Xiumin não tentou mais se aproximar de mim e ficou brincando com Zitao.
Eu fiquei com Yixing por um bom tempo até meu dono falar que já estava começando a ficar com ciúmes. Quando fui para o colo dele, ele teve de se levantar e me deixou no sofá.
Bufei e voltei pro colo do Yixing, que começou a brincar comigo, chacoalhando sua mão na minha frente e comecei a tentar pegá-la.
Meu dono viu a brincadeira e o avisou que eu tinha a mordida forte e que era para tomar cuidado. Yixing disse que já estava acostumado a ganhar mordidas e continuou brincando comigo... até que eu consegui agarrar sua mão e o mordi.
— Ai! — larguei da mão dele e me abaixei. — Você realmente tem uma mordida forte. — me desculpe? Esfreguei minha cabeça em seu peito em um pedido de desculpas e ele me acariciou. — Não se preocupe, Chenzinho, eu estou bem.
Acabei ronronando sem perceber.
Droga! Eu só ronrono pro meu dono!
Sehun entrou na sala para avisar que a janta estava pronta. Sai do colo do chinês e subi no encosto do sofá, andei até a ponta e pulei para os braços de Oh, que já estava preparado para me pegar.
Ele me acariciou e fomos pra cozinha.
Junmyeon passou por nós com as coisas para arrumar a mesa e me deu um beijo na cabeça.
Sehun me deixou em cima do balcão e me olhou sério.
— Não mexa em nada!
Sim, senhor!
Ele foi ajudar o meu dono a arrumar a mesa na sala e fiquei observando Yifan terminando de fazer a carne.
Dei uma bufada que o fez olhar pra mim.
— Já sei o que você quer, Chen. — ele pegou um pedacinho da carne e me deu na boca. Estava bom, muito bom! — Está gostoso? — miei pra ele.
Ele voltou a dar atenção para a panela e continuei observando.
Sehun voltou a me pegar e me levou pra sala.
Já estou começando a me sentir um ioiô de tanto que fico indo e voltando.
Fui colocado em cima do sofá e ele foi lavar as mãos. Voltei para o colo do Yixing e fiquei mordendo de leve seu dedo.
Xiumin estava no chão e tentou subir pela perna do dono, mas não conseguiu e o vi sumir de meu campo de visão.
O chinês começou a me acariciar no pescoço e deixou que eu ficasse mordicando seu dedo.
Dei um pulo de susto quando senti meu rabo ser mordido e virei bravo para o ser minúsculo que tinha mordido.
Xiumin!
Não pensei duas vezes e dei um tapa nele, derrubando-o do sofá.
Qual é! Ninguém morde o meu rabo!
Ele caiu no chão e até rolou, mas se levantou como se nada tivesse acontecido.
Esse filhote não tem ossos?
Yixing me largou no sofá e pegou o filhote para ver se estava tudo bem, e olhou bravo pra mim.
— Que feio, Chen! Não pode fazer isso!
Junmyeon aproximou-se assustado, ele não estava acostumado de me ver levando xingos.
— O que houve?
— O Chen bateu no Xiumin e o derrubou do sofá.
— Ele está bem?
— Sim.
— Mas, o que houve? O Chen não é violento.
— Xiumin subiu no sofá e mordeu o rabo dele.
— Entendi. — suspirou. Quer ver que vou ser o culpado? — Chen, não pode bater no Xiumin, ele é só um filhote! — Não falei?
Yixing colocou o filhote em cima do sofá, mas longe de mim.
— Por que me mordeu? — perguntei.
— Você estava mordendo o meu dono!
— Hã? Eu não estava mordendo ele!
— Estava sim!
Ai, droga!
Xiumin começou a se aproximar de mim e vi que ele queria me atacar.
Me arrepiei todo, avisando-o para não se aproximar, mas ele não parou. Quando Xiumin estava bem perto, dei um leve tapa em sua cabeça só para fazê-lo parar, e ganhei um tapa na cabeça.
