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História As coisas mudam - Acordados


Escrita por: Nick_Casth

Capítulo 13 - Acordados


Fanfic / Fanfiction As coisas mudam - Acordados

--- "Aii.... onde eu... tô?"
             --- "Cebola!"
             --- "Mônica? O que aconteceu?"
             --- "Ah meu Deus! Você acordou! ELE ACORDOU! ACORDOU!"
             --- "Eu dormi? O-onde eu tô?"
             --- "Tive tanto medo de perder você! Nunca mais faça isso de novo!"
             --- "Fazer o que?"
             --- "Sonhar em me deixar!"

Eu não sabia o que tava havendo. Acordei em um lugar estranho com a Mônica encima de mim, chorando e me abraçando me dizendo pra não deixa-la. Meu corpo todo doía, eu não conseguia falar normalmente e era difícil respirar. Olhei em volta. Pelo que vi eu estava num quarto de hospital. Havia tubos ligados em mim e eu me sentia um animal preso num laboratório. O que tinha acontecido?

              --- "FILHO!!! Meu filho querido!!" - minha mãe gritou ao entrar no quarto
              --- "Você acordou maninho!"
              --- "Ah filhão, que susto você nos deu rapaz!" - disse meu pai com um olhar de alívio
              --- "O que.... aconteceu.... comigo?"
              --- "Careca, tu dormiu por dias! Tive medo de perder meu melhor amigo! Como você táh?"
              --- "Eu tô..."
              --- "Ai meu Deus! Como fiquei preocupada! Achei que nunca mais fosse levantar! Senti sua falta! - disse a Irene, me esmagando
            --- "Com licença, preciso que se retirem. Apenas uma pessoa pode ficar com ele, eu preciso fazer uns exames no rapaz. Quem irá ficar?" - perguntou um médico com uma prancheta na mão
               --- "Eu fico!" 
               --- "Não, eu fico!"
               --- "Ele é meu melhor amigo, eu vou ficar!"
               --- "Por que a Mônica não fica? Acho que vai fazer bem pra eles conversarem um pouco." - disse a Irene
               --- "Tudo bem, eu vou ficar."

Todos se retiraram. O médico tirou alguns tubos de mim, mas eu ainda estava recebendo soro por uma mangueira presa ao meu pulso e ainda tinha um tubo de respiração no meu nariz. Era horrível estar ali. Todos tinham vindo me ver. A Mônica, a Irene, meus pais, a Maria, o Cascão... E eles pareciam tão alegres por me ver, como se eu tivesse morrido. Não entendi muito bem. 

               --- "O... que houve comigo?"
            --- "Não sabemos ainda. Você estava sangrando, desmaiou e ti trouxeram pra cá. Você estava piorando e entrou em coma. Venho aqui todos os dias desde então. Eu cheguei a pensar que talvez.... não acordasse mais."
               --- "Você sentiu minha falta? Mesmo depois de tudo?"
             --- "Claro que sim! Você não é só meu ex Cebola, você é meu amigo! É uma parte de mim e sempre vai ser. Eu nunca ti odiaria ou deixaria você partir. Tive medo de perder você."
               --- "Mônica, você é mesmo... incrível! Então, quanto tempo eu dormi?"
               --- "Alguns meses."
               --- "Tudo isso? O que houve comigo? Eu não... me lembro..."
               --- "Tudo bem. Mas ao menos você está vivo. Como se sente?"
               --- "Queima. O corpo todo. Eu... não consigo me mexer, não consigo... respirar bem..."
               --- "Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui."
               --- "Não consigo mexer as pernas."
            --- "É que você foi imobilizado para parar de se mexer. Você teve crises horríveis. Mas ao menos não quebrou as pernas ou algo assim."
                --- "Quebrar... as pernas?"  

Aí eu me lembrei. Magali, falando na minha cabeça. Teria tudo sido um sonho? Um pesadelo? Eu não sei. Mas sabia que algo estava errado. Eu tinha que fazer algo por ela, mas o que? Eu não sabia. Não me lembrava. Estava tão perdido quanto um rato numa loja de queijo. Eu não sabia o que fazer.


                 --- "Mônica, onde está a Magali?"
                 --- "Está no outro corredor." 
                 --- "Peça ela pra vir aqui, preciso falar com ela."
                 --- "Você não se lembra? Magali ainda está em coma!"
                 --- "Mas eu... eu... aaii... eu..."
                 --- "Cebola? CEBOLA!!! ALGUÉM AJUDA AQUI!!!"

