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História Artificial Love - Ele voltou


Escrita por: honeyutak

Notas do Autor


Olá!!!
♧ Então, essa é minha primeira fanfic com EXO, tô bem nervosa, mas o que vale é a intenção.. eu acho haha
♧ Bom, é com um dos meus shipps preferidos do grupo e espero que gostem!!
♧ Até lá embaixo ♡

Capítulo 1 - Ele voltou


Era segunda-feira, o dia menos interessante na boate já que esta não era aberta para clientes, e sim para que os rapazes que trabalhavam ali pudessem ensaiar e resolver pendências para que o local funcionasse normalmente no resto da semana. Yixing tinha acabado de chegar ao fim de seu ensaio, era um dos strippers mais famosos dali pelo fato de que ninguém achava que por trás daquele rostinho inocente existia um homem capaz de deixar qualquer um com a humidade elevada nas partes baixas.

O rapaz de vinte e seis anos estava no maior camarim do lugar, onde geralmente todos os rapazes dali se encontravam aos fim dos expedientes para se ajeitarem antes de ir embora, e desta vez não fora diferente, a única diferença é que mais da metade deles já havia pego o rumo de suas próprias casas, e ali só se encontrava o próprio Zhang e o amigo, Kyungsoo.

— Xing, já sabe quem é o novo pau mandado do Jongin? — O chinês ouviu a voz baixa do outro, se virando de frente para ele no mesmo instante.

— Como? — Perguntou franzindo o cenho.

— Jongin contratou outro cara, para me substituir — seus olhos estavam vidrados numa fotografia antiga que havia na parede da sala, a primeira foto que os funcionários tiraram juntos e Jongin bem ao centro sorrindo da forma mais bonita que já vira — Qual o problema comigo? Aquele homem me odeia.

— Quanto drama, Soo — disse levantando da cadeira onde estava e voltando a olhar-se no espelho — Isso que você está sentindo tem nome, sabia?

— E o que é?

— Ciúmes — respondeu e, quase de imediato, sentiu um objeto pesado bater contra sua cabeça, um gemido de dor se desprendendo de sua boca no mesmo instante — Ficou maluco, Kyungsoo?

— Eu é que te pergunto — a voz do mesmo se elevara consideravelmente, mas Yixing percebeu que ele vacilou na pose séria.

— Você arremessou um celular em mim e eu é que tenho um problema? — Perguntou enquanto gesticulava — Se não fosse ciúme você não estava se doendo por causa de um cara qualquer, além disso, é capaz de Jongin te promover pra um cargo em que você esteja ainda mais perto dele.

— Não viaja, Zhang, não viaja — disse após revirar os olhos.

— Quem é o substituto, afinal?

— Descubra sozinho, preciso ir embora, já está na minha hora — ele juntou seus pertences, incluindo o celular que estava jogado no chão, e saiu do camarim, bufando e reclamando do quanto o chinês era abusado.

Yixing, por sua vez, terminou de ajeitar os fios de cabelo e juntou suas coisas bem a tempo de Sehun aparecer ali, para avisar que Jongin o estava chamando, antes de ir embora de uma vez. Não era muito comum que ele fosse solicitado na sala do chefe, normalmente Kyungsoo era quem tinha essa sorte, então seu coração estava levemente acelerado, será que tinha acontecido alguma coisa? Bom, ele descobriria após entrar.

Duas batidas na porta foram o suficiente para que Jongin autorizasse sua entrada, e ele até cumprimentaria o outro se não tivesse tido a pior surpresa de toda a sua vida ao adentrar a sala. O chinês recuou dois passos, se arrependendo amargamente de ter ficado até tarde ali, talvez, se tivesse ido embora mais cedo, não teria aquele azar.

— Yixing, está tudo bem? — Jongin perguntou ao ver o rapaz parado quase grudado na porta, e a terceira pessoa ali presente se virou bruscamente, encarando o dono do nome tão conhecido por si de forma assustada.

— Sim, está tudo bem — a voz dele saiu baixa, mas isso não impediu que Jongin o ouvisse e fizesse um sinal para que se aproximasse, e foi o que fez, com certo receio.

— Ótimo, chamei você aqui para dar uma notícia, sente-se — fez o que o outro mandou, se sentando ao lado da pessoa que jurara nunca mais ver — Como sabe, não gosto de enrolações e já está tarde, então prometo ser breve. Estou te promovendo, Yixing, eu pensei bastante antes de te dar essa oportunidade, mas acho que você é competente para exercer o cargo que queria.

— Do que, exatamente, você tá falando? — Perguntou em confusão.

— Você será nosso segundo gerente, estamos contratando novos Strippers e Barman, mas o Sehun não está dando conta de todo mundo sozinho, então você vai fazer companhia a ele — Jongin sorriu, juntando as folhas espalhadas por sua mesa e grampeando todas antes de prosseguir — Lembrando, é claro, que isso não impede que você continue fazendo seus shows, a única diferença é que agora vai fazê-los com uma menor frequência. 

— Você está brincando, não é? — Desta vez seu tom era de alegria, o rapaz tinha passado meses enchendo a cabeça dos amigos sobre o quanto queria ser promovido a gerente.

— Não, não estou brincando — ele riu baixo enquanto negava com a cabeça — E aproveitando o momento, quero te apresentar seu mais novo aluno. Junmyeon, este é Yixing, Yixing, este é Junmyeon — ao concluir aquela frase, toda a empolgação do chinês se esvaiu, o quão fodidamente azarado ele precisava ser para passar por uma situação daquela?

