História As coisas belas do campo - Caixa de joias

Taehyung joga uma cueca na cara do colega de quarto e sai do local segurando seu telescópio.
- Ei Tae... Espera né mermão. – Woseok chama fechando a porta do dormitório. – Meu por que fica estranho quando tem super lua?
- Hm... Acho que sou tipo lobisomem. – respondeu com um sorriso falso, Woseok que já faz dois anos que convive com esse ser já o conhece bem.
Nem tanto, ainda quer saber dessa mudança de humor em super luas.
- Sério Tae? Diz aí... – Taehyung coloca seu telescópio(que comprou depois de muito tempo, agora a qualidade é bem melhor) em cima do murinho, ele olha para o céu e depois para o amigo.
- Ah é só uma coisa passada que me lembro toda vez que vem uma super lua, algo bem chato até, vou te poupar disso. – desconversou sentando na cadeirinha que levou. – Seok o que veio fazer aqui?
- Te fazer companhia ué. – o outro tirou de trás uma cadeirinha e sentou ao lado do amigo. – Que cara é essa?
- Você tirou a cadeira da bunda? Desde quando estava com ela na mão?
- Credo Kim Taehyung! – Woseok exclamou com o absurdo do amigo. – Só olha aí pelo telescópio tá?





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Jeongguk voltou para casa por causa do fim de semana e resolveu arrumar o antigo quarto para ver se tinha algo que gostaria de levar para o dormitório da faculdade.
- Filho eu achei essa caixinha aqui... Acho que você nem abriu já que tá “lacrada” com esse laço. – Jeon sentiu até um arrepio na espinha ao ver aquela caixa que deixou para abrir depois e esqueceu.
- Ah sim eu... Vou leva isso também. – guardou tudo na mala e se despediu dos pais e foi direto para o metrô ir para Seul.


Quando abriu a porta do dormitório seu colega já estava lá esparramado na cama assistindo televisão e para dar boas vindas soltou um arroto colossal.
- Ô Chang Kyung que nojo homi! – o amigo se assustou e quase derrubou o refrigerante no rosto. – Oloco... Saiu a Samara de dentro né?
- Aff nunca liberou o espírito não? Eu hein. – ele sentou na cama e Jeon jogou a mala na outra cama. – Como foi a viajem?
- Boa... Voltou cedo, disse que ia voltar amanhã só.
- É, fiquei de saco cheio da minha mãe, ela veio com aquele papo de que eu deveria estar cursando engenharia e nesse momento eu peguei minha mala e fui... Sai com tanta pressa que até esqueci minha coisa de meia, empresta um aí eu vou comprar amanhã.
- Pode pegar. – respondeu nada interessado, ele abriu a mala e tirou a caixinha de dentro e ponderou se deveria abrir.
Tem medo do que pode ter dentro.
Medo dos seus sentimentos até então adormecidos.
- O que é isso aí? - Chang perguntou já com as meias no pé. – Vai me pedir em casamento? Não esquece de ajoelhar.
- Eu hein, você vai é viver isolado com a sua mãe. – respondeu rindo, assim que abriu seu estômago se revirou todo ao ver uma pulseira colorida e várias fotos. – Minha nossa...
- Uau.
- SAI CHANG KYUNG! -berrou pelo susto e empurrou o fulano. – Aah seu platelminto!
- Disgurpa eu fiquei curioso, vou voltar para o doraminha e te deixo em paz. – Jeon voltou sua atenção para a caixinha e tirou a pulseira e deixou de lado para ver as fotos.
Várias polaroids... Uma em que babava no travesseiro, outra em que estava com a boca cheia de bolo e inúmeras com Taehyung e uma apenas do garoto do campo.
Sentiu o coração apertar ao ver o sorriso único dele e foi inevitável sorrir.
Por fim tirou um papel dobrado e nele tem um mapa capturado onde é possível ver a “Caixinha de joias ” e em baixo um pequeno textinho.

“Esse é o primeiro mapa que tirei junto com o Gukkie, nele tem a caixinha de joias que é como ele, são preciosas, bonitas e brilhantes.
Admiti que comecei a gostar dele justamente no dia em que soube que era apaixonado pelo universo e pelas constelações, ou seja, meu dia de sorte!”

- Não quero ser chato nem nada mas... Pega esses lencinhos, acho que você precisa mano. – Chang entregou uma caixinha que logo foi pega por Jeongguk que quase expeliu o narigão dele. – Não chora... Chang Kyung está aqui para confortar o Jeon Jungkookizito.
- Aff... Por que tem que ser assim? Me sinto ridículo por chorar por alguém.
- Que nada, isso é normal tá? Relaxa que chorar não é ser ridículo, chorar por alguém é a mesma coisa que liberar os sentimentos que não foram falados entendeu? Desidrata amigo.
- Eu vou tomar banho... – murmurou abrindo a mala e tirando a toalha. – Não mexe em nada.

No banho, Jeongguk ficou todo afogado (literalmente, ele engasgou com a água do chuveiro) em seus pensamentos e com seu umbigo.
Se não tem botão vai umbigo não é mesmo?
Talvez esquecer Tae é impossível, como uma cicatriz.
Ela irá se curar mas a marca irá ficar e te lembrar do que aconteceu, Taehyung é sua cicatriz do coração e de alguma forma ela se abriu ao ver a caixinha.
- Viado, eu pedi pizza.
- Do que?
- Calabresa, vamos dividir, deu 32,50.
- Tá.
- Empresta 32,50 aí por favor.
- Ah vai cagar Chang Kyung. – Jeongguk revirou os olhos e tirou o dinheiro da carteira. – Vai lá pagar seu folgado, eu pago e você busca.
- Vai lá.
- Vai você seu inútil, estou pelado.




