobre mamãe e papai, não sabem a peste que KyungSoo foi -e era- na faculdade. 

Comecei a sentir uma forte chuva começar. Droga, eu havia descido antes da minha parada normal para pensar um pouco, e acabaria pegando um resfriado pela idiotice. As coisas só melhoravam para mim. Acabei parando em frente a uma livraria, ali ao menos era coberto. Ainda estava aberta, mas eu já estava muito molhado para entrar. Fiquei olhando a vitrine, esperando a chuva dá uma trégua, mesmo molhado, não adiantava muito piorar meu estado. Foi então que notei o espaço ali dentro. O lugar era grande, dois andares, a parte de baixo era de um formato oval, onde as estantes eram dispostas apenas nas laterais, grudadas as paredes, enquanto o segundo andar – que tinha uma rampa como acesso, ao invés de escadas. – tinha as estantes em fileiras normais, e pegava apenas metade do andar superior, dando acesso a uma vista de metade do salão inferior. Foi naquele momento que notei o garoto no andar superior, era o mesmo garoto de mais cedo. Procurei seu cão, mas não o vi dali. Tinha mais um homem na livraria, ele estava no balcão onde parecia anotar algo. Então olhei mais uma vez para o garoto de óculos. Ele estava cantarolando algo enquanto ficava andando, passando as mãos nas estantes. Era o mesmo garoto de mais cedo, ele havia mexido comigo, o local também me chamava a atenção. Apenas entrei sem saber o porque, ou ter um bom motivo para tal ação. 

 

 

 

                                                                                  xXx 

 

 

 

Continuei tentando arrumar a parte de cima da livraria. Como se eu realmente estive fazendo isso. Era apenas mais um motivo para ficar longe de JongHyun e sua obsessão de me proteger. Ficar ali no meio dos livros sempre me fez bem, só não entendia até hoje o motivo dele me manter nesse lugar. Além do obvio motivo de poder ficar de olho em mim, e teoricamente me fazia bem estar ali, eu não tinha utilidade. A livraria fazia um certo sucesso no meio de pessoas como eu, era 90% direcionada a livros em braile. JongHyun dizia me manter ali por causa da minha boa memoria, e que assim eu lhe ajudava na hora de arrumar a área inferior, que continha os livros em braile. Não era uma mentira, mas do mesmo modo, eu nunca ficava confortável com isso.  

Enquanto ficava ali escondido, cantando uma algo que ouvi na radio, escutei o característico sininho anunciando mais um cliente. Provavelmente o ultimo. JongHyun disse que fecharia mais cedo naquele dia, por insistência minha, mas ao menos iriamos logo pra casa. 

– Boa tarde. – Ouvi a voz do hyung no andar de baixo. – Nossa, você está completamente molhado. Quer uma toalha? – Prestativo como sempre, eu poderia falar o que fosse de JongHyun, mas ele sempre pensava no melhor para os outros. Espera, estava chovendo? Droga, eu adorava vê a chuva. 

– Me desculpe por está molhando tudo, mas além de ter sido pego de surpresa pela chuva, eu precisava olhar uns livros que vi na vitrine. – Eu conhecia aquela voz, mas de onde? 

– Tudo bem. Eu vou buscar uma toalha que devo ter no banheiro, e você pode achar os livros que procura lá em cima.  

– Obrigada. – Então ouvi uma porta bater, provavelmente meu irmão indo buscar a toalha. 

E então ouvi os passos do tal homem para onde eu estava. Continuei onde estava. Onde estaria Yasu? Será que o hyung já teria dado a comida dele? 

– Olá? –  Ouvi aquela voz próxima de mim. Me virei para onde achei ter ouvido sua voz. 

– Olá, posso ajudar em algo? 

– Você trabalha aqui? – E mais uma vez aquele tom de descrença na voz das pessoas. Todo dia era a mesma coisa, quando alguém notava os óculos e a bengala, desacreditavam que eu trabalhava e poderia ajudar eles ali. 

– Sim, trabalho. Algum problema senhor? – Perguntei no meu típico tom irritado. Eu poderia ter uma cara ate que ''doce''. Mas era só a cara mesmo. 

– Nenhum, só achei incrível como você me impressiona desde que te vi. 

–  Desculpe mas, eu lhe conheço?  

– Desculpe a falta de educação. Sou o garoto do café, o cara desastrado de hoje de manhã que esbarrou em você. – Pude ouvir uma risada na voz dele. 

–  Pensei que a idiotice era por conta de acordar cedo, mas acho que não. –  Acabei pensando alto. 

– O que disse? – Sorte que ele não ouviu. Mas que idiota mesmo. 

– Nada, mas em que posso lhe ajudar? Procura algum livro especifico? 

–  A claro. Livros não é? – Ele parecia ter voltado aquela realidade. – Eu estava procurando os livros da saga atual de Percy Jackson. – Pelo visto tínhamos mais um semideus na livraria. Sim, mais um, eu adorava aquela saga e não tinha como não me considerar um semideus, enfim. Provavelmente mais um filho de Poseidon, ou seria Apolo? 

– Eles estão no final do corredor a esquerda. – Sorri para ele, acho, e me virei para sair dali. 

– Obrigada. Hey, você não me disse seu nome. – Eu já estava quase descendo a rampa, quando ouvi a pergunta. 

– Taemin. E o seu? – Perguntei mais por educação.  

– JongIn. 

– Foi um prazer conhece-lo JongIn, daqui a pouco o Hyung aparece com sua toalha. Fique a vontade. – E então desci para ficar no balcão. 

