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História As bestas também amam - Torpor


Escrita por: Suuushi

Notas do Autor


Desculpem a demora, eu estava meio atarefada então estava sem tempo para escrever um capítulo novo.
Eu to revisando todas as minhas outras fics tbm, então até que eu termine com a revisão, provavelmente não postarei outro capítulo :z
As partes em itálico são as visões da Hina, ok? Aliás, não sei se visão se encaixaria bem nessa parte porque ela praticamente saiu do corpo dela e apareceu lá.. Lá onde? Não posso dizer, vão ter que ler para entender o que estou falando. Começa no itálico u_u

Capítulo 5 - Torpor


— O que você fez para ser trancada nesse lugar? – A loira sentou-se ao lado da morena, no pequeno sofá de dois lugares, de cor escura.

As duas não eram exatamente próximas, muito menos amigas, eram apenas companheiras de quarto, por isso a loira sentia que poderia começar uma conversa com Hinata para conhecê-la melhor, afinal passariam vários dias, meses ou anos juntas, ninguém saberia dizer ao certo quando sairiam daquela prisão.

— Todos estão achando que eu fiquei louca. — Hinata soltou um suspiro. Diante da expressão da loira, a morena continuou. — Acredita em lobisomens?

— Se você me perguntasse isso antes, eu teria dito não, mas hoje em dia não duvido de mais nada. — A loira soltou um longo suspiro, demonstrando-se entediada do ambiente caótico e barulhento.

— Foi isso o que eu fiz para ser trancada aqui — murmurou.

— Então você acredita em lobisomens e por isso sua família achou que estava louca? — indagou, mostrando-se espantada ao constatar em como algumas pessoas poderiam ser bastante radicais em determinadas situações.

— Não exatamente. — A morena crispou os lábios, decidindo se contaria o que de fato tinha acontecido a aquela estranha ou não. — Se eu te contasse a verdade, você acharia que estou louca — concluiu a contragosto.

Quem seria capaz de acreditar no que dizia? Ela própria duvidou de si mesma quando os malditos pesadelos começaram. Por que os outros não duvidariam também? Era surreal demais para explicar algo para o qual não tinha respostas. Ninguém conseguiria acreditar nela enquanto não passasse pela mesma situação, exceto as mesmas pessoas que acreditavam em lobisomens, do fórum onde conversou com algumas delas.

— E ainda assim estamos em uma clinica de loucos. — O sorriso brincalhão dançou nos lábios suaves da loira, deixando a mostra os dentes perfeitamente alinhados e brancos. — Estamos no mesmo barco, Hinata. Eu juro que não vou te julgar, só quero entender o que aconteceu de tão terrível para que a sua família decidisse te internar nesse hospício. — Ino ponderou um pouco antes de continuar, seu olhar sempre atento aos da Hyuuga. — Desde que você chegou, percebi que é uma das poucas pessoas daqui que é completamente sã. Você definitivamente não tem cara de doida.

Os lábios da Hyuuga se repuxaram preguiçosamente, num leve sorriso. Por onde deveria começar? Ino parecia dizer a verdade então que mal teria contar tudo o que tinha acontecido? Ultimamente não se sentia mais adepta a conversar com as pessoas sobre lobisomens. Não adiantava tentar convencê-los, ninguém estava a fim de ouvi-la.

Depois que foi internada no hospício, dois dias atrás, seu pai deu uma passada por lá, antes que novamente voltasse para a Flórida. O patriarca ficou extremamente cético quando Hinata implorou para sair do hospício, alegando estar ótima, no entanto ele se mostrou pouco convencido. O Hyuuga sabia que a filha diria qualquer coisa para tentar sair de lá e por isso não acreditou em nada do que ela disse.

Após o desastre no funeral de Sasori e de sua internação, Hinata tentou convencer os médicos de que estava bem e que possuía um dom, mas a expressão de incredulidade que eles demonstraram diante do que dizia, deixava claro que acreditavam que isso tudo não passava dos delírios desesperados de mais uma maluca querendo fingir sanidade. Desde então, a Hyuuga decidiu que era hora de parar de tentar convencê-los sobre a existência de lobisomens, quanto mais insistisse no assunto, mais tempo passaria trancada ali.

— Acho que vai ser um pouco difícil tentar decifrar a cabeça da minha família — suspirou, voltando a realidade e se lembrando de que a loira ainda esperava por uma resposta.

Quanto tempo tinha ficado em silêncio? Hinata não tinha percebido que seus pensamentos tinham vagado tão longe assim, no entanto a realidade a trouxe de volta, quando se deparou com os olhos claros da loira, apenas a observando.

Nesses dois dias em que continuava internada, Hinata já conseguia notar que Ino era uma pessoa bastante observadora. Ela gostava de encarar todos os outros internos em silêncio, distraindo-se por horas, apenas observando-os, talvez fosse um modo de diversão, a única que seriam capazes de ter em um lugar como esse.

— Faz um tempo que ando tendo pesadelos relacionados a lobisomens e recentemente descobri que não são meros pesadelos, eles são na verdade algo parecido com previsões do futuro. — Hinata voltou novamente à realidade, dessa vez empenhando-se em não se distrair de novo.

— Previsões do futuro relacionadas com lobisomens? Como isso funciona? — Ino arqueou as sobrancelhas, mostrando-se interessada no que a Hyuuga contava.

— Sim. Eu não sei explicar exatamente como começou ou como funciona. A maioria das minhas visões não se concretizou ainda, apenas uma delas...

— Qual visão se concretizou? E o que você viu nas outras? — A loira interrompeu a pequena explicação, totalmente afoita para descobrir mais sobre o dom da morena.

— A visão que se concretizou foi a da morte do meu ex-marido, nela ele era morto por um lobisomem e eu assistia a tudo sem conseguir fazer nada. — Voltou a explicar, não dando importância pela pequena interrupção. — Nas outras visões, eu vi outros morrendo, a maioria amigos e ex-namorados. Constantemente me vejo perseguida por um lobo enorme, felizmente isso não aconteceu ainda e espero que não aconteça tão cedo.

— Então você viu o seu ex-marido morrer na sua frente? Foi exatamente igual o que você viu na visão? — Ino encarou-a estupefatamente. — Deve ser incrível ter um dom desses, mas em vez de ver coisas ruins, seria mais legal se fossem situações boas.

— Não exatamente. Eu só vi meu ex-marido sendo morto na visão, mas pelo estado do corpo dele consegui ver que todas as marcas de mordidas estavam exatamente iguais. — A Hyuuga assentiu em um menear de cabeça. — Realmente é um dom e tanto, apesar das visões demoraram a se concretizarem.

— Deve ser um fardo ter todas essas visões. Acho que agora consigo compreender um pouco do lado da sua família. Eu não sei se seria capaz de acreditar em você meses atrás, mas depois que algumas coisas aconteceram, estou de mente aberta para tudo, não importa se é a coisa mais estranha do mundo. — Ino abaixou a cabeça, demonstrando pela primeira vez estar desanimada diante de Hinata.

— Agora que já sabe o que aconteceu comigo, quero saber sobre você. O que aconteceu, Ino?

A loira encolheu os ombros, ainda de cabeça baixa e mordeu os lábios de leve.

— Se não quiser dizer, não tem problema.

— Eu quero dizer, mas acho que você vai pensar que sou uma doida satanista. — Ino finalmente ergueu a cabeça, dando a entender que iria contar sobre os motivos que a levaram até ali, por mais envergonhada que estivesse, não esconderia da morena. — Minha família me internou aqui porque estão convencidos que eu tenho esquizofrenia.

— Por que doida satanista? — Hinata soltou algumas risadinhas quando viu que Ino fazia um biquinho totalmente infantil, conforme pensava no que dizer sem se embaralhar. — E você tem esquizofrenia?

— Logo você vai entender o que quero dizer com a parte satanista — sussurrou. — Não tenho, mas segundo os médios daqui, eu sou esquizofrênica. — Ino fechou os olhos, tendo o vislumbre de uma terrível lembrança. — A minha vida era perfeitamente normal meses atrás, mas então...

— Então? — incentivou-a, a continuar.

— Eu tentei invocar um demônio para fazer um pacto com ele — despejou rapidamente. Hinata arregalou os olhos, perplexa com o que tinha acabado de escutar, essa era a primeira vez que conversava com alguém que tinha feito tal coisa. — No entanto pensei que não tinha dado certo, eu fiz tudo o que o livro indicou, mas nada aconteceu. O demônio não apareceu e nenhuma sombra ou fumaça apareceram, então imaginei que a invocação tinha falhado.

— Mas não falhou? — indagou, sentindo-se estranhamente preocupada com Ino.