— É um prazer — o chinês ficou ainda mais paralisado ao ouvir a voz do outro depois de tanto tempo, e mesmo sem olhar para ele, conseguia ver sua mão estendida em sua direção, então a apertou a contragosto.

— O prazer é todo meu — respondeu puxando sua mão de forma rápida, arrancando um olhar curioso de Jongin — Bom, obrigado pela oportunidade, Jongin, prometo não decepcionar.

— Você nunca decepciona, Xing — chamou o rapaz pelo apelido, e os dois apertaram as mãos esbanjando sorrisos amigáveis — Estão liberados! Yixing, converse com Sehun para entender melhor o que fazer, vocês dois começam na segunda que vem.

— Obrigado. — Junmyeon disse, se levantando.

— Ah, conselho de amigo, converse com Kyungsoo — Yixing disse, sorrindo de forma divertida ao que Jongin fez uma careta — Boa sorte.

O chinês se levantou e, na intenção de fugir de Junmyeon, andou a passos largos até a porta, abrindo a mesma e saindo daquela sala antes que explodisse; o problema é que o outro rapaz chegou ao lado de fora tão rápido quanto ele mesmo. Ambos caminharam em silêncio até a porta de entrada e saída de funcionários, — esta que era virada para o estacionamento do local — mas antes que Yixing pudesse atravessar a enorme porta de ferro, pôde sentir a mão do Kim se fechar em seu pulso.

— Espera, Yixing — ele pediu, recuando um pouco assim que o chinês se soltou com brusquidão e o encarou com o cenho franzido — Se você não estiver se sentindo confortável com isso, eu sumo daqui...

— Não estou desconfortável, Junmyeon — mentiu, respirando fundo no intuito de manter sua falsa pose de quem estava totalmente seguro de si — O que você faz ou deixa de fazer da sua vida não me diz respeito, você está aqui a trabalho, eu também, fora daqui eu continuo fingindo que você não existe e você continua fingindo que a gente não se conhece.

— Eu sinto muito por ter desaparecido, eu realmente não queria que tivesse terminado dessa forma.

— Não faço ideia do que está falando — ele respondeu, ajeitando a mochila no ombro e se virando para ir embora de uma vez, mas teve o pulso segurado novamente.

— Lay, por favor — aquele tinha sido um golpe baixíssimo, Junmyeon sabia disso, mas queria conversar com o outro.

— Se não se incomoda, eu tenho coisas importantes a fazer hoje, preciso ir embora. E quero que chegue cedo aqui na segunda, quanto mais rápido eu começar, mais rápido me livro de você — e então ele se soltou, o maxilar travado denunciava que, ou ele havia perdido a paciência, ou queria desesperadamente chorar; pela primeira vez na vida, o Kim não sabia dizer qual das duas coisas era.

Yixing, enfim, saiu do local e caminhou a passos rápidos até seu carro, o processo de destravar o automóvel, entrar nele e se sentir seguro foi absurdo, ele não conseguia se sentir bem, nem conseguia parar de tremer, eram emoções diversas bombardeando-o com todas as forças e ele sequer conseguia respirar direito. Sua maior surpresa foi quando sentiu algo quente escorrer por sua bochecha, porque sequer tinha notado que estava chorando, sequer tinha percebido que não tinha superado completamente a história dele com Junmyeon, mas agora, depois de ter ficado cara a cara com o outro, parecia que tudo o que tinha evitado sentir tinha voltado em dobro.

Enquanto trabalhava a própria respiração, no intuito de voltar ao seu eixo e conseguir ir logo para casa, o Zhang se lembrou de quando conheceu Junmyeon, em um cassino em Las Vegas. Ele havia acabado de ingressar na carreira de Stripper — após alguns anos de aula de dança e workshops do ramo — e o Kim era uma das muitas pessoas podres de ricas que frequentavam lugares como aquele apenas para ganhar mais dinheiro ou, simplesmente, perdê-lo, mas essa segunda parte nunca acontecia com o coreano, ele tinha muita sorte, se assim pudesse ser dito.

Junmyeon era o tipo de homem que todos cobiçavam, principalmente outros homens, e o próprio Yixing não era muito diferente disso, tudo o que ele podia fazer para chamar a atenção do rapaz, ele fez, e quando conseguiu, fez o possível para passar todas as suas noites com ele. Os dois sempre iam juntos para os cassinos, o Zhang para trabalhar, e o Kim para mais apostas, e assim que o expediente acabava, Junmyeon levava o chinês para um hotel. 

Porém, como todo clichê, após meses vivendo essa loucura com o coreano, Yixing se apaixonou, principalmente quando os encontros dos dois passaram a não ser mais somente para transar, e sim para assistir a algum filme, apenas dormirem juntos, ou até mesmo conversar sobre eles mesmos e suas vidas antes de chegarem até ali. Mais clichê ainda foi quando Junmyeon confessou que também havia se apaixonado, ou pelo menos era o que ele queria que Yixing acreditasse.

