Eles esperaram por cerca de meia hora. Uma senhora montada em uma charrete veio buscá-los.
- Vocês devem ser os irmãos Pevensie. – Disse ela revirando os olhos. – E você o Scrubb. Subam.
Eles se entreolharam, mas obedeceram. O caminho não era muito longo. Logo, se depararam com uma casa tão enorme que parecia uma mansão. Ana desceu correndo de alegria.
- Ela é sempre assim? – Perguntou Pedro encarando Thomas.
- Na verdade, ela é muito animada, mas nunca a vi assim. – Ele suspirou.
Eles desceram acompanhando ela também. As portas estavam abertas, Ana entrou e se deparou com uma garota de cabelos negros e olhos azuis. Elas quase se chocaram.
- Cuidado por onde anda. – A menina de cabelos negros disse revirando os olhos.
- Me desculpe, eu não vi você e...
- Tanto faz. Calma, eu não estou brava. – Ela revirou os olhos. – Deve ser a novata.
- Tipo isso... – Disse Ana confusa.
- Sou Elizabeth. – Disse a garota encarando Ana com uma expressão curiosa. – Elizabeth Pole.
- Prazer, sou Ana Pevensie. – Ela disse estendendo a mão.
- Não somos amigas, só quis saber seu nome. – Informou a garota com péssima atitude.
Ela se voltou e viu Pedro e Thomas.
- Agora sim, e é assim que as garotas são hoje em dia. – Informou Pedro a Ana. – Nervosinhas.
Elizabeth revirou os olhos e ignorou.
- Sou Pedro Scrubb. – Informou o garoto loiro.
Ela escondeu uma risada.
- Scrubb?
- Ah qual é! – Reclamou Pedro jogando os braços para o ar.
- Sou Thomas Pevensie. – Disse ele estendendo a mão. – Irmão da Ana.
- Prazer. – Ela disse sem apertar a mão.
Eles se encararam por um segundo.
- Mais gente? – Perguntou uma garota ruiva aparecendo. – Ah! Olá! – Ela veio correndo em direção a Ana e apertou sua mão.
- Me chamo Lexi Plummer. – Ela disse sorrindo.
- Prazer, sou Ana Pevensie. – Ana disse agora animada.
Lexi apressou-se e apertou a mão de todos. Duas pessoas vieram correndo em direção a eles. Dois meninos... Gêmeos?
- Vocês são os tais de Pevensie então? – Perguntaram os dois ao mesmo tempo.
Eles eram idênticos. Tinham cabelos ruivos e olhos verdes. Pela aparência, pareciam ser brincalhões. Eles eram até um pouco parecidos com a garota...
- São gêmeos... – Sussurrou Ana.
- Isso aí. – Indagou um deles. – E ela também é nossa irmã. – Ele apontou para Lexi.
- Me chamo Brian e o meu irmão é Ryan. Prazer em conhecer você, Ana.
Depois de todos se cumprimentarem, a mulher que os buscara chegou aos berros.
- Não podem falar alto! Muito menos fazer bagunça! Estão aqui para se protegerem e não para brincar. E não pertube o professor!
Todos ficaram em absoluto silencio. Ela saiu e todos se encararam.
- Vamos para o quarto. – Indicou Lexi.
Todos a seguiram, passaram pelo corredor e então Ana as ouviu.
“Ana? Venha... Precisamos de você...”
- Que? – Ela perguntou em voz alta e todos se voltaram para ela.
- O que foi Ana? – Perguntou Thomas.
- Vocês ouviram isso? – Perguntou ela.
- Ouviram o que? – Perguntaram os gêmeos.
- Acho que foi só coisa da minha cabeça... – Ela disse e eles continuaram a andar.
Ela olhou para a porta ao lado, ela escutara dali. Tinha quase certeza de que ouvira algo...
Chegando ao quarto, Lexi se jogou sob uma das beliches.
- Quantos anos vocês tem? – Perguntou ela.
- 17. – Responderam Thomas, Pedro e Elizabeth imediatamente.
- Ah! Eu tenho 16... – Resmungou Lexi.
- Eu também. – Disse Ana.
- Nós temos 14. – Disseram os gêmeos.
Ana riu, todos a encararam como se ela estivesse louca.
- O que é tão engraçado? – Perguntou Elizabeth.
- Eles falam juntos. – Ela sorriu. – Isso é muito legal.
- E somos engraçados. – Disse Ryan.
- E divertidos. – Completou Brian.
- É um pouco difícil de diferenciar os dois... – Comentou Thomas confuso.
- Só um pouco. – Eles disseram.
- Você é muito criança. – Comentou Elizabeth do nada.
- Eu não sou criança... – Ana se defendeu.
- Como ainda consegue rir disso? Estamos no meio de uma guerra, não há motivos para rir.
- Eliza! – Repreendeu Lexi.
Ana encarou o chão, logo recuperou coragem e olhou para Eliza.
- E daí?
- Que? – Perguntou Eliza como se não tivesse entendido.
- Olha, eu sei mais do que ninguém que isso não é engraçado. E que essa guerra mata muita gente. – Comentou Ana. – Mas não é só por isso que você precisa matar o resto de nós. – Ela disse e Eliza ficou quieta.
- Eu vou andar pela casa. – Suspirou Ana.
- Não, espera... – Tentou dizer Pedro.
- Relaxa, não vou sair gritando e pulando como uma doida e nem incomodar o professor. – Ela disse sorrindo.
Por um momento, ela achou que ele havia sorrido de volta. Ela saiu do quarto e se encaminhou ao corredor. Onde ela conseguia ouvir mais vozes. Ela tentou ignorar de inicio, mas começou a ficar mais forte. A sala de alguma maneira estava chamando ela... Podia sentir isso.
“Ana? Venha... Precisamos de você... Nárnia precisa de você...”
- Nárnia...? – Perguntou ela sussurrando e tocando na maçaneta.
Tinha algo errado... estava com medo... sentia suas mãos tremerem e seu corpo perder calor. Ela girou a maçaneta e entrou na sala. Agora pensava consigo mesma que poderia realmente estar louca. Era uma sala comum. E vazia. Ela andou pelo espaço em busca de explicações, nada. Já não escutava mais as vozes... A única coisa que viu na sala era um guarda roupa, e tinha plástico em volta dele, provavelmente para não juntar pó. Na curiosidade, tirou a cobertura de plástico e espirrou com a poeira. O guarda roupa estava intacto. Ela se maravilhou, abriu-o e entrou para ver o tamanho. Começou a andar, andar e andar... até que percebeu que aquilo era grande demais para ser um guarda roupa, ela sentia frio. Algo caiu sob sua cabeça, era neve. Neve de verdade. Ela olhou espantada e percebeu que era real, e quando se deu conta, ali já não era mais o guarda roupa que encontrara. Era mais como um outro mundo... Talvez... Talvez fosse a tal Nárnia...
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