1. Spirit Fanfics >
  2. As bestas também amam >
  3. Funeral

História As bestas também amam - Funeral


Escrita por: Suuushi

Notas do Autor


Estamos finalmente chegando aos momentos atuais e logo o Naruto vai dar o ar da graça :3
Espero que esse capítulo não tenha ficado muito confuso...

Capítulo 4 - Funeral


Um ano depois.

Sasori finalmente criou coragem e pediu o divorcio, no fim ele não conseguiu ficar ao meu lado conforme os pesadelos se tornavam cada vez mais intensos. Eles estavam acontecendo a qualquer hora, desde o momento em que eu estava no trabalho e até mesmo em casa tomando banho ou deitada na cama.

Parece que estou começando a perder de vez o controle sobre isso e Sasori não foi capaz de compreender ou cumprir sua promessa de que ficaria sempre ao meu lado, apesar disso não o culpo, meu comportamento piorou bastante e estou ciente.

No entanto o que mais me dói é ver que estou sozinha em nossa casa que antes partilhávamos. Eu ainda sinto a presença dele em cada canto e cômodo, as noites em claro apenas pioram quando vejo seu lado vazio na cama.

Meu coração apertado se encolheu totalmente com a falta dele e de seus beijos, agora não o tenho por perto para me acalmar nas noites frias e solitárias. O silencio é meu único companheiro desde então.

Eu não tenho raiva do meu ex, mas me magoou bastante o fato dele nem ter tentando conversar comigo depois do divorcio, pensei que seriamos amigos, mas parece que me enganei, ele parecia resignado a se manter o mais afastado o possível.

Minhas atitudes o afastaram completamente de mim, na certa ele não quis continuar mantendo contato com aquela que lhe deu tanto trabalho e transformou sua vida em um inferno estressante a cada novo dia.

Sasori tentou segurar as pontas até finalmente sucumbir e não aguentar mais a situação. Papai e Hanabi vieram me visitar nesse meio tempo, inclusive chegaram a passar uma semana comigo, mas os dois pareceram assustados com algumas atitudes da minha parte.

Papai mandou Hanabi voltar para a Flórida, ele se dispôs a ficar comigo mais um pouco, provavelmente tentando entender o que estava acontecendo comigo, eu tentei agir como se não tivesse nada de errado, mas acabei sucumbindo e perdi o controle quando tive outro pesadelo ainda acordada na frente dele.

Eu me descontrolei completamente quando vi que o lobo matava outras pessoas que um dia já foram especiais para mim, inclusive meus antigos amigos. Cai em lágrimas nos braços do meu pai falando diversas coisas desconexas. Pouco tempo depois ele precisou me deixar sozinha e voltar para a Flórida, a empresa precisava dele...

No entanto, papai decidiu ir atrás de um psiquiatra, ele me disse que isso ajudaria com meus problemas de insônia e pesadelos, acreditando nele fui atrás do especialista para mostrar á minha família que estava tentando melhorar, porém as conversas e os remédios não ajudaram em nada, eu continuava a ter os malditos sonhos.

Precisei parar com a medicação do psiquiatra, eu me sentia cada vez mais entorpecida e cansada dos efeitos colaterais, no entanto continuei a ir às minhas sessões semanais, porém escondia de todos que não estava mais tomando os remédios, por um tempo foi fácil, mas depois tudo piorou um pouco mais...                               

(...)

Olhei chocada para os inúmeros rostos conhecidos que me fitavam tristemente, eu estava próxima ao caixão e em frente a um pequeno microfone. Engoli em seco sem saber exatamente o que dizer. O pai do meu ex tinha acabado de fazer um discurso emocionado sobre os momentos em que passou com o filho, muitos o aplaudiram enquanto choravam.

Eu queria dizer algo bonito sobre Sasori, afinal compartilhamos a mesma cama, a mesma casa e vivemos juntos por alguns anos, mesmo que no final ele tenha me abandonado deixando-me totalmente magoada, eu precisava me despedir dele.