Eles namoraram por mais alguns meses, e, com isso, o chinês decidiu que procuraria outro emprego, por mais que aquele trabalho fosse algo que gostava, pensou que não se sentiria confortável em continuar exercendo tal profissão enquanto tinha um parceiro. Porém, como as pessoas costumam dizer, sorte e amor geralmente não andam juntos, e com Junmyeon não foi muito diferente, até porque assim que este decidira morar com Yixing, começou a ter a maior onda de azar de toda a sua vida nos jogos, e, com isso, passou a perder cada centavo que ele, e o chinês, tinham.

O coreano era viciado em apostas, os anos naquele ramo o fizeram aprender a ser, e essa foi a sua ruína, porque quanto mais ele apostava, mais ele perdia, e quanto mais ele perdia, mais ele queria apostar. Yixing não fazia ideia de como pará-lo, nem mesmo conseguia se concentrar em procurar um emprego decente, já que todos os dias precisava socorrer um Junmyeon fugindo que pessoas a quem devia certo dinheiro. 

E foi aí que o chão do chinês foi arrancado debaixo de seus pés, porque em determinado dia, após rodar pela cidade em busca de trabalho, ele encontrou o apartamento em que vivia com o Kim praticamente vazio, e as poucas coisas que ainda tinham sobrado ali estavam reviradas; Junmyeon tinha simplesmente desaparecido, deixando-o sem dinheiro e sem a menor vontade de se envolver com qualquer pessoa à medida que os anos foram passando, especialmente pessoas que gostavam de apostas.

Na época, Yixing conseguira contatar um antigo amigo, e pedira dinheiro emprestado para pagar a volta para a Coreia, foi quando conheceu Jongin e ele lhe oferecera o emprego em que estava até hoje, quase cinco anos sendo um dos melhores Strippers da boate Artificial Love, uma das mais conhecidas do país, que a partir daquele exato momento passaria a ser o local de trabalho de Junmyeon, o maldito e desaparecido Kim Junmyeon.

Sua cabeça doía enquanto pensava em tudo, as mãos apertavam o volante com força e tudo o que conseguia pensar era no quão filho da puta era quem quer que tivesse colocado ele nessa vida, pensou até mesmo que aquele azar do coreano tinha passado para si por osmose, porque não existia nenhuma outra explicação.

Quando deu por si, minutos demais haviam se passado, tudo do lado de fora do carro estava incrivelmente escuro e ele estava praticamente sozinho no estacionamento, ele, seu carro e seu coração apertado.

 

Chegar em casa naquele dia tinha sido um parto, assim como dormir e descansar. Na verdade, a semana inteira tinha sido assim, uma bagunça, Yixing estava completamente perdido, mas sabia que não podia ficar daquele jeito, seu rendimento tinha sido abaixo do mínimo naqueles dias, tanto em casa quanto no trabalho, e já havia recebido broncas de todos os amigos por conta disso.

No fim de semana, enquanto se afundava em filmes de animação, comida e boas horas de sono no apartamento onde morava, decidiu que na semana seguinte as coisas seriam diferentes, ele precisava superar Junmyeon de uma vez por todas, ou pelo menos precisava aprender a lidar com tudo o que o outro causava em si. Ainda não tinha falado com nenhum dos amigos sobre a volta do Kim, e pretendia adiar isso o máximo que pudesse, afinal, pelo que tinha entendido em uma das conversas com Jongin, somente ele sabia quem era o novo contratado.

O Zhang estava com a cabeça cheia de coisas quando acordou, tinha tido sonhos demais para poucas horas de sono e sentia-se levemente zonzo, mas nada que um copo gigante de café não fizesse melhorar, depois, é claro, que parasse de encarar o teto branco de seu quarto enquanto pensava em como ele, definitivamente, não queria estar na presença do Kim, muito menos gostaria de fazer o que Sehun havia instruído alguns dias antes; aquilo era tortura demais, e ele odiava cada vez mais sua própria má sorte.

Após se lamentar por minutos incontáveis — e ver o quão atrasado estava — ele levantou de onde estava em um pulo, correndo para o banheiro na intenção de tomar o banho mais rápido de toda a sua vida. Depois de se arrumar em tempo recorde, Yixing catou um último pedaço de pão que tinha na cozinha e seus pertences, quase caindo no chão no processo de equilibrar tudo nas mãos, trancar o apartamento e correr até o estacionamento.

Qual não foi o seu surto interno quando se organizou dentro do carro e, ao dar partida, descobriu que teria de passar no posto de gasolina? Ele estava à beira de um ataque, e não era nem nove da manhã ainda.

Como já estava atrasado, pensou que não custava ir comprar, pelo menos, o café que estava ansiando enquanto a atendente do posto enchia seu tanque, e assim que pegou o copo de 300ml, — sim, ele era completamente louco — ouviu o celular tocar e já esperava por uma bronca daquelas ao ler o nome de Jongin na tela.

Alô? — disse após engolir um pouco do líquido quente.

Onde você está? — A voz do chefe invadiu seus ouvidos de uma forma não muito agradável e, inconscientemente, acabou fazendo uma careta.

Estou chegando, meu carro ‘tava sem gasolina.

Mas já conseguiu resolver?

Sim, senhor — respondeu tentando descontrair, quem sabe daquela forma o outro esquecia que estava atrasado.

Então tente chegar mais rápido porque tenho um compromisso de última hora, a boate está vazia e eu não vou deixar o novato sozinho aqui. — é, não tinha funcionado.

Tudo bem, chego em cinco minutos — sem sequer esperar por uma resposta, Yixing desligou a ligação, chegando ao carro a tempo de pagar pelo combustível e sair logo dali antes que fosse demitido.

