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  3. 09 de Outubro (2014)

História CONNOR: As crônicas de um Psicopata - 09 de Outubro (2014)


Escrita por: Elipse_

Notas do Autor


"Talvez esse processo demore um pouco mais de duas semanas"
Essa fui eu nas notas finais do capítulo passado POSTADO EM AGOSTO. Huahsauhe, gente desculpa, de verdade, eu sou uma droga lidando com meus próprios prazos. EU JURO QUE NÃO TINHA INTENÇÃO DE VOLTAR DOIS MESES DEPOIS, MAS EU SOU UMA BAGUNÇA.
Sabe aquela época do ano em que os seminários começam a brotar? Então, adivinha quem ta quase morrendo pra dar conta? Exatamente, Euzinha aqui.
Eu só espero que agora eu consiga me policiar um pouco. Não garanto que eu vá trazer mais um capítulo amanhã, mas eu posso afirmar pra vocês que não vão ser dois meses de novo, eu não quero que isso volte a se acontecer.

Agora falando dos comentários anteriores: POR QUE VOCÊS GOSTAM TANTO DO CONNOR? Eu não entendo, serião '-'
Mas o Pior foi ver gente comentando que se identifica com a personalidade dele... GENTE?? Mas okay, também fiquei muito feliz por terem gostado da Rebecca, ela é um amorzinho não é? REBECCA EXISTE PRA JOGAR SHADE NO CONNOR.
E GENTE, MUITO OBRIGADA PELOS 50 FAVORITOS. Pode parecer pouco pra alguns, mas chegar aos cinquenta com três capítulos pra mim é uma evolução enorme, ainda mais levando em conta que eu ando bem afastada das minhas fics e mal tenho tempo pra divulgar. VOCÊS SÃO DEMAIS ♥

Enfim guerreiro(a), se você chegou até aqui saiba que eu estou batendo palmas, por que eu acho que me empolguei demais nessas notas iniciais.
Só mais uma coisinha: Esse capítulo vai ser minha passagem de ida pro inferno, por que eu tenho certeza que depois dele vocês vão fazer todo tipo de macumba pra me tirar dessa vida. NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI!
Agora sim, boa leitura ♥

Capítulo 4 - 09 de Outubro (2014)


Fanfic / Fanfiction CONNOR: As crônicas de um Psicopata - 09 de Outubro (2014)

 

3ª Sessão

— Só vamos terminar essa merda logo! — ela gritou finalmente irritada. Seu rosto havia adquirido uma cor avermelhada, ocasionada pela raiva. Ou seria timidez? 

— Vergonha Rebecca? — Insinuei no meu tom mais irritante. Depois de quase uma semana sendo atormentando pela mesma a respeito do maldito trabalho, eu finalmente estava conseguindo virar o jogo.

— Cala essa boca! — Ela cuspiu as palavras fechando um dos livros que revirava freneticamente – provavelmente sem saber mais o que procurava – fazendo o barulho ecoar pela biblioteca silenciosa. Logo após, um ruído arrastado da bibliotecária pedindo silêncio com um olhar mortífero em direção á menina pálida. Ela ignorou completamente e continuou em um fio de voz: — Nós já deveríamos ter terminado essa porcaria há muito tempo se não fosse pela sua insistência em me ignorar completamente durante toda a semana.

— Ninguém mandou ser tão irritante — rebati com um sorriso de escárnio fazendo a mesma semicerrar os olhos.

— Irritante? Eu só não quero sair prejudicada por sua causa, mas se eu soubesse o quanto ficar perto de você por mais de dez minutos é torturante, teria parado de insistir e simplesmente pedido para que a professora de Biologia me colocasse com outra pessoa e de preferência uma que não faça piadinhas sobre reprodução sexual. Quem faz piadas sobre reprodução sexual??

— Tudo bem, vamos acabar logo com isso, mas antes... O espermatozoide chega até o óvulo, morrendo de cansaço e o óvulo diz...

— MEU DEUS! — Ela interrompeu em um tom ainda mais alto e eu soltei uma risada assim que a bibliotecária levantou da mesa onde a mesma estava anotando os livros que dois alunos do terceiro ano iriam levar e repreendeu Rebecca novamente.

— Srta. Fisher! — Outro olhar mortífero — Espero que essa seja a última vez que eu repreenda você e o seu amigo, entendeu?

