Após mais algum tempo de vôo, eles finalmente chegam à China.
Como o avião de Saori não era muito grande, conseguiam autorização para pousar no aeroporto de Lushan, uma grande cidade relativamente próxima à Rozan. Lá havia uma outra van que os esperava para leva-los até a pequena vila perto dos Cinco Picos Antigos.
Todos estavam animados e contentes afinal aquela era uma viagem diferente e com um grande propósito. Desta vez não haveriam lutas, não haveria dor nem ameaças, eles estavam ali simplesmente para comemorar um casamento.
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CINCO PICOS ANTIGOS
Shiryu, Shunrei e o Mestre jantavam. Logo mais naquele fim de tarde Shiryu iria para pousada no pequeno vilarejo, e só voltaria até aquela casa como morador no dia do casamento. Shunrei havia preparado uma refeição especial com as comidas que Shiryu mais gostava.
_Hehehe acalme-se Shunrei, são apenas alguns dias e logo Shiryu estará de volta – disse o Mestre ao fim da refeição.
_Eu sei Mestre, é que sinto uma mistura de alegria e excitação, algo que nao consigo compreender... parece mentira que quando Shiryu voltar será para nos casarmos! Mas já estou com saudades... - disse a Chinesa.
_Ora Shunrei, minha flor... estes dias vão passar rápido, e vamos nos ver em breve! - completou Shiryu. - Aliás, Mestre, eu eu Shunrei decidimos que na noite antes do casamento faremos a cerimônia do chá para o Senhor.
_Shiryu, mas que grata surpresa! - disse Dohko - Que honra a minha em tê-los em minha vida.
_A honra é toda nossa, Mestre. – completou Shiryu.
_Depois do jantar, Shiryu eu gostaria de vê-lo em meu quarto – finalizou Dohko.
O jantar havia terminado e Shunrei limpava a mesa. Shiryu e Dohko foram até os aposentos do Velho Ancião. Dohko entrou e sentou-se em sua cama, pousando a bengala que usava entre as pernas, e acenou para que Shiryu fechasse a porta.
O quarto era bem simples. Havia uma grande janela de metal que dava vista para as águas da cachoeira, uma cama pequena com um colchão de palha, um pequeno armário e em um dos cantos, um altar com alguns incensos, pequenos pergaminhos com rezas e cânticos sagrados e um bonequinho feito de madeira com roupinhas surradas feitas de sacos de arroz.
Shiryu nao costumava entrar naquele quarto, embora Dohko e ele fossem próximos como pai e filho, ele respeitava aquele local como território de descanso de seu Mestre.
_Mestre... o senhor me permite? - perguntou ele, apontando para o bonequinho.
Dohko acenou positivamente com a cabeça e Shiryu pegou o bonequinho em suas mãos. Ele o examinou, o virou de cabeça para baixo e levantou a camisetinha, vendo seu nome entalhado na madeira gasta da barriguinha do boneco.
_Mestre... após todos estes anos, o Senhor o guardou – disse.
_Sim, Shiryu. Este bonequinho que você trouxe com você do Japão e que brincava nas horas vagas do treinamento nunca saiu do meu altar, desde que você o deixou de lado após crescer. Eu o guardei como um tótem seu e ele esteve presente em todas as minhas orações para a sua proteção, em cada uma das batalhas que você enfrentou.
_Lembro-me do dia em que a Shunrei fez estas roupinhas com um saco de arroz vazio, ela dizia que ele poderia estar com frio e resolveu que deveríamos vestí-lo – lembrou-se Shiryu, ainda olhando o bonequinho, incrédulo com aquele encontro após tantos anos e sorrindo devido à lembrança de infância. Aquela era uma das poucas lembranças de brincadeiras que ele possuía, embora tenha sido sempre muito bem tratado por Dohko seu treinamento foi severo, o que não lhe deixava muito tempo livre para brincar como um menino normal.
_Shiryu, por favor vá até o armário e abra a porta – disse Dohko, apontando com sua bengala.
Shiryu seguiu o que foi pedido e abrindo a porta do armário deparou-se com um típico e belo traje chinês de seda na cor negra. O traje era consistido de uma camisa de mangas longas enfeitada com botões vermelhos na frente e uma calça. A camisa tinha as costas adornadas por um grande dragão vermelho e dourado.
_Shiryu a muito tempo eu guardo esta roupa. É uma roupa de casamento que me foi dada a muitos anos atrás e eu nunca tive a oportunidade de usá-la. Agora entendo porquê nunca quis me desfazer dela, hehehehe. Algo me dizia que um dia eu teria a oportunidade de passá-la a alguém muito querido e, assim se cumpriu. Os Deuses não me deram a oportunidade de ter filhos porém me enviaram você e Shunrei a quem amo de todo coração. Shiryu estou muito feliz e em meu coração celebro a este momento precioso. Gostaria muito de que usasse este traje no dia de seu matrimônio com Shunrei – disse Dohko.
Shiryu havia tomado a perna da calça em suas mãos, e alisava delicadamente o tecido. Depois com os dedos percorreu todo o dragão que adornava a camisa.
_Mestre, eu.... eu não sei o que dizer – falou ele com emoção em sua voz que agora falhava.
_Para os chineses o Dragão representa boa sorte, fartura e fertilidade para um casal que se casa, e eu não poderia desejar nada a menos pra vocês. Desejo que o amor de vocês sempre prevaleça sobre todos os obstáculos que as lutas que você ainda irá travar possam trazer. Por favor Shiryu cuide de Shunrei como a flor preciosa que é e tenho certeza que ela fará o mesmo por você. Faça dela um pilar de confiança e raízes para que você tenha sempre para onde voltar.