O chinês realmente chegou no tempo que tinha dito ao chefe, o que significava que provavelmente ele receberia alguma multa ao fim do mês e que provavelmente tinha sido liberto de alguns acidentes no meio do caminho, mas preferia não pensar muito nisso, afinal, um Jongin o esperava impaciente na porta da boate enquanto corria até ele com o copo de café em mãos — e pela metade.

— Até que enfim!!! — comemorou, mas a expressão de impaciência ainda não tinha abandonado seu rosto — O novato está na sala de ensaio, estou atrasado e só volto no turno da noite porque Kyungsoo provavelmente vai querer me matar.

— Você vai largar a boate pra ir ver o Soo? — Yixing perguntou incrédulo.

— Pretendo oficializar meu relacionamento hoje, meu caro, e pelo atraso eu já acho que ele vai me dar uma surra ao invés de aceitar o pedido, então me compreenda.

— Uou, tudo bem, pode largar tudo e ir, eu cuido das coisas por aqui — disse tentando não rir da cara de desespero do outro.

— Obrigado, e boa sorte no seu primeiro dia no novo cargo — Jongin sorriu, dando tapinhas nas costas do chinês — Quando sair pra almoçar, fecha tudo e confere as portas.

— Sim, senhor! — respondeu, vendo o amigo correr até o carro e sumir de suas vistas alguns poucos minutos depois.

Yixing estava tão perdido no fato de que aqueles dois, enfim, se resolveriam quanto ao status de relacionamento, que esqueceu completamente que ficaria sozinho com Junmyeon a manhã inteira, lembrando desse pequeno detalhe somente quando ouviu a voz do outro chamando por seu nome do lado de dentro da boate, precisou respirar fundo e fechar os olhos por alguns instantes antes de terminar seu café, que já estava gelado e amargo demais, e entrar no local.

— Bom dia, Lay — o Kim disse cordialmente, mas o chinês passou por si sem nem mesmo olhar em sua cara.

— Fora do horário de trabalho eu sou o Yixing — respondeu, caminhando a passos largos até a sala de ensaio que ficava um pouco mais longe que as salas de apresentação — Desculpe o atraso, vamos começar logo.

Após terminar de falar, o chinês se concentrou em arrumar o som, pegar os objetos necessários e os organizar em cima do pequeno palco que tinha ao canto da sala, e só então ele se virou para olhar Junmyeon, e, por todos os deuses, que pecado de homem. Ele estava tão bonito naquela calça preta colada, na blusa azul marinho e no tênis de cor também escuta, que por um momento o Zhang pensou até ter parado de respirar; ele lembrou de um dos motivos para ter se apaixonado pelo outro.

— Yixing? — Junmyeon chamou com receio, afinal, o rapaz tinha ficado estático enquanto olhava para si — Está tudo bem?

— Ah.. Claro! Por que não estaria? — O outro respondeu após sair do transe, voltando a respirar decentemente e então se aproximou um pouco mais do Kim

— Você está vermelho…

— Não é nada. Vamos começar — mudou de assunto, ficando totalmente sério novamente — Existem algumas coisas que você precisa saber, para então treinar e, no fim, estar apto ao serviço. A primeira dessas coisas é que você precisa ser bastante expressivo, precisa saber passar o que está, ou não, sentindo apenas com as expressões, sejam elas faciais ou corporais, você precisa ser misterioso, desafiador, fofo, divertido, sexy... Terão dias em que terá que escolher apenas um desses para ser, mas outros em que vai ter que ser um pouco de todos.

— Serão como aulas de teatro?

— Isso aqui é puro teatro, Junmyeon, tem alguns momentos em que a gente acaba se deixando levar pela situação e sai mais natural, mas, de resto, é tudo atuação, trabalhamos para atrair pessoas, precisamos fazer isso até quando não estamos, de fato, querendo fazer isso — Yixing riu de leve, como se dissesse que aquilo era óbvio.

— Entendi.. 

— Agora, sobre a segunda coisa, precisaremos treinar muito como você usa o seu corpo — disse vendo o Kim franzir o cenho.

— Como assim?

— Bom, se você vai ser um stripper, precisa fazer mais do que somente expressões, você tem que agir — o Zhang se aproximou do outro, tocando seu peito com a destra, o empurrando devagar até que este estivesse sentado na cadeira posta ao centro da sala — E para tudo, tudo mesmo, teremos demonstrações minhas, e tentativas suas.

Deixando o rapaz lá, o chinês foi até o palco, pegando uma venda preta e entregando ao Kim em seguida, pedindo para que este colocasse o pedaço de pano, explicando que fazia parte da demonstração.

— É necessário que eu esteja sem enxergar? — ele perguntou, e Yixing riu, assentindo com a cabeça logo em seguida.

— Sim, porque seus sentidos ficam aguçados quando um deles é tirado de você — respondeu se aproximando novamente, ele odiava seu novo cargo a cada segundo que passava, porque de todas as pessoas do mundo, a última que ele queria sentar no colo, com certeza, era Junmyeon.

— Ei, o que está fazendo? — o Kim deu um pulo de susto, pronto para tirar a venda, mas Yixing foi mais rápido e impediu o caminho que suas mãos faziam.

