- Do meu tio. – Ele disse e todos se entreolharam confusos.
- Do seu tio? – Perguntou Ana confusa.
- Fala sério! Um garoto rebelde mimado, sério? – Disse Pedro.
- Pedro! – Repreendeu Ana.
- Ele quer me matar. – Disse Caspian com seriedade e todos se calaram por um momento.
- Porque ele quer te matar? – Perguntou Lexi.
- Como sabe, sou o próximo na linhagem para governar uma parte de Nárnia. E já não tenho mais pais... Só eu e meu tio que é irmão de meu pai. O problema é que meu tio ganhou um filho e meu tio sempre quis ser rei... Então...
Ana colocou suas mãos sobre a boca em sinal de indignação.
- Ele quer te ver morto para ele e o filho governarem... – Ela continuou sussurrando e Caspian apenas assentiu.
- Ele mandou soldados atrás de mim. – Ele disse suspirando.
- Mas os soldados tinham que obedecer você! – Disse Elizabeth. – Você é o príncipe
- É só dar um valor, que se pode comprar qualquer pessoa. – Disse ele olhando para ela seriamente.
- Nem todas precisam tanto de dinheiro. – Disse Lexi.
- Eu não estava falando de dinheiro. – Disse ele. – Meu tio é um homem poderoso. Se ele te ameaçar é porque vai acontecer. Deve ter feito isso com eles...
- Isso é horrível... – Disse Brian.
- Você poderia vir com a gente! – Exclamou Ana. – Aslan pode te ajudar também!
- Aslan? – Perguntou Caspian e Ana assentiu.
- Ana. – Disse Pedro. – Não pode ir ouvindo papo dos outros e convidá-los a conhecer Aslan. Existem pessoas que enganam as outras.
- Porque eu faria isso? – Perguntou Caspian indignado.
- Para chegar até Aslan. – Completou Thomas. – Desculpa Ana, mas acho que Pedro está certo.
- Eu acredito nele! – Disse Ana. – E gostaria de lembrar a vocês que da primeira vez que vocês não acreditaram em mim se arrependeram.
Caspian ficou encarando Ana. Ele era um estranho... E ela realmente confiava nele... Porque?
- Vamos levá-lo a Aslan conosco. – Disse Alex. – Ele dirá quem realmente Caspian é.
- Não se ouve falar de Aslan há séculos. – Disse Caspian e todos se surpreenderam.
- Do que está falando...? – Perguntou Lexi.
- Ele nunca mais apareceu desde a juventude do meu tataratataravô. Nárnia passou por várias dificuldades e sempre esperou por ele. Mas ele nunca veio. Ele nunca apareceu. Eu sempre esperei por ele. Ele nunca veio.
Todos ficaram em silêncio. Ana não admitiu o silencio.
- Acredito que ele tenha nos chamado. – Disse ela.
- Porque Aslan chamaria uma garota para Nárnia e nunca teria nem sequer aparecido para o seu próprio povo?
- Não sei. Mas sei que ele fez isso. Precisamos achá-lo. Tudo que é perdido pode ser encontrado. – Ela disse esperançosa.
- A menos que ele não queira ser encontrado. – Concluiu Lexi e todos a encararam. – Caspian tem razão... Eu sempre pedi a Aslan que aparecesse e provasse a todos que eu não era louca de acreditar nele. De que meu sonho era real... Porque ele apareceria a você? Que nunca havia ouvido falar sobre ele...?
- Eu realmente não sei. – Disse Ana. – Mas só porque ainda não o vi, não quero desacreditar nele.
Lexi e Caspian ficaram calados. Caspian se levantou e foi até Ana.
- Como prova de gratidão por ter acreditado em mim, eu acreditarei em você seja qualquer a circunstancia. – Ele sorriu. – Vou com vocês. – Ele disse e Thomas e Pedro reviraram os olhos, já Ana pulava de alegria. – Mas relaxem, só irei proteger Ana e Lexi. As únicas que acreditaram em mim. E os irmãos de Lexi, claro.
- Não precisamos de um príncipe. – Disse Pedro antes de continuar andando emburrado.
Ana foi conversar com ele e tentar acalmá-lo, mas por alguma razão ele a ignorou completamente. Ela estava triste por wele não confiar nela, mas continuou sorrindo ao lado de Caspian e Lexi que conversavam.
- Para onde estão indo aliás? – Perguntou Caspian.
Lexi abriu o livro quase imediatamente e começou a recitar.
- Precisamos achar um vilarejo. Aquele que nunca congela.
- Isso vai ser super fácil! – Disse Thomas com ironia ao se deparar com a neve cada vez mais espessa.
- Conheço um lugar. – Disse Caspian. – Mas é um pouco longe. Quer dizer, não é um vilarejo, mas é o único lugar que conheço que já não neva mais.
- Já é um começo. – Disse Elizabeth. – É para lá que vamos!
- Parece que a mal-humorada ficou animada. – Caçoou Ryan.
- Haha verdade! – Zombou Brian.
Não demorou muito para ela dar um olhar mortal que os fez correr. Thomas chegou perto de Ana.
- Acredita mesmo nele?
- Sim. – Ela disse com firmeza.
- Então eu acredito também. – Ele disse e Ana se impressionou.
- O que? Sério? Porque?
- Eu não acreditei em você quando disse de Nárnia. – Ele disse sorrindo envergonhado. – devo ao menos fazer meu papel de irmão e não pisar na bola de novo, não é? – Ele perguntou e ela sorriu o abraçando.
- Eles São um casal? – Perguntou Caspian a Lexi.
- Ana e Thomas são irmãos. A relação deles é bem fofa, não?
- É sim. – Ele riu. – Eu falava do outro. – Disse apontando para Pedro. – Mas bom saber. Queria poder ter tido um irmão ou que meus pais estivessem vivos para poderem me abraçar.
Lexi o encarou por alguns segundos.
- Eu também queria ter tido uma mãe. – Ela disse sorrindo e olhando para os irmãos brincando. – Meu pai nunca me deu atenção, sabe? Ele foi embora quando eu era criança... Tive que cuidar dos meus irmãos, sozinha.
- Ele abandonou vocês? E deixou você sozinha com duas crianças!? Porque?
- No nosso mundo... – Ela tentava dizer. – As coisas são um pouco mais complicadas... Ela morreu e ele disse que a culpa era dos meus irmãos... E disse que eu e ele deveríamos abandonar eles em um lixão e mudar para outro país... – Ela disse e Caspian a encarou. – Ou eu ia para longe com meu pai... Ou eu ficava com meus irmãos recém-nascidos em um lixão.
- Você é corajosa... Poderia ter tido uma boa vida com seu pai... Mas quis cuidar dos seus irmãos. Nunca conheci ninguém com um coração tão grande.
- Eu não podia deixar eles ali só porque meu pai queria... Eu sou a irmã deles. Eles são meus irmãos. São tudo para mim. Por isso sempre contei histórias para eles de Nárnia. Não quero que a esperança deles desapareça assim como a minha.
- Você é muito bondosa, Lexi. Eu teria sorte de te ter e eu nunca a abandonaria. – Ele disse e ela ficou vermelha, só então ele percebeu o que disse. – E-eu quis dizer como colegas de viagem... Eu disse que ia te proteger afinal...
Ela riu e sorriu para ele.
- Obrigada colega. – Ela disse empurrando ele com o ombro. – Eu nunca tive ninguém para me proteger. Foi sempre eu e eu mesma. Além do mais ninguém nunca disse isso para mim...
- Agora você tem alguém. – Disse Caspian sorrindo e os dois continuaram a caminhar em silencio.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.