— Não. No dia do desfile mais importante da minha vida comecei a escutar uma voz masculina me chamando e enquanto eu estava na passarela, um homem ruivo apareceu na minha frente, impedindo minha passagem, aparentemente ele não estava fisicamente lá, pois ninguém além de mim conseguiu vê-lo, contudo eu simplesmente surtei quando o vi. Meu corpo travou e acho que comecei a gritar, não sei direito o que aconteceu, só sei que depois que esse cara sumiu, todos me encaravam assustados. — Ino fez uma expressão de desgosto, quando prosseguiu. — E aqui estou eu. Diagnosticada como esquizofrênica depois do que relatei aos meus pais e os médicos daqui.

— É algo realmente difícil de acreditar — concordou, porém diferente das outras pessoas, Hinata acreditou em Ino.

 — Por isso preciso te alertar a não dar bandeira sobre suas visões, quanto mais eles souberem, mais vão achar que você está louca, logo vão te diagnosticar com alguma doença que você não tem e consequentemente te obrigarão a tomar remédios fortes. Aqui uma coisa leva a outra. — Ino se remexeu inquietamente no sofá. Ela tinha ficado tanto tempo na mesma posição que já se sentia completamente desconfortável ali.

— Eu cheguei a comentar sobre as minhas visões, mas quando vi a cara deles, imediatamente parei de dizer o que aconteceu comigo. — Hinata se assustou, conforme escutava o relato da loira.

Será que ela também seria diagnosticada com esquizofrenia ou algo pior do que isso?

— Não se preocupe, Hinata. Provavelmente seu relato foi bem menos desesperado do que o meu. — Abriu um sorriso, divertido.

(...)

O loiro bateu inquietamente com os dedos por cima do balcão, entediado demais com a demora do atendente, este que parecia perdido no meio de vários telefones e cadernos. Revirou os olhos, quando viu que o rapaz atendia outra ligação, sem se importar em deixa-lo esperando intermináveis minutos.

— Eu estou com um pouco de pressa. — O loiro resmungou impacientemente enquanto arrancava o telefone do meio dos dedos do rapaz, fazendo com que ele finalmente prestasse atenção em si.

— Senhor, eu vou ser obrigado a chamar a segurança, se continuar a agir dessa forma. — O rapaz bufou, voltando a tomar o telefone do loiro.

— Eu já falei que estou com pressa e mesmo assim você continua na merda desse telefone. Estou esperando ser atendido há vários minutos e até agora nada — reclamou, ignorando a expressão irritada do atendente.

— Só um segundo — pediu para a pessoa do outro lado da linha, finalmente deixando o telefone em cima da mesa, dando total atenção ao loiro impaciente. — Satisfeito?

— Muito. — Sorriu em triunfo.

— O que o senhor deseja? — indagou, encarando as orbes azuladas do loiro.

— Preciso de informações sobre uma paciente dessa clinica.

— E o senhor é o que da paciente? — Puxou um dos vários cadernos da mesa, folheando-os enquanto esperava por uma resposta.

O loiro engoliu em seco, sem saber o que dizer. Ele tinha corrido até lá com tanta pressa que nem ao menos se preocupou com o que diria no momento em que chegasse.

 — Eu não sou nada da paciente. — resmungou, a contragosto.

— Então sinto muito. Nós não estamos autorizados a passar informações para pessoas desconhecidas. — Voltou a fechar o caderno, num claro aviso de que era para ele ir embora dali.

— Posso pelo menos vê-la? — tentou, sem se abalar com a resposta negativa do outro.

— Por que quer ver uma de nossas pacientes? — O rapaz da recepção tentava soar educado, mas o loiro começava a irritá-lo com toda aquela insistência.

— É um assunto urgente. — respondeu, não querendo dar maiores detalhes, até porque nunca daria nenhum detalhe a esse desconhecido.

— Qual seria o assunto? — No entanto o recepcionista também era teimoso, igualando-se ao loiro.

— Sinto muito, mas não estou autorizado a dizer nada. — O loiro remexeu impacientemente nos cabelos, torcendo para que com aquela resposta o chato da recepção o deixasse passar.

— Então lamento dizer, mas o senhor não pode conversar com nenhuma de nossas pacientes e muito menos receber informações sobre elas.

 (...)