 

 

 

 

                                                                                 xXx 

 

 

 

 Fiquei olhando aquele garoto descer a rampa e me deixar ali. Ele poderia ter um jeito meio frio? Não sei, mas de algum jeito me encantou. Então fui mesmo atrás dos livros, fazia um tempo que não lia minha saga preferida, e precisava completar minha coleção de qualquer jeito. Peguei O Filho De Netuno e A Marca de Atena. Compraria o restante em outra ocasião. 

– Achei você! – Me virei para olhar o mesmo homem de antes vim em minha direção com um sorriso e uma toalha na mão. – Aqui está a toalha. Nossa, você também gosta de Percy Jackson? O Tae é louco por essa saga. – Me disse sorrindo. 

– Taemin? Ele também gosta? – Sorri para ele, aquilo era uma ótima informação. 

– Você já o conheceu ? – Perguntou enquanto eu me secava. 

– Sim, sim. Hoje mais cedo, esbarrei com ele enquanto ia pro trabalho. Bem, vou levar essa aqui. 

–  Você é o garoto do café? – Então ele começou a ri. Que belo apelido eu havia ganhado. – Vamos lá para baixo então. – Ele continuou sorrindo e foi andando em frente. 

– Pois é. – Fiquei na minha e o acompanhei. 

Quando chegamos no balcão para eu pagar pelos livros, notei que Taemin não estava ali. Uma pena. Paguei pelos mesmos, agradeci pela toalha e ajuda que JongHyun – descobri seu nome quando estava lhe entregando a toalha.– tinha me dado e fui embora. Já estava passando do horário que normalmente chegava em casa. Eu não havia recebido nenhuma ligação dele, e isso ate era bom. Ele surtaria quando soubesse que fui demitido por KyungSoo. Então preferia não contar por enquanto, quem sabe eu consiga um emprego temporário e depois eu conte para ele. Odiava ficar as suas custas, então definitivamente eu acharia um emprego temporário.  

Continuei andando até o ponto mais próximo, precisava voltar para casa, precisava de descanso daquele dia exaustivo. Precisava de uma solução para o meu problema, mas pensaria nisso depois. 

 

 

 

                                                                                xXx 

 

 

 

No decorrer daquele mês, os encontros entre Taemin e JongIn acabaram ocorrendo com uma certa frequência. As vezes se esbarravam na cafeteria próxima a livraria, em outras, JongIn simplesmente ia ate a livraria com a desculpa de está atrás de um livro, ou ate mesmo jogar conversa fora com JongHyun, eles acabaram se tornando amigos. Gostavam de ouvir as mesmas musicas, mesmo gosto para series. Enquanto Taemin se contentava com Yasu. As vezes ate conversava com o mesmo, sobre um livro ou outro que eram fã, mas geralmente não passava disso, o que Taemin não sabia era que, mesmo tendo se aproximado de JongHyun, sua atenção não era 100% no mesmo, mas sim em si. Ele sentia os olhares, mas sempre imaginando ser o irmão de olho em si. JongHyun já havia notado o interesse no irmão, e não sabia se ficava feliz ou preocupado, então acabava ficando calado sobre o assunto, nunca tocando no mesmo. 

Naquele dia, JongIn estava mais uma vez atrás de um emprego. Já tinha um mês que estava atrás e não conseguia nada em seu ramo, estava agora atrás de qualquer coisa. Estava escondendo de todos, principalmente de sua mãe, ela acabaria descobrindo logo, já que a dita visita estava próxima, e ele teria que ir.  

Depois de sair de mais uma entrevista que provavelmente não resultaria em nada, JongIn resolveu se dirigir mais uma vez a cafeteria próxima a livraria. Aquele lugar havia se tornado seu refugio naqueles dias. Quando chegou na frente, viu algo que geralmente não estava ali alguns dias atrás. Uma placa com um ''Precisa-se de funcionários.'' enorme estava ali. Aquilo era a chance que JongIn estava esperando. Finalmente iria sair da lama - para não dizer merda – que se meteu. Depois de uma rápida conversa com o proprietário, que ate já estava familiarizado com ele, ele conseguiu o emprego. Passaria uma semana com um faz tudo, para depois ser encaixado em alguma função fixa. JongIn saiu dali mais feliz que nunca, parecia que as coisas estavam indo bem agora. 

 

 

                                                                                       xXx 

 

 

Taemin acabou sozinho na livraria naquele dia. JongHyun precisou resolver alguns problemas direto com os fornecedores, alguns livros que eles tinham pedido, não chegaram naquela semana, como era o previsto. JongHyun estava furioso. Enquanto isso Taemin permanecia naquele silencio, Yasu estava dormindo na parte de trás da livraria, Taemin então resolveu ligar o radio que ficava ali perto, eles geralmente não o ligavam, por descuido mesmo. 

 Antigamente Taemin era louco por musica, era um jovem como qualquer outro, mas sempre gostou da musica por ela mexer de um jeito diferente em si. Sua família além de se preocupar com as limitação de alguns, era diretamente ligada a musica. Seu pai havia sido um cantor e tanto na sua juventude, teve sua fama na época e com o dinheiro ganho investiu nas livrarias que tinha hoje. Sua mãe apesar de também cantar, era mais independente, digamos assim. Ela gostava de cantar em bares, o anonimato era sua paixão. Antes de sua mãe conhecer seu pai, ela se envolvera com um qualquer, que quando se viu no aperto de cuidar e criar uma criança, fugiu como o diabo foge da cruz. JongHyun poderia ter sido fruto de uma relação frustrada da juventude, mas o amor que faltou naquele homem, sua mãe e ele encontraram no seu pai. Ele já estava com 29 anos quando a conheceu, não foi fácil, segundo ele, conquista-la. Ela não queria se envolver com um idol, mas depois de muita insistência, eles começaram um relacionamento, e mesmo com um filho, seu pai não viu problema algum em se casar com ela. JongHyun já tinha 5 anos quando Taemin nasceu. Na sua adolescência ele havia sido rebelde, e Tamin como uma boa criança, gostava de imita-lo, isso causou muitas dores de cabeça. Apesar da família ser composta por músicos – JongHyun era um excelente musico, se igualava aos pais nisso. –  Taemin acabou sendo um ótimo dançarino. Nas reuniões de família, enquanto JongHyun cantava, Taemin estava lá, dançando. JongHyun tinha o sonho de ter uma banda famosa, e Taemin, só queria dançar. 