Eu conseguia ouvir, mas não conseguia falar. Eu sentia meu sangue fervendo, literalmente. Sentia cada músculo do meu corpo se retraindo e cada osso se partindo. Eu sentia a dor mais intensa que já havia sentido antes. Logo, as coisas começaram a escurecer. Médicos chegaram e começaram a mexer em mim. O bit da máquina ao lado estava emitindo um ruído horrível! A dor era insuportável e minha cabeça estava girando. Por algum motivo eu não conseguia pensar ou raciocinar. Eu estava apagando. Tudo ficou escuro. Senti um forte choque no peito e senti a eletricidade correr por todo o meu corpo enquanto eu me contorcia por dentro. Mais um e mais um. No quarto eu voltei a ver. Foi como se algo me puxasse do escuro para fora. Eu não sabia mesmo o que tava havendo comigo. Abri os olhos. Vi os médicos me olhando e aplicando coisas em mim. Senti a pontada da agulha. Em poucos segundos a dor diminuiu, eu voltei a respirar. Meu corpo ficou pesado, eu não sentia meus braços e não podia nem mexer a cabeça. Meus olhos se fecharam e eu apaguei.

                 --- "E-eu... ainda tô vivo!"
                 --- "Claro que está!"
                 --- "Apaguei de novo?"
                 --- "Você apenas dormiu um pouco."
                 --- "O que táh havendo comigo?"
                 --- "Eu... não sei.."
                 --- "MÔNICA! - gritou Denise entrando no quarto - a Magali acordou!"

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Já faz algumas semanas desde que saí do hospital. Eu não tenho feito muita coisa. Fico em casa o tempo todo. A galera sempre vem me ver, mas ainda não estou pronto pra voltar pra escola. Não vejo a hora de ser liberado desse confinamento. Muita coisa mudou desde que eu voltei. A Mônica está falando muito comigo ultimamente. Voltamos a ser amigos como antes. Já com  o Do Contra eu ainda não converso. Ele vem com a galera me ver às vezes. Por mais que eu tenha raiva dele, eu gosto quando ele vem. A Magali voltou, vai ganhar alta na semana que vem. Mas está meio... digamos, traumatizada. Ela anda um pouco estranha no hospital, normalmente de mal humor e não anda comendo. Os médicos disseram que isso passa em um ou dois meses. Cascão vem aqui sempre. Está sempre no hospital com a Magá, mas parece ter feito as pazes com a Cascuda. Estão quase sempre juntos e andam muito apegados um ao outro ultimamente. A Marina me desenhou outro dia, mas pela metade. Ela anda muito ocupada e estressada, mas o Franja táh sempre lá e perto dele ela se acalma muito. A Isa me apresentou a nova namorada, uma garota até bonitinha, me dei conta de que não tem diferença do namoro hétero. É demais elas juntas. Já a Maria Mello não tem aparecido muito ultimamente. Ela está bem afastada, só veio me ver uma vez e nem quis me abraçar. A galera disse que ela está assim há um tempo. Quando levantar daqui, vou falar com ela. Já a Mônica virou muito amiga da Irene. Milagre néh? Parece que na minha ausência elas se ajudaram a superar e assim se tornaram amigas. Fico feliz por isso. Minha irmãzinha anda arrastando asas pra um garoto, mas ainda não sei quem é. Espere até eu saber! Titi e Aninha estão juntos de novo, mas não estão muito alegres. Depois que Aninha engravidou, as brigas deles são frequentes. Carmem está muito mais amigável e Denise e Xaveco estão de casinho. Dizem que não, mas me engana que eu gosto! A Penha teve aqui, mas voltou pra França antes de me ver. Não sei o que ela queria aqui, mas até que sinto falta dela. Ela é... bom, é ela. Mal vejo a hora de poder sair dessa cama e correr de novo. Meus pais andam um pouco chateados, tem algo incomodando eles, mas não me dizem o que é. Preciso descobrir!


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                   Alguns dias depois...

