História As cronicas de Henry - A Grande Mudança

Capitulo 1

A grande mudança

Era 05h40min da manhã, tudo estava para começar de novo, a velha chatice de ter que ir dormir as 1:00 da manhã e acordar as 5:40, a mesma rotina a 7 anos . Fazia frio ainda, os pássaros cantavam normalmente, o carteiro com o seu mau humor de sempre entregando jornais e cartas. Os carteiros nem sempre foram assim, houve um tempo em que eles trabalhavam felizes e com um grande sorriso no rosto.  Dona Emma regava suas plantas como sempre fazia há anos, passei por ela e lhe dei bom dia e ela sempre respondia da mesma forma.

– Bom dia meu caro Henry, como está sendo sua manhã?

– Mesma rotina há 7 anos, já me acostumei . – A respondi quase tropeçando de sono.

Comecei a andar mais rápido senão perderia o ônibus pela segunda vez na semana. Felizmente consegui pegar o ônibus as 05h55min, o ônibus nunca se atrasava por 7 anos peguei o mesmo ônibus com o mesmo motorista e eles sempre conseguiu chegar no meu ponto de ônibus as 5:55. Agora são mais 1h e 45 minutos de ônibus e depois tenho mais 20 minutos para tomar café e andar por 1 km até chegar ao meu emprego.

Ser um editor de um jornal quase falido não era grande coisa, não vendíamos bons jornais a tempos , meu patrão o Sr Renly só conseguia manter a empresa de pé por conta que ele ainda tinha uns milhões de dólares guardados e creio eu já estava se esgotando , muitas vezes o dinheiro do dia não era nem o suficiente para comprar os papeis para o dia seguinte, definitivamente estávamos a beira de uma falecia. 

Cheguei na parada exatamente as 7:40, entrei na cafeteria em frente a parada e pedi o de sempre -  ovos com muito bacon e um cappuccino com leite ninho – eram os meus favoritos desde que eu tinha 8 anos de idade. Olhei no relógio e já estava na hora de ir ao trabalho. No caminho vi uma garotinha falando com o seu pai a respeito de que tudo mudaria radicalmente e o pai dela tentava convence-la de que era apenas um livro de contos de fadas e que o mundo não acabaria. Segui em frente e cheguei ao R.N.C – que é uma sigla fajuta para Renly News Corporation , meu  chefe tinha um grande problema de ego – subi para a minha sala e me deparei de frente com o Sr Renly o que era um surpresa para mim pois eu só o via em ocasiões especiais, ele pediu para me sentar e começou a falar :

– Henry a situação da minha empresa está ruim, temo que minhas economia não dure mais 6 meses – Falou ele com o tom de voz bastante deprimido.

– O que exatamente quer dizer com isso? – falei bastante surpreso.

– O que eu quero dizer é que , se você não conseguir uma boa matéria que me renda um bom dinheiro vou ter que despedir você e mais umas 20 pessoas da minha empresa para cortar gastos – Acrescentou ele.

- Com todo respeito, mas se me despedir ficará sem uma pessoa para escrever e editar seus jornais.  – Falei para ele.

– Henry para me construir essa                empresa eu tive que fazer uma faculdade de jornalismo e com isso seu fazer edições bem melhores do que qualquer outro nessa cidade. Eu fui o melhor da minha turma. – Falou ele para aumentar ainda mais o seu próprio ego.

- Está certo Sr , vou conseguir uma boa matéria. – repliquei um pouco desacreditado.

Ele saiu da sala e fiquei a sós novamente, é impossível arranjar uma matéria nessa cidade, incrivelmente em Milston não acontece nada, temos os menores índices de criminalidade do estado, temos o menor índice de usuários de drogas do País. Era incrível como nada acontecia na cidade, nada de anormal, a coisa menos normal que eu vi em anos foi uma garotinha dizendo para o pai que o mundo ia acabar, e isso por conta que ela tinha lido num livro infantil. Rapidamente chegou as 18:00, sem duvidas hoje foi o dia que passou mais rápido em  7 anos de trabalho. Será que isso daria uma boa matéria?  – Imaginei um jornal com a manchete “ O DIA MAIS RAPIDO DE TODOS OS TEMPOS” – Rapidamente tirei esse pensamento da cabeça pois lá vinha o ônibus mais pontual do mundo.  

Entrei no ônibus e o motorista falou comigo pela primeira vez em sete anos.

- Dia difícil? – replicou o motorista.

- Sim, um pouco. – disse a ele ainda um pouco admirado pelo fato dele ter falado comigo.

Cheguei em casa as 20:00, tomei banho , fiz minha incrível janta – macarrão instantâneo com carne moída e queijo  - Honestamente hoje não foi um dos melhores dias para fazer uma janta demorada , eu só queria comer e ir para cama , talvez uma boa noite de sono faria minha cabeça pensar em alguma matéria boa. Fui para cama mais cedo dessa vez, assim que me deitei já adormeci.

Acordei com o despertador tocando loucamente, o que era difícil de aconteceu pois sempre acordava antes dele tocar e o desligava. Olhei para o relógio e já eram 5:50. Puxa como eu estava atrasado se eu não me apressasse eu não chegaria a tempo no ponto de ônibus , então me arrumei rápido e abri a porta, foi ai que eu cai pra trás.