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História As coisas mudam - A Garota e o Fantasma


Escrita por: Nick_Casth

Capítulo 6 - A Garota e o Fantasma


Fanfic / Fanfiction As coisas mudam - A Garota e o Fantasma

--- "... e foi isso que aconteceu."
   --- "Poxa, pensei que tinha se enturmado."
   --- "A turma é demais, mas... às vezes eu me sinto deslocada. Como se fosse uma aberração, sabe?! Não gosto de me sentir assim, eu sou... estranha."
   --- "Não é estranha, só é diferente. Tudo bem em ser diferente?"
   --- "É, acho que tudo bem. Você sempre me deixa mais alegre Victor."
   --- "Deixa disso, é pra isso que serve os amigos. Mas e você, como está indo na sua nova vida?"
   --- "Vou bem, eu acho. Tenho grandes amigos agora, minha família ainda anda preocupada com minha... condição nova. Mas eu tô bem."
   --- "E essa 'nova condição'? Como está?"
   --- "Ah, não sei bem o que dizer. Eu ando com muito energia ultimamente. Meus pais acham que está acontecendo de novo e estam me entupindo de remédios pra dormir e calmantes. Acham que eu posso... explodir. Andam tão tensos... meu irmão morre de medo, acha que vou incendiar a casa. É muito solitário sem ele por perto."
   --- "E você, como está com tudo isso?"
   --- "É difícil saber, não tenho medo de me queimar, só não quero... sei lá, perder o controle de novo. Sou uma bomba relógio."
   --- "Sei bem como é. Ás vezes, não se controlar é desconcertante. Mas eu entendo você."
   --- "Não deveria ficar tão perto de mim. Não tem medo de que eu ti queime?"
   --- "Não! Não dá pra ter medo de alguém tão linda como você."
   --- "Ah, não sou linda. Sou estranha."
   --- "Não, só diferente. E eu estou honrado de ter a garota mais incrivel que já conheci como melhor amiga! Você pra mim é como uma irmã."
   --- "Queria ti apresentar pros meus amigos. Já sei, vou marcar com a turma e ti levar comigo pra você conhecer todo mundo!"
   --- "Que? Não acho que seja boa ideia."
   --- "Ué, e por quê?"
   --- "Bom, sou um pouco tímido."
   --- "Relaxa, vai ficar tudo bem!"
   --- "Olha, tem uma coisa que eu queria ti contar, era..."
   --- "Sarah! Sarah! Vem rápido, vamos nos atrasar!"
   --- "Eu tenho que ir, ti vejo depois da aula?"
   --- "Sim, claro."
   --- "O que queria me contar?"
   --- "Hã, nada não. Vai lá."
   --- "Só uma duvida: tu não estuda nem trabalha não?"
   --- "Hã... sim, eu... estudo na... faculdade... particular... online, isso. Estudo online."
   --- "Okay, tchau!"
   --- "Tchau Sarah."
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   --- "Sarah, oque você fica fazendo no cemitério?"
   --- "Eu converso com o Victor."
   --- "Quem é esse?"
   --- "É meu melhor amigo."
   --- "Nunca vi. Qual o sobrenome? Onde mora? Como ele é? Quantos anos tem? Qual o CPF? Número de celular? e
E-mail? Twiter?"
   --- "Calma Denise. Vou contar, espera. O nome dele é Victor, ele tem 21 anos, é branco, alto, ruivo e é um doce."
    --- "E oque mais?"
    --- "Como assim?"
    --- "Onde ele mora? Qual o sobrenome? E a família? Tem redes sociais?"
    --- "Eu... eu não sei."
    --- "A louca! Tu anda com um amigo que você nem sabe onde mora e nem sabe se tem família? E pior: nem tem Whatsaap?"
    --- "É que... nunca me encontrei com ele sem ser no cemitério. A gente sempre vai pra lá quando nos encontramos. Também nunca peguei o número dele, afinal, nem tenho celular."
    --- "Sério? Que bizarro! Não acha isso estranho?"
    --- "Ele não é estranho, é só... diferente."
    --- "Ele? Tô falando de você guria! Como você não tem celular?"
    --- "Isso é só uma escolha."
    --- "Não fofa! Escolha é usar corte brega, cabelo azul desbotado, andar fora de moda, usar All Star velho e a make mais mal feita que já vi. Precisamos ti arranjar um telefone."
    --- "Você é demais Dê." - Sarah sorriu
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   --- "Victor!"
   --- "Olá Sarah! Já voltou?"
   --- "Não, ainda estou lá."
   --- "Haha, muito engraçado!"
   --- "Muito mesmo! Ha ha"
   --- "Então, o que vamos fazer hoje?"
   --- "Eu, queria falar com você."
   --- "Sobre?"
   --- "Onde você mora?"
   --- "Eu... éh... eu não moro por aqui."
   --- "Mora longe?"
   --- "Não exatamente, depende do ângulo em que você olha."
   --- "E seus pais?"
   --- "Eles... eu... Não tenho pais."
   --- "E-eu... sinto muito. Não deveria ter perguntado. Desculpa."
   --- "Tudo bem, já faz muito tempo."
   --- "Bom, vamos sair hoje!"
   --- "Não vai dar, desculpa."
   --- "Mas, oque tem de mais em sair com a gente?"
   --- "Eu... tenho que ir. Tchau Sarah."
   --- "Mas..."