— Isso é só uma demonstração, Junmyeon, apenas relaxa e presta atenção — pediu ao que colocou as mãos do outro em suas coxas, e aquilo, por um momento, fez o corpo de ambos congelar, a sensação de nostalgia os atingindo em cheio — É bem simples, você precisa tocar, e dependendo do momento e de quem esteja com você, precisa descobrir os pontos fracos dessa pessoa.

O tom do chinês era mais baixo do que antes, e, mesmo contra sua vontade, ele acabou guiando as próprias mãos para os braços alheios, fazendo uma leve carícia ali enquanto deslizava as pontas dos dedos para cima, a destra repousando no ombro dele e a canhota seguindo um caminho até os fios da nuca alheia, Yixing sabia que aquele era um dos pontos fracos do outro, e se sentiu nervoso por um momento ao tocá-lo daquela forma novamente.

Junmyeon, o chinês notou, estava arrepiado, e completamente tenso, mas como o seu eu profissional era totalmente racional, ele parou de pensar nas vezes em que fez aquilo com o outro, nas vezes em que a partir daquele toque, as coisas evoluíam até que estivessem nus em algum cômodo do apartamento que dividiam, e focou na demonstração, aquilo era unicamente para ensinar o Kim a como se portar.

Mas o problema começou quando o coreano deixou um suspiro baixo escapar, logo após Yixing mover brevemente o quadril, porque foi ali que ambos notaram que perderiam o controle da situação a qualquer momento se continuassem tão próximos, e, por mais que lá no fundo eles quisessem perder esse controle, ambos ainda tinham consciência de que não era a melhor hora para isso.

— Você precisa sentir, Junmyeon, sentir você, sentir a outra pessoa — o Zhang sussurrou, fingindo que seus batimentos cardíacos não estavam mais acelerados do que gostaria — Precisa descobrir pontos, descobrir como e o que a pessoa quer que você faça... O que você passa pra pessoa pode não ser verdadeiro pra você, mas tem que causar um efeito, tem que parecer real.

— Yixing... — ele chamou, daquele jeito que chamava sempre, e o chinês precisou respirar fundo antes de levantar dali, não tinha uma forma psicologicamente segura para que aquilo desse certo, ainda mais quando viu o outro se remexer na cadeira e, consequentemente, notou a ereção que este tinha marcada na calça colada.

— Pode tirar a venda — disse com dificuldade, acompanhando a respiração aparentemente pesada do coreano e a dificuldade que este teve para, enfim, tirar a venda do rosto.

— O que acabou de acontecer aqui? — Ele perguntou em um tom baixo.

— Você tem que sentir, Jun, sentir — respondeu chamando-o pelo apelido que costumava usar, era mais fácil do que ter de dizer o nome inteiro — Vamos treinar isso aí também, essa sua cara de assustado, a vergonha da ereção, e em seguida você vai ter que fazer em mim, o mesmo que fiz em você.

— Como? — perguntou incrédulo.

— O mesmo que fiz em você — repetiu de forma óbvia — Uma vez em mim, e depois vou pedir ajuda ao Sehun porque nele vai ser mais difícil.

— Por que seria?

— Porque você me conhece, e sabe meus pontos fracos — respondeu simplista, dando de ombros — Assim como eu sei dos seus, então alguém completamente desconhecido pode te ajudar melhor nisso do que eu. 

— Tudo bem, faz sentido — Junmyeon suspirou, parecendo pensar naquilo.

— Ah, uma coisa: Jamais interfira na sua atuação, no momento, no show, por causa de ereção ou seja lá o que esteja acontecendo com você, também não surte caso a outra pessoa passe pelo mesmo, nosso corpo responde à estímulos, então é normal que isso aconteça.

— É um pouco complicado não interferir em algo com isso no meio das pernas — ele disse apontando para a marca em sua calça.

— É exatamente por isso que estamos aqui — Yixing rebateu com uma piscadela — Agora vamos continuar.

E foi assim que durante duas horas os dois ficaram treinando expressões, o Zhang estava empenhado em passar exercícios faciais para o outro, em alguns momentos fazendo junto com ele para que o outro não se sentisse desconfortável em fazer sozinho, afinal ele parecia bastante deslocado. Os dois até mesmo se permitiram rir em alguns momentos, devido a caretas engraçadas, e, por mais que fosse o objetivo principal manter a postura séria e ignorar toda e qualquer interação que não fosse puramente profissional, ambos conseguiam notar — e não negavam — que o clima estava leve, e isso os fez lembrar dos momentos em que ficavam, um bom tempo antes de engatarem no namoro.

Yixing quis se bater quando aquela sensação de nostalgia novamente o preencheu, era para ele estar somente muito puto da vida e querendo que Junmyeon sumisse, mas aos poucos esse sentimento sumia, principalmente quando o outro fazia aquele biquinho de total indignação quando não conseguia fazer alguma coisa ou quando a risada gostosa saía por seus lábios; o chinês notou que mesmo após anos, ainda nutria sentimentos fortes pelo outro, e isso era péssimo, em seu ponto de vista.

— Estou me saindo tão mal assim? — Junmyeon perguntou parando de rir aos poucos, comprimindo os lábios ao ver que Yixing o encarava com uma expressão confusa.

— Não, claro que não — respondeu após voltar para a realidade, piscando freneticamente — Só precisa treinar um pouco mais sua expressão de mistério.

— Posso fazer isso na frente do espelho? — o chinês assentiu com a cabeça, se afastando do outro e o observando fazer cada uma das expressões enquanto analisava seu reflexo.

