História As aventuras de um Jovem - Adivinha quem é?

Adivinha quem é?

Mas que noite louca! Eu me lembro de estar na sala assistindo meu filme favorito, que se chama Anjos da Noite, quando escuto gemidos vindos do andar de cima. Eu subo as escadas, abro a porta e encontro Melissa e Carolyne em uma festa sem mim. Eu fiquei puto da vida, mas acabei entrando na festa e brinquei com elas também. Foi uma das melhores noites da minha vida. Dormi feito uma pedra e só acordei no dia seguinte por conta de barulhos de talheres e pratos e panelas lá embaixo. Levantei da cama, calcei os chinelos, vesti uma camisa e desci pra ver o que estava acontecendo. As duas estavam tão ocupadas conversando e trocando carícias que nem notaram a minha presença. No rádio, Josh Homme e os Queens Of The Stone Age cantavam Make It Wit Chu, uma das melhores músicas da banda, na minha opinião. Elas só me notaram, quando peguei um copo e o enchi de suco de uva que estava guardado na geladeira.

- Bom dia, pombinhas apaixonadas - Falei, rindo delas. Elas me olharam com uma cara estranha e logo riram também. Bebi o suco e subi pra tomar um banho. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. A água quente caía sobre minha cabeça e descia pelas minhas costas e por fim, caía no chão. Desliguei o chuveiro e saí, vestindo um roupão azul-marinho. Vi meu celular vibrar e tocar. Uma ligação perdida do Harry. Eu estava atrasado e o Harry detesta atrasos. Liguei de volta para dar uma bela de uma justificativa ou uma desculpa esfarrapada, mas a voz que atendeu do outro lado, não era de Harry.

- Como vai meu pauzudo predileto? Seu ferimentozinho na virilha já sarou? - Reconheci na hora a voz diabólica de Megan.

- O que você fez com o Harry? - Perguntei com uma enorme vontade de esmaga-la na parede. Ela me respondeu com uma risada e uma breve explicação:

- Eu não fiz nada, mas minhas garotas fizeram, a noite toda. Lembra da Leyla? Pois é, ela ganhou na loteria.

- Na loteria? - Perguntei, ainda sem acreditar - Como assim, loteria?

- Na loteria, meu amiguinho. Seis milhões de dólares. E ela me deu metade pra ir atrás de você, mas como eu não consegui te achar, eu fui fazer uma visitinha para um amiguinho meu.

- Solta o Harry, senão...

- Senão, o quê? Vai vir atrás de mim? Você por acaso, sabe onde eu estou?

- Não, mas eu vou descobrir!

- Ah, é mesmo? Enquanto isso minhas garotas vão ficar aqui machucando o Harryzinho. Sabia que ele tem um pênis enorme?

- Eu juro Megan, quando eu te achar, a coisa vai ficar feia pro seu lado!

- Ohh, estou morrendo de medo! - E desligou. Eu a odiava ainda mais. Ela havia capturado, não só meu melhor amigo, mas também meu instrutor e quase irmão. Harry tinha salvado a minha vida, agora, eu tinha a responsabilidade de salvar a dele. Mas como? Eu não tinha a mais remota ideia de onde a Megan poderia estar! Com certeza ela não estaria no mesmo lugar onde ela me prendeu e mesmo que tivesse, eu nem sabia onde ficava aquele galpão. Eu estava em uma encrenca feia. Melissa abre a porta do quarto:

- Amor, o que aconteceu? Você está com uma cara péssima!

- Raptaram o Harry! Megan ligou agora e disse que está com ele. Parece que Leyla ganhou Seis milhões de dólares na loteria e investiu metade nas Guardiãs do Amor pra virem atrás de mim.

- Oh, meu deus! - Leyla exclamou - E agora? O que nós vamos fazer?

- Eu não sei, amor. Sinceramente, eu não sei - falei, segurando as lágrimas. Até quando aquilo ia continuar? Até quando Leyla iria me perseguir? A vida perfeita pra mime melissa estava longe, muito longe de ser alcançada. Tirei o roupão, vesti uma calça jeans, uma camisa preta com o logo do Bullet For My Valentine, um All Star surrado e desci as escadas numa velocidade que nem eu mesmo acreditei que possuía. Cheguei na sala, deu um beijo na bochecha de Carolyne, assei um pouco de perfume, peguei o capacete, as chaves da moto, a carteira e saí. Eu tinha que achar alguém que pudesse encontrar o Harry. Lembrei-me do detetive mais famoso de Los Angeles, doutor West. Liguei a Harley Davidson que estava na minha garagem, coloquei o capacete, saí. Desci da moto, fechei aporta da garagem e parti a toda velocidade até o escritório do doutor West. O escritório dele fica no Watts, um bairro muito perigoso de Los Angeles. Eu me perguntei por que um detetive particular iria querer montar seu escritório numa zona de guerra. Cheguei, toquei a campainha e ele abriu o portão de uma garagem. Em um bairro perigoso como o Watts, é muito perigoso deixar seu carro ou moto na rua. Entrei na garagem, desliguei a moto, tirei o capacete e subi as escadas até uma porta com uma plaquinha que dizia “West: Todo caso pode ser resolvido”. Entrei e um senhor de idade, fumando um charuto e segurando um copo de uísque me deu um bom dia nada amigável. Sentei na cadeira e tentei explicar a minha situação. Mas, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele se adiantou:

- Está com problemas e amizade. Seu amigo ou amiga sumiu. Você está preocupado com a segurança dele ou dela. E veio até mim, na esperança de que possa localizá-lo ou localizá-la - Disse o velhinho, dando tragadas no charuto. Confirmei a versão dele com a cabeça e perguntei:

- E o senhor pode encontra-lo? - Ele me respondeu com um ar de dureza e arrogância:

- Por acaso acha que eu sou um GPS? Eu sou um detetive! Eu junto provas, analiso fatos e chego a uma conclusão, mas eu não posso encontrar uma pessoa assim, sem mais nem menos. Sem vamos achá-lo ou não, depende de você e das provas e fatos e pistas que me apresentar.

- Desculpe, senhor.eu não queria...

- Não se desculpe, meu rapaz - Disse ele, dessa vez com um pouco mais de calma - Vamos achar seu amigo, isso eu te garanto. E não me chame mais de senhor. Meu nome é West Watt e vou ajuda-lo, ou não me intitulo “O melhor detetive de Los Angeles’’

A essa altura do campeonato, eu já acreditava no senhor West. Só me restava ter esperanças de que ele poderia me ajudar a encontrar o Harry e salvá-lo das garras de Megan e seu grupo diabólico. Eu só precisava confiar na intuição e na inteligência do doutor West Watt, assim como contar pra ele toda a minha história e tudo que eu sabia sobre Harry, Megan e as Guardiãs do Amor. A única certeza que eu não tinha era de como Harry iria sobreviver até nós acharmos ele. Será que ele iria aguentar tudo aquilo calado sem contar a Megan e as garotas possessivas o meu paradeiro? E se, quando o encontrássemos, ele já estivesse morto? Eu não gostava dessa ideia, mas eu não podia fazer nada a respeito. Eu não tinha contato com ele e nem sabia onde Megan e seu bando estavam. A única coisa que eu tinha e podia fazer era esperar. Ah, Harry, tente sobreviver por mais algum tempo. Só, por favor, não morra...