 Seus momentos finais devem ter sido dolorosos demais, o homem que tanto amei antigamente, não merecia ter tido uma morte como essa, o estado de seu corpo estava praticamente irreconhecível, sendo necessário comparar o DNA através de sua arcada dentária que ficou parcialmente inteira, por isso seu caixão estava fechado e lacrado, quando fui chamada para reconhecer o corpo junto com o pai dele, meu coração apertou.

Sasori havia tido um triste final... E por mais estranho que pareça acho que fui capaz de pressenti-la um ano atrás, porém com o passar do tempo fui deixando de lado, acreditei que não passava de malditos pesadelos que continuavam a me enlouquecer. Eu estava ficando paranoica, então não podia ser levada a sério, infelizmente nunca estive tão errada em toda a minha vida, se eu tivesse confiado mais em meus instintos nada disso teria acontecido.

Fiquei totalmente chocada ao receber a noticia da morte do meu ex, comprovando que estive certa o tempo todo, enquanto todos acreditavam que eu tinha ficado louca.

Seu corpo foi encontrado com as exatas dilacerações e marcas de dentes que eu via nos meus pesadelos um ano atrás. Exatamente da mesma forma, sem acrescentar ou excluir nenhuma parte.

Foi um enorme choque quando constatei que de certa forma eu estava virando uma... Vidente? Até pensei na possibilidade de ter sido uma simples coincidência, mas como poderia ser? As marcas e os rasgos em seu corpo estavam retratados milimetricamente iguais ás cenas dos meus pesadelos.

— Hinata? – Hanabi se levantou da cadeira em que estava e se postou ao meu lado, seu olhar denunciava a preocupação que estava sentindo.

Engoli em seco sem saber exatamente o que dizer. Eu estou literalmente em choque diante de todos, saber que tenho um dom desses me deixou ainda pior, pois vi vários dos quais estão hoje sentados em minha frente morrerem. Preciso salvá-los de algum modo, nem que para isso eu tenha que dar um jeito de provar que estou certa.

Hanabi rodeou meus ombros com seus braços finos enquanto tentava me passar força e firmeza. Soltei um longo suspiro decidindo finalmente contar a verdade. Eles merecem saber, afinal para qual outra finalidade tenho um dom desses? Obviamente preciso alertar as pessoas sobre essa terrível ameaça, Sasori não deve ter sido a primeira vitima e nem a última.

— Como todos sabem, Sasori sempre foi uma pessoa bondosa, alegre... – pelo menos ele era assim antes das minhas terríveis visões começarem. – Seu sorriso sempre foi capaz de iluminar meu dia e aquecer meu coração, após nosso divórcio eu torci para que ele finalmente fosse feliz, mesmo que não fosse ao meu lado. – abaixei a cabeça tentando controlar minha voz que começava a ficar tremula.

Mordi os lábios tentando controlar as lágrimas. Minha visão começou a ficar turva ao me lembrar dele. Sasori sempre foi um homem tão bom, ele nunca mereceu passar por nada disso. Isso não era justo.

— Ele sempre me ajudou em vários momentos difíceis e apesar de nossas crises foi capaz de me aguentar por bastante tempo. – o silencio predominava enquanto todos os olhares estavam cravados em mim. – Sasori merecia ter uma longa vida pela frente, infelizmente os bons morrem jovens. O que me conforta é saber que após todo sofrimento, ele está finalmente descansando e provavelmente feliz onde quer que esteja.

Olhei para o senhor Akasuna, ele fungou e assentiu para que eu continuasse. Respirei fundo tomando coragem para continuar. O que eu diria a seguir poderia vir como um baque á todos, mas infelizmente não tenho alternativa a não ser dizer sobre as visões.

— Um ano atrás eu tive uma estranha visão. – nesse momento senti que papai me encarava assustado, ele fez um sinal para que eu me calasse, mas ignorei seu pedido e continuei. – Nessa visão um lobisomem matava, Sasori... Eu tentei alertá-lo, mas ele não acreditou, um tempo depois me convenci de que estava ficando paranoica demais e decidi tentar esquecer, no entanto após reconhecer seu corpo, eu tive a certeza de que a visão era real. Seu corpo estava exatamente igual ao da minha visão. – vários burburinhos começaram, muitos pareciam revoltados com o que ouviam e outros descrentes.

— Hinata! – papai esbravejou totalmente irritado.

Hanabi alternou o olhar entre nós dois, ela continuou ao meu lado me abraçando, porém senti que seu corpo começava a ficar tenso. Eu não queria contar dessa forma, muito menos em um velório, mas eu não tenho alternativa.

— O que quero dizer é que esse foi um ataque de lobisomem. Sim, eles são reais e são totalmente perigosos. – a descrença começou a aumentar conforme minhas palavras começaram a sair desesperadamente da minha boca. – Eu tive outras visões e nelas... A maioria de vocês morrem nas mãos deles, então e-... – tentei continuar, mas um berro irritado fez com que eu me calasse imediatamente.

Olhei na direção do senhor Akasuna, ele se aproximou totalmente irado, Hanabi soltou um gritinho quando foi praticamente jogada para longe de mim. Meus braços foram agarrados com força, tentei me livrar do aperto mas foi impossível igualar as minhas forças com as dele.

— Saia já dai! Eu não vou deixar que estrague o funeral do meu filho com suas loucuras e fantasias, sua maluca. – segurei com força o microfone nas mãos enquanto o intenso aperto sobre meus braços aumentava. – Está achando engraçado fazer piadinhas sobre a morte do meu filho? Nunca imaginei que você fosse o tipo de mulher rancorosa que decide se vingar no funeral do seu ex-marido.

— Solte a minha filha! – papai imediatamente se levantou e correu até nossa direção enquanto as outras pessoas mostravam-se chocadas demais para que tomassem alguma atitude. – Eu não vou repetir, solte-a. – ele parou ao nosso lado e encarou friamente o Akasuna.

Hanabi pareceu se recuperar do choque quando se aproximou novamente, ela parou do meu lado tentando me livrar do aperto que o Akasuna fazia nos meus braços.

— Então a tire daqui e a interne em algum hospício, isso já foi longe demais, não vou admitir que sua filha zombe de nossa dor. – o Akasuna tirou o microfone das minhas mãos e me empurrou para longe, ele ficou parado por um tempo esperando que nós nos retirássemos dali imediatamente.

— Por favor, acredite em mim, eu estou dizendo a verdade. – sussurrei sentindo-me afetada com a sugestão dele.

Hiashi ignorou as palavras dele e me puxou pelos braços para longe do Akasuna, Hanabi seguiu logo atrás, nós três saímos em um silencio mortal. Abaixei a cabeça sentindo-me totalmente culpada. Eu tentei ajuda-los, tentei fazer a diferença, mas novamente ninguém acreditou. Quantas mortes seriam necessárias para que acreditassem?

— Papai, o senhor não está cogitando a possibilidade de interná-la, está? – Hanabi indagou temerosa enquanto andava ao meu lado com a cabeça baixa.

— Infelizmente não vejo outra opção além dessa. – sua voz fria foi baixa, mas o suficiente para que nós duas escutássemos, ambas olhamos na direção dele assustadas com sua repentina decisão.


Notas Finais


Gomen ao fãs do Sasori, mas infelizmente aqui ele não teve muita chance, tadinho :z Agora resta saber o que acontecerá com os outros das visões? Várias perguntas devem estar rondando a mente de vocês após esse capítulo... E sim, eu posso dizer que os pesadelos algumas vezes são realmente visões do futuro que a Hina tem e outras são simplesmente apenas pesadelos mesmo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...