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História As 10 Missões Antes Do Meu Suicídio - Amigos Não Dormem Juntos.


Escrita por: Lucinda_Stonem

Notas do Autor


Ois
TURU BOM?
ESPERO QUE GOSTEM!

Capítulo 10 - Amigos Não Dormem Juntos.


Daniel estava com a mesma roupa que usou na escola, e com a mochila. Me pergunto se ele não chegou a ir para casa. Ele observa o meu roupão, - Como eu queria que ele arrancasse aquilo de mim.- e eu me perco nos seus olhos. Sempre foram tão castanhos assim?

-Oi. -Eu digo com a mesma voz baixa.

-Oi, Alice a gente precisa conversar.-Ele diz com frieza.

-Tá entra... -Eu já tinha ideia do que ele ia falar, mas de certa forma eu estava com medo.

-Com licença. -Ele diz e entra.

-Você nunca pediu licença antes e não tem ninguém aqui, mas tudo bem. - Eu digo.

 Ele fica calado e se senta no sofá.

-Alice, eu fiz uma...-Ele diz eu enterrompo.

-Daniel por favor me deixa explicar oque você viu naquela noite. -Eu imploro.

-Eu sei oque eu vi, nenhuma explicação vai mudar oque Eu senti ao ver aquilo. -Ele diz frio.

-Daniel...

-Alice...

-Tem medo de assumir que pode estar errado, não tem? Você também tinha medo de me perder, e veja só a forma que estamos.-Eu digo com lágrimas nos olhos e ele simplesmente ignora e continua oque ia dizer.

-Alice, eu e você fizemos um trato, e eu não costumo quebrar tratos. -Ele diz.- Eu vou continuar te ajudando com a lista.

-Ah que ótimo, agora eu vou morrer sem culpa. -Digo com sarcasmo.

Escuto barulho de chave. Era meu pai. Ele havia chegado de sei lá da onde.

-Alice? -Ele pergunta entrando na sala. Eu bufo.

-Que diabos! Vem Daniel. -Eu digo puxando a mão macia de Daniel, igual a antigamente.

Meu pai me olha com cara estranha e Daniel também.

-Alice, não vai me apresentar seu amigo? -Meu pai pergunta.

-E desde quando eu tenho que apresentar meus amigos inexistentes? -Eu pergunto e bato a porta do quarto.

Daniel e eu entramos, tranco a porta e me jogo na cama com a cara no travesseiro. 

-Que saco! -Eu bufo novamente.

Eu me levanto e encosto a cabeça na cabeceira da cama. Daniel me observa e por alguns minutos ficamos calados.

Eu estava com Daniel ao meu lado, e depois de dias sinto algo. Medo e alívio. Medo de perde-lo e de ele me odiar pra sempre, eu só queria explicar oque aconteceu naquela maldita noite! E alívio por ter ele do meu lado, alí, naquele segundo precioso. 

Algumas lágrimas escorrem e minha garganta ainda doía do dia em que eu bebi álcool. 

-Cade a lista? -Daniel pergunta com a mesma frieza.

-Tá no meu cú caralho! Posso saber o motivo de tanta frieza? -Eu pergunto já cansada de tudo.

-E eu posso saber o porquê de tanta ignorância? -Ele pergunta calmamente.

-Eu só queria explicar! Mas v-você não deixa porra. -Eu digo chorando e soluçando.

-Tá bom se explica. -Ele diz.

-Foi o Jesse que me beijou, ele me jogou na piscina e aconteceu oque aconteceu. 

-Bela explicação de merda! -Ele diz se virando e indo embora.

E ele estava certo, foi uma explicação de merda, quando eu finalmente tinha a chance eu fudi tudo.

Eu me sentia a porta de uma masoquista amando Daniel, eu simplesmente o amava e essa era a única certeza que eu tinha. Desço as escadas, Daniel nao estava mais lá.

-Quem era aquele garoto? - Meu pai pergunta.

-Ninguem teu interesse. -Eu digo.-Cade a Clara? 

-Se ficasse menos tempo no seu quarto teria reparado que eu e sua mãe a mandamos para um colégio interno. -Ele diz e eu me altero.

-Com assim? Você mandou ela pra um colégio interno? Oque você tem na sua cabeça? Nem o pai dela você é! -Eu digo e subi para o meu quarto sem nem conseguir olhar na cara dele.