Aos 24 anos, JongHyun tinha uma banda e sempre estava em ensaios, ou shows. Terminou os estudos quase forçado pelos pais, mas seu maior encorajador era o irmão mais novo, que mesmo o  enchendo para ir junto nos shows ou ate em ensaios, gostava da presença do irmão, nem sempre, mas ninguém precisava saber. 

Taemin já estava com 19 anos, quase ingressando na tão sonhada faculdade de artes, para cursar dança. Estava passando seus últimos momentos de descanso em casa. Dali a um mês se mudaria para o campus e estaria atolado com a faculdade em menos tempo do que esperava.  Estava em casa naquela noite esperando o irmão na sala, para quem sabe mais uma sessão de filmes e besteiras, como em toda sexta feira, os pais haviam saído para namorar um pouco. JongHyun entrou na casa como um furacão, passou por Taemin e foi logo para a cozinha, ele foi logo atrás, para saber a revolta da vez. 

– Hyung? O que houve? – Perguntou enquanto via o irmão beber água como louco. 

– Nada Tae, vai assistir algo e me deixa em paz! – Virou enquanto elevava o tom com seu irmão, então Taemin viu. JongHyun estava chorando, e isso o deixou desesperado. Correu para perto do irmão. 

– Hyung! O que foi? Porque está chorando? Alguém te machucou? –  Perguntou enquanto pegava o rosto do mais velho e verificava se ele estava ferido. JongHyun quando notou a preocupação do mais novo, desatou a chorar realmente. – Hyung, se você não me falar o que aconteceu, eu não posso ajudar, e você tá me preocupando assim.  

JongHyun abraçou o irmão, tentando se acalmar um pouco, enquanto Taemin fazia um cafuné no mais velho. Quando os soluços deram uma trégua, ele finalmente falou. – Ele terminou comigo Tae, aquele desgraçado terminou comigo antes do nosso aniversario. Eu odeio ele, odeio! – E mais uma vez ele voltou a chorar, e a culpa, como sempre, era de Choi MinHo. O idiota namorava JongHyun a mais de um ano, e eles viviam brigando, indo e voltando. Geralmente quem terminava era JongHyun, por coisas bobas, mas as maiorias das vezes, foi por ciúmes do sapo olhudo. MinHo colaborava para aquilo, tinha um amigo que vivia em seu pé, e ficava se esfregando descaradamente no mesmo, e ele não ligava. Dizia que Kibum era assim com ele desde pequeno, e não tinha porque o namorado encrencar com o mesmo. Mas MinHo era cego, e não via o que os outro viam. MinHo ter terminado daquela vez, dizia muitas coisas, e a principal era que provavelmente havia cansado do ciúmes de JongHyun. Taemin naquela noite ficou com o irmão ouvindo suas lamentações, enquanto cuidava de enxugar suas lagrimas e fazer um cafuné ate o mesmo dormi. Seus pais chegaram e pegaram JongHyun dormindo em cima de um Taemin quase no mesmo estado. Colocaram os dois a andar até seus quartos para enfim dormirem também.  

Naquela semana, JongHyun fechou uma pequena turnê, a primeira de sua banda. Iriam abrir os shows de uma banda que estava fazendo bastante sucesso na época. Taemin estava louco para ir também, mas JongHyun e seus pais se negavam a permiti-lo a ir. O que deixou o jovem revoltado.No dia da despedida, Taemin apareceu com uma mala na sala, revoltando a todos e começando uma enorme discussão em família, que só parou quando alguém tocou a companhia, levando a JongHyun que estava próximo a porta, a atender. Quando ele abriu a mesma, se surpreendeu por ali está ninguém mais, que Choi MinHo. A raiva do mais velho só aumentou.  

– O que você veio fazer aqui? – Perguntou ríspido. MinHo se encolheu um pouco, estava com o rosto vermelho, parecia que tinha corrido até ali. Os pais dos mesmos notaram que o assunto seria serio, então resolveram sumir dali. Eles sabiam que JongHyun era gay e não tinham problema algum com isso.  Taemin foi o único a ficar na sala, e aproveitando a distração do irmão com o ex, resolveu passar despercebido pela porta, que JongHyun deixou aberta enquanto ia pra fora com MinHo. 

– Eu precisava falar com você, soube que ia viajar, e não podia te deixar ir sem me ouvir antes. – MinHo falava apressado, enquanto JongHyun o olhava com uma cara nada agradável. 

– Não temos mais nada o que conversar Choi, você deixou isso bem claro na semana passada. Me dê licença, preciso ir para o aeroporto agora. – Ignorando o Choi e sua cara de cachorrinho abandonado, saiu em rumo ao carro. Já tinha se despedido dos pais de qualquer forma, e suas malas já estavam no carro. Entrou no carro e quando já ia dar a partida, MinHo entrou no banco ao lado o surpreendendo.  