--- "Muito bem turma, vamos à chamada! Carmem?"
             --- "Presente."
             --- "Cássio?"
             --- "O que tem eu?"
             --- "Deixa de ser mané garoto! É só a chamada!"
             --- "Ah táh! Presente!"
             --- "Cebolácio?"
             --- "Presente."
             --- "Denise?"
             --- "Presente, linda e poderosa!"
             --- "Isadora?"
             --- "Presente."
             --- "Jeremias?"
             --- "Presente."
             --- "Magali?"
             --- "Tô nem aí."
             --- "Também não vou estar nem aí pra sua nota mocinha." - disse o professor com uma cara séria, mas ela nem ligou
             --- "Maria Cassandra?"
             --- "Presente."
             --- "Maria Mello?"
             --- "Táh lá fora ainda fessor."
             --- "Marina?"
             --- "Não enche..."
             --- "Maurício?"
             --- "Faltei."
             --- "Como vocês estão engraçadinhos hoje, viu... Mauro?"
             --- "Presente."
             --- "Mônica?"
             --- "Presente."
             --- "Sarah?"
             --- "Presente."
             --- "Sofia?"
             --- "Presente"
             --- "Timóteo?"
             --- "Aqui."
             --- "Toni?"
             --- "Não fui eu!"
             --- "Xavier?"
             --- "Presente."
             --- "Gente, por favor, abram os livros na página.,.."
             --- "Com licença, precisamos de todos os professores na direção agora. Os alunos vão ter um horário vago enquanto isso." - disse a professora Ana Paula da porta da sala, interrompendo o professor Rubens
            --- "Tudo bem Ana Paula, já vou indo. Alunos, houve uma reunião e vocês poderão ficar um horário vago, mas se comportem ou tiro pontos de todo mundo!"

 Não demorou muito após a saída do professor, e a bagunça começou. Me levantei e fui procurar a Maria.
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--- "Oi Maria, tudo bem?"
             --- "T-tudo!" - respondeu ela um pouco assustada
             --- "Então, assim, porque você não foi pra sala? Estamos com um horário vago e a galera táh toda lá, por que está sozinha aqui fora?"
             --- "Eu só... quero ficar aqui, na grama, sozinha."
             --- "Me expulsando?"
             --- "Não, pode ficar." - respondeu ela sem nem me olhar

Ela parecia a mesma Maria, mas havia algo de diferente nela. O olhar dela estava tão triste, tão assustado. Ela parecia tão diferente, parecia ter acabado de nascer e não conhecer nada ainda, parecia assustada com tudo e todos. Estava em um mundo só dela, sozinha e perdida. Eu não sabia por que, mas estava determinado à descobrir.

               --- "Você e o Jeremias brigaram? Vocês eram tão amigos e agora vocês nem se falam..."
               --- "Não, ele é meu primo. Crescemos juntos. Mas não tô afim de falar com ele, nem com ninguém."
               --- "E aí, aquela festa, seu pai brigou com você?"
               --- "Não quero falar sobre isso."
               --- "Maria, você táh bem?"
               --- "Sim."
               --- "De verdade?"
               --- "Por que se importa?"
               --- "Por que você é minha amiga. Uma garota tão linda e meiga não devia ficar tão triste."
               --- "Eu? Linda? Você tem algum interesse em mim? Teria coragem de ficar comigo?"
             --- "Que isso? Somos amigos! Eu não estou falando com você por interesse mas... ficaria com você qualquer hora! Quer dizer, você é... linda e tem um corpo... como posso dizer..."
               --- "Fica longe de mim!"
               --- "Maria! Espera!"

Droga! Ela correu de mim quando disse que ela era linda. O que ela queria? Pensei que garotas gostassem de elogios. Mas ela é tão... sei lá, algo mudou nela. Mas não sei dizer o que. Me levantei e voltei para a sala. Quando cheguei, estava um certa bagunça, mas todos nós já fizemos isso, certo? Então, não era tão ruim assim.

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  --- "Oi Mari. E aí, desenhando o que?" - disse Carmem se aproximando de Marina
               --- "Nada de mais." - respondeu a garota secamente
              --- "Bom, vou dar uma festa na piscina na minha casa essa semana e você táh convidada. Vai ser muito legal e espero ti ver lá. Eu já pedi a sua mãe, já que você anda muito ocupada e ela disse que tudo bem você ir, já que vai ser na minha casa." respondeu ela
               --- "Desculpa mas, não.. eu não gosto de piscina."
               --- "Não precisa entrar na água, você pode ficar do lado de fora, vai ser divertido. Olha, ti espero lá, se não for vou ficar chateada!" - disse Carmem se afastando e voltando pra sua mesa
               --- "Tudo bem Carmem, eu vou... tentar."

Marina abaixou a cabeça e voltou  rabiscar seus desenhos. Ela estava na dela a aula toda e não tava muito feliz. Geralmente ela não é assim. Parece que todas as garotas mudaram hoje. Será que todas elas ficam de TPM no mesmo dia? Marina não estava nem aí com nada, mas claro, alguém queria confusão.