Olhei para Junmyeon, foi ele quem me deu o tapa.
— Não pode bater, Chen!
Fiquei magoado com o tapa que ele me deu.
Desci do sofá e corri para o quarto. Me escondi debaixo de sua cama, no cantinho.
Que culpa tenho se esse filhote invade meu território e ainda me morde? Claro que vou ficar bravo!
Zitao também está no meu território, mas ele é meu amigo e não me morde.
Vi a porta do quarto ser aberta e senti o cheiro do meu dono.
Junmyeon parou ao lado da cama e a tateou para ver se eu estava escondido debaixo das cobertas. Não demorou muito para ele agachar e me ver.
— Ai está você! — ele deitou no chão e se arrastou para debaixo da cama. — Me desculpe, eu não devia ter batido em você. — virei-me pra parede. — Chenzinho, não faz isso. Me desculpe! — senti a mão dele em meu corpo. — Por favor, Chenzinho, me desculpe. Prometo nunca mais te dar um tapa. — não me movi. Ele me puxou e fez cosquinha em minha barriga e me deu beijinhos na cabeça. — Me desculpe. Mas você tem que entender que ele é só um filhotinho, Chen, você pode acabar machucando ele. Xiumin vai ficar aqui uma semana, veja-o como um irmãozinho. — ele me cutucou. — Ei, olha pra mim. — virei a cabeça pra vê-lo. — Você me desculpa? — ele não quebrou o contato visual enquanto esperava alguma reação minha.
Está bem! Eu te perdôo!
Me virei, esfreguei minha cabeça na dele e ronronei.
— Eu também te amo, Chenzinho.
Ele fez carinho na minha cabeça e começou a se arrastar para sair de debaixo da cama. Sai logo depois dele e o escalei até os ombros.
— Tenho que lembrar de cortar as suas unhas. — ele falou enquanto passava a mão no braço em que eu tinha subido. Desculpa? Ele me pegou e me abraçou. — Posso te levar de volta? O pessoal está te esperando. — miei, e ele entendeu como “sim”, e voltamos pra sala. — Olha quem está de volta!
Sehun se aproximou e acariciou minha cabeça.
— Onde ele estava?
— Debaixo da cama.
Isso! Conte aonde é o meu esconderijo. Humano idiota!
Dei um jeito de me livrar dos braços do Junmyeon e pulei no ombro de Sehun.
— Vamos comer? — ele me perguntou e eu miei em resposta. — Acho que alguém está com fome, Jun.
Junmyeon deu um risinho e chamou Yixing para irmos comer.
Sehun sentou-se à mesa, pulei para o colo e fiquei olhando o que tinha para comer.
Yixing sentou-se do outro lado da mesa e a filha dele ao seu lado. Xiumin veio correndo, todo atrapalhado, e começou a escalar a perna do dono.
Junmyeon sentou-se ao lado de Sehun e tentou me pegar, mas grudei no peito do Oh e não soltei.
Yifan sentou-se em uma das pontas e Zitao sentou-se no chão ao seu lado.
— Ele é mais apegado a quem? — Yixing perguntou.
— Ele é mais apegado ao Jun, mas não sei o que deu nele pra não querer ir pro colo dele. — Sehun respondeu e me acariciou.
— Estou com ciúmes. — Jun respondeu e fez um bico, fazendo os amigos rirem.
Sehun foi o primeiro a se servir e ganhei um pedaço da carne.
Yixing se serviu logo em seguida, e depois colocou para a filha.
Yifan foi o próximo e pegou a vasilha de Zitao para colocar um pouco de arroz e carne pra ele.
Jun foi o ultimo e colocou um pouco de comida na minha vasilha e a colocou no chão, mas não desci do colo do Sehun.
— Não vai comer?
Olhei pra ele e miei, Jun revirou os olhos e pegou a vasilha.