Ótimo, Daniel ainda estava com raiva de mim, meu pai havia mandado minha meia irmã -Que nem filha dele era.- para um colégio interno.

Se for parar pra pensar, Jesse é a pessoa mais próxima de mim nesse momento. Eu só queria gritar! Gritar pra tudo isso acabar de vez! Me dói tanto ainda estar viva. Me dói respirar.

Passo o dia dormindo e mexendo em minhas redes sociais. 

Enfim, é só uma súbita vontade de ficar o dia todo deitada, sem fazer nada. Evitar o mundo e tudo oque está acontecendo.

-Alice, eu e sua mãe vamos passar a noite fora. -Meu pai entra no meu quarto de diz. 

-Usem camisinha. -Eu digo com a cabeça enfiada nos travesseiros.

-Pare de falar besteiras. -Ele diz e fecha a porta do quarto. 

Decido ir tomar um banho. 

Solto os cabelos e tiro minhas roupas, vou para baixo da água que cai do chuveiro. Os meus sentidos me deixam calma, a água estava extremamente quente, cada gota que caia chegava a quase queimar a minha pele. Molho o cabelo e coloco o shampoo. 

Termino o banho e me seco. Vou para o quarto e coloco só uma blusa branca e uma calcinha de bolinhas.

Vou para a sala assistir filme, eu preferia desenhos, mas pelo horário um filme é bem mais fácil de se achar na TV.

Paro de assistir e vou direto para o meu quarto, deixo a luz ligada e me deito na cama.

Passo a noite deitada me revirando prós lados pensando em tudo que vem acontecendo. Conheci Daniel, tentativa de suicídio, trato, Jesse, boate, Meu pai morto, a língua do Daniel no meu outro lábio, o baile, a briga e agora tudo isso. 

Porque todas essas cenas não param de passar na minha cabeça? Eu tô ficando louca! E eu sei bem o porquê! Porque eu tô viva. 

-Merda! -Eu grito abafando o travesseiro.

Uma súbita falta de ar chega, minha cabeça começa a rodar. Pego a água que estava numa garrafa do lado da cama, e bebo. 

Eu não aguentaria ficar uma noite naquela casa, não sozinha. Se eu tivesse reparado poderia ter impedido de colocarem a Clara naquele colégio, ela era a única que realmente se importava comigo, e agora... Eu a perdi. 

Olho para a janela, a luz do quarto de Daniel está  acessa, ele está acordado, presumo.

Pego o celular e decido ligar para ele. O celular toca muitas vezes e então ele atende.

(Ligação ON)

-Oque você quer Alice? -Ela pergunta com uma voz calma e fria.

-Eu estou com medo.

-Medo do que? -Ele pergunta indo até a janela.

-Medo de dormir só. -Eu digo o observando.

-E seus pais? A Clara? -Ele pergunta.

-Meus país sairam, e a Clara...-Eu respondo com uma pausa.- A clara foi mandada para um colégio interno. E eu estou realmente me segurando pra não pegar a lâmina que está em cima do criado mudo.

-Ajudaria se eu fosse dormir aí? -Ele Pergunta é um sorriso surge em meus lábios.

-Porque acha que te liguei? 

-Ok, eu estou indo. 

-Entra pela porta da cozinha, ela tá sempre aberta. 

(Ligaçao OFF)

Ele desliga o celular.

Algum tempo depois Daniel chega e consigo ouvir sua passos na escada até o meu quarto.

-Eu cheguei. -Ele diz colocando a sua chave em cima do criado mudo. 

-Eu reparei, tá bem? -Eu pergunto e ele olha nos meus olhos.

-Eu estou, mas oque importa é você. -Ela diz e meu coração se enche de alegria. 

-Então agora se importa comigo? -Eu pergunto me virando na cama e olhando pra ele.

-Eu me preocupo com você desde que olhei seu braço. -Ele responde.

-Vem deitar logo porra. -Eu digo e ele apaga a luz e se deita do meu lado. 

Ficamos um tempo calados, e então eu quebro aquele silêncio insurdecedor.

-Ainda está com raiva de mim? 

-Eu nunca consigo ficar com raiva de você Alice. -Ele diz sério.

