*Carmem on
Cheguei em casa e joguei minha mochila sobre minha cama. Sentei na poltrona e fiquei olhando pela janela. É tão divino o céu. Há, como eu gostaria de poder voar. Voar e fugir daqui. Fugir dessa casa, dessa vida, dessa garota que eu vejo no espelho. Linda, rica, perfeita e invejada. Invejada e sozinha. Sem amigos nem ninguém. E no amor... bom, no amor, sou tão experiente quanto uma laranja podre. Há, como eu queria ser diferente, ser outra pessoa. As meninas me invejam, mas não sabem como é difícil ser uma Frufru. Ter que ir em tantas festas chatas, conversar com aqueles "mauricinhos" esnobes, fazer de tudo pra agradar a família e honrar o nome Frufru. Esse maldito nome que carrego.
Aliás, andei pensando muito na aula de hoje, o Cebola teve um desmaio na escola. Disseram que não sabiam o motivo. Mas eu vi a Monica sair toda esbaforida no final da aula. Tá rolando algo, eu sinto isso. Mas não posso me meter. Aliás, fui me meter em algo hoje e passei vergonha. Onde já se viu! Como aquele garoto ousou me tirar assim na frente de todos? Me chamar de patricinha mimada. Odeio esse apelido. E a vergonha que passei... mas maior que a vergonha é a "pontada" no coração toda vez que ele vai embora. Toda vez que ele joga o futuro dele fora, toda vez que age feito trouxa contra a própria vontade, toda vez que eu o vejo jogado pelos cantos com aquele olhar tão triste... toda vez que o vejo com... com a Maria. Oque está havendo comigo?
Me levanto e caminho até o espelho. Me arrumo e apago da mente esses pensamentos bobos. Sou uma Frufru, devo agir como tal! Admiro o meu reflexo por alguns segundos, observando cada detalhe.
--- "Eu odeio você!" - disse pra mim mesma
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*Monica on
--- "Madame Creozodete! Oque ouve? A senhora está bem?"
--- "Tenho péssimas notícias! Ela está voltando! E quem é senhora aqui garota? Tá achando que sou velha?"
--- "Quem? A Serpente?"
--- "Não! Isso é com o Emerson. Ádix está voltando."
--- "Quem é Ádix?"
--- "É uma das piores catástrofes que já aconteceram neste bairro.
Ding Dong.... Ding Dong
--- "Ela chegou!"
--- "A Ádix? Ai meu paizinho!"
--- "Não! A pizza que eu pedi mais cedo."
--- "Eeeebbaa!!! Pizza! Vamos comer!"
--- "Uuiiaaa!!! De onde tu surgiu mulher?"
--- "A louca gatiz!!! Denise está em tudo!"
--- "Prestem atenção! Há muitos anos atrás..."
--- "Depois reclama da idade!"
--- "Hááá!!! Parem de me avacalhar! Bico fechado! Há muito tempo atrás, quando vocês eram apenas bebês, havia no Limoeiro uma jovem moça. Ela era discriminada e temida por ser chamada de bruxa. Mas apesar de tudo, a moça era meiga, gentil e de bom coração. Mas acontece que a garota era mesmo uma bruxa. Não só uma bruxa, mas descendente direta das bruxas da Casa de Hecate. A jovem descobriu seus poderes cedo, mas não sabia os controlar. Então sua tia, também descendente, se empenhou em ajuda-la e treina-la. Porém, a jovem se arriscou em feitiços que nem mesmo a tia poderia realizar. Como consequência, a jovem bruxa foi possuída por um espírito maligno, um ser feito de ódio, emoção, prazer e sede de destruição. Incapaz de controlar a criatura em que se tornou, Melinda se intitulou de Ádix, e perdeu o controle da própria mente. Ádix destruiu uma grande parte do que antes tinha neste lugar. E com isso, ocasionou a morte de mais pessoas do que se pode contar. Foi uma batalha imensa para conseguirmos vence-la. O plano era perfeito, se não fosse por Lucília, a mãe adotiva de Melinda. Ela deveria levar o espelho que selaria para sempre Ádix, mas como consequência desintegraria o corpo de Melinda. Mas como destruir alguém a qual amou e criou a vida toda? Lucília fracassou. No último momento, Ádix foi selada, mas dentro de outra coisa: de uma criança. Uma bebê. Surpresos com o fato de a bebê não ter sofrido nenhum mal, a tia de Melinda e sua irmã, mãe da garotinha, levaram a menina para uma poderosa feiticeira. Ela, temendo oque poderia ocorrer, selou uma trava mental na criança, isolando seus poderes para que ela não pudesse usa-los. Mas adivertiu a família que jamais deveriam liberar a trava, pois, mesmo que bloqueassem os poderes novamente, Ádix acordaria e seria questão de tempo até que Ádix controlasse o corpo e a mente da garotinha. Lucília fugiu e os sobreviventes esconderam tudo para que o caso da garota fosse esquecido e ela jamais soubesse sobre os poderes que possuia. Agora, Ádix está acordada e ficando mais forte a cada minuto. Ela vai destruir o que ver pela frente!"
--- "Oque ela quer?"
--- "Ela não quer nada. Ela é feita de emoções! Só quer sentir algo, eu acho. E quando ela acorda, ela sente fúria!"
--- "Oque temos que fazer?"
--- "Não há oque fazer. Sem o espelho místico, apenas o hospedeiro pode acabar com Ádix, e sabemos como isso vai acabar. Ambas vão morrer. 'E que assim seja, sangue do sangue. Unidas por alma e corpo, dividindo uma só mente. E por um vida, ambas dividem a mesma morte, até o fim, e voltam juntas ao pó', essa é a maldição. Não há como quebrar."
--- "Denise e eu vamos ajudar! Tem que ter um jeito! Não é Denise?....... Denise?........ Hááá, aonde você tá indo mulher?"
--- "Embora! Fugindo! Pra longe de você! Eu estou cansada de fantasmas e aliens!!! Vá atrair urucas pra outro! Eu estou fora!!!!"
--- "Você não vai a lugar nenhum! Saia daqui e eu terei uma certa conversinha com o Xaveco!"
--- "Então, onde fica o feitiço pega-bruxa? Hehe"
--- "Madame Creozodete, quem é a garotinha?"
--- "Eu acho que você sabe a resposta".
--- "NÃO!!! Por favor, me diz que não!!! Não pode ser!!!"
--- "Sinto muito."
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--- "Marina! Tá tudo bem filha?"
--- "Hã... éh... estou sim mãe. E-eu já desço."
--- "Okay, estou esperando."
--- "Ai....ai.... snif.... aiai.... só mais um.... ai.... não se preocupe, snif ... já vão sumir. sinif ... Ninguém vai notar, ninguém nunca nota."
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