Sehun me ajeitou melhor no colo e pegou a vasilha para eu comer. Com uma mão ele segurava a vasilha e com a outra comia.
Sou folgado, eu sei.
— O Xiumin não vai comer? — Jun perguntou.
— Eu evito dar comida pra ele, por enquanto quero que ele fique só na ração e leite.
— Ele não vai ficar com vontade?
Yixing olhou pra baixo e acariciou Xiumin.
— Que nada, ele já está dormindo.
Enquanto comiam, eles conversaram sobre um monte de coisa e eu cochilei depois de terminar de comer.
Xiumin e eu só acordamos na hora que eles cortaram o bolo pra gato porque nos chamaram.
Fomos colocados no chão e colocaram as vasilhas com pedaços do bolo em nossa frente, nem esperei permissão para comer e já ataquei.
Rapidinho terminei de comer o meu pedaço e fui tomar água. Na volta, fui pra sala e subi no sofá.
Quando estava quase dormindo, ouvi um barulho de algo arranhando e um som de algo caindo, e olhei pra ver o que era.
Xiumin.
Ele estava tentando subir no sofá e suas garrinhas arranhavam o estofado.
Fiquei observando as tentativas falhas dele.
Como que ele conseguiu subir antes? Acho que morder meu rabo foi a motivação dele.
Depois de umas três quedas dele, bufei e desci do sofá.
— Me deixe te ajudar.
— Não! Eu vou conseguir!
Sentei para ver ele tentar de novo e o resultado não foi outro além do chão.
Revirei os olhos e aproveitei que ele estava de costas e o segurei com a boca pela nuca, e pulei no sofá.
— Pronto.
Ele bufou, bravinho.
— Obrigado.
Deitei e respirei fundo, vendo-o fazer o mesmo.
Ele está me imitando?
— Desculpe por ter batido em você naquela hora.
Ele se aproximou, quase caindo na divisória do estofado, e deitou ao meu lado.
— Não tem problema.
Levantei e me distanciei dele, mas ele veio atrás e deitou-se ao meu lado de novo.
Socorro!
— Por que você mordeu o meu rabo?
— Porque você mordeu meu dono.
— Hã? Eu não o mordi, só estávamos brincando.
— Ah... desculpe.
— Tudo bem.
Sabendo que ele iria me seguir se eu tentasse me afastar, fiquei deitado e adormeci.
Acordei ao ouvir a voz do Jun e senti alguma coisa tocando o meu corpo, olhei e vi Xiumin dormindo encostado em mim.
Eu mereço, agora tenho um grudi!
Olhei para o Junmyeon, que estava agachado na frente do sofá com o celular na mão... espera! Ele tirou foto de nós? Eu mereço!
— Está se dando bem com o Xiumin, Chen?
Bufei, e encostei a cabeça no estofado enquanto ele me acariciava.
— Jun, onde que é o banheiro? — Yixing perguntou.
— Na penúltima porta do corredor.
A ultima porta era o quarto.
Levantei-me e corri atrás do chinês. Antes dele fechar a porta do banheiro, eu entrei e me transformei em humano.
— Que susto! — ele disse ao me ver pelo espelho, e se virou. — O que está fazendo aqui?
— O que está planejando?
— Hã?
— Por que trouxe aquele filhote pra cá? Quer que o Jun o adote?
— O quê? Não! Eu preciso viajar e não tenho onde deixá-lo, achei que seria uma boa ideia deixar ele aqui. O Jun é um ótimo dono e o Xiu teria você como exemplo.
Bufei, e entrei na banheira.
— Ele é chato!
Ele deu um risinho.
— Você só não está acostumado com ele. Com quantos filhotes você já interagiu?
— Nenhum.
Sempre fui um gato caseiro, ainda mais que o Jun me fazia ficar dentro de casa por medo de eu ser atropelado. Quando conheci Zitao, Chanyeol e Baekhyun, já éramos adultos, então nunca tive contato com filhotes, nem mesmo na clínica.