               --- "Ei Marina." - disse Magali se aproximando da cadeira
               --- "Ah, oi Magá, como vai?"
               --- "Melhor que você. E aí, como vai os garranchos?" - Magali falava num tom ameaçador
               --- "O que?" - respondeu surpresa
               --- "Táh surda meu bem?"
               --- "O que táh fazendo?"
              --- "Eu tô cansada dessa sua cara de patricinha mimada. Você se acha a perfeitinha melhor que todos, mas eu cansei de você. Todo mundo devia saber o que você é de verdade!" - disse Magali num tom irritado

A essa altura, metade da sala olhava para as duas tentando entender a atitude da Magali. Eu nunca tinha visto a Magá agir assim, tão agressiva e fria e ainda mais sem um motivo. Eu temia que ambas se batessem e eu sabia que ambas nunca haviam brigado antes.

               --- "O que você táh dizendo? Táh louca Magali?" - dizia Marina ainda confusa
               --- "Eu sei do seu segredinho nojento e eu posso contar pro resto da sala." - Magali deu uma risadinha irônica
               --- "Cala a boca! Você não sabe de nada! Se não parar de me encher eu vou..." - disse Marina se levantando irritada
               --- " Vai fazer o que? Você não passa disso, uma inútil medrosa que não consegue fazer nada! Inútil problemática!"

Marina parecia ter se abalado pelas palavras da Magali. Mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Cascão entrou no meio das duas separando a confusão. Marina saiu correndo para fora da sala e Magali ficou encarando Cascão com cara de deboche.
            
              --- "Chega Magali! O que deu em você?" - disse ele indignado
              --- "Tô cansada dessa turma irritante e cheia de segredinhos! Tô cansada daquela garota irritante e tô cansada de você!" - respondeu ela friamente
              --- "O que táh havendo aqui Cascão?" - perguntou Cascuda assim que entrou na sala
              --- "Ui, chegou a namoradinha dele." - disse Magali ironicamente
              --- "Olha Magali, não me tira do sério. O que deu nessa garota?"
             --- "Em mim não deu nada, mas em você deu tudo néh, pra namorar esse daí. Abre o olho idiota, que esse seu namorado táh com o olho aberto há muito tempo, mas não é pra você não. Mas também néh, com uma garota chata como você ao lado dele..."
               --- "Quem você acha que é sua paga-pau de professor?" - disse Cascuda puxando Magali pela gola da blusa
            
Elas já iam começar os tapas quando Mônica chegou e entrou no meio, separando as duas e as impedindo de se tocarem.

               --- "Hey, podem parar com isso agora! Tira a mão da minha amiga Cascuda! O que deu em você Magá?"
               --- "Quer saber o que deu em mim? Cansei de ser a boazinha!" - disse Magali se virando e saindo da sala
               --- "Eu vou atrás dela! - falei

Saí pela escola à procura de Magali. A encontrei perto dos armários antigos. Ela chutava um lixeira como se chutasse uma bola de futebol. Fiquei aliviado por não ter nenhum professor nos corredores. Me aproximei e fiquei chocado ao ver a raiva com que ela estava chutando a lixeira e os armários. Ela tirava os livros de dentro do armário e rasgava e os atirava longe. Chutava as lixeiras e os armários. Por sorte, aquele corredor era muito afastado, ficava numa área isolada pra reforma da escola onde colocavam livros estragados em armários velhos e cadeiras quebradas e não dava pra ouvir em outras salas ou na sala da Direção. Cheguei por trás e a segurei. 

               --- "Me solta! Me solta! Me solta!"
               --- "Magali, calma! Fica calma! O que você tem?"
               --- "Me solta seu idiota! Me solta AGGOORRAA!!!" - ela gritou

No momento que ela gritou a lixeira se partiu em milhões de pedacinhos e todas as portas dos armários se abriram. Ambos fomos atirados pra trás e eu caí sentado no chão enquanto a ainda a segurava e um vento começou a soprar. Fiquei assustado. Os poderes da Magali estavam se liberando, essa era a única explicação. Eu não sabia o que fazer. Me movi pra frente dela e a segurei pelos braços.

            --- "Magali, olha pra mim! O que diabos você táh fazendo? Se controla, me escuta, eu sei que você táh aí dentro, me ouça. Se aclama."

O vento parou e as portas pararam de tremer. Tudo ficou calmo. Ela se acalmou.

             --- "Magá, o que táh havendo com você?"
             --- "Eu... eu não sei. Não sou eu!"    


Notas Finais


Oi gente! Obrigado a quem ler, curtir e comentar. Me desculpem a demora, mas como disse nos comentários eu perdi os capítulos prontos. Me desculpem esse capítulo meio bosta, mas é que eu improvisei ele na hora e, tipo, são 02:30 da madrugada, eu tô com sono! kkkkkkkk
Mas é isso, valeu, comentem aí o que acharam e o que quiserem comentar. Já vou postar mais uns hoje ainda, então, bora. Bjs galera!


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