Caspian e Lexi correram em direção a uma parte sombria da floresta.
- Para! Eu tenho que voltar! – Gritou ela tentando voltar, mas Caspian a segurou.
- Não podemos voltar. Se aquele lobo ainda estiver lá...
- Você tem uma espada e age como uma menininha! – Ela esbravejou. – Qual o problema? Não consegue lutar?
- Não é isso...
- Então me diz qual é o problema! – Ela gritou. – Porque eu acabei de abandonar meus irmãos mais novos que estão por aí em algum lugar com um bando de lobos-assasinos que falam! Se alguma coisa acontecer a eles... – Sua voz falhava.
- Eu tenho medo de não conseguir te proteger! – Ele disse em voz alta.
Ela o encarava, então percebeu o olhar de tristeza de Caspian.
- Eu disse que protegeria você e a Ana, mas eu não conseguir proteger ela. Eu falhei. Se algo acontecer, a culpa é minha. Não sua.
Ele estava agora encarando o chão. Seus punhos cerrados e suas mãos tremendo. Lexi se aproximou e o colocou suas mãos sob as dele. Encostou sua testa na dele e suspirou.
- Me desculpa, eu acabei descontando em você. A culpa não é sua. Você fez o melhor que pode... Eu só queria não ter abandonado meus irmãos. – Ela disse se afastando finalmente.
Ele a pegou uma das mãos de Lexi e a ergueu.
- Eu te prometo que vamos achar seus irmãos. E eu os protegerei como se fossem meus irmãos.
Ela riu e ele arqueou a sobrancelha.
- Sabe essa era para ser uma coisa bem romântica, segundo alguns livros antigos que li. Seus risos estão me distraindo e me humilhando. – Ele sorriu e ela riu novamente.
- Me desculpe, senhor romântico. – Ela tentou segurar o riso. – Mas você faz promessas demais.
- Acha que eu não consigo cumpri-las? – Ele fingiu estar ofendido.
- Claro que não. – Ela riu sarcasticamente. – É que é meio fofo.
- Fofo? – Ele perguntou. – Eu te salvei e prometi proteger e encontrar seus irmãos e você me chama de fofo?
Ela apenas sorriu e deu de ombros.
- Tenho que comprar livros melhores. – Eles riram e continuaram a caminhar.
Ao longo do caminho, encontraram uma espécie de cabana. Caspian pediu para que Lexi ficasse atrás dele. Ele estava com as mãos na espada e então arrombou a porta. Ali estavam Thomas e Elizabeth. Thomas quase avançou na direção da porta, até que ficou aliviado.
- São vocês... – Ele suspirou.
- Oh meu Deus! Elizabeth! – Lexi se ajoelhou em direção a ela e examinou a mordida.
- Que bom que vocês estão bem. – Suspirou Caspian se ajoelhando na direção deles.
- Ela desmaiou porque perdeu muito sangue. – Disse Pedro preocupado. – Você acha que ela vai ficar bem?
- Sim. – Disse Lexi aliviada. – Você tratou da ferida e já não está mais sangrando. Então só precisamos esperar um pouco. Ela deve acordar meio fraca.
- Isso é muito bom de ouvir... – Disse Thomas sorrindo. – Eu já não sabia o que fazer. Aliás... onde está Ana? – Perguntou.
Lexi e Caspian se entreolharam. Thomas se levantou rapidamente e puxou Caspian pela gola.
- O que você fez com ela? – Ele disse sentindo o ódio o consumir.
- Fomos atacados, eu consegui salvar Lexi e Pedro resgatou Ana. Sinto muito, eu não deveria ter saído do lado dela...
- Você não serve nem para cumprir suas promessas! – Thomas disse o empurrando contra a parede.
Caspian perdeu a paciência e o empurrou de volta. Os dois partiram em direção um ao outro com raiva.