— Imaginei. Você vai ver como ele pode ser adorável, só basta você se acostumar.
— Mas ele está me imitando! Não gosto disso!
— Chen, você é um adulto e ele um filhote, claro que ele vai te imitar, é assim que ele vai aprender as coisas.
— Ele me disse... que estava feliz de me conhecer... porque viu fotos minhas.
Oh, droga! Fique com vergonha.
— Ah... — deu um risinho. — Ele me viu vendo fotos suas e não sossegou até eu mostrar todas as suas fotos que o Junmyeon tirou. — ele se aproximou e sentou na beirada da banheira, e bagunçou meu cabelo. — Você é um ótimo gato, Chen... ou humano, sei lá.
— Obrigado.
— Posso contar com você para cuidar do Xiumin?
Inflei as bochechas e respirei fundo.
— Tá.
— Obrigado. — sorriu. — Espero que vocês possam ser grandes amigos. Posso perguntar uma coisa?
— O quê?
— Você sabe o que o Xiumin pensa de mim? Se sou um dono bom ou ruim?
— Ele me disse que foi o filhote que sobrou, mas não se sente triste por isso porque, se ele não tivesse sobrado, não teria você. Ele te acha um dono maravilhoso.
— Ah, obrigado.
— Mas acho que ele não gosta da sua filha... nem eu.
Ele deu uma risadinha.
— Eu já imaginava. — respirou fundo. — Agora posso usar o banheiro?
— Oh!
Me transformei em gato e ele abriu a porta para eu sair.
Voltei para a sala e vi que Yifan estava mexendo numa bolsa em cima do sofá e pulei ao seu lado.
— Ai está você! — ele acariciou a minha cabeça e voltou a mexer na bolsa. — Tenho um presente pra você. — Presente? Adoro. Fiquei olhando pra bolsa, ansioso. — Aqui está. — Ele tirou um pacote de dois quilos de ração e colocou na minha frente, e continuou mexendo na bolsa. — Calma ai que tenho outro presente.
Junmyeon aproximou-se e me pegou para poder se sentar, e me colocou no colo.
— Esse é o presente dele?
— Sim.
— Está ficando louco?
— Por quê?
— Essa ração é cara demais!
— Qual o problema? Zitao só come dela.
Jun respirou fundo.
— Se o meu gato ficar enjoado, eu te mato!
Yifan deu uma risadinha e atrapalhou o cabelo do meu dono.
— É só comprar mais pra ele.
— Até porque estou cagando dinheiro que nem você.
O chinês riu de novo
— Tem dessa ração na loja do Yixing, conversa com ele.
Falando nele... Yixing apareceu na sala.
— Conversar comigo sobre o quê? — Junmyeon pegou o saco da ração e mostrou pra ele. — Ah, entendi. Você pode alternar as rações, assim ele não fica acostumado só com uma.
— Se você fizer uma promoção pra mim, quem sabe eu compre.
Yixing riu.
— Posso fazer um bom desconto.
Céus! Eu nem comi ainda a tal ração e eles já estão discutindo preço? E se eu não gostar? Não é só porque o Zitao come que eu vou gostar.
Humanos idiotas!
— Chen-hyung! Chen!
Argh! O que é agora?
Espera! Ele me chamou de hyung?
Xiumin aproximou-se correndo, ou pulando, sei lá o que ele está fazendo com aquelas perninhas curtas.
— O que foi?
— Posso tomar a sua água?
Desde quando precisa perguntar?
— Pode.
— Obrigado.
Ele foi correndo, ou pulando, até o meu bebedouro, e caiu.
Eu vou ficar louco o vendo tentar correr e sempre cair.
Percebi que Yixing estava me olhando e o ignorei. Voltei a olhar para Yifan e vi um ratinho em sua mão.