_Mestre..... obrigado. – Shiryu então muito emocionado, fechou os olhos e ajoelhou-se ao lado do ancião, abraçando-lhe carinhosamente e sendo por ele retribuido.
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VILAREJO
Depois de uma hora de estrada que passou rapidamente devido às conversas e piadas do grupo eles puderam observar grandes plantações de arroz com alguns trabalhadores e finalmente chegaram ao vilarejo de destino.
A vila era composta de pequenas casinhas e algumas poucas lojinhas de comida e itens básicos e um pequeno restaurante. Não havia asfalto, o chão era de terra batida. Haviam alguns animais soltos como porcos e galinhas, mas o local era bem limpo e organizado. Na rua que deveria ser a principal, havia uma bela fonte com um poço ao lado, e uma pequena praça com bancos, postes com laternas chinesas e árvores aonde uma grande faixa branca pendurada anunciava o Festival da Primavera que aconteceria alí no dia seguinte. Um rio passava bem proximo a Vila e logo atras podiam se ver os Picos que levantavam-se majestosos em direcao aos ceus.
Algumas crianças corriam curiosas para ver o grupo que havia acabado de chegar naquele carro estacionado em frente à pequena pousada. Todos desceram e ficaram felizes olhando ao redor.
_Que local mais encantador ! - disse Miho.
_Uma gracinha, estou apaixonada! - Continuou Eiri.
_Mal posso esperar para encontrar Shiryu e Shunrei e começarmos as preparações – respondeu Seiya.
Shiryu então chegou, carregando uma malinha.
_ Meus amigos, sejam bem vindos! Poxa, estou muito contente de tê-los aqui! - comemorou o Cavaleiro de Dragão – Shunrei pede desculpas mas segundo a tradição ela vai ficar em casa e aguarda a chegada das meninas ansiosamente.
_Bem, não devemos nos demorar então – disse Saori – Hoje a noite deveremos passar o tempo com Shunrei e Dohko mas amanhã poderemos estar de volta para passarmos um tempo juntos.
_Ah Hyoga meu amor eu vou sentir tanto a sua falta! - Disse Eiri, abraçando-se ao pescoço do Cisne.
_ Haha calma meu amor, amanhã mesmo nos veremos está bem? Aproveite e divirta-se com as meninas – disse ele, acariciando o rosto de sua namorada.
_Vou sentir saudades Miho, não vejo a hora de estar com você de novo, minha coisinha linda – disse Jabu, agarrando Miho pela cintura e a erguendo no ar para logo depois dar-lhe um beijo.
_Ai eu também Jabu... Já estou com saudades! – respondeu ela após o beijo.
Shun sorria olhando a cena daqueles casais apaixonados. Seiya olhava ternamente para Saori, que retribuiu o olhar.
_Nos veremos amanhã então... - disse ele, ainda olhando para ela.
Saori retribuiu com um tímido sorriso.
A vontade de ambos era correr e se abraçar como os outros casais mas eles sabiam que aquilo ainda não era possível e em seus íntimos pediam para que em breve fosse.
As meninas então voltaram para a Van que seguiu por uma pequena estrada a caminho dos Cinco Picos.
Os 5 cavaleiros foram para a recepção da pousada.
O local, embora muito perto dos Cinco Picos Sagrados não costumava receber muitos visitantes e tinha poucos quartos. Na ocasião do casamento, apenas 3 estariam disponíveis.
_Bom podemos nos dividir assim: Shiryu, o noivo, fica num quarto só para ele e nós dividimos os outros dois, o que acham? - perguntou Hyoga.
_Pra mim está ótimo eu posso dividir com você, Hyoga – disse Seiya.
_Então eu e Jabu dividiremos o último quarto – concluiu Shun.
_Espero que tenha um quarto para mim! - Disse uma voz conhecida que vinha de trás dos cinco rapazes.
Todos se viraram e com alegria e assombro viram Ikki, que havia acabado de chegar e carregava uma mochila nas costas.
_Ikki, meu irmão!! Não acredito!!! - gritou Shun, correndo e abraçando Ikki.
_Hahaha calma, calma, Shun, não precisa disso tudo. Vamos ter bastante tempo para matar a saudade – disse Ikki sorrindo, tentando afastar-se um pouco do abraço apertado de Shun.
_Pensei que você não vinha – disse Andrômeda, limpando algumas lágrimas de seus olhos.
_Pois eu mudei de idéia e agora estou aqui.
Ikki cumprimentou a todos com apertos de mãos e tapinha nas costas, eles conversavam por alguns minutos quando Shiryu disse:
_Bem, agora temos mais um. Creio que Shun gostaria de dividir o quarto com Ikki nao é? - Shun acentiu com a cabeça – Eu não me importo de modo algum em dividir um quarto, Hyoga gostaria de dividir comigo?
Com o aceno de cabeça do Cisne, Seiya e Jabu se deram conta de que o último quarto seria divido por eles. Eles se encararam, meio surpresos e não muito felizes. Mas como eles estavam alí para celebrar juntamente com Shiryu seu casamento, acharam melhor não causar nenhum problema e dividir o quarto.
_É, parece que vamos dividir o quarto – disse Seiya para Jabu.
_Nossa Seiya desde quando você é tão bom com matemática? - perguntou Jabu dando uma risadinha.
_Ora seu.... - dizia Seiya quando viu Shun soltando-lhes um olhar reprovador e decidiu parar de responder àquela provocação.
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