— Sabe que não ta dando certo, não sabe? — Yixing perguntou com um sorriso maldoso, Junmyeon sabia que ele queria rir de si mais uma vez.

O Kim bufou em desistência, sentando no chão enquanto bagunçava os fios de cabelo com os dedos, o deixando com uma aparência engraçada, mas atraente na mesma medida.

— Isso é muito difícil.

— Só tentou algumas vezes e já desistiu? Impressionante.

— Sinceramente, como você faz isso?

— Muito treino, Jun, não é como se eu tivesse aprendido da noite pro dia, são horas, dias de treinamento — respondeu antes de começar a guardar os objetos espalhados pelo palco — É só ser sexy, não é possível que você não saiba ser sexy — disse revirando os olhos, mesmo estando de costas para o outro.

— Não é fácil para mim ser sexy propositalmente e quando não estou na cama com alguém — comentou rapidamente, parando de respirar no exato momento em que notou o que havia dito — Digo, não que eu tenha ido pra cama com alguém além de você, mas... Ai, esquece o que eu disse, eu só tô me complicando mais.

— Eu não preciso saber da sua vida sexual, Junmyeon — Yixing respirou fundo, tentando acalmar os batimentos cardíacos que haviam acelerado só com a pontinha de esperança de que ele não tivesse mesmo se relacionado desta forma com mais ninguém, mas aquilo era ridículo, por que estava esperançoso com isso? — Nem que seja preciso você imaginar que está transando com alguém, use sua imaginação pra alguma coisa e tenta fazer logo isso, eu quero ir embora ainda hoje.

— Tudo bem... Desculpe — disse em um tom baixo, evitando olhar diretamente para o chinês.

— Tente mais algumas vezes enquanto eu busco mais água pra gente — falou pouco antes de pegar as garrafas d’água e sair dali, seguindo em direção à cozinha dos funcionários.

Enquanto colocou uma das garrafas para encher, pegou um pouco de água na pia e jogou no próprio rosto, pensando que se desse tudo certo, não precisaria que mais de três dias compartilhando a mesma sala de ensaio com o Kim, só três dias em que ele precisaria se segurar para não gritar, mandar todo o autocontrole pra puta que pariu e matar a saudade esmagadora que sentia do outro.

— Yixing, você está bem? — O Zhang deu um pulo de susto ao sentir a mão do outro tocando seu ombro, e acabou se afastando de imediato, indo fechar o filtro que derramava água por todo o balcão, tinha se perdido nos pensamentos ao ponto de esquecer daquilo.

— Sim, estou, conseguiu fazer? — Junmyeon assentiu, observando-o secar o rosto com a camiseta que usava, mas queria conversar com ele, não queria continuar ali interagindo com o outro sem antes lhe dizer a verdade, por isso o tinha seguido até a cozinha — O que foi?

— Tem certeza que está bem? — A expressão de preocupação misturada à confusão que o coreano fez foi a última gota que precisava para fazer Yixing explodir.

— Não, não está nada bem!

— O que houve?

— Mas que porra, Junmyeon — ele gritou — Qual é a merda do seu problema? Realmente tá me perguntando o que houve?

— Xing... 

— Cala a boca! — Estava calor demais ali, seu corpo inteiro formigava, estava verdadeiramente puto — Você simplesmente some do mapa do completo nada, depois de ter feito eu me apaixonar por você feito um grande idiota, passa anos desaparecido, agora volta do mesmo nada e quer que eu me sinta como? Feliz? Quer que eu te dê os parabéns?

— Não aconteceu o que você pensa, eu não te abandonei, Yixing, não fui simplesmente embora, você não faz nem ideia do que houve.

— Não faço mesmo e nem quero saber o que aconteceu, só de você estar aqui me fazendo relembrar meu passado já torna as coisas piores — respondeu com rispidez, vendo o Kim se aproximar de si igualmente irritado.

— Eu desapareci porque fui preso, Yixing! Preso! — ele gritou de volta, olhando intensamente nos olhos alheios, percebendo quando este vacilou, parecendo assimilar a informação — Eu fui acusado de coisas que não fiz, fui perseguido por todos os sócios daquele maldito cassino, foi por isso que perdi nosso dinheiro, tentei me livrar deles, das acusações falsas, e se eu fugisse do país seria pior pra mim, seria pior pra nós dois.

— Do que raios você está falando? — Perguntou alguns tons mais baixo, sua respiração já dava sinais de que começaria a falhar a qualquer momento.

— Me acusaram de coisas horríveis, Xing — ele também diminuiu o tom, suspirando antes de prosseguir — Eu ganhava dinheiro demais, eles perdiam muito pra mim nos jogos, isso irritou mais gente do que eu pensei, feriu o ego e o orgulho de muitos daqueles homens, ninguém ganhava de mim nas apostas, então decidiram apelar para o meu pessoal, tiveram todo o trabalho de pensar em barbaridades, organizar provas falsas, para me ameaçarem, eles pensavam apenas em dinheiro, e se estavam perdendo esse dinheiro pra um moleque de vinte e poucos anos, eles precisavam fazer alguma coisa. Foi logo quando fomos morar juntos, você saiu do emprego na mesma época em que eu parei de apostar com frequência, eles ligaram os pontos e então foi só mais um motivo, você acabou envolvido nessa bagunça também... — o Kim levou uma das mãos até o rosto do chinês, secando uma lágrima que ele sequer tinha percebido que escorria — Eu não ligava se alguma coisa aconteceria comigo, ou com o meu dinheiro, se eu seria preso ou morto, eu só não queria que mexessem com você, que chegassem até você.

