História As crônicas de Sam - A Mensagem

            Kay

O pai levara-o bem cedo esta manhã, para o topo do Monte Solidão, que tinha esse nome por ter uma única árvore, regada por um guru que sozinho vivia. Lá ficou por algum tempo. O pai disse que logo o Tio chegaria, e quando o fizesse,  era para aguardar até que ele voltasse com Greg. Passaram-se umas 3 horas e nada. O guru estava meditando, sentado numa única pedra.
"On... on... on..." repetia o guru. Devia estar louco, todos esses anos aqui não lhe fizeram bem. Sua mãe dizia que ele já era velho quando ela era criança. Mas isso não era possível. Era? Kay questionou-se. Ele aproximou-se do guru. O velho homem trajava um manto branco, que cobria todo seu corpo. Seu rosto estava escurecido devido ao capuz, não era possível enxerga-lo. Então de repente, no meio de toda aquela escuridão, os olhos do velho brilharam num azul muito conhecido, era o mesmo azul de seu amuleto. E então os olhos começaram a oscilar entre o azul e vermelho. Kay ficara arrepiado e curioso. Será que isso era uma mensagem? Ele ficou por uns minutos olhando estagnado para os olhos do guru.
Talvez... o vermelho...Perigo? Pensou Kay. As cores dos olhos trocaram. Agora estavam verdes. Acertei?  Pensou. E tomou um susto quando o velho assentiu com a cabeça. E continuou repetindo este movimento, de uma forma assustadora.
一 Senhor vai com calma, pode acabar com torcicolo. 一 disse para o velho.
O mesmo não respondeu. E continuava a balançar a cabeça, ainda dizendo "on". Ok pensou Kay. E então o velho falou outra coisa. " Irmon... irmon..." e então o velho começará a fumegar, balançou a cabeça uma última vez, e essa caiu no chão, rolando até os pés de Kay. Ele via fios saindo da cabeça do guru. Agora tava explicado,  ele era um robô.  Kay ficou aliviado por isso mas não tinha tempo de relaxar. Irmão e perigo eram suas únicas pistas. Decidiu então que o Tio não viria, e se viesse, que fosse embora. Mas lembrou-se de Holly. Maldição, tinha de espera-la.
一 Droga! 一 gritou para ninguém em especial e chutou a cabeça do velho. O que fora uma péssima ideia, o velho era feito de puro aço. Mas ainda assim era leve, e rolou ladeira abaixo, espalhando seus circuitos por todo o percurso. Meu irmão precisa de mim, Holly que aguarde.
Queria descer o monte, mas este era muito alto e a descida era perigosa, não queria se arriscar. Então tivera uma brilhante, ou estúpida ideia. Empurrou o robô até a borda da colina. Dera um chute e agarrou-se a ele durante a queda. Ok... fora uma ideia estúpida. O rapaz agora caia a toda velocidade com a mão presa ao buraco da cabeça do robô. É o meu fim , ele pensou. Estava de costas para o ar, e barriga colada ao metal. Arriscou olhar para trás e viu uma árvore, com galhos pelados e afiados como uma espada
一 Socorro! 一 gritou,  mas sabia que ninguém ouviria.
Ele via um clarão no céu
一 A luz... Eu vejo ... A luz 一 vira toda a sua vida passando em  partículas de segundo. Ou ao menos desejou ter visto. Porém tudo que ouviu foi um crac!  E a luz apagou-se, sentia o pulmão arder e respirava com dificuldades. Então a dor foi mais forte,  e Kay apagou.