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História As crônicas de Chen - Os novos inimigos.


Escrita por: GHyun

Notas do Autor


E voltei com mais algumas atrapalhadas do querido gato Chen!

Estou realmente surpresa e muito feliz pela fic ter chegado aos 31 favoritos com apenas um capítulo. Obrigada, gente! <3


Nem sei o que falar, socorr.
Boa leitura e desculpem qualquer erro.

Capítulo 2 - Os novos inimigos.


Fanfic / Fanfiction As crônicas de Chen - Os novos inimigos.

Junmyeon ficou bravo comigo por eu ter quebrado o alarme dele e me ignorou a manhã toda. Antes de sair para o trabalho, ele só deixou ração e água pra mim.
Leite e um carinho que era bom, nada. Mas tudo bem, eu o perdôo, já que quando ele quebrou e jogou fora meu brinquedo favorito, o ignorei por dias.

Para o meu azar, quando ele saiu para trabalhar, acabou levando a chave extra. Ai já é castigo demais!

Aproveitei para dormir e, duas horas depois, acordei entediado.

Transformei-me em humano e andei pela casa atrás de algo interessante para fazer, mas não achei nada. Procurei pelos presentes que o Jun disse que o Sehun havia dado, mas também não achei.

Aproximei-me da janela da sala e a abri para entrar um ar no apartamento, e fiquei olhando a rua. Eu poderia pular pela janela, mas depois não teria como voltar sem o Jun perceber.

Argh! Odeio ficar preso!

Vi Chanyeol aparecer no portão da garagem e, logo em seguida, Baekhyun. Os dois se sentaram e ficaram me esperando.

Quando eu ia parar de observá-los, vi o projeto de rato correr em direção deles, latindo, mas os dois nem deram atenção. Detalhe: o projeto de rato só estava se mostrando de valente porque o portão estava fechado, mas isso não demorou muito.

Jun tinha mania de sempre ter chaves extras, e o mesmo valia para o controle do portão da garagem.

Procurei pelo controle extra e o encontrei facilmente numa gaveta de bagunça do meu dono. Voltei para a janela e apertei o botão que fazia o portão abrir.

Eu não me canso de ser malvado com esse Pinscher.

Ao ver o portão abrindo, o projeto de rato parou de latir e abaixou as orelhas. Chanyeol se levantou e deu um único latido, que fez o rato, digo, cachorro sair correndo o mais rápido que conseguia.

Vendo que nenhum carro estava para sair, Baekhyun olhou para cima e me viu, acenei para ele e fiz sinal de que não poderia sair hoje.

Os dois sabiam do meu segredo. No início, eles ficaram assustados, mas se acostumaram e, às vezes, até pediam para eu me transformar em humano para brincar ou fazer carinho neles. O único problema era que eu ficava nu, mas tudo bem, ninguém via mesmo.

Deixei a janela aberta e fui pegar um pouco de leite para beber, sentei-me no sofá e liguei a televisão.

Por ver meu dono sempre mexendo na TV, celular, notebook e outras coisas, acabei aprendendo como eles funcionam e, quando estou sozinho, consigo me distrair, apesar de eu acabar sempre me atrapalhando.

Terminei de beber o leite e deixei o copo no chão, deitei-me no sofá e fiquei assistindo um desenho que passava.

Acabei dormindo enquanto assistia o desenho e só acordei com o barulho da porta sendo destrancada. Senti o cheiro do meu dono e por pouco não me levantei, o que iria fazê-lo me ver na forma humana. Rapidamente, transformei-me em gato e fingi estar dormindo.

Ouvi Junmyeon se aproximar e parar atrás do sofá.

— Mas o que é que está acontecendo aqui? — ele me pegou por debaixo dos braços e me encarou. — Como você ligou a televisão? — tenho os meus segredos, humano. Percebi que ele olhava para a TV com uma cara que eu não sei explicar. — Você é um gato estranho, Chen, e pervertido também. — inclinei a cabeça pro lado sem entender o motivo dele ter me chamado de pervertido. Ele me virou para a televisão e, então, eu pude entender. Mas que vergonha! Eu juro que não estava vendo aquilo! Eu estava vendo desenho e dormi, e agora estava passando... passando... socorro! Agora Junmyeon acha que eu sou pervertido por estar passando pornografia! Eu devo ter apertado algum botão enquanto dormia, só pode ser isso! Argh! Odeio tecnologia! Jun me virou para ele. — Por acaso, você entende o que eles estão fazendo? — Claro que eu entendo, humano idiota! Eu não nasci ontem!

Ele me colocou no chão, desligou a televisão, e foi até a cozinha. O segui, miando, querendo a atenção que ele não me deu de manhã. Jun me encarou por um momento e disse que eu não merecia carinho depois do que fiz com o alarme, e apenas trocou minha água.

Seria errado eu estar com raiva dele?

Enquanto ele fazia o almoço, subi na mesa e vi uma pilha de documentos, o que indicava que ele passaria o resto do dia em casa trabalhando, ou seja, não poderei ficar à vontade. Argh!

Jun viu que eu estava cheirando os documentos e correu para tirá-los de perto de mim.

— Nem pense em tocar neles! Se você fizer algo com esses papéis, juro que te entrego pra adoção!

Eita! Ele realmente está bravo comigo.

Mas eu não ia fazer nada com os papéis, eles não me provocaram!

Bufei.

Pulei pro chão, fui para o quarto dele e subi na cama, ajeitei-me entre os travesseiros e dormi.

Acordei no final da tarde e percebi que estava com fome, e ouvi barulho do Junmyeon abrindo algum pacote.

Corri para a cozinha e o vi colocar dois pães de forma dentro de uma caixa metálica pequena, e saiu de perto. Subi no balcão e cheirei a caixa, e continuei sem saber o que era.  Meu dono me viu e alertou-me das consequências caso eu a derruba-se, mas porque eu faria isso? Ela não me irritou.

Fiquei sentado no balcão vendo o humano arrumar as coisas para comer e comecei a miar conforme ele cantarolava. Jun achou engraçado de eu estar o acompanhando e me acariciou na cabeça ao passar perto do balcão. Finalmente um pouco de carinho!

Ele pegou a pilha de papéis e levou para o quarto. Ao voltar, ficou parado em frente ao balcão, olhando pra minha cara com aqueles olhos que tanto amo.

— Eu queria saber o que você está pensando. — falou enquanto acariciava minhas orelhas.

Acredite, humano, estou pensando que te amo e odeio ao mesmo tempo. Te amo por estar me dando atenção agora, mas te odeio por me ignorar o dia todo. Como consegue me ignorar? Sou fofo demais!

Sem qualquer aviso prévio, a pequena caixa metálica fez um barulho e jogou os pães para cima, e eu me assustei.

Com o susto, acabei caindo do balcão e sai correndo para me esconder debaixo da cama do Jun.

Demorou um pouco, mas o humano veio atrás de mim e me encontrou encolhido debaixo da cama, e sorriu.

— Você é mesmo medroso, hein!

Dei um miado e ele tentou me tirar de onde eu estava, mas recusei a sair e mordi de leve a mão dele.

— Chen! Não há motivos para ter medo, é só uma torradeira. Aqui, olhe como é bom.

Ele pegou um pedaço do pão que segurava e colocou perto de mim. Olhei desconfiado e comi. Estava gostoso, mas isso ainda não me impede de ter medo daquela coisa!

— Viu? Não tem nada do que temer. — ele mordeu o pão e voltou a me olhar. — Quer mais? — Jun sentou-se no chão e aproximei-me dele, subi em seu colo e ele me acariciou antes de me dar outro pedaço do pão. — Como posso amar tanto um pestinha como você?

Porque eu sou irresistível, fabuloso, maravilhoso, adorável, fofo, e o melhor gato que você poderia ter.

Quando terminamos o pão, Jun foi comigo até a cozinha e me deu um pouco de leite. Por segurança, fiquei sentado em um banco do balcão para não correr risco de ser atacado pela caixa metálica que meu dono chama de “torradeira”.

Jun disse que a tal torradeira foi o presente que ganhou de Sehun para ajudá-lo no café da manhã, já que meu dono sempre usava a frigideira para esquentar os pães.

Depois que ele terminou de comer e me mimou com uns pedaços de pão, ele me pegou no colo e fomos para a sala. Quando ele ia sentar no sofá, ouvimos o barulho de algo quebrar e olhamos para baixo.

Ops! Esqueci de lavar o copo de leite que bebi de manhã antes de dormir no sofá.

Vi o meu dono franzir o rosto e olhar desconfiado para o copo agora quebrado.

Quando senti um vento bater na minha cauda, paralisei.

Ops, de novo! Esqueci de fechar a janela!

Junmyeon olhou para trás e franziu mais o rosto. Ele nos aproximou da janela e olhou para baixo, e me encarou.

— Alguém entrou aqui? Você deixou alguém entrar? — deu um risinho. — Não teria como você abrir a porta.

Ele me deixou no sofá e saiu de perto, quando o vi novamente, estava com o celular em mãos e telefonava para alguém.

— Oi, amor. Tudo bem, e você? Bom. Não, não aconteceu nada, mas... — coçou a cabeça, com um sorrisinho bobo nos lábios.. — Então, me deixa perguntar... por acaso você veio aqui em casa hoje? Não, não é nada, é que... aconteceu uma coisa estranha. Calma, amor, eu estou bem. Então, eu estava indo ver televisão com o Chen e chutei um copo, e depois vi que a janela estava aberta... Já falei que estou bem e, sim, o Chen está bem. Então, o estranho de tudo foi que eu não bebi leite e nem coloquei pro Chen de manhã, e não abri a janela... Não, não parece que alguém tenha entrado aqui. Não, não tem nada faltando. Ainda não falei com o segurança do prédio... Irei falar. Não, não precisa vir aqui.. — respirou fundo. — Está bem. Estarei te esperando. Beijo, tchau.

Jun deixou o celular em cima do balcão e veio na minha direção.

Agora me sinto culpado de ter deixado ele preocupado... Queria poder dizer a ele que fui eu quem bebeu o leite e que abriu a janela.

— Irei lá em baixo falar com o segurança, quer vir?

Não precisa perguntar duas vezes!

Pulei do sofá e me esfreguei em suas pernas. Ele me pegou no colo e trancou a porta ao sairmos.

Abracei seu pescoço e fiquei esfregando minha cabeça em sua nuca como forma de carinho, queria pedir desculpas por preocupá-lo.

Por um momento ele parou de andar e eu soube onde estávamos: no meu pesadelo.

Quando ouvi a porta do elevador se abrir, agarrei-me no meu dono.

Jun tentou me acalmar, mas odeio tanto esse negócio que não consigo me acal... olha, um espelho! Cara, sou bonito demais!

Fiquei me observando no espelho e nem percebi quando terminamos de descer.

Jun saiu do elevador e me deixou no chão.

— Viu? Não é a morte.

Ele sabe do meu medo e insiste em usar essa caixa gigante carregadora de gente!

Deixei ele conversando com o segurança e sai do prédio.

Liberdade!

Droga! Sempre tem que ter um estraga prazeres.

O projeto de rato me viu e começou a latir. Ignorei-o, mas ele insistiu em me provocar e me atacou. Por sorte, não me feri e comecei a correr dele.

Corri em direção do portão da garagem e passei facilmente pelas grades... e ganhei uma bela lambida.

— Argh! Chanyeol! Já falei que só eu posso me lamber!

— Senti sua falta, Chen!

Chanyeol estava alegre por me ver e pulou em cima de mim.

— Chany! Você vai me esmagar, cachorro idiota!

— Solte ele, Chanyeol. — Baekhyun mandou e o cão saiu de cima de mim. Por que ele só obedece ao Baek? — O que já estava aprontando, Chen?

Olhei em direção do projeto de rato, ele estava parado, analisando se deveria ou não se aproximar.

— Eu, nada. Já aquele rato... acredita que ele me atacou? Eu mal tinha visto ele!

— Parece que alguém tem um inimigo. — Chanyeol disse, deitando-se de frente para nós. — Estarei sempre por perto caso precisar de ajuda, Chen.

— Agradeço. — esfreguei-me nele. — O que fizeram hoje?

— Passei o dia todo no tédio, Baek só queria saber de dormir.

— Falando em dormir... entrei numa enrascada hoje.

— Bem que suspeitei que você tinha aprontado algo. — Baek disse.

Vi o carro de Sehun se aproximar do prédio.

— Falando em enrascada. — bufei.

— Aquele não é o namorado do seu dono? O que ele faz aqui tão cedo?

— Bem... tenho um pouco de culpa nisso... Digamos que eu me transformei hoje e esqueci de lavar o copo em que bebi leite, e de fechar a janela, e o Jun estranhou quando viu.

— Mas ele te viu como humano?

— Não, mas foi por pouco. Agora estão os dois pensando que alguém invadiu o apartamento.

— Falando no seu humano. — Chany disse enquanto olhava fixamente para algo e abanava o rabo.

Olhei para trás e vi Jun se aproximar, mas parou alguns metros de distância.

Antes que eu pudesse falar pro Chanyeol não se aproximar, ele avançou todo alegre e querendo brincar, mas Jun não sabia e recuou com medo.

Não faz muito tempo que descobri que meu dono tem medo de cães. Ouvi uma conversa dele com Sehun e ele disse que havia sido atacado quando era criança e que tinha trauma desde então.

Corri para impedir Chanyeol de alcançá-lo, mas não fui rápido suficiente.

Quando Chany pulou, Jun saiu da frente, fazendo-o cair, e o xingou. Entrei na frente do cão e fiquei contra meu dono, e pude vê-lo surpreender-se por isso.

Posso amar meu dono, mas ninguém mexe com os meus amigos!

Baekhyun aproximou-se e esfregou a cabeça na de Chanyeol, avisando-o para saírem dali. Fiquei entre eles e meu dono até que se distanciaram o suficiente para eu poder me acalmar e meus pêlos abaixarem.

Junmyeon olhou deles para mim e agachou-se para me acariciar, mas dei um tapa em sua mão e demonstrei que não estava gostando daquilo, e sai de perto.

Passei por Sehun e o ignorei.

Subi numa árvore e deitei-me, vi Junmyeon se aproximar e me chamar, mas o ignorei e virei-me de costas para ele.

Fiquei na árvore por horas.  Vi Sehun ir embora umas duas horas depois de chegar; ignorei o projeto de rato que tentava me aborrecer, e sua dona.

De madrugada, desci da árvore e fui pra rua, a ultima coisa que eu queria era voltar para o apartamento.

Procurei por Chanyeol e Baekhyun por alguns minutos e os encontrei num esconderijo que geralmente usavam. Transformei-me em humano e vesti uma calça e camiseta que eu deixava lá para essas ocasiões, e sentei-me do lado deles.

Baekhyun somente esfregou a cabeça na minha perna e voltou a dormir, e eu acariciei sua cabeça.

Chanyeol levantou-se e ficou entre minhas pernas, segurei sua cabeça entre minhas mãos e lhe fiz carinho.

— Você é um ótimo cão, Chany. — ele deu um resmungo. — Não ligue para o que aquele idiota disse, você é um ótimo cão e amigo.

Puxei-o para mais perto e dei-lhe um abraço apertado, e comecei a chorar sem perceber. Eu estava me sentindo culpado por Chanyeol ter recebido xingos sem ser culpado de nada.

O labrador me deu uma lambida e só pude sorrir para ele, eu não conseguiria ficar bravo agora.

Acabei dormindo encolhido com eles no abrigo e acordei com Baekhyun me xingando.

— Quando foi que eu me transformei?

— De madrugada você estava tremendo de frio e se transformou.

— E eu te aqueci! — Chany disse, alegre. — Ah... obrigado por ontem.

Aproximei-me dele e dei um jeitinho de ficar entre suas patas dianteiras.

— O que eu disse é verdade, Chany.

— Você também é um ótimo amigo. — ele me deu uma lambida e olhei bravo pra ele. — Desculpe.

— Por que o seu dono xingou o Chany?

— Ah... Junmyeon foi atacado por um cão quando era criança e tem trauma disso.

— Eu não ia atacá-lo, só queria brincar.

— Eu sei, Chany, mas ele tem medo de qualquer cachorro.

— Então posso desistir de ser adotado por ele?

— Por que você acha que seriamos adotados? — Baekhyun perguntou enquanto se limpava.

— A esperança é a ultima que morre, Baek.

— Seja mais realista!

— Ei! Calma! Vocês ainda podem ser adotados por alguém.

— Chen, você é um gato domestico, não sabe o que é morar na rua e ver as pessoas preferindo comprar filhotes caros do que adotar algum.

— Alguém ainda pode aparecer...

— Eu e o Chanyeol não somos mais filhotes, Chen! Entenda isso! Os humanos preferem filhotes do que animais adultos! O Chany mesmo é um exemplo disso, enquanto ele era filhote, ganhava todos os mimos, mas foi só crescer que o abandonaram! Se não fosse por mim, ele teria morrido de fome e frio!

Chanyeol fora adotado quando filhote e cuidaram dele com todos os mimos possíveis e, do nada, parece que os humanos se esqueceram de todas alegrias que passaram juntos, e o abandonou quando cresceu.

Baekhyun veio de uma ninhada onde todos foram adotados, menos ele. Ele fora deixado dentro de uma caixa na rua e, desde então, teve de aprender a viver nas ruas. Graças a ele, Chanyeol está vivo até hoje.

Já eu, tive a sorte de ser adotado por Sehun, que me pegou com um amigo dele, e depois fui dado de presente para Junmyeon que me mima como se fosse um filho.

Às vezes, me sinto mal por ter toda a mordomia que os dois não têm.

— Seu humano te ama, Chen, e deve estar preocupado com você. — Chany disse e me deu outra lambida.

Argh! É só eu começar a pensar nesses dois que viro um bobo chorão!

— Vá para casa. — Baek disse.

— Eu não quero.

Baekhyun pulou em cima de mim e me prendeu contra o chão.

— Não é você quem disse que seu dono fica preocupado quando você some? Não irei permitir que faça isso a ele.

— Mas...

— Ele não tem culpa do que fez! Como ele poderia saber que o Chany só queria brincar? Olha o tamanho desse cachorro! Vá para casa e peça desculpas ao seu dono! Ele só estava tentando te proteger!

— Não quero!

— Vá, ou não volte a nos procurar!

Encarei Baekhyun por alguns segundos e vi que ele falava sério. Ao me mexer, ele me soltou e sai correndo.

Voltei correndo para o prédio e vi que o carro de Sehun estava na garagem, ele não era de vir cedo para cá. Entrei no prédio e subi correndo pelas escadas e só parei ao chegar na porta do apartamento. Comecei a miar e a arranhar a porta para que alguém a abrisse, e não demorou muito para que ela fosse aberta por Sehun.

Olhei para o humano e entrei correndo, procurei pelo meu dono e o encontrei sentado, encolhido, no sofá. Corri até ele e pulei em seu colo, fiquei de pé e abracei seu pescoço, esfregando minha cabeça em sua nuca.

Junmyeon me abraçou forte e deu um soluço, seguido de um risinho alegre.

Olhei para ele e percebi que estava chorando, e comecei a lamber seu rosto.

— Seu pestinha! Eu estava preocupado. Por onde andou? Te procurei por toda parte.

Desculpa, desculpa, desculpa! Prometo não sumir mais! Por favor, me desculpe!

Sehun sentou-se ao lado do meu dono e me acariciou a cabeça. Jun apoiou a cabeça no ombro dele e me colocou no colo para que eu não me machucasse.

— Eu falei que ele voltaria.

— Sim. Obrigado, amor.

— Descanse por hoje, você não dormiu nada.

— Tenho que trabalhar...

— O trabalho pode esperar.

— Mas, e os papéis? Tenho que levá-los para o Jongin.

— Não se preocupe, deixe que eu leve.

Sehun virou-se e deu um beijo no meu dono, e levantou-se. Jun levantou-se em seguida e me deixou no sofá. O vi ir para o quarto e retornar logo em seguida com a pilha de papéis que havia trazido ontem, e entregou ao namorado.

— Irei mandar uma mensagem ao Jongin avisando que você está indo lá.

— Ok. Vou indo, então. De noite eu volto e instalo a câmera para você.

Câmera?

— Está bem.

Meu dono seguiu o namorado até a porta e despediram-se com outro beijo. Blé!

Mas que conversa é essa de câmera? Câmera não são aqueles negócios que filmam as coisas? Por que o Jun iria colocar uma aqui?

Quando percebi, Junmyeon já estava me pegando no colo pra deitar com ele no sofá. Ele ligou a televisão enquanto eu me ajeitava em cima de seu peito e passou a me acariciar a barriga ao largar o controle.

Fiquei com ele o dia todo, não sai de perto para nada. Quando ele ia ao banheiro, eu ia junto; quando ia comer, lá estava eu. Na hora do banho, ele me levou junto e me banhou antes. Brincou comigo até eu me cansar e na hora da janta, Sehun chegou e nós três comemos juntos.

Os dois conversaram por um bom tempo e trocaram caricias, até que Sehun avisou que iria instalar a câmera para ele poder ir embora — teria de acordar cedo no outro dia.

Junmyeon acompanhou o namorado até a garagem na hora de ir embora e se despediram. Claro que eu os segui.

Na hora de dormir, Jun se ajeitou na cama e me chamou para deitar com ele. Quando me aproximei, ele me puxou, me abraçou, e me deu um beijo na cabeça.

— Eu te amo, seu gatinho lindo.

Ronronei enquanto passava minhas patas em seu rosto, fazendo-lhe carinho. Jun debruçou-se sobre mim e me deu vários beijinhos no rosto. Envergonhado, tentei esconder meu rosto com as patas, o que fez ele rir e começar a me fazer cócegas na barriga.

Aah! Ele está tentando me matar de vergonha?

Entreguei-me as caricias dele e deitei-me ao lado de seu rosto para dormirmos.

 

 

De madrugada acordei para fazer minhas necessidades e beber água, mas logo voltei para a cama.

Quando amanheceu, Jun me acordou fazendo carinho em minhas orelhas e, quando deu sinal de que iria levantar, agarrei-me em seu braço.

— Está bem, está bem! Eu fico mais um pouco.

Continuei agarrado em seu braço e comecei a lamber sua mão. Jun me observava atentamente, o que fazia eu ficar com vergonha.

Quando ele realmente teve de levantar, rolei na cama e fiquei abanando o rabo enquanto o observava trocar de roupa. Assim que ele foi ao banheiro, corri para a cozinha e subi no balcão para esperá-lo. Não demorou muito para que ele chegasse e me encarasse.

— Já sei o que você quer.

Jun pegou a minha vasilha de leite, a lavou, e foi até a geladeira pegar o leite e a encheu.

Quando ele colocou a vasilha na minha frente, lambi sua mão antes de começar a beber.

— Alguém anda muito manhoso. — ele disse enquanto acariciava minhas orelhas.

Junmyeon acabou dividindo seu café da manhã comigo e, dessa vez, não me assustei com a torradeira, mas ainda a tenho como inimiga.

Ele deixou água e ração para mim e me avisou que iria voltar no final da tarde. Na hora que ele abriu a porta para sair, passei correndo por ele. Jun me chamou e tentou me pegar, mas fui mais rápido, e começou a correr atrás de mim.

Corri para as escadas e fui para o salão, onde acabei me deparando com as pessoas indo para todos os lados e paralisei de medo.

Por eu sempre dar as minhas escapadas horas mais tarde, nunca encontrei tanta gente no salão como agora.

Jun conseguiu me alcançar e me pegou no colo.

— O que deu em você de sair correndo assim?

Eu só queria sair um pouco, humano!

Ele me levou de volta para o apartamento e usou o elevador para isso. Argh! Torço tanto para essa caixa gigante estragar e fazer todos terem de usar as escadas.

Jun me colocou pra dentro de casa e fechou a porta tomando cuidado para eu não fugir de novo.

Sozinho, procurei pela chave extra e a encontrei em cima da mesa de jantar, mas logo me lembrei de um detalhe: a câmera!

Procurei por ela e a vi em cima da janela da sala, apontando para a porta de saída do apartamento. Argh!

Bem, eu não poderia me transformar em humano para sair, então...

Subi no sofá e deitei-me, encarando a câmera.

Se eu quisesse sair ou beber mais leite, teria de dar um jeito de fazer sem me transformar.

Droga!

Câmera, você é a minha nova inimiga!



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