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História As Chamas da Esperança - Dez


Escrita por: purplecrown

Notas do Autor


Esse capítulo é um capítulo de transição, se podemos dizer assim, por isso ele é curto. Me desculpem.



Então, para aqueles que falaram que a Mare não tá morta, ela realmente está. Mas de um jeito diferente.

Capítulo 10 - Dez


Dez

Cal


Última revisão da área, dessa vez eu acompanhei. Há uma quantidade imensa de sangue em uma pedra, ele quase é lavado por causa da chuva que cai. Conseguimos pegar uma amostra, sei que é o sangue dela. Kilorn e Cameron  foram até um rio próximo. Nada. Há algumas pegadas que vão até um certo ponto, depois viram lama. Se minha esposa foi enterrada não vamos vê-la nunca mais.



O jato está silencioso. Não imagino minha vida daqui pra frente. Tudo que tinha planejado era pra ela. Tudo. Por ela, vou continuar a lutar pelas coisas que ela defendia. É um luto eterno, o roxo é dela, a belíssima eletricidade é dela. Nunca mais vou sentir isso.

Vou tentar o máximo possível proteger minha filha. Não posso perder minha família. Não como perdi a todos.

Bree e Tramy estão do outro lado do jato. Estou sentado no mesmo lugar de quando viemos, quando Mare dormiu em cima de mim. Seu cheiro ainda está lá. Obviamente penso na possibilidade dela ainda estar viva. Não é possível que ela esteja morta.




Um passo de cada vez. A casa do meu tio está logo à frente, prefiro contar para ele antes. Bree e Tramy foram fazeralguns exames, para ver se está tudo bem. Eles vão me encontrar na casa de Julian, para que possamos ir juntos dar a notícia aos seus pais. Acabei me aproximando muito dos dois, nesse último dia, vejo muito de Mare neles.

Bato na porta, meu tio vem correndo, ele me recebe com um abraço, mas nota a minha cara. Seus olhos perguntam pela presença da minha noiva. Um simples aceno com a cabeça faz ele entende que ela não vai vir. Pela primeira vez na vida vejo meu tio chorar, ele me abraça, e como esperado, desabou novamente. Seu abraço me trás conforto, sinto minha mãe e meu pai me abraçando naquele momento. Não falamos nada. Ficamos alguns minutos assim.

-Sara e Hope estão na casa dos Barrow, precisamos ir para lá, imagino que eles não saibam ainda.- ele diz em meio às lágrimas.

-Preciso esperar Bree e Tramy aqui, eles já devem estar chegando.

Meu tio não diz nada, só me convida para entrar. Vou ao meu quarto. Ainda estou com uma roupa de combate, pareço com o rei destronado de mais de um ano atrás. Prefiro que seja assim, os que importam no momento me conhecem como essa pessoa. Não quero parecer mais um soldado que dá a notícia que sua filha está morta e vai embora. Os Barrow já receberam muitas visitas dessa forma.

Os irmão chegam, os dois com os olhos inchados. Julian abraça eles, ele tenta se conter para não chorar, mas não dá certo. No final vamos os quatro andando e chorando até a casa dos pais de Mare. Respeitavamos o espaço de cada um, meu tio andava com as mãos para trás e um pouco curvado. Os irmãos andavam lado a lado quase que num abraço. Eu ficava mais atrás, pensava no futuro, pensava na minha filha. Nunca vou casar novamente, até mesmo se minha nação depender disso. O que eu sinto por Mare  dura bem mais além da morte. Até meu falecido irmão vem a minha mente, penso se ele poderia ter uma segunda chance, para se redimir.

A caminhada chega ao fim, entramos pela porta dos fundos que da pro jardim. Antes, paramos todos na escada. Ouço Cora berrando e rindo para todos, Clara se junta a ela batucando nas coisas, Gisa e Hope brincam com elas. Daniel e minha sogra estão na cozinha, Sara também está lá, ajudando a preparar o almoço. A única ausente é Farley, mas a vejo descendo as escadas e correndo para brincar com Clara. É um momento perfeito, pena que as notícias que estão por vir são tão perturbantes.

A comandante me vê primeiro, ela abre um sorriso ao ver que quase todos estão lá, mas quando percebe que estamos abalados, ela analisa a situação. Sua primeira reação é fechar a cara, as lágrimas começam a brotar e ela cai em desespero. As outras pessoas presentes só se tocam do que aconteceu quando me veem. Todos choram, menos Clara que não entende nada e tenta de alguma forma acalmar sua mãe. Minha filha ainda está sentada no chão, me olhando com um olhar perdido.

Os pais de Mare mais Sara surgem da cozinha. Eles vêm até nós. A mãe de Mare repete o mesmo olhar do meu tio, me perguntando se realmente é aquilo que ela está pensando. Quando aceno com a cabeça é a gota d’água para ela. Ela simplesmente cai no chão, e fica chorando. Daniel é mais discreto, ele senta do lado da esposa e chora enquanto tenta acalmá-la. Sara vem me abraçar, e só isso me faz chorar. Ela também não consegue falar nada, só me conforta. Bree e Tramy entram e vai ficar ao lado dos pais. Eles já estão secos, não conseguem derrubar uma lágrima sequer, apesar de quererem.

Ficamos horas assim, explico várias vezes o que aconteceu, tentando imaginar formas de salvá-la. Nesse meio tempo Cameron e Kilorn chegam. Por fim peguei minha filha, ela já falava algumas coisas, ela chamava pela mãe. Aquilo me doeu tanto, porque sei que Mare não vai voltar.

Nos despedimos, marcamos um funeral sem corpo, aconteceria em alguns dias. Cora está no meu colo, ela ainda está com olhar perdido, parece procurar alguém.



Notas Finais


Como sempre espero que tenham gostado. Desculpa pela demora, vou tentar postar o proximo Capítulo amanhã a noite.


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