– Sai desse carro Choi, eu não estou para as suas birras mais. – JongHyun já estava perdendo a cabeça. 

– Eu não vou sair, e você vai me ouvir, querendo ou não. 

– Foda-se então. – JongHyun deu a partida, precisava ir logo para o aeroporto, sua banda estava esperando lá a um tempo já. 

O carro ficou em silêncio por um tempo, então JongHyun resolveu colocar um cd. 

–Você sabe que eu não gosto tanto de Paramore. 

–Eu realmente não me importo, você quis vim. E não era você que queria falar algo? – JongHyun não sabia o que o Choi queria, agindo como se nada tivesse acontecido. 

Um silêncio desconfortável havia se formado, MinHo continuava calado enquanto JongHyun batucava os dedos no volante, totalmente impaciente, MinHo ficou um tempo olhando para o caminho que eles seguiam, ate finalmente ter coragem para falar. 

–Eu queria o seu perdão.– Rápido e direto, esse era Choi MinHo. 

–Pelo o que exatamente? – JongHyun sabia muito bem sobre o que era, mas queria ver seu ex implorar pelo perdão. Também sabia que o perdoaria, se fazia de difícil, mas com MinHo sempre era assim, seu orgulho poderia gritar dentro dele, mas uma hora ele cederia ao carisma do mais novo. 

–Por ter duvidado de você. Eu fui um completo idiota hyung, pensei que seu ciúmes era exagerado sobre minha amizade com o Kibum, mas foi só nos brigarmos que ele veio tentar algo. Eu devia ter acreditado em você, me perdoa JongHyun? – E aquilo surpreendeu JongHyun. Não só pelo mais novo o ter chamado de Hyung, ou por estar chorando. Mas o fato de MinHo ter admitido estar errado, sem nenhuma desculpa, chocou JongHyun. 

–Você terminou comigo. Não foi uma simples briga, você disse que não queria mais olhar na minha cara. Para depois esta na minha porta, no meu carro, admitindo aquilo que sempre deixei estampado na sua cara. Você realmente é um babaca MinHo. Sabe o quanto eu chorei? O quanto realmente me arrependi de ter deixado o ciúmes me corroer, quando na verdade eu não estava errado sobre o KIbum? De que estava estampado na cara de todos o quanto ele queria nossa separação, e só você não via.– MinHo já soluçava no carona, pensava ter pedido JongHyun de vez. – Mas sabe o pior disso tudo? É que eu sou o maior idiota dessa historia. Mesmo sabendo que posso exagerar  no meu ciúmes, mesmo sabendo que você foi um grande babaca comigo. Eu te perdoou. –E Minho ficou boquiaberto com aquilo, apenas para chorar mais alto quando notou o mais velho também chorando. – Eu não consigo viver sem você, mesmo depois de me enxotar depois daquela discussão, eu realmente te perdoou. – E aproveitando o sinal vermelho, MinHo praticamente pulou para o colo do mais velho. Enquanto MinHo chorava, JongHyun ria de alegria, finalmente tinha seu carisma flamejante de volta, e esperava nunca mais o largar. 

–Como vocês são melosos.– Então se assustaram com aquela intromissão. MinHo pulou de susto, dando um grito nada masculino, enquanto JongHyun via seu irmão mais novo se levantar do banco de trás. – Tanto choro pra depois estarem ai, se babando. Primeiro, como você é cego MinHo, tem esses olhos enormes pra no final, não notar o olho gordo que aquele seu amiguinho jogava pra vocês, segundo, o sinal já abriu hyung. –Taemin sorria para os dois, como se não fosse nada ele estar no carro, e ter presenciado aquele momento de reconciliação dos dois. 

–Eu vou te matar Lee Taemi! – JongHyun falou quando se virou para Taemin. MinHo tentou conter o moreno, mas não ajudou muito. Eram apenas um emaranhado de braços e até mesmo pernas se batendo e sacudindo o carro. Quem passasse ao lado de fora, não pensaria nenhuma coisa boa vinda daquela cena. 

Depois de muitos socos e pontapés, e algumas buzinas e motoristas raivosos pelo carro parado, Taemin finalmente conseguiu se soltar de seu irmão. Estava com os cabelos totalmente bagunçados, seu irmão e cunhado não estavam nada diferente. 

– Eu não sei o que você tem na cabeça. Nossa mãe e pai já tinham dito que você não poderia ir. Qual o seu problema garoto? –  JongHyun estava mais uma vez furioso. – Eu vou para o aeroporto, o Minho volta com você. Estamos entendidos? 

Taemin estava revoltado, tinha seus 19 anos e nenhuma liberdade para fazer o que queria. Seus pais, mesmo o deixando cursar dança e morar sozinho no campus. Tinham feito uma tempestade até o mesmo os convencer que aquilo seria bom, mas era o completo oposto com JongHyun. Mesmo que ele fosse mais velho, tinha praticamente total liberdade do que fazer, enquanto o mais novo ficava em casa. 

– Você pode falar o que quiser, mas eu vou. Comprei a droga da passagem e não vai ser você que vai me impedir de ir! –  Taemin já elevava o tom de voz com seu irmão. Aquilo só deixou JongHyun pior, para ele, a paciência já havia se esgotado.  

– Eu não quero mais ouvir sua voz garoto! Você vai voltar para casa e ponto final! – Então JongHyun acelerou, movendo novamente o carro. 

– Você não manda em mim! 

Infelizmente o que nenhum dos dois viram naquele momento, fora o sinal vermelho novamente, pelo tempo daquela pequena discursão. E muito menos o caminhão que vinha da outra direção, a ultima coisa que se lembram é de um MinHo gritando pelo nome de JongHyun desesperado, e o forte clarão, depois tudo se tornou escuro. 

