~Alison~
Hoje é dia Dezoito de Abril de 250 Anos Estelares, ou seja, meu aniversário, e como sempre o meu pai, Arnian de Áries, resolve dar a maior festa de todas em todos os anos e não economiza em nada.
Tinha um bolo de cinquenta andares, uma fonte ornamental de chocolate, que como o meu pai sabe, é o meu doce favorito, cisnes e carneiros de gelo enormes, uma pista de dança, luzes coloridas e tudo que se pode pedir e imaginar.
Todos os reis estão lá, principalmente Tayrone de Touro e Leon de Leão, que junto com o meu pai, formam os mais poderosos e ricos de todas as Terras Zodiacais. E pais das minhas melhores amigas: Taylor e Lana.
Eu uso um vestido igual ao pôr do sol, com as suas cores de rola, roxo, laranja, vermelho e amarelo, joia feias de rubi, em que o meu pai insiste eu usar. O meu cabelo, da mesma cor do fogo, está trançado, caindo pelas minhas costas. A maquiagem feita pelas criadas está bastante carregada, mas realça os meus olhos verdes.
A minha festa de aniversário sempre acontece algo diferente. Como na do ano anterior em que Chris de Câncer e Carlos de Capricórnio se assumiram gays e começaram a namorar. Ou no ano anterior em que Victoria de Virgem subiu no globo de estrelas, que fica a quinze metros do chão, bêbada, e tiveram que parar a festa antes que ela caísse e espatifasse no chão. Mas esse ano foi o pior. Recebemos a pior notícia de todas. O mais poderoso rei de toda a Província Celeste, Rei Stefan de Serpentarius, e seus três filhos, Aurora, Luna e Willian, desapareceram. Nunca vimos os seus rostos, mas conhecemos os seus poderes. Assim como cada signo tem os seus poderes.
A Casa Serpentarius e completamente independente das outras famílias, mas nós, os Doze Maiores, dependemos total e completamente da Casa Serpentarius. Por serem eles a controlar o nascer e pôr do sol, e o próprio vácuo. Mas agora estamos perdidos. Sem eles não podemos exercer alguns de nossos ofícios.
E com essa bela notícia, que a minha festa se encerra antes das oito da noite (odeio isso, pois se a festa está marcada das nove da manhã até meia noite, tem que começar às nove da manhã e acabas meia noite) e apenas os reis ficam, junto com os seus filhos, e isso pode significar apenas uma coisa. F-U-D-E-U
O criado entra correndo pela porta, segurando uma travessa de prata, com nada menos que três envelopes abertos, sussurra algo no ouvido de meu pai e sai.
-Reis e rainhas da Corte Estelar, mandei tropas de buscas ás terras de nosso querido amigo Stefan Serpentarius, e encontramos essas três cartas, escritas pelos filhos do rei, - diz meu pai, com um ar orgulhoso no rosto – e descobrimos onde pode ser o paradeiro dos filhos de Serpentarius.
- E o que você descobriu? – perguntaram Tayrone e Leon em uníssono
- Eles foram designados a uma missão à Terra, cada um com um local diferente para ir. E, como não se prepararam para a atmosfera terrestre, eles devem ter desmaiado e perdido a memória. Mas o Rei não desapareceu logo após a chegada das cartas de seus filhos. – diz meu pai, com um pesar melancólico na voz – As três contam de como chegar à Terra intactos será difícil, e que eles podem sofrer consequências, mas não abandonariam a missão.
- E como você sabe que eles perderam a memória? – pergunto. O que foi um erro, pois todos os rostos viraram para mim, fechados, com ar de reprovação.
- Por um vídeo que conseguimos captar das naves deles.
Em seguida, meu pai puxa uma placa de vidro azul-claro e começa a digitar. Quando termina, uma tela igual a que ele segurava só que maior surge na parede, com um vídeo de um garoto lindo. Não aparenta ter mais que a minha idade, dezessete. Seus cabelos são loiros e despenteados, seu rosto é anguloso, seus olhos são de um roxo brilhante, seus lábios são carnudos e rosados, seus ombros largos e musculosos, assim como o resto do corpo, estavam tensos. Seus olhos vagavam perdidos, confusos, coo se não soubesse onde estava, quem era e o que fazia. E era exatamente assim que ele estava.
- Olá? – sua voz era suave, mas grossa, era harmoniosa, mas não cantada –algu... por fa... socor... – então o vídeo começa a falhar e a tela volta ao normal.
- Essa resposta está boa pra você querida? – diz a Rainha Lillian de Libra
- Sim senhora! – respondo, recuando
- E como recuperaremos o Rei e seus filhos? – diz o Rei Salazar de Sagitário
- Vocês, reis e rainhas se preocupam com o Serpentarius, nós, os príncipes e princesas, iremos atrás dos seus filhos. – grita Estela de Escorpião.
O meu pescoço estala por virar tão bruscamente para ela, assim como a maioria daquela sala. Olhava para ela, atônita. Como ela pôde falar assim com um rei? Mesmo sendo uma princesa, ninguém pode falar assim com um rei.
- E como vocês acham que podem fazer isso? – pergunta Salazar – Se nem os filhos de Serpentarius continuaram com memória, quem garante que vocês não possam sofrer coisa pior?
- Eu garanto! Somos treinados desde pequenos, somos preparados para guerras antes mesmo de começarmos a falar. Os filhos de Serpentarius não! – Estela afirma como uma verdadeira rainha que será um dia – Sabemos controlar muito bem os nossos poderes e habilidades. Podemos muito bem sobreviver a um planeta, que é muito mais jovem que as Planícies. Somos espertos, astutos, inteligentes, especiais. Cremos em nós mesmos, e sei muito bem que podemos sobreviver a isso e voltarmos com os três filhos de Serpentarius!
Um silêncio desconfortável cai sobre a sala, até que os reis e rainhas começam a cochichar e nós, príncipes e princesas, esperamos o veredicto.
- Muito bem. Já que vocês insistem em poder ir, separaremos vocês em três grupos: – diz meu pai, sem nenhuma expressão no rosto – Os Cardinais, Os Fixos e os Mutáveis.
- E como seria essa separação? – digo, imitando o meu pai
- Os Cardinais irão atrás do Willian, na Europa. Os Fixos irão atrás da Aurora, na América e Os Mutáveis irão atrás da Luna, na África. E a lista será a seguinte:
Cardinais: Alison de Áries, Chris de Câncer, Louis de Libra e de Carlos Capricórnio.
Fixos: Taylor de Touro, Lana de Leão, Estela de Escorpião e Alan de Aquário.
Mutáveis: Gisa e Gabriel de Gêmeos, Victoria de Virgem, Sarah de Sagitário e Peter de Peixes.
- meu pai terminou de falar e o choque me veio: Estarei separada de minhas melhores amigas.
- Vocês partirão daqui a um mês, na lua cheia, e até lá, vocês treinarão dia e noite, parando apenas para se alimentar e dormir. – diz meu pai
Então é oficial! Está marcada a minha missão suicida para salvar um príncipe gato e suas irmãs em um planeta em que eu sonhava nunca visitar e estarei separada as minhas melhores amigas. E terei apenas um mês para partir para a Terra. Um mês de treinamento, suor e lágrimas. Um mês para mudar a minha vida.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.