— E eles queriam isso? — Perguntou, fungando e secando por conta própria as lágrimas que agora teimavam em descer por suas bochechas.

— Eles sabiam de nós dois, e sabiam que mexer com você era a única forma de realmente me atingir. Por isso eu demorava demais na rua e pedia pra que você não saísse do apartamento sozinho, eu tinha medo de perder você, Yixing, porque eu te amava — agora Junmyeon também chorava, a destra agora se ocupava em acariciar a bochecha do chinês — Eu amo você, Xing. Você não tem noção do quanto eu tive medo de te perder pra sempre assim que eu fui preso, fiquei com medo de você descobrir tudo e não acreditar que aquilo era uma armação, fiquei com medo de você me odiar... Quando eu fui solto, voltei pro nosso apartamento e as poucas coisas que ainda tinham lá estavam reviradas, eu vivi um luto depois disso, pensando que você tivesse tido um destino pior que o meu, mas meu coração não aceitava isso. Eu quase morri quando cheguei aqui semana passada e vi você naquela porta, e ouvi sua voz depois de tanto tempo.

Yixing estava em choque, era tanta coisa para processar, tantos acontecimentos que ele não sabia se deveria ou não acreditar, mas seu coração acelerado pedia para que confiasse no outro, ele queria confiar no outro, mesmo que tudo aquilo parecesse loucura, ainda que aquele “eu amo você” parecesse tão verdadeiro.

— Se você foi acusado de tantas coisas, por que ficou tão pouco tempo preso? — Foi tudo o que ele conseguiu perguntar, ele quase não enxergava o Kim com tantas lágrimas insistindo em cair.

— Arrumei um advogado muito bom, um velho amigo dos meus pais, que mesmo depois de tantos anos conseguiu me inocentar e me aconselhou a voltar pra Coreia, voltar pra minha verdadeira casa, e agora eu estou aqui, tentando me reestruturar, começar minha vida de novo.

— Não fala mais nada, por favor — Yixing pediu, fechando os olhos por um breve momento, como se aquilo fosse ajudar ele a engolir tudo aquilo com mais facilidade.

— Xing, por favor, me perdoa — a proximidade repentina de Junmyeon fez Yixing respirar fundo, suas testas estavam se tocando, e ele podia sentir que o outro queria ainda mais proximidade, mas não podia fazer aquilo, de jeito nenhum, então o empurrou sem força alguma dentro de si para que o ato fosse realmente feito.

— Vá embora daqui — seu tom ainda era baixo, porém firme, mesmo que o choro não tivesse cessado.

— Yixing... 

— Só vai embora, Junmyeon, por favor, não aparece mais na minha frente, não apareça mais na minha vida, é a única coisa que eu te peço — o Zhang desviou o olhar, falar aquelas coisas doía tanto em si, mas precisava dar um fim àquela loucura, ainda que o Kim o olhasse com certo pesar.

— É isso mesmo que você quer? — Junmyeon perguntou, vendo o outro assentir lentamente, ainda sem o olhar — Olha pra mim agora, no fundo dos meus olhos, e me diz que é isso que você realmente quer.

Yixing levantou a cabeça, com o intuito de realmente olhar nos olhos do Kim, mas ele estava perto demais, tão perto que se sentiu tonto, e sem força alguma para repelir o outro quando este o beijou. O Zhang não pôde evitar retribuir ao beijo, inclusive foi ele quem aprofundou o contato, sentia tanta falta de Junmyeon, do gosto de seus lábios, mas naquele momento só conseguia sentir uma dor descomunal por toda aquela bomba em cima de sua cabeça, estava matando sua saudade, mas também queria desabar, tudo em seu corpo doía.

Foi o chinês que deu fim ao ósculo, suas mãos, que antes puxavam de leve os fios alheios, agora empurravam levemente o peitoral dele, o afastando de si, seu coração doendo de tão acelerado, os olhos fitando o chão com pesar, não queria olhar para Junmyeon naquele momento.

— A porta dos fundos está destrancada — ele disse, ouvindo o suspiro cansado e decepcionado do outro, ao levantar um pouco a cabeça, conseguiu ver o coreano limpando o rosto manchado pelas lágrimas.

— Se cuida, Yixing — a voz rouca atingiu o chinês em cheio — Dessa vez estou me despedindo antes de ir…

Novamente as lágrimas molharam o rosto do Zhang, desta vez com mais intensidade do que antes porque agora sabia que era definitivo, e por escolha sua. Ele ouviu os passos se distanciando e logo o barulho da porta dos fundos sendo fechada, seu corpo escorregou pelo armário até que estivesse sentado no chão, ele estava sozinho de verdade, e aquilo doeu como o inferno.

Yixing voltou a chorar alto, abraçando as pernas e escondendo o rosto ali como se estivesse fugindo dos olhares de alguém, mas não tinha ninguém ali, ninguém para ouvir, ninguém para lhe dizer que as coisas ficariam bem, e ele permaneceu naquela posição por minutos longos, até mesmo quando seu celular tocou em cima da pia, ele estava ocupado demais colocando a própria alma para fora para ter que levantar e atender o telefone, então somente continuou quieto, esperando aquela sensação horrível passar.