- Jungkook, não sei se você viu mas tem um fundo falso na caixinha.
- Ah e você viu né cretino? Falei para não ver. – Jeon largou a pizza e viu o fundo falso tirando outra pulseira, desta vez prateada com um pingente de estrela. – Ai sinhô.
- Seu ex era rico algo assim?
- Meu ex?
- Oh ainda namora com ele? Pera... Ele não é o filho daquele casal das carnes de pato? Que gritou “viva ao orgulho gay em rede nacional?”
- É... Nunca vi isso mas... Tantas pessoas me falaram isso, deve ser. – Chang logo abriu o YouTube e mostrou o vídeo fazendo Jeongguk rir descontroladamente.
Ele sabia que a família Kim era toda louca mas não fazia ideia de que eles seriam capazes de fazer isso com o filho.
- Meu, muito loucos. – Chang disse sem fôlego. – Tenho dó do seu ex.
- Ele não é meu ex, demônio.
- Ele é o que? Acha que quando eu te encontrei pela primeira vez não fiquei te stalkeando? Eu vi a fotinha, aquela que tu apagou... Com a legenda Tae coraçãozinho.
- Ele foi uma pessoa com quem passei as férias de verão dois anos atrás... Não chegamos a namorar. – respondeu revirando os olhos. – Vou dormir e guarda esse lixo.
- Por que iria guardar o lixo? Já durmo no mesmo quarto que você. – Jeongguk jogou um guardanapo sujo na cara dele e colocou a mão na maçaneta do banheiro.
- Chang Kyung? – ele murmurou um “hm” assim que virou. – Vai se ferrar e... Coloca uma calça sei lá, sua cueca de macaquinho está me traumatizando.
Ao se olha no espelho Jeongguk notou que mudou bastante comparado com as fotos, cortou o cabelo já que o cabelo de antes o fazia parecer um emo gótico de capacete.
Agora usa um cabelo castanho claro com a franja jogada para o lado deixando sua testa à mostra, seu corpo mudou também pois adquiriu mais músculos e seu rosto não possui mais aquela aparência infantil.
- Ah... Não queria admitir mas eu estou bonitão. – murmurou e logo ouviu a porta sendo chutada acompanhado por um “Para de ser narcisista e sai logo daí!”. – Chang você é um chato.
Escovou os dentes e ficou novamente se encarando no espelho, até que tirou as duas pulseiras do bolso e as analisou com mais atenção e por fim colocou elas no pulso.






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- Ela é muito linda.
- Para nem tanto, parece que tá com celulite.
- Seok não fala assim dela, machuca os sentimentos.
- Mas Tae... É uma lua. – Woseok já não entende o que leva uma pessoa a estudar astronomia e agora ele entende menos ainda.
- Para, ela é sexy e por ela viro hétero. – o outro respondeu quase babando por ela, ficaram várias horas conversando e olhando para a grande lua que ilumina todo o terraço do dormitório. – Vamos entrar?
- Claro, mas Tae... Me conta o que aconteceu com você, quero poder te deixar feliz sempre para não ficar bolado nas super luas.
- Certo, é só que eu conheci um garoto que foi nas terras de onde eu morava para passar as férias. – sentaram novamente nos banquinhos e voltaram a encarar a lua que já estava em seu ápice. – Ele era todo bonito... Tinha olhos grandes e bem escuros, um cabelo doido mas que ficava legal nele... Tinha um sorriso fofo até e uma personalidade cativante sabe?
- Não.
- Dane-se... Em fim, na primeira noite dele eu levei ele para ver a super lua e capturei o mapa da caixinha de joias, tenho o costume de fazer um diário de mapas e escrever em baixo algo que aconteceu, eu dei esse mapa para ele juntamente com uma “confissão” dos sentimentos que tinha por ele.
- Ain Taehyung... Que fofíneo. – Woseok é um uke disfarçado de hétero. – Mas e aí?
- Aí que... A gente sabia que não ia rolar esse lance de “namoro à distância”... Não levamos à diante e aqui estou eu... Depois de dois anos ainda gostando daquele menino que nem sei como está hoje.
- Ué redes sociais.
- Não tenho, não consigo usar... Meu primo apagou o meu Instagram por mim. – Kim respondeu após suspirar pesadamente. – Sei lá... Quem sabe um dia as minhas estrelas... Nos faça se reencontrar?
- Claro, as suas estrelas. – Woseok sorriu, desde que o conheceu admira a positividade e a esperança em tudo, para ele, Taehyung é um bom amigo pois é sempre paciente e um bom ouvinte. – Espero que elas façam isso, quero que meu amigo seja feliz e seja amado.
- Obrigado Seok, sabe que te adoro né estrume?
- Sei sim diarréia.

Os dois “meninos” podem estar longe um do outro, na verdade em faculdades diferente, porém na mesma cidade e ainda assim sentem uma certa conexão.
É difícil quebrar algo forte, amor é um sentimento forte... Pode ter sido repentino e rápido e ainda sim ser algo incrível e inexplicável que nem mesmo os astros conseguem prever.
O sentimento amor é precioso demais assim como a caixinha de joias, e para descobri-lo e encontra-lo é necessário procurar pacientemente até encontrar o brilho incomum que irá fazer seu coração perder uma batida.