Victor correu até sumir no meio do cemitério. Sarah acompanhou, mas o perdeu de vista. Assim, pegou sua mochila e foi pra casa. O dia passou lentamente. Sarah não tinha muito o que fazer, não tinha ânimo pra sair e seu irmão tinha medo de passar tanto tempo com ela. Ela se sentia só e cada vez mais se intrigava com o fato de nem mesmo ter o número de telefone de Victor. Eles nem se quer haviam tirado uma foto juntos. Victor era diferente. Ou estranho. Sarah tomou um banho, deitou na cama e jogou cartas até adormecer. E com o sono, vem os pesadelos.

"Sarah acordou em uma casa escura. Uma mansão. Havia um silêncio enorme. De repente, um barulho de água. Sarah caminha até os fundos e encontra uma piscina enorme. Se aproxima e vê um garoto boiando, morto. Era Victor. Ela grita e se aproxima mas tudo se inunda e ela se afoga. Acorda então em uma sala. Um velório. E no caixão, Victor. De repente, o garoto agarra a mão dela e grita um som alto e estridente. Ela vê o cemitério do bairro e uma lápide com o nome de Victor."

Sarah acorda assustada, estava chovendo muito. Ela pega a bicicleta e uma lanterna e corre até o cemitério. Pega a lanterna e começa a procurar assustada entre as lápides até encontrar. Era uma lápide antiga, com um pouco de mato em volta, uma foto de Victor e o nome: Victor Darknees.
Sarah se apavorou no mesmo instante. Entrou em shock. Começou a caminhar para trás, não acreditando no que vira.

   --- "Eu queria ti contar."

A menina se vira rapidamente e olha assustada pra Victor. Ele estava lá, olhando pra ela com os olhos tristes. Estava na chuva, mas não se molhava.

   --- "E-eu tentei dizer, mas..."
   --- "Não chega perto de mim!"
   --- "Sarah, sou eu... Victor... seu amigo!"
   --- "SAI DAQUI!"
   --- "Não, sou eu... escuta!"
   --- "NÃO ENCOSTA EM MIM! Você não é real! Não é real!"
   --- "Sarah! Espera!"

Sarah correu desesperadamente pra fora do cemitério. Ela não conseguia acreditar que Victor estava mesmo morto. Era demais pra ela. Ela não devia estar brava, mas estava. E sabia disso. Correu tanto que nem notou aonde estava indo. Chegou em uma rua escura, a corrente da bicicleta arrebentou e Sarah caiu no chão, numa poça de água. As lágrimas se misturavam à chuva.

   --- "Ora, ora, ora. Oque temos aqui?"
   --- "Olhem, é uma pirralha de cabelo azul!"
   --- "Que você táh fazendo aqui garota?"
   --- "E-eu já tô indo embora." - disse Sarah se levantando

Eram três vândalos que viviam por ali. Eles eram altos, fortes e muito mais velhos que ela. O do meio usava moletor vermelho, bermuda jeans e touca preta. Os outros usavam camiseta e bermuda. Um deles usava boné. Eles a cercaram.

   --- "E aí princesa, vamos brincar?"
   --- "E-eu quero ir pra casa."
   --- "Mas já? Tão rápido?" - diziam enquanto jogavam e garota de um pro outro
   --- "Sua esquisita!"
   --- "Sua gostosa!"
   --- "NÂO!!! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!"
   --- "Tirem a roupa dela!"

Os garotos seguraram Sarah, mas quando tiraram o casaco dela se assustaram.

   --- "Que nojo! Tu parece o Freed Krugger!"
   --- "Aberração!"
   --- "Volta pro espaço alien!"
   --- "Coisa ridícula!"

Os rapazes davam chutes e socos, cuspiam e xingavam Sarah. Ela deitou em posição fetal na tentativa de se proteger.

   --- "Por favor, me deixem em paz!" - gritava ela
   --- "Sabe oque a gente faz com vadias como tu?" - disse o líder levantando Sarah pelo cabelo e olhando o rosto machucado da garota
  --- "A gente come e depois mata!"

Nesse momento, uma tampa de lixeira bateu no rosto dele, fazendo um corte enorme.

   --- "Quem está aí?"
   --- "Que porra é essa?"

Os garotos começaram a levar latadas, socos, chutes e empurrões. Sangrando, eles fugiram com medo.

   --- "Corram! Ela tem poderes!" - disseram e sumiram
   --- "Victor."
   --- "Aguenta firme, eu vou ajudar você!"

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   --- "... e foi isso que aconteceu."
   --- "Quantos anos tem Victor?"
   --- "21."
   --- "A quanto tempo?"
   --- "115 anos."
   --- "Como você morreu?"
   --- "Quer ver?"
   --- "Sim."
   --- "Vai doer."
   --- "Eu não ligo!"

O fantasma estendeu a mão e Sarah pegou. No mesmo instante ela entrou na casa de seu sonho, perto de uma piscina enorme. Era inverno,estava muito frio. Ela ouviu risos. Se aproximou da piscina e viu alguns garotos. Ela sentiu medo. Viu os garotos jogando um rapaz na água. Era Victor. Ele caiu e começou a se debater. Tentava sair, mas um dos garotos afundava sua cabeça na água novamente.

   --- "Por favor, eu não sei nadar! Por favor, táh muito frio! Me deixa sair, me tira daqui!"

Sarah sentiu um frio horrivel, seus dedos doiam e ela perdeu o movimento das pernas. Sentia uma dor horrível. A medida que o rapaz afundava, Sarah perdia o ar e sentia a água entrando no seu pulmão e queimando. Ela chorou e desmaiou. Sarah acordou.

   --- "Cof cof cof meu Deus! Era horrivel! Eu quase morri!"
   --- "Sei como éh."
   --- "Eu devia saber que você morreu, ninguém pode ser assim tão branco."

Os dois riram. Victor levou Sarah até sua casa. Ela foi pro quarto, entrou no banheiro, tomou banho. Victor ficou na cama.

   --- "Quer ajuda?"
   --- "Não! Não é só porque você táh morto que pode me ver nua!"
   --- "Okay rsrs!"

Sarah terminou o banho, vestiu um pijama e se deitou com a cabeça no colo de Victor.

   --- "Sarah, eu sei que é estranho ser amiga de um fantasma, mas não quero que nossa amizade mude."
   --- "Não é estranho, é diferente. Tudo bem em ser diferente?"
   --- "Acho que tudo bem."


Notas Finais


Muito obrigada a quem táh lendo e acompanhando! Comentem aí o que acharam e se gostaram, coloca o joinha! Beijos, até mais!


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