Ele colocou o ratinho no chão e o ligou. O brinquedo começou a andar e o meu instinto de caça falou mais alto, e pulei do colo do meu dono para ir caçá-lo.
Zitao se juntou a mim e ficamos correndo atrás do rato.
O rato foi para onde o Xiumin estava e bateu nele. Assim que o viu, o filhote deu um pulo e saiu correndo com medo do brinquedo.
Eu até pararia para rir se não estivesse ocupado tentando pegar o rato antes do Zitao.
Yifan correu atrás do Tao e o pegou.
— Ok, ok, chega de brincar, né?
Junmyeon pegou o rato e o desligou.
Humano idiota! Eu estava quase pegando ele!
Jun se abaixou para me pegar, mas me distanciei dele e escalei o Yixing até o ombro.
Yifan pegou a bolsa no sofá e se despediu do meu dono, e me acariciou atrás da orelha.
— Tchau, Chen. — Zitao disse.
— Tchau.
Yixing aproveitou o momento e também se despediu do Jun, e foi até a cozinha para se despedir do Sehun.
Sehun ficou lavando a louça sozinho.
Yifan só apareceu na entrada da cozinha e disse tchau pra ele.
Os dois não se dão muito bem por causa do ciúme que o Sehun tem do chinês, mas não é nada que os impeça de ficarem no mesmo cômodo e de conversarem.
Junmyeon entrou na cozinha para avisar o namorado que iria acompanhá-los até a garagem e que já voltava.
Como eu ainda estava no ombro do Yixing, vi que Xiumin nos seguia, ou melhor, seguia o dono. Mei segurava a mão do pai ao sair do apartamento.
Assim que vi que eles iam entrar no elevador, pulei pro chão e andei calmamente em direção das escadas.
— Aonde ele vai? — ouvi Yixing perguntar.
— Ele tem medo do elevador.
— Sério? E você deixa ele ir sozinho?
— Ele sabe o caminho.
Ouvi o barulho do elevador se fechando e bufei, vou ter de descer esse monte de escada.
Bateu uma preguiça só de pensar que depois terei de subir tudo.
— Pra onde nós vamos?
Dei um pulo ao ouvir a voz do Xiumin.
— O-o que... O que está fazendo aqui? Você não entrou no elevador?
— Entrei, mas sai ao ver que você não ia entrar. Então, pra onde nós vamos?
Eu mereço!
— Você, eu não sei, mas eu irei para a garagem.
— Então eu também vou!
Revirei os olhos e o ignorei.
Continuei meu caminho e comecei a descer os degraus, mas parei no primeiro lance da escada ao ouvir a voz chorosa do filhote me chamando.
— O que aconteceu?
— Estou com medo!
Medo?
— De quê?
— É muito alto!
Percebi que ele aproximava do degrau e recuava.
— É só pular. Se você subiu no sofá e caiu dele, consegue descer o degrau.
— Mas são muitos! Chen, estou com medo!
Respirei fundo e subi correndo, e parei no degrau que ele tentava descer.
— Faz o seguinte: fica de costas e vem devagar pra trás, e vai escorregando até alcançar o degrau.
Ele fez o que eu falei e quase não alcançou o degrau, e ainda tive que apóia-lo para não cair pra trás e acabar rolando.
— Eu consegui!
Conseguiu, mas desse jeito só vamos chegar ao salão daqui um ano!
— Parabéns. Mas precisamos ser mais rápido. Confia em mim?
— Con-confio!
Não senti tanta segurança na fala, mas tudo bem.
— Ok. Os humanos já devem ter chegado ao salão, então vamos rápido. Não precisa ficar com medo, não vou te derrubar.
O segurei com a boca pela nuca e comecei a descer os degraus.
Teve dois lances de escada que a luz estava apagada, provavelmente queimou, e senti que o filhote ficou com mais medo, mas não tentou se soltar nem nada.
Quando chegamos ao salão, vi que os humanos estavam nos esperando e vi a cara de surpresa do meu dono ao me ver carregando o filhote.