-Me desculpa. -Eu digo me referindo a noite do baile.

-Eu sempre vou te desculpar... Porque eu te amo. -Ele diz e uma longa corrente de ar quente passa pelo meu corpo.

Os nossos lábios se tocam e meu coração acelera, me sinto protegida em saber que ele ainda me amava. De qualquer forma nada mudaria, ele ainda estaria chateado e ignorante comigo.

Nossos lábios se separam e eu pergunto.

-Só amigos? 

-Sim, só amigos.-Ele responde.

E uma nova corrente de silêncio corre por alguns minutos.

-Daniel? -Eu digo.

-Fala. -Ele responde friamente.

-Amigos não dormem juntos. -Eu digo e ele suspira.

- Boa noite Alice. -Ele diz friamente.

Eu adormeço e novamente não sonho com nada.

Acordo e Daniel está com os braços em volta da minha cintura. Um sorriso surge em meus lábios, sinto vontade de ficar assim eternamente, mas Daniel acorda.

-Bom dia. - Eu digo com um leve sorriso.

-Bom dia.-Ele diz.- Eu preciso ir para a escola, e você também.

-Eu não vou hoje.- Eu respondo e ele me olha com cara estranha.

-E eu posso saber o porquê? -Ela pergunta.

-Porque eu estou simplesmente cansada, por que não quero ter que ver o Jesse, porque não quero ver a Ana, porque eu não quero ver julgamento nos olhos das pessoas. -Eu respondo e suspiro.

-Ok, então fiquei em casa e tome cuidado com você mesma, não faça besteira. Me ligue se precisar. -Ele responde me dando um beijo  na testa, e logo em seguida fecha a porta. 

Estava um dia extremamente quente e quando Daniel saiu eu me descobri por inteiro jogando o lençol no chão.

Eu desço para tomar café. 

Me sento na mesa e tomo meu café com torradas. Clara está me fazendo extrema falta, sinto falta da sua risada, dela entrando no meu quarto sem avisar, do seu cheiro de criança.

Limpo as lágrimas e decido voltar para o meu quarto. Meu pai chega.

-Cade a minha mãe? -Eu Pergunto.

-Eu a deixei no trabalho. -Ele responde.

Eu entro no meu quarto e deixo a porta entre aberta. 

O tempo passa, eu durmo e acordo diversas vezes, mas uma dessas vezes acordo com meu pai do meu lado tentando tirar minha calcinha. 

-Que diabos está fazendo? -Eu pergunto assustada e ele segura meus braços com força.

-Xiu.- Ele diz colocando o dedo na boca.

Eu tento gritar, mas sei que vai ser impossível alguém ouvir. Lágrimas começam a escorrer, eu não acredito que meu próprio pai seja capaz de fazer isso.

E então ele coloca, dói mais psicologicamente do que fisicamente. Eu tento gritar e me debater, mas é impossível.

Eu reparo que não vai ter mais volta, oque foi feito já está feito. 

Ele termina e sai do quarto, eu fico imóvel por um longo tempo. Eu não acreditava no que havia acabado de acontecer.

Só tinha uma coisa que eu queria naquele momento: Daniel. 

Os lençóis  e minha blusa estavam sujos de sangue.

Eu não aguento ficar deitada, vou até o banheiro, tiro a roupa e me sento no canto da parede. 

Eu não consigo chorar, nem sentir nada. 

A tarde inteira se passa e eu fico simplesmente ali, parada sem fazer nada até que tomo um decisão. 

Eu encho a banheiro de água fria até o topo, e entro. Fico como corpo inteiro embaixo da água. E começo a respirar.

A primeira vez que tento respirar é horrível, minhas narinas ardem.

A segunda é mais fácil, abro a boca pra facilitar.

A terceira e última é inexplicável, já não sinto muita coisa, até que sinto mãos quentes tocando minha pele.

Eu volto a adormecer e acordar. Sinto uma grande dor no meu peito, alguém fazendo força. Não consigo abrir os olhos, mas sinto quando cuspo a água.

-Vai ficar tudo bem Alice. Reage. - Eu escuto uma voz dizer, era Jesse.

Eu estava tremendo e ele me abraça. 

Eu adormeço novamente.

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Desculpa a demora.
<3<3


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