As duas escutaram uma enorme gritaria do outro lado da porta, talvez vindo da recepção ou da área onde os internos ficavam para passar o tempo. Pelo jeito uma confusão tinha acabado de se iniciar. Hinata decidiu aproximar a orelha da porta para tentar entender o que estava acontecendo enquanto Ino continuou sentada no sofá, sem a mínima vontade de se mexer para fazer o mesmo.

A Hyuuga já tinha colado a orelha na porta e tentava escutar a discussão em vão, porém estancou no lugar quando uma visão totalmente diferente das outras pegou-a desprevenida.

— Eu já disse que vou entrar. — O loiro tentava prosseguir seu caminho, ignorando totalmente o atendente que tentava segurá-lo em vão.

— Senhor, acalme-se. Você não está pensando com clareza. — O rapaz tentou agarrá-lo pelos braços para contê-lo, mas o homem loiro conseguiu se desviar facilmente dele.

— Estou mais do que consciente dos meus atos. — retrucou debochadamente.

Alguns enfermeiros apareceram no saguão da clinica, através de um pequeno corredor. Eles agarram os braços musculosos do loiro com força, no entanto o homem não parecia nenhum pouco abalado quando foi completamente imobilizado.

Sem muito esforço o loiro conseguiu se soltar, jogando eles para longe, mas então algo improvável aconteceu. Ele a olhou. Hinata se virou para trás, tentando entender o que o rapaz olhava com tanto afinco e assim que se deu conta que não tinha nada atrás de si, além da parede, voltou a encará-lo, fazendo com que seus olhos acabassem encontrando com os dele.

 Hinata tapou a boca com as mãos, totalmente assustada. O homem, no entanto se contentou em apenas abrir um pequeno sorriso na direção dela. Ele podia vê-la? A Hyuuga começou a se afastar até sentir seu corpo chocar contra a parede.

As safiras começavam a adquirir um tom mais escuro conforme o loiro continuava a encará-la, assustando-a cada vez mais com a intensidade do olhar dele.

— Eu preciso saber, hime. — Seu sorriso aumentou ainda mais quando notou que ela tentava compreender o que ele dizia. — Eu preciso saber o seu nome.

— O meu... nome? – Hinata apontou para si mesma, mal acreditando que ele podia vê-la. O loiro assentiu, confirmando que podia vê-la, diferente das outras pessoas que nunca a viam em suas visões.

Então além do futuro também era capaz de ver o presente? Pois aquele loiro parecia ser o motivo de toda a confusão que ela e Ino estavam escutando, poucos segundos atrás no quarto delas.

— Hinata... — Olhou-o, repreendendo-se por ter dito o próprio nome a um estranho. — Então é você que está causando essa confusão toda? — Sem conseguir evitar a própria curiosidade, resolveu perguntar.

— Sim, sou eu mesmo. A propósito, meu nome é Naruto. — Abriu um sorriso galante, fazendo-a ficar vidrada nos lábios perfeitamente desenhados dele. — Poderia me dizer qual é seu sobrenome, Hinata?

— Hyuuga. — Hinata não conseguiu conter a própria língua. O sorriso de Naruto tinha desarmando-a completamente.

 Como poderia dizer não a um homem que tinha o sorriso mais bonito que já tinha visto em toda a sua vida?

O sorriso de Naruto mudou de galante para caloroso, assim que escutou o nome completo dela, antes de ser arrastado para longe de Hinata. Aparentemente apenas ele podia vê-la já que o loiro foi o único que tentou se desviar dela, evitando um esbarrão entre os dois.

 A Hyuuga começou a sentir que uma força a qual não podia lutar contra, começava a puxá-la para longe, de volta para seu corpo, tirando-a do torpor que se encontrava após ter conversado com Naruto.

O que tinha acabado de acontecer?


Notas Finais


Esse capítulo ficou bem diferente dos outros, esse é o primeiro que não é um povs da Hinata e acho que vou seguir desse jeito, o que acham?
Eu meio que dei uma mudada na minha narrativa, então não sei se está bom, o que acharam? Ficou bom?
Finalmente o Naruto apareceu, esse lindo, gostaram da entrada dele na história? *_*
Nesse capítulo tivemos outra personagem que gosto muito, a Ino e ela não apareceu por acaso, a verdade é que estou pensando na possibilidade de fazer um spin-off sobre ela e o tal demônio, mas não vai ser agora, primeiro vou terminar essa fic e em seguida eu começo, vamos ver se da certo minha ideia.


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