Porém, não satisfeita com o telefonema ignorado, a pessoa que ligava para si decidiu ir atrás dele na boate, o chinês ouviu os barulhos de passos se aproximando pela entrada da cozinha, mas não ousou levantar a cabeça.

— Yixing? — Ele ouviu a voz conhecida chamar, mas permaneceu quieto, ele sabia quem era, não precisava fazer muito esforço — O que houve contigo?

— Só me abraça, Baek, por favor — pediu com a voz embargada, logo sentindo os braços do melhor amigo rodearem seu corpo, juntamente com uma terceira mão que agora levantava seu rosto.

— Você está horrível — Chanyeol sussurrou fazendo uma careta, recebendo um olhar de repreensão vinda do Byun, porém ignorou aquilo e passou a limpar o rosto do chinês — Está assim por causa dele?

— Chanyeol, espera ele se recompor, pelo amor de Deus — Baek brigou, dando um tapa nas costas do mais alto antes de começar a fazer um cafuné nos fios do amigo.

— Amor, me desculpa, mas se for por causa dele, ainda dá tempo de eu ir lá fazer alguma coisa — o Park estralou os dedos, como quem dizia que estava prestes a arrebentar a cara de Junmyeon, e Yixing acabou rindo sem muita vontade, chamando a atenção dos dois.

— É por causa dele sim, mas, ele não fez nada de errado... 

— Como? — Chanyeol perguntou, completamente perdido.

— Channie, vamos levar ele pra casa e depois, se ele quiser, a gente conversa. Pode ser? — Ambos concordaram com a cabeça antes de suspirarem em uníssono.

Baekhyun ajudou o Zhang a se levantar pouco tempo depois, e, após fecharem toda a boate e juntarem os pertences do chinês, rumaram com ele em direção ao carro recém comprado do casal.

Era engraçado pensar que até mesmo quando não chamava, Chanyeol e Baekhyun estavam sempre lá com ele, sempre o ajudando, sempre oferecendo seus ombros, aconselhando e brigando consigo, o casal era o mais próximo de família que Yixing tinha, eles tinham essa relação fraternal desde o primeiro mês em que o chinês se estabeleceu na Coreia, cuidavam dele como se fosse realmente de suas famílias e isso tinha sido um ponto forte para que a amizade dos três evoluísse ao longo dos anos.

Agora, dentro daquele carro, só conseguia pensar no quão sortudo era por ter pessoas tão incríveis por perto, ele amava todos os amigos que trabalhavam na boate, mas tinha um carinho especial pelos dois que preenchiam os bancos da frente daquele carro.

— Se sente melhor, Xing? — Baek perguntou, olhando para ele rapidamente antes de voltar a dirigir, logo que o semáforo abriu.

— Um pouco — respondeu sem ânimo, e então resolveu que perguntaria o que estava martelando sua cabeça há alguns minutos — Vocês sabiam o tempo todo?

O casal se entreolhou por alguns breves segundos antes de responderem.

— Sim — disseram em uníssono.

— E Kyungsoo? Também sabia?

— Todos sabiam, menos Jongin, acho que ninguém comentou com ele sobre Junmyeon, mas ele descobriu hoje porque o Soo falou depois de ter quase cometido um crime quando soube que você tinha ficado sozinho na boate com ele... 

— Em resumo, eu era o único otário da história — concluiu com outro suspiro de cansaço.

— Não é bem assim, Xing, nós descobrimos quem ele realmente era poucos dias depois de assinar o contrato com o Jongin, e só porque o vimos pessoalmente, já que por nome nenhum de nós acreditou que realmente fosse o mesmo Junmyeon. — Baek começou, dobrando uma esquina — Não te falamos nada porque não sabíamos se ele iria continuar por aqui quando visse você e, porque pensamos que talvez vocês pudessem conversar e resolver as coisas.

— Obrigado pela ajuda, mas não sei se foi a melhor das ideias deixar que a gente tentasse resolver as coisas.

— Nós sentimos muito, de verdade, não queríamos que desse errado — Chanyeol disse com certo pesar, quando Yixing olhou para ele, o mesmo mantinha um semblante tristonho.

— Não se preocupem, não tinha como vocês adivinharem que isso aconteceria, tentaram me ajudar e eu realmente agradeço pela tentativa — ele respirou fundo, voltando a olhar a paisagem do lado de fora do carro — Não preciso mais remoer essa história, dessa vez vou esquecer Kim Junmyeon... Ou, pelo menos, vou tentar.

Nenhum dos outros dois presentes no carro falou algo, apenas se entreolharam novamente com expressões cansadas, pareciam se comunicar com o olhar, mas ainda assim preferiram permanecer em silêncio. Já Yixing estava tão exausto emocionalmente que, com uma única lágrima ainda rolando por seu rosto, adormeceu ali mesmo.


Notas Finais


♧ Vou postar o próximo capítulo logo, já que a fanfic já está terminada :)
♧ São só dois capítulos, e o segundo está bem grandinho, espero que não se importem
♧ Espero que tenham gostado e comentem, please, a opinião de vocês ajuda no meu desenvolvimento ♡
♧ Desculpem-me pelos erros..
♧ Byee ♡

♧ capa por: @togeworl
♧ wattpad: @hoseokkao
♧ twitter: @honeyutak


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