Coloquei o Xiumin no chão e andei como se nada tivesse acontecido.
Ao chegar na porta, ela se abriu e ouvi o filhote me chamar.
— Me espera!
Bufei e olhei pra trás.
Ele vinha correndo e, pra variar, levou um tombo ao enroscar a pata no tapete.
Fui até ele e o peguei para podermos atravessar a porta antes do Ano Novo.
Os humanos vieram logo atrás e ouvi o meu dono dizer “Ah, não!” e logo Xiumin e eu fomos pegos.
Não entendi nada.
— O que foi? — Yixing perguntou.
— O cachorro da vizinha está aqui fora. Ele e o Chen não se dão bem.
Não mesmo! Aquele projeto de rato é insuportável!
— O cachorro que você fala é aquele Pinscher?
— É. Também não gosto dele.
— Tal dono, tal gato.
Jun deu um olhar pra ele que dizia: “O que está insinuando?”.
Fomos para a garagem e o Yifan foi o primeiro a ir embora.
Yixing abriu a porta de trás para a filha entrar, e depois abriu o porta-malas.
— Também tenho um presente pro Chen. — mexeu nas sacolas e pegou uma que tinha uma caixa. — É um túnel para ele explorar e se esconder, os gatos adoram... — ele me encarou, talvez pensando “Tudo bem que ele não é cem por cento gato”. — E acho que ele vai gostar.
— Obrigado.
Pulei pro ombro do chinês e esfreguei a cabeça na bochecha dele.
— Quanto ao Xiumin, ele está comendo de três a quatro vezes por dia, e ele bebe bastante água. Já leite, eu dou um pouco antes de dormir, mas se ele quiser ao acordar, pode dar um pouco. — pegou duas sacolas e entregou pro meu dono. — Ai tem a comida dele, ele come uma latinha por refeição. Caso acabar, pode pegar lá na clinica, já deixei avisado.
— Tudo bem.
— Qualquer problema que surgir, pode me ligar.
— Sim, senhor.
— É sério!
— Ei! Já esqueceu que eu tenho um gato? Posso cuidar muito bem do seu.
— Desculpe. Tenho que ir, amanhã pegamos o avião cedo.
— Posso perguntar para onde vai?
— Vou levar a Mei para ficar com a mãe na China. Decidimos que será melhor para ela ficar com a mãe, eu não estou tendo muito tempo para ficar com ela.
— Mas como você vai vê-la?
— Vou para lá sempre que puder.
Junmyeon suspirou.
— Entendo. Bom, boa viagem!
— Obrigado. — ele pegou o Xiumin dos braços do meu dono e o abraçou. — Se comporte, baixinho. — Xiu lambeu a mão dele e foi difícil do Yixing conseguir fazê-lo soltar de sua camisa. Assim que passou o filhote pro Jun, ele me pegou e me deixou de frente para seu rosto. — Cuide bem dele, ok? — miei pra ele e esfreguei minha cabeça em sua mão.
Fui colocado no chão e me sentei.
Assim que Yixing saiu, Jun colocou o filhote ao meu lado.
— Podem dar uma volta, o cachorro já foi pra casa.
Olhei em volta e realmente não vi o projeto de rato.
— Já quero o meu dono de volta. — Xiumin choramingou.
Mereço.
— Já que você se acostuma.
— E se ele não voltar?
Mereço!
— Ele vai voltar, Xiu.
— Hum... O que fazemos agora?
— Vamos dominar o mundo!
— Hã?
Revirei os olhos.
— Deixa pra lá. — preciso apresentar alguns programas pra ele, começando com “Pink e Cérebro”. — Aproveitamos para fazer nossas necessidades aqui fora e, se quiser, podemos dar uma volta.
— Estou com sono.
— Então só fazemos as necessidades e amanhã te mostrou o bairro... isto é, se conseguirmos sair do apartamento.