— Desculpe, Sra. Patrick. — Rebecca respondeu automaticamente a senhora de meia idade e eu contive outra risada. Se eu soubesse que iria me divertir assim teria começado o trabalho bem antes. — Pega essa droga e vê se consegue fazer algo de produtivo antes que nos expulsem daqui. — Ela sussurrou colocando em minhas mãos um livro surrado de Biologia, já aberto no capítulo que abordava o assunto que a professora nos deu.

Depois daquilo, não se ouve um só ruído de nenhuma das partes. Eu estava contente por ter obtido sucesso com o meu objetivo e ela determinada a me ignorar até o fim do horário vago.

Comecei então a devorar as páginas do livro em meio ao silêncio da biblioteca finalmente achando que já estava na hora de progredir com o trabalho. Olhei furtivamente a carranca emburrada da menina sentada á minha frente algumas vezes e me peguei pensando nela de uma forma nada culta. Não consegui evitar as besteiras que vieram à minha cabeça quando ela mordia a ponta do marca-texto antes de sublinhar alguns parágrafos ou quando lambia as pontas do dedo indicador que mais tarde usava para virar a página seguinte. Nunca conseguia e na época eu mal imaginava que aquele era só o começo. Foi só o primeiro de muitos dias em que eu viria a examinar aquela criatura lindamente irritante tão detalhadamente.

Eu não sentia atração por muitas pessoas. Até então as lembranças do nosso primeiro contato, há uma semana atrás, só me lembravam um dia péssimo na escola e consequentemente em casa, onde tive uma discussão, dessa vez sem a presença do diretor, resultando em um choro descontrolado da minha mãe adotiva dizendo que não sabia o que fazer comigo. Então eu simplesmente me impedi de continuar olhando para Rebecca antes que o tão famoso volume no baixo ventre piorasse minha situação, mas ela percebeu minhas encaradas nada discretas antes que eu pudesse o fazer.

— Perdeu alguma coisa? — Ela perguntou arqueando uma das sobrancelhas e eu respondi com um sorriso.

— Não.

— Hum. — olhar desconfiado — Sugiro que cada um de nós faça um resumo de diferentes tópicos do capítulo individualmente, assim eu não preciso ficar na sua companhia maravilhosa por mais tempo.

— Quanto amor. O horário vai acabar em menos de cinco minutos, sabia?

— Mas nesse curto período de tempo eu percebi que eu tenho uma leve alergia a garotos pervertidos e metidos a emo.

— Eu não sou emo! — Elevei a voz e foi a minha vez de levar uma bronca da bibliotecária.

— Acho que eu não fui suficientemente clara, não é? — A Sra.Patrick levantou novamente vindo em nossa direção enfurecida. — Odeio ter que fazer isso, mas vocês conhecem as regras da biblioteca e alguns alunos estão aqui realmente interessados em estudar, então por favor, se retirem.

— Está nos expulsando? — Ri interiormente por ter feito uma pergunta tão idiota.

— Não Sr.Morgenstein, estou convidando vocês a sair, agora aceitem o convite e só retornem quando decidirem respeitar o ambiente.

— Tudo bem Connor, o horário já 'tá acabando de qualquer forma. — Rebecca disse suspirando e levantando da cadeira. — Nos desculpe Sra.Patrick, nós não nos damos muito bem.

— Logo se nota.

Seguimos então até a saída em um silêncio inquestionável. Eu já estava pronto para seguir por um caminho diferente quando sinto uma ardência na nuca ocasionada por um tapa concebido sem dó por Rebecca. Sua expressão, ao contrário de minutos antes, era o oposto de tranquila e conformada, o que me fazia pensar que sua reação equilibrada na frente da bibliotecária não passava de atuação — muito boa por sinal já que, modéstia a parte, eu sou muito bom em identificar (e fazer) uma cena.

— O que foi isso? — massageei o local do tapa olhando com os olhos semicerrados para a menina.

— Isso é por nos fazer ser expulsos da biblioteca.

— Mas na maioria das vezes foi você quem gritou! — rebati indignado, dividido entre ficar irritado e rir por ter deixado – mais uma vez – Rebecca chateada.

— Não me faça lembrar das piadinhas biológicas, por favor! — soltei uma risada de escárnio e ela me empurrou contra a parede do corredor, quase ocasionando uma batida bruta de cabeça com o concreto. — Seu doente.

Não me leve  a mal.

Foi o gatilho que restava para dar lugar ao meu lado negro. Um lado que, vale ressaltar, eu acho louvável conseguir esconder por tanