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História As Coisas que o Tornam tão Único - Os Pequenos Detalhes que Yifan Amava Observar


Escrita por: uniihverse

Notas do Autor


Olá pessoas lindas do meu coração!

Vim aqui completamente atrasada deixar o meu presentinho para a linda a maravilhosa da Sisi (@Nasuke), pessoa que amo muito e que assim como eu ama KriSoo!!!

Então não tinha como eu fazer essa história com outro couple que não fosse eles (na verdade eu poderia escrever com couples de CDZ, mas o OTP é o OTP, não é mesmo?).

Sisi eu espero que você goste dessa fic, que eu milagrosamente consegui escrever com mãos de 2k!

Boa leitura para vcs <3

Capítulo 1 - Os Pequenos Detalhes que Yifan Amava Observar


As Coisas que o Tornam tão Único

Especial de Aniversário da Sisi

Wu Yifan não costumava prestar muita atenção nas coisas ao seu redor.

O chinês de quase dois metros de altura sempre fora muito desligado, do tipo que podia passar uma pessoa com fogo ateado ao corpo bem ao lado dele que nem iria reparar. Por muitas vezes chegaram a reclamar do quanto ele parecia arrogante por não retribuir aos cumprimentos que recebia na rua ou até mesmo por fingir que não via uma pessoa.

A questão é que o Wu realmente não as via e não fazia isso por maldade ou porque se achava melhor que os outros. Na maioria das vezes, ele apenas estava entretido com a música que tocava em seu celular, imaginando que estava estrelando um videoclipe, ou apenas pensando aleatoriedades da vida.

Eram raros os momentos em que ele prestava atenção em alguma coisa e foi em um deles que conheceu Do Kyungsoo.

Foi em uma noite em que a agência em que trabalhava estava em festa. Naquele tempo, Yifan era apenas um estagiário no setor de criação e, mesmo que a agência não tivesse um número exorbitante de funcionários, ele conhecia somente aqueles que trabalhavam no andar em que ficava o seu setor. Por esse motivo, ele ficou sentado sozinho em uma mesa em um canto, enquanto seus sunbaes socializavam com as pessoas dos outros setores.

Como não tinha nada de interessante para fazer, ele começou a prestar atenção nas coisas que estavam acontecendo naquela festa - da qual não se recordava o motivo pelo qual estava acontecendo.

Havia um cara tão alto quanto ele junto de um cara mais baixo e um outro meio magricela transitando de um lado a outro do salão. Eles falavam alto e faziam brincadeiras sem graça com as outras pessoas, e parecia que faziam isso apenas para irritá-las. Ele tinha certeza que sabia quem eles eram, pois já havia os vistos em seu andar; só depois que o trio se aproximou dele para trocar algumas palavras foi que ele se lembrou que se tratava dos rapazes que entregavam as correspondências.

Já na mesa ao lado da sua, havia uma garota muito linda, com cabelos longos e descoloridos e uma expressão de desprezo no rosto, que parecia analisar e julgar todas as pessoas presentes ali. Junto com ela havia dois rapazes que conversavam animadamente, apesar da cara de sono do de pele bronzeada. Vez ou outra eles tentavam inserir a loira na conversa, mas ela apenas os ignorava, voltando a beber seu drink.

O chinês se divertiu analisando cada uma pessoas que estava ali, e percebeu que prestar atenção nas coisas podia ser muito interessante. E entre ver pessoas dando cantadas em outras, serem dispensadas ou ganharem um papelzinho com um número telefone, notar casais se formando e outros engatando uma discussão sobre seus relacionamentos, algo lhe chamou muito a atenção.

Na outra extremidade do salão, havia um rapaz bem menor do que ele parado ao lado da mesa de bebidas. E, pela cara que ele fazia, parecia que o último lugar em que ele desejava estar era numa festa socializando com as pessoas. Enquanto todos se acabavam de dançar na pista de dança, depois de olhar em volta por duas vezes, ele começou a arrumar as diversas garrafas da mesa.

O rapaz analisava os tamanhos delas e então as colocavam uma ao lado da outra, da menor para maior, sempre com o rótulo virado para frente. Yifan achou aquilo muito interessante e bastante peculiar, pois organizar coisas não é algo que pessoas costumam fazer em eventos sociais. E seu interesse se tornou ainda maior ao notar que o rapaz, ao terminar de arrumar tudo, abriu um sorriso belíssimo de satisfação, completamente orgulhoso pelo que tinha acabado de fazer.

Naquele instante, o Wu teve a certeza de que dedicar seu tempo para observar o Senhor Organização seria muito mais interessante do que perdê-lo com as demais pessoas daquele lugar, que pareciam iguais a tantas outras que ele já havia visto nos outros raros momentos em que observava as coisas ao seu redor.


| ♦ |


Depois daquela festa, Yifan passou a reparar mais nas coisas.

Mesmo com os fones de ouvido tocando música alta, ele estava atento a tudo o que acontecia, desde coisas que chamam a atenção de todos, como a discussão de um casal bem no meio da praça de alimentação de um shopping, até aqueles bem discretos, como uma singela carícia entre dedos mindinhos de um casal homossexual dentro de um vagão de metrô lotado.

Esse novo hábito trouxe boas coisas para sua vida, como saber os macetes de certas coisas, por exemplo, a da nova máquina de café que havia chegado na agência. Muitos funcionários reclamavam que ela demorava a aceitar as notas ou até mesmo que depois do meio dia o café já não saia tão quente quanto deveria. O problema é que eles não sabiam manuseá-la direito, ao contrário de Yifan.

No dia em que a máquina foi instalada, ele estava sentado em uma das mesas de reunião esperando o seu horário de almoço terminar - prática essa que era proibida em tese, mas que todos os funcionárias faziam -, quando observou o técnico explicar para a pessoa responsável pela compra do aparelho como tudo funcionava. Mas ela não estava prestando muito atenção nas palavras dele, perdendo pontos muito importantes para o bom funcionamento da máquina.

Assim, quando a pessoa foi repassar aos demais funcionários como a máquina funcionava, esqueceu de falar sobre esses pequenos detalhes, gerando, com o passar dos dias, as muitas reclamações sobre o equipamento.

Felizmente Yifan compartilhou de seus conhecimentos com as pessoas que tinha mais proximidade no trabalho, e pelo menos as pessoas dos setores de marketing, criação e comunicação conseguiram desfrutar de um bom café.

O que Yifan não esperava é que esse seu pequeno conhecimento fosse lhe ser tão útil um dia.

Ele havia acabado de voltar do seu horário de almoço e estava pegando alguns cafés para seus colegas - afinal, ele ainda era um estagiário e estagiários servem para realizar este tipo de tarefa. Enquanto terminava de arrumar os copos no suporte de papelão, ouviu alguém resmungar, não tendo como evitar que um sorriso debochado se formasse em seus lábios, pois certamente era mais um desavisado sobre os macetes da máquina.

Como não achava certo que as pessoas ficassem sem suas doses diárias de café, Yifan decidiu que iria ajudar aquela pessoa a adquirir o seu. Ao se virar para compartilhar com ele seu conhecimento, viu que se tratava do Senhor Organização.

— Máquina idiota! - ele resmungou, batendo na lateral dela — Porque você me odeia?

Yifan riu da cara que ele fez, pois era nítido o quão frustrado estava, então resolveu se aproximar.

— Com licença? - disse chamando a atenção do menor — Precisa de ajuda com a máquina?

O rapaz ponderou por alguns segundos, desviando os olhos do rosto do chinês até o dinheiro que tinha nas mãos, para então olhar para o suporte com vários copos de cafés que o outro segurava.

— Eu preciso, sim! A máquina do meu setor está sem água e eu preciso muito de um copo de café bem forte pra me ajudar a encarar a pilha de orçamentos que tem na minha mesa, aí eu vim aqui pegar nessa máquina, mas essa porcaria não aceita o meu dinheiro! - explicou, fazendo uma careta  que o chinês achou muito adorável — Pelo visto você parece ter sorte com ela, então por favor, me salva! -  ele pediu, empurrando seu dinheiro para ele.

O chinês não pode se conter e riu um pouco do desespero do outro. Pediu para que ele segurasse o suporte de papelão e pegou o dinheiro dele. Eles trocaram de lugar e então Yifan começou a explicar para ele como fazer para que o dinheiro de papel não fosse recusado pela máquina. Enquanto explicava e demonstrava, Yifan percebeu o quão atento o menor estava em todos os seus movimentos, com os olhos levemente arregalados e a boca um pouco aberta, enquanto balançava a cabeça um pouco em sinal de compreensão.

Quando o café finalmente ficou pronto, Yifan pegou e o entregou ao menor, que abriu um sorriso de satisfação tão bonito quando o que dera no outro dia ao terminar de arrumar as garrafas de bebida, fazendo o chinês sorrir também.

— Muito, muito, muito obrigado! - o rapaz disse, não se demorando a dar um gole na bebida — Ah! Esse café é melhor do que o da máquina do meu setor… Como isso é possível se teoricamente elas são do mesmo modelo? - perguntou encarando o maior, que apenas riu, pegando de volta o suporte de papelão.

— É que nós temos alguns truques para deixar o café mais gostoso. - explicou, dando uma piscada para o menor que apenas riu, e então ele percebeu o quanto o outro ficava extremamente fofo enquanto ria, jogando a cabeça levemente para trás enquanto encolhia os ombros e quase que fechando os olhos completamente.

A cada segundo que passava o Senhor Organização se tornava ainda mais interessante de se observar, pensou Yifan.

— Bom, eu tenho que voltar agora, obrigado pelo café… ?

— Yifan… Eu chamo Wu Yifan!

— E eu me chamo Do Kyungsoo! De verdade, muito obrigado por me ajudar com o café! - o menor agradeceu, curvando-se várias vezes, até mesmo quando começou a andar em direção as escadas.

O sorriso bobo que havia se formado nos lábios do chinês levou um certo tempo para desaparecer, pois mesmo após voltar para sua mesa e focar-se em seu trabalho, a cena de Kyungsoo feliz ao receber o copo de café ainda mantinha e sua mente.


| ♦ |


Nos dias que se seguiram após aquele, Kyungsoo passou a frequentar mais o andar em que Yifan trabalhava e o chinês não reclamou nem um pouco daquilo, muito pelo contrário. Com isso, ele pôde observar melhor o coreano que tanto havia lhe chamado a atenção na noite da festa, já que de sua mesa tinha uma visão privilegiada do local onde ficava a máquina de café  - principal motivo pelo qual o menor ia até lá.

Yifan percebeu pequenos detalhes que constituíam a pessoa que era Do Kyungsoo, como a maneira como ele andava levemente curvado, sua mania por organização e sua impaciência para certas coisas - principalmente para as piadas do trio que entregava as correspondências -, que não teve como não se interessar cada vez mais por ele.

Assim, passado um mês desde a primeira vez que eles conversaram em frente a máquina, ele tomou coragem que ir até a mesma enquanto o coreano estivesse lá. Eles começaram a trocar algumas palavras, que foram se tornando conversas curtas e, quando se deram conta, ambos foram chamados por seus respectivos superiores para conversarem sobre o excesso de tempo que passavam na máquina de café.

Não foi difícil para eles se tornarem próximos, pois tinham muito em comum, como a preferência por coisas doces, a paixão por quadrinhos e animações japonesas e opiniões parecidas sobre assuntos que diziam respeito a sociedade num geral. Dessa forma, os encontros do café se tornaram encontros durante o almoço, e muito raramente uma ida até um bar próximo da agência depois do expediente.

Yifan gostava da companhia de Kyungsoo e de todas as suas pequenas manias, como arrumar os copos vazios que ficam dispostos ao lado da máquina enquanto esperava seu café ficar pronto ou a maneira como ele segurava o saquinho de açúcar em uma ponta e o balançava por exatas quatro vezes para que o conteúdo dentro nele se aglomerasse em apenas um canto e ele pudesse o abrir sem fazer sujeira.

E não demorou muito tempo para que Wu Yifan se desse conta de que sua pessoa preferida em todo o mundo era Do Kyungsoo e que queria mais do que apenas encontros durante o expediente de trabalho. O único problema é que sentia a necessidade de contar isso ao outro, mas não sabia como poderia fazê-lo sem que isso arruinar o laço de amizade que haviam criado.


| ♦ |


Levou dias até que o chinês criasse coragem para contar sobre os seus sentimentos ao coreano.

No dia escolhido, ele planejou tudo nos mínimos detalhes, desde como conduziria a conversa durante o almoço para conseguir convencer o menor a sair com ele após o expediente até em como criaria o clima para se confessar.  Ele não esperava ter uma resposta positiva sobre isso e estava preparado caso levasse um fora, mas mesmo assim queria que o momento em que se confessasse fosse especial.

Quando deu o horário de ir almoçar, Yifan notou que algo estava fora do normal, começando pelo fato de que, ao anunciar que estava saindo, três de seus colegas de setor disseram que iriam comer junto com ele, o que nunca tinha acontecido antes, já que ele sempre fizera sua refeição sozinho antes de ter a companhia de Kyungsoo. Mas ele não viu nada de errado naquilo e apenas aceitou.

Assim os quatro se dirigiram até o relógio de ponto, e ao contrário do que o Wu esperava, Kyungsoo não estava ali a sua espera. Foi então que ele recebeu uma mensagem no celular, do Do avisando que estava atolado de coisas para fazer e que não poderia ir comer naquele horário.

Yifan ficou chateado pela primeira parte do seu plano ter dado ido por água abaixo, mas aproveitou o horário de almoço para repensar ele. E enquanto comia, notou o quanto os seus colegas estavam agindo de maneira estranha.

Ele não se considerava muito próximo deles a ponto de compartilhar coisas pertinentes a sua vida pessoal e julgava que eram apenas colegas de equipe que faziam um bom serviço, então vê-los tão interessados em sua vida e planos de carreira, falando sobre cursos e outras empresas do ramo lhe pareceu muito suspeito.

E como bom observador que era logo entendeu o que estava acontecendo.

Puxou na memória quando foi que havia começado a trabalhar como estagiário naquela agência, e se deu conta de que estava para completar um ano, exatamente o tempo de validade do seu contrato.

Em outras palavras, seus superiores não tinham interesse em efetivá-lo e seus colegas estavam almoçando consigo para se despedir.

O chinês não soube exatamente como se sentir perante aquilo, então apenas aproveitou a companhia das pessoas com a qual aprendeu tanto, e colocou em sua cabeça que não se deixaria entristecer com aquilo.

Com o fim do almoço, os quatro voltaram para o setor, mas não sem antes pedir para que o chinês cumprisse com seu papel de estagiário e fosse pegar alguns cafés para eles, o que ele fez de muito bom grado, pois havia reparado na figura do coreano parado em frente à mesma. Ao se aproximar, sorriu ao ver que o menor estava arrumando os copos vazios como sempre fazia, e, ao que a máquina apitou anunciando que a bebida estava pronta, foi mais rápido que ele e o pegou primeiro.

— Hey! Devolva meu café, seu gigante folgado! – o menor resmungou, dando um soco leve no ombro dele.

— Você estava ocupado demais arrumando os copos, achei que não iria se importar se seu ex-colega de trabalho o pegasse. – explicou, vendo a sorriso do outro morrer aos poucos.

— Ex-colega? Como assim?

— Ao que tudo indica o meu contrato de estágio termina hoje e, pela atitude dos meus colegas de setor, eu provavelmente não serei mais um colaborador dessa agência. – explicou sem demonstrar tristeza – E eu nem tive a companhia do meu colega na minha última refeição no refeitório, estou muito chateado com você, senhor Do! – disse em tom zombeteiro, mas o menor não pareceu achar tanta graça em suas palavras.

— Eu... Eu realmente não podia descer! É fechamento de mês e eu já te expliquei mil vezes como o financeiro vira um inferno durante esse tempo – Kyungsoo tentou se explicar e Yifan se odiou por um segundo ao notar a culpa o corroendo aos poucos – Me desculpa Fan, eu... Nós podemos jantar juntos hoje, eu pago!

— Hey, relaxa, cara, eu estava só brincando! – ele tentou contornar a situação – Além do mais, você está sem dinheiro, então não esquenta com isso!

— Então... Eu faço um jantar para você, que tal? – o menor respondeu de prontidão – Hoje lá em casa, o que acha?

Yifan não esperava uma resposta como aquela e não poderia negar um convite tão importante quanto aquele, pois, pelo que bem conhecia o coreano, ele era bem fechado e pouquíssimas eram as pessoas tinham o privilégio de ser convidado a ir até sua casa.

— Deixa eu ver se entendi... Você está me convidando para ir na sua casa, tem certeza disso?

— Bem, eu só convido pessoas da qual eu realmente gosto para ir até lá e... Você é uma delas, afinal, você me apresentou o melhor café da empresa e é minha companhia durante  almoço… Ou era… Ah, você entendeu o que eu quis dizer! – explicou entre risos.

Naquele momento, Yifan percebeu que as orelhas do menor começaram a ganhar uma coloração avermelhada, o que significava que ele estava envergonhado e nervoso ao mesmo tempo. Ele havia entendido o que o outro queria dizer, mesmo que estivesse se enrolando com as palavras. Do tempo que se conheciam, poucas foram as vezes em que o coreano ficara daquele jeito, e ele não sabia exatamente como se sentir com aquilo, pois seu coração começou acelerar o ritmo de suas batidas.

Estava tão envergonhado quanto o coreano, afinal.

— É, eu entendi que sou especial pra você, e porque eu não seria, não é? Eu sou uma pessoa incrível mesmo! – ele respondeu em tom de brincadeira, tentando dissipar o clima que sem querer estava começando a ficar constrangedor para ambos — Então eu fico te esperando quando sair, ok?  — disse por fim, devolvendo o copo de café para o menor.

— Então está bem, até mais tarde! – Kyungsoo respondeu, curvando-se antes de seguir até as escadas.


| ♦ |


Como havia imaginado, seu contrato de estágio havia acabado e a agência não quis o efetivar.

Quando foi chegando o final do expediente, ele começou a arrumar suas coisas numa caixa, ao mesmo tempo em que seus colegas de andar vinham se despedir. Ele só tinha a agradecer a todos eles, pois aprendeu muita coisa naquele um ano que estivera ali, e certamente usaria de tudo aquilo para encontrar um novo emprego.

Depois de se despedir de todos, ele pegou suas coisas e se dirigiu para fora da agência, a fim de esperar o amigo pra que pudessem seguir para a casa dele. Demorou um pouco até o coreano aparecer. Trazia dois copos de café, a qual um foi oferecido a si, pois, segundo ele, precisavam brindar a saída do gigante chinês dali. Depois de desfrutarem da bebida quente, seguiram para o metrô, conversando sobre quais seriam os planos futuros do maior.

Kyungsoo não morava muito longe da agência, então o trajeto foi bem rápido. E antes que pudessem seguir para a casa dele, eles passaram no mercado para que comprassem algumas coisas para preparar o jantar. Enquanto eles zanzavam entre os corredores do estabelecimento, Yifan aproveitou para observar mais o amigo, pois descobrir novas peculiaridades dele nunca era demais.

Com a compra feita eles finalmente seguiram para a casa do Do, que, assim como o chinês havia imaginado, era bem simples, seguindo o estilo de seu proprietário. Ao entrarem, Yifan deixou a caixa com seus pertences ao lado da porta, junto ao móvel em que deixavam os sapatos, e seguiu o menor até a cozinha, ajudando-o a tirar as coisas das sacolas.

A casa era bem pequena, mas ainda assim aconchegante. Havia muitas prateleiras para que tudo ficasse bem organizado e a decoração era toda em preto e branco. Não havia nada fora do lugar e Yifan conseguia imaginar perfeitamente o menor transitando por entre os cômodos arrumando uma coisa ou outra. Sentia-se especial por estar ali, pois de alguma forma aquilo significava que estava ainda mais próximo do outro.

— Muito bem, você pode me ajudar a preparar as coisas? – Kyungsoo perguntou enquanto arrumava o avental em volta de seu corpo.

— Mas eu sou um convidado! Você vai mesmo me botar pra trabalhar? – resmungou, tendo como resposta um avental que fora jogado contra si.

Ele apenas riu e arrumou o avental, perguntando ao dono da casa o que poderia fazer para ajudar. Kyungsoo passou todas as instruções para o amigo e então eles começaram a preparar o jantar.

Foram minutos muito agradáveis, ao qual Yifan pôde descobrir mais coisas sobre a pessoa pela qual já estava completamente fascinado. Kyungsoo era muito dedicado a qualquer tipo de tarefa que realizava, Yifan sabia muito bem disso, e todas as vezes em que o Do lhe dissera que cozinhar era quase que um tipo de terapia de tão bem que lhe fazia, pensava apenas que ele estava exagerando. Mas vê-lo ali, completamente concentrado em amassar, cortar e mexer os ingredientes nas panelas, e todos os sorrisos que ele dava ao provar uma ou outra coisa e ver que estava tudo indo como planejado e fazia ter cada vez mais certeza que aquela era realmente a coisa mais preciosa para ele.

Eles não levaram muito tempo para preparar tudo - sendo Kyungsoo o que fizera grande parte das coisas, já que Yifan não levava o menor jeito para aquilo -, e logo estavam sentados à bancada, desfrutando do cozido feito especialmente para o chinês.

Conversaram por toda a noite, com direito a piadas sem graça do maior e algumas confissões do dono da casa, que acaba ficando com os orelhas vermelhas em sinal vergonha. Aquela estava sendo uma das melhores noites da vida ambos e Yifan, por um momento, até se esquecera de que era novamente desempregado. A única coisa da qual não conseguia se esquecer era da confissão que precisava fazer, estava apenas esperando o momento perfeito para fazer aquilo.

Depois de se cansarem de comer e de beber, Kyungsoo pediu para que o maior o ajudasse e arrumar a cozinha. Enquanto ele esvaziava as panelas para que pudesse lavá-las, o chinês tomou coragem para dar início ao assunto mais importante daquela noite.

— Sabe… Eu estou muito feliz pelo convite que me fez - começou como quem não quer nada, roubando a atenção do outro. — É um sinal muito importante quando uma pessoa convida outra para ir até sua casa, pois é algo muito íntimo.

— Eu disse que só trazia pessoas da qual eu realmente gosto… E você… Você é uma delas, oras! - Kyungsoo respondeu, as orelhas voltando a ficarem vermelhas.

— Você também é uma das pessoas da qual eu realmente eu gosto, - o maior prosseguiu. — Na verdade, você é a pessoa da qual eu mais gosto entre todas as outras, sabia?

A panela que Kyungsoo segurava foi ao chão logo que Yifan terminou sua frase. Havia molho e pedaços de carne e legumes espalhados por todo o piso branco e, se fosse em qualquer outra circunstância, o dono da casa estaria xingando mil e uma entidades por ter permitido que aquilo acontecesse, mas naquele momento tudo o que ele fazia era encarar o maior com os olhos arregalados.

— O-o que? - perguntou o Do, começando a esfregar freneticamente as mãos sobre o avental — P-por que eu seria essa pessoa? Eu sou tão… Sem graça… - confessou, fazendo uma careta em seguida.

— É aí que você se engana! - Yifan rebateu, levantando-se do banco em que estava sentado e se aproximando do menor — Existem muitos pequenos detalhes que formam a pessoa que você é, Kyungsoo, e eu observei todos eles ao longo desse um ano em que estive trabalhando na agência; começou quase que sem querer na festa do começo do ano, quando você estava arrumando as garrafas na mesa de bebidas - ele começou a explicar, não deixando de rir ao ver os olhos já arregalados do outro aumentarem ainda mais — e continuou depois do dia que eu te ajudei com a máquina de café. Antes eu não era muito de prestar atenção nas coisas, mas graças a você isso mudou. Observar passou a ser umas das coisas que eu mais gosto de fazer, e você em especial é a pessoa que eu mais gosto de observar, porque eu gosto de todos os seu detalhes, as suas manias e os seus trejeitos porque eles tornam você uma pessoa única, e eu gosto de você exatamente desse jeito!

A essa altura, o Yifan estava bem próximo do coreano, fazendo com que ele tivesse que erguer um pouco o rosto para o encarar. Além disso, não apenas as orelhas dele estavam vermelhas, mas o rosto também. Ele ainda esfregava as mãos sobre o avental, agarrando-o vez ou outra.

— Eu… Eu… - ele tentava encontrar palavras para dizer alguma coisa para o maior, mas tê-lo o encarando daquela maneira tornava tudo mais difícil, então ele parou de esfregar suas mãos e as levou aos próprios olhos, tapando-os, então respirou fundo e continuou — V-você também é a pessoa que eu mais gosto entre todas as outras… Eu gosto de como você é um pouco convencido e de todas as suas piadas idiotas, de como a nossa conversa flui de um jeito natural… E também, o café da máquina do seu andar não tem um gosto tão diferente assim da que fica no meu, eu acho que ele ficava mais gostoso porque eu sempre o bebia na sua companhia! - ele disse tudo de uma vez, apertando os lábios ao terminar.

Yifan achou adorável a maneira como menor se confessou a ele, e gentilmente levou suas mãos até as dele, fazendo com que ela as tirasse dos olhos. Ficaram um tempo se encarando, pois depois de tantas palavras ditas tudo o que precisavam eram de um tempo em silêncio.

Kyungsoo se aproximou ainda mais do chinês, passando os braços rapidamente envolta do corpo dele, abraçando-o com mais força do que pretendia, pois ouviu-o reclamar de dor. Ele pediu desculpas por aquilo, mas o outro pouco se importou e apenas o abraçou de volta.

Para ele, cada coisa que coreano fazia era encantador, pois todas elas o tornavam tão.. Único.


Notas Finais


E é isso!

Só acho que deveríamos instituir o café como a bebida oficial de KriSoo, oq vcs acham? Deixem um comentário bem amor e VAMOS DAR AMOR A SISI E A KRISOO, AMÉM!

Outra coisa, a gente fez aquele negócio de mensagens anônimas, se quiserem deixar um recado: kylniih.sarahah.com

Até a próxima!!!


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