Levei o filhote até uma moita para que ele pudesse fazer as necessidades em paz e fui para o outro lado fazer as minhas.
Acho que eu daria um bom pai, hum...
Cruz credo!
Depois que terminamos as necessidades, começamos a ir em direção do Jun, mas o filhote fez o favor de começar a correr atrás de uma borboleta que estava voando em paz.
Céus! Vou ter de aguentar isso por uma semana? Socorro!
Xiumin quase pegou a borboleta duas vezes, mas ela foi mais rápida.
Quando a borboleta voou mais alto, subindo a árvore, o filhote tentou escalar, mas caiu e desistiu.
Ele veio em minha direção, com as orelhinhas abaixadas, e sentou na minha frente.
— Me ensina a escalar?
— Depois. Agora vamos voltar pra dentro para podermos dormir.
— Tá bom.
Fomos até onde o Jun estava e o seguimos para dentro do prédio. Xiumin subiu com o humano pelo elevador e eu fui pelas escadas.
Quando cheguei ao corredor do apartamento, estava bufando.
Preciso me movimentar mais e parar de preguiça, nem sei como não sou gordo.
Jun me pegou no colo — Xiumin estava em seu ombro—, e fomos pro apartamento. Ao entrarmos, vimos Sehun arrumando a mochila que tinha trazido com roupas.
— Você vai embora?
— Ah, você chegou. Não faz nem dois minutos que recebi uma ligação do trabalho, vou ter de ir cedo pra ver o que aconteceu em um dos computadores da empresa e já vou ficar por lá.
— Entendi, que pena.
Pena nada!
Sehun colocou a mochila nas costas e deu um beijo no Jun.
— Ah, eu lavei a louça pra você, só deixei uma panela porque o celular tocou.
— Não se preocupe. Não precisava ter lavado tudo.
— Imagina. Bom, vou indo. Se der, amanhã eu passo aqui. Se precisar de ajuda com algo, é só me ligar. Tchauzinho, Chen! Tchauzinho, Xiumin!
Ele fez carinho na minha cabeça e no filhote, e saiu.
Jun nos colocou em cima do sofá e foi trancar a porta, depois foi lavar a panela que faltava.
Olhei para o Xiumin e o vi quase tombando de sono.
— Você vai cair do sofá desse jeito. — alertei.
— Não vou, não!
Continuei observando-o e não demorou nem dois minutos pra ele cair.
Junmyeon veio correndo e o pegou.
Para a minha sorte, ele viu que o filhote caiu sozinho, senão eu teria levado um belo xingo sem ter culpa.
Não sei como esse filhote ainda não se machucou com o tanto de tombo que leva. Já estou cansado de o ver caindo.
Acho que seria engraçado ver ele rolando a escada.
Credo, como sou malvado!
— Acho que já está na hora de dormir. — meu dono disse enquanto acariciava a cabeça do filhote. — Vem, Chen, vamos pra cama!
O segui até o quarto e esperei que ele arrumasse a cama para que eu pudesse subir.
Junmyeon havia colocado o filhote no chão para poder arrumar a cama e, quando ele deu permissão para subir, tive que pegá-lo porque ele não conseguia subir sozinho e o meu dono já tinha saído para ir escovar os dentes.
Coloquei o Xiumin em cima do travesseiro que o Jun não iria usar e logo ele dormiu.
Quando o humano voltou, olhou para nós dois e... argh! Juro que vou dar um jeito de acabar com esse celular!
Ele tirou uma foto de nós dois e ainda me mostrou!
Tudo bem que eu fiquei lindão, mas dá pra parar?
Jun sentou-se e pegou um livro na cabeceira pra ler, e subi em seu colo.
Ele ficou me acariciando enquanto lia e, minutos mais tarde, largou o livro na cama e se ajeitou para dormir abraçado comigo... isto é, depois de tirar outra foto!
ARGH! PRA QUE TANTA FOTO?
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