- Parem com isso! Agora não é hora de ficarem brigando! – Disse Lexi entrando no meio dos dois. – Caspian fez o melhor que pode para conseguir protegê-la. A culpa foi minha. Eu fui feita de refém por aquele lobo estúpido. Por favor, não coloque a culpa nele. Se há alguém para culpar, sou eu.
Thomas percebeu que o olhar e as palavras de Lexi eram sinceros. Ele suspirou e encarou Caspian.
- Me desculpa, eu me senti culpado por não estar lá para defendê-la e eu nem mesmo pude salvar a Elizabeth. Eu acabei acumulando raiva e decepção e joguei tudo isso em cima de você. Sinto muito. – Disse ele.
- Tudo bem. Sabemos como é. – Ele sorriu para Lexi que sorriu de volta.
De repente um grito invade o lugar. O som chegava a ser agoniante. Mas Lexi o reconheceu.
- Ryan! – Ela disse em voz alta. – Ryan! – Ela gritou e saiu correndo em direção ao grito.
- Lexi! – Gritou Caspian.
- Vai. – Disse Thomas. Eu vou logo atrás com a Elizaabeth.
Caspian assentiu e partiu em direção a Lexi, que havia parado de frente para uma espécie de cachoeira congelada. Ele a puxou para si enquanto ela relutava.
- Ele está ali! – Ela apontou para o centro, onde deveria cair água.
Ryan estava cercado de lobos. Eles hesitavam, e avançavam lentamente.
- Alguém, por favor me ajuda! – Gritou Ryan com desespero.
- RYAN! – Gritou Lexi, que saiu correndo em sua direção.
Caspian corria logo atrás. Ele percebeu que o gelo estava rachando. Um lobo passou bem na frente deles avançando, Caspian empurrou Lexi para o outro lado e deu um chute no lobo. Ele se endireitou e olhou para Lexi, mas ele não contava com o que veria.
Lexi estava jogada no chão, sangue saia de sua cabeça. Ryan gritou e Caspian também. Caspian correu em sua direção, se ajoelhando e pegando impulso com o gelo. Quando finalmente a pegou, ele gaguejava e passava a mão pelo rosto dela.
- Lexi... Lexi! Acorda! – Ele percebeu que sua mão que estava debaixo da cabeça dela, estava coberta de sangue.
Ele a encostou em seu peitoral e a abraçou. As lágrimas ameaçavam cair. Ele não conseguira cumprir sua promessa. Ryan veio correndo em sua direção e se ajoelhou também.
- Lexi! Lexi! Não! – Ele gritava e chorava.
Caspian não conseguia simplesmente soltar Lexi. Ele continuava abraçando-a e então se deparou com a matilha que ali estava. Estavam totalmente cercados. Ele suspirou. Olhou para Lexi e pegou sua espada.
- Ryan... se segure em mim. – Ele disse e Ryan sem hesitar o obedeceu. – Haja o que houver, não me solte.
Ryan apenas assentiu. Um lobo riu.
- Ora, ora, ora... Já não é a primeira vez que o nosso querido príncipe deixa alguém morrer, não é mesmo Caspian?
Caspian apenas permaneceu em silencio. Ryan queria entender, mas estava sem voz para sequer sussurrar.
- Você não presta nem para lutar por quem lhe é importante. – Riu. – Como ainda se denomina príncipe?
Caspian cerrou os punhos e apoiou Lexi em seu peito. Enquanto a segurava com um braço, no outro estava sua espada. Ryan se segurou nele e já sabia o que vinha a seguir.
- Você tem razão... EU não sou digno de ser chamado de príncipe. E talvez eu não preste nem para lutar... – Ele disse seriamente. – Mas enquanto ainda houver esperança, eu não posso desistir de tentar. Eu terei algo pelo que lutar! – Ele disse e enterrou sua espada na grossa camada de gelo.
De repente, o chão começa a tremer. A cachoeira congelada começa a se despedaçar e logo, a água invadiu todo o lugar levando consigo todos que ali estavam.
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