Naquele dia, JongHyun e MinHo quase perdem a vida, mas por estarem de sinto, o máximo que conseguiram foi um braço e perna quebrado e varias escoriações. MinHo ainda tinha sequelas na perna direita, mancava bem pouco e as vezes sofria com o tempo frio, por culpa de ferros e pinos nas pernas. Taemin não teve a mesma sorte que eles dois naquele dia, o jovem por estar sem sinto, acabou sendo arremessado do carro. Quando seus pais souberam eles já estavam no hospital. Foi um total desespero para todos os familiares dos três jovens, enquanto JongHyun chegou consciente ao hospital, MinHo não demorar mais que dois dias para acordar. Taemin infelizmente ficara um mês desacordado. Acabara por sofrer um trauma muito grande na cabeça, fazendo com que seus pais ficassem cada vez mais aflitos com sua demora para acorda. Felizmente o mesmo acordou enquanto JongHyun estava no quarto, ele ouvira seu irmão chorando e quando acordou soltou apenas um  ''– Hyung? Onde você está? Não chore, apenas não chore.''  Aquilo fizera JongHyun gritar loucamente por um medico e enfermeiras. Todos ficaram felizes naquele dia, até o momento que Taemin disse não conseguir vê ninguém. Depois da afobação, exames e preocupação, veio a triste notícia. Taemin estava cego. 

 

 

 

                                                                                    xXx 

 

 

– Já fazem 2 anos e mesmos assim, não consigo ouvir Paramore sem me lembrar daquele dia. Melhor eu parar com isso, não é Yasu? – Falava enquanto desligava o radio e fazia carinho no cachorro que estava nas minhas pernas. JongHyun poderia chegar logo, não aguentava mais ficar ali sozinho. Eu poderia fechar a livraria, mas o idiota não me disse onde estava as chaves, e eu estava com muita preguiça para procurar ela naquela bagunça que ele fazia no balcão. Até que ouvi o característico sino da porta, anunciando mais um cliente no fim daquele dia. 

– Boa tarde, em que posso ajuda-lo? – Taemin sorria como sempre fazia quando se tratava de clientes. 

– Você até parece uma criança adorável atrás desse balcão, mas só parece mesmo. – Disse com um provável sorriso irônico no rosto. 

– E você provavelmente parece um velhinho com essa bengala. Serio que ainda não aprendeu a andar com isso sem fazer tanto barulho? Você fica mais irritante com esse ''toc-toc'' que faz com ela MinHo. – Taemin tinha perdido o sorriso no momento que ouvira a voz do cunhado. MinHo continuava irritante como sempre, mas não mudava o fato de serem bons amigos, mesmo com as farpas que trocavam. 

– Você anda com um cachorro que peida em qualquer lugar. E eu sou irritante? 

–  Yasu foi e é treinado para me guiar, não para ser educado. – Eu não deixaria aquele sapo olhudo falar do meu companheiro canino.  

– Okay crianças, podem para com as briguinhas. – Então JongHyun finalmente chegou, agora aquele sapo ficaria quieto. 

– Pensei que tinha esquecido do seu pobre irmão cego que você abandonou nessa livraria, com seu cachorro peidão, segundo seu próprio namorado. – Então Yasu latiu, provavelmente reclamando do termo pejorativo usado.– Desculpe amigo. – falei passando a mão na cabeça do mesmo como um carinho. 

– Você chamou o Yasu de peidão MinHo? – Falou provavelmente virando para o namorado. 

– Você também chamou uma vez, e vive reclamando dele. – Como assim JongHyun já havia chamado meu amigo canino assim. 

– Eu posso chamar ele assim, até porque já temos uma historia desde que ele destruiu meu quarto. Mas acharia muito bom você pedir desculpas dele. 

Então ouvi a irritante bengala do Choi se aproximar de mim e Yasu atrás do balcão. – Desculpe garoto.– Então senti o mesmo fazer um carinho nas orelhas dele, próximo a minha perna. Como aquele Choi era manipulado pelo meu irmão, aquilo só me fazia ri, e não foi diferente do que JongHyun fez. Depois de vários resmungos do Choi, prováveis beijos entre os pombinhos e reclamações da minha parte. Finalmente fechamos a loja, e acabamos decidindo terminar o dia na mesma cafeteria de sempre. Só não esperava a surpresa que iria encontrar lá. 

 

 

                                                                                     xXx 

 

 

JongIn estava tendo mais um dia difícil. Já fazia uma semana que estava no novo emprego, e ainda não havia se acostumado a levar os pedidos sem acabar derrubando um ou outro pelo caminho. E isso acabava de acontecer mais uma vez, ele tinha derrubado um simples suco com um pedaço de torta de limão, bem próximo da mesa com a moça que havia pedido o mesmo. JongIn pode vê a cara de decepção dela, quando seu pedido com sua preciosa foi ao chão. 

– Me desculpe, vou pedir para alguém trazer outra enquanto limpo isso. – Falou enquanto se curvava em um sincero pedido de desculpa. Seu chefe olhava tudo do balcão, com um semblante triste. Ele tinha esperança no rapaz, mas quando achava que estava indo tudo bem, o mesmo quebrava ou derrubava algo. Estava perdendo as esperanças. 

Quando JongIn terminou de limpar sua bagunça, pode ouvir a porta da cafeteria se abrindo e logo se virou para cumprimentar os clientes. 

–Boa tarde, bem vindos ao Aroma do Sabor. – Então ele viu de quem se tratava. Aquele que vinha mexendo consigo estava ali, mais uma vez. 

– JongIn? Não sabia que estava trabalhando aqui. – JongHyun falou. 

– Olá Hyung. – Sorriu meio envergonhado. – Acabei conseguindo o emprego, uma sorte, estava quase desistindo. 

– Que bom que conseguiu um emprego. – JongHyun sorria para ele, o mais novo acabara contado que precisava de um emprego para ele e Taemin. Duvidava muito que o mais novo tivesse se importado muito com isso, mas o sorriso que JongHyun lhe direcionava, lhe direcionava, o relaxou. 

– Podem se sentar, anotarei o pedido de vocês. 

E com aquilo, JongIn seguiu com mais uma tentativa de trazer tudo sem quebrar. Daquela vez, ele conseguira. E acabou arrancando um sorriso de seu chefe. 

 

 

                                                                                  xXx 

 

 

Depois daquele dia, Taemin apreciava cada vez mais ir a cafeteria. JongIn sempre dava um jeito de se enfiar na mesa dele e ficar ali conversando com ele. Ele poderia não admitir, mas estava cada vez mais gostando da companhia do mais novo. Quem também apreciava aquela amizade era JongHyun, que via o irmão sorrindo mais, tendo a companhia de algum que não era ele ou MinHo. Mesmo que JongIn ainda não fosse dono de 100% de confiança do mais velho, ele deixaria seu irmão continuar com aquela amizade. 

Naquela mesma semana, JongIn tomou uma decisão, iria chamar Taemin para sair. Dizia a si mesmo que estava apenas querendo firmar mais a amizade que estavam criando, mas seu subconsciente sabia que aquilo era uma mentira deslavada. Esperou o mesmo aparecer com o irmão naquele dia na cafeteria, já ate havia decorado os dias que os dois gostavam de ir ao estabelecimento. Quando os dois chegaram naquele dia, JongIn quase não pode conter o sorriso que se alastrou por seu rosto, e foi logo atende-los. 

Quando trouxe seus pedidos, viu sua chance chegar ao notar JongHyun levantar para ir ao banheiro. Logo que o mesmo entrou no banheiro e ele terminou de servi os dois, se sentou a mesa. 

– Ah... Oi Tae. – Sorriu nervoso. 

– Oi JogIn, como você está? Derrubando muitas coisas ainda?  

– Eu melhorei nisso, estou quase 100% na arte de dominar uma bandeja. – Ele sorriu mais, mesmo que Taemin estivesse bagunçando com ele. 

– Que bom para você, e principalmente para o dono, que não está tendo tanto prejuízo com o próprio funcionário. – Taemin sorria, mesmo sendo um sorriso irônico, ele ficava lindo sorrindo. Ele estava lindo naquele dia, em todos na verdade. Quando notou o que estava pensando, tratou logo de tirar aquilo da mente e fazer o tinha ido fazer, antes que perdesse a coragem. 

–Enfim. Eu estava pensando, que tal nos sairmos esse fim de semana? Eu e você, tomar um sorvete, andar pelo parque... Que tal? 

– Sair? Eu e você? Exatamente porque? – Ele franzia a testa em duvida. ''Boa pergunta, o porque de sairmos juntos.''  

– Bem, somos amigos, certo? –  ouviu ele murmurar um sim. –  Amigos saem, muitas vezes do nada, só para fazer algo diferente, curtir a companhia um do outro. Por isso vamos sair. Além do mais, eu só te vejo com o JongHyun e o MinHo. – Aquela era uma boa resposta na opinião de JongIn. 

– Bem, isso é verdade. – ele parecia pensar um pouco. – Está bem, eu aceito sair com você. Mas para onde vamos? Porque, lembre-se que tenho o Yasu para levar, e infelizmente, ele ainda não é bem vindo em todos os lugares. 

JongIn havia pensado naquilo. Ele tinha planejado um lugar simples para eles irem passear, estava tudo planejado desde cedo para aquilo. 

– Eu tenho um lugar em mente. Vai ser surpresa. – E JongIn sorria, estava feliz que Taemin tivesse aceitado sair com ele. 

– Não muda muita coisa ser surpresa, quando se é cego. – E o sorriso que JongIn tinha no rosto, se foi completamente com aquilo que foi dito. Ele não gostava nada daquela baixa estima de Taemin, sempre fazendo os outros se calarem com seus comentários ácidos sobre sua situação.  

– Você não deveria dizer coisas assim, mesmo que seja uma verdade. Não faz bem para você e muito menos para as pessoas ao seu redor. – Taemin ficara calado, provavelmente querendo encerrar o assunto. – Enfim. Podemos nos encontrar aqui no sábado pela manhã?  

– Tudo bem, aqui as nove? – Ele parecia ter voltado ao seu normal. 

– As nove, perfeito. Venha com roupas confortáveis e tênis. 

– Mas o que? 

 

 

 

                                                                                   xXx 

 

 

Taemin estava agradecendo por ter dado ouvidos a JongIn sobre o que vestir. Ele sentia o sol lhe castigar razoavelmente a pele, enquanto estava na sombra esperando o mesmo. JongHyun quando soube que o irmão sairia com seu suposto ''amigo'', ficou imensamente feliz, arrumou as melhores e confortáveis roupas do mais novo, enquanto Taemin reclamava e dizia que aquilo era totalmente desnecessário. No final, estava com a roupa que lhe foi sugerida, uma bermuda, que segundo JongHyun era marrom, com uma blusa azul de manga, um chapéu preto e seus inseparáveis óculos escuros. Ele agradecia por ter recebido a carona de seu irmão mais cedo, pelo simples medo de machucar Yasu ao sol, mesmo não estando tão quente. Passara a viagem até ali ouvindo a empolgação do irmão por ele está finalmente socializando, sabia também que o próprio sairia com o namorado para passear, estava dando uma folga ao irmão também. 

Já estava ali a prováveis vinte minutos, e ele não era tão paciente assim. Se JongIn demorasse um pouco mais, chamaria um taxi e iria para casa. Ele sempre tinha dinheiro em sua carteira, todas as notas divididas em bolsos com pequenas etiquetas que ele  pudesse identificar, o mesmo com as moedas. JongHyun sempre teve esse cuidado desde o acidente, do mesmo modo que os números da discagem rápida eram dele, de MinHo e um taxista de confiança, fora os de emergência. Estava para pegar seu celular, quando ouviu alguém correndo e um arfar forte vindo para perto de você, e então ouviu a  voz daquele que tanto esperava. 

– Desculpe a demora. Eu acabei sendo preso em casa por conta de uma coisa, enfim. Me desculpa. – Ele parecia realmente cansado, mas ao menos tinha chegado. 

– Tudo bem, ao menos você não me deixou plantado aqui. 

– Te deixar plantado? Nunca. Mas vamos lá, temos um cronograma a seguir. 

Taemin julgava que ele estava sorrindo, mas resolveu ficar calado. 

Deixou JongIn lhe guiar sabe se deus para onde, eles conversaram pouco durante o caminho. Taemin tinha a impressão de ter um JongIn tímido ao seu lado, mas logo descartou essa ideia. Aquilo era praticamente impossível, principalmente por se tratar de JongIn. 

Quando enfim chegaram ao lugar que JongIn havia planejado, Taemin realmente ficara surpreso. Ele os havia levado para nada mais que um parque de cães, ele não lembrava daquilo existir ali próximo. JongIn lhe explicara que era recente, e ainda não havia uma multidão para ser um incomodo para ele e Yasu, assim sendo um alívio para o mais velho, que não queria seu pobre cão guia sofrendo com estresse. JongIn também convencera o mesmo a deixar Yasu solto, o que não foi difícil para ele, que também aprovou a ideia de dar uma folga para o seu amigo. 

Segundo as descrições do mais novo, o parque era um lugar amplo, com vários campos verdes, cheios de arvores e uma pequena lagoa. O vento que corria ali, era completamente agradável a Taemin, ele ouvia seu amigo canino latir alegremente, e isso também o deixava feliz. Ele estava sentado em um banco, esperando JongIn voltar com a primeira atividade deles ali, segundo o mais novo, ele precisava se divertir mais. 

– Voltei! Está preparado? – Ele notara que o mais novo estava com algo em mãos, tinha uma leve suspeita do que era, mas achava impossível ser aquilo realmente. 

–  Isso é uma bicicleta? – JongIn sorria para o mais novo, estava esperando para fazer aquilo a semana toda. 

– Sim, e de casal! Eu sempre quis andar em uma dessas, e bem, por motivos óbvios, quis experimentar com você. Vai ser uma experiência novas para nos dois. O que acha? 

Então Taemin sorriu. Fazia bastante tempo que não andava de bicicleta, esperava mesmo que aquilo fosse lhe divertir. 

– Acho que provavelmente iremos cair, mas vamos lá.– E então levantou. 

Depois de quase caírem no simples ato de subirem na bicicleta, JongIn começou o passeio mais detalhado, contava sobre as crianças que corriam com os cãezinhos menores, alguns cães que fugiam e aprontavam poucas e boas com seus donos, e de vez em quando olhava onde estava Yasu e falava para Taemin. No final do passeio, JongIn comprara sorvetes para os dois, e depois de descobrir que seu sorvete favorito era o de morango, e ajudar um pouco com ele, os dois estavam naquele mesmo banco de mais cedo, quietos, apenas apreciando aquele começo de tarde. Ele estava esperando terminarem seus sorvetes para convidar o mais novo para almoçar, o que era contraditório, já que teoricamente comiam a sobremesa antes. Notou que o mais velho já estava no final, e era o melhor momento para fazer o convite, quando foi interrompido. 

– Sabe, desde meu acidente, eu não me sentia assim, bem. Mesmo que meu irmão e cunhado façam tudo por mim, e me ajudem sempre, eu não me sinto 100% bem. Acho que o cuidado excessivo que eles tem comigo, me sufoca. Sei que é preciso disso nas maiorias das vezes, mas ainda não sei lidar com tudo isso, com essa escuridão que tomou a minha volta. 

JongIn escutava tudo calado, não sabia o que falar para o moreno naquele momento. Não achava digno dizer que sentia muito, não queria sentir ou demonstrar pena perante a situação dele, pois mesmo na dificuldade, ele estava ali, superando. 

– Deve realmente ser difícil, não posso dizer que entendo, ou algo do tipo. Mas saiba que, eu quero fazer isso mais vezes, fazer você se sentir bem cada dia mais, e sei que os hyungs também tentam isso, ao seus modos, mas tentam. 

Ele viu o mais velho sorrir, e isso já era ótimo. 

– Obrigada JongIn. Apenas o fato de finalmente ter alguém para quem falar isso, e por me ouvir, já está me fazendo bem. – E em um gesto involuntário, JongIn se aproximara do mesmo e passara a mão em seu rosto, como um leve carinho. Só notara o que fazia ao olhar o mais velho corado com aquele simples ato, fazendo o mesmo se afastar rapidamente e murmurar um breve pedido de desculpa. 

–  Tudo bem. – Ele sorria corado. – Posso lhe pedir uma coisa, JongIn? 

Ele apenas assentira, notando a besteira que fizera, se apressara a murmurar uma afirmação. 

– Posso vê seu rosto? Ao meu modo? – Taemin nunca havia lhe tocado, seria a primeira vez que ele se interessava por saber como o mais novo era. Aquilo o havia feito sorrir imensamente, JongIn se sentia feliz com aquele interesse. 

– Claro que pode! – Ele sorria enquanto guiava as mãos dos mais velhos ao seu rosto. Taemin começou pelos cabelos, meio longos, seguindo por sua testa e sobrancelhas, passando por olhos fechados, nariz, mas mostrando um interesse maior na boca, quando notara os lábios carnudos do mais novo. Os achara extremamente macios ao toque, aqueles toques fizeram JongIn corar e sorrir perante o gesto. 

JongIn estava encantado com a delicadeza dos toques do mais velho, se aproximando cada vez mais de seu novo interesse. Quando o mais velho parara os toques, eles estavam muito próximos, seus narizes colados, sentido as respirações se chocarem a sua frente, e então JongIn mais uma vez agira por instinto.  

Beijara Taemin, sem saber se o mesmo gostaria ou não daquilo, apenas queria tocar seus lábios naquele que estava lhe tirando o sono. Quando o mesmo notara o que estava acontecendo, se afastara rapidamente, quase caindo do banco com a pressa de se afastar, e logo ficando em pé. 

– Acho melhor pegar Yasu, e ir embora. – Desconversara. Não queria entrar naquele assunto agora, e nem depois. Estava confuso, absolutamente confuso com aquilo. JongIn notara aquilo e estava desesperado com a possibilidade de o mais velho se afastar completamente dele, depois de ter recebido aquela chance de aproximação e confiança do mesmo. 

– Você poderia pegar o Yasu para mim? – Ele pedira ainda em pé, tirando finalmente JongIn de seu pequeno transe. 

– Ah... Claro. Me espere aqui. Já volto. – enquanto JongIn ia buscar seu cão, Taemin se apressava para ligar para seu irmão. Tentara se rápido, e depois de muito enrolar o motivo da pressa e conseguir convencer o mesmo que estava tudo bem, e que apenas queria ir logo para casa. Conseguiu fazer o irmão ir lhe buscar naquele instante, quando desligou o telefone, notara os passos de JongIn voltando com Yasu. Agradecia pelo irmão não está longe, segundo o mesmo, e que não precisaria passar mais tempo naquele momento constrangedor.  

JongHyun realmente não demorara, no máximo cinco minutos. Quando chegou perto dos dois, logo notara a forte tensão neles, que estavam calados, com Yasu deitado em seu meio naquele banco. Perguntaria depois o real motivo de tudo aquilo, por enquanto, sua prioridade era apenas levar o irmão dali, e quem sabe um almoço em família depois. Estava morrendo de fome e MinHo não estava diferente. 

Quando Taemin foi embora com um simpático JongHyun, ele se arrependera daquele beijo, não muito, apenas pela possibilidade de perder o contato com Taemin que realmente lhe desesperava. Ele estava ferrado, muito ferrado. 

O que JongIn não sabia e nem notara, era que ele estava mais do que ferrado com aquela sua atitude. Pois a mesma teve espectadores, e com certeza, aquilo era um belo espetáculo para o rapaz de sorriso de coração. 

 

 

                                                                                xXx 

 

 

Taemin realmente evitara o mais novo depois daquele dia, para o desespero do mesmo. JongIn fazia de tudo para chamar a atenção dele com pequenos toques na hora de lhe servir na cafeteria e mesmo quando ia a livraria e tentava manter uma conversa com ele, era recebido com curtas respostas, e um Taemin arranjando o que fazer rapidamente nos fundos do estabelecimento. 

Aquilo estava o deixando louco, e não apenas ele. JongHyun já estava cheio de vê seu irmão calado e pelos cantos. Parecia que estava vivendo aquele mesmo ano angustiante de readaptação do mesmo, aquilo deixava o mais velho cada vez mais desesperado e chateado. Queria descobrir cada vez mais o que havia acontecido com aqueles dois. Mesmo que ele e MinHo tenham uma ideia do que seja, já que não eram bobos, queria que seu irmão confiasse em si para falar sobre o assunto. 

Mesmo Taemin pensando e repassando aquele dia em sua mente, não consegui entender a atitude do mais novo, que os levara aquele beijo. Não podia esconder de si mesmo que, sim, ele gostara do beijo, mas não tinha como admitir que sentia algo pelo mesmo. Estava mais confuso do que antes de aceitar aquele convite para passearem. Sabia que não podia deixar esse assunto para lá, principalmente quando tinha um JongIn tão insistente para manter contato consigo, indo quase todos os dias a livraria, e lhe tocando sempre que tinha oportunidade. 

Depois de dias pensando, remoendo aquilo em seus pensamentos e andando mais distraído que nunca – sua perna estava marcada de tanto se bater na cômoda pela manhã, por conta de sua total distração.– ele decidira que daria uma chance de JongIn se explicar. 

Naquela tarde nublada de segunda feira, duas semanas depois do ocorrido, Taemin decidira que finalmente ir à cafeteria conversar com JongIn. 

 

 

 

 


Notas Finais


Ficou confuso? provavelmente. Não vai demorar muito para vim com a segunda parte, que possivelmente vai ser postada com a do Minseok. Prometo. (sim,me meti em duas coisas ao mesmo tempo. haushaushaushaus)
Espero que gostem, principalmente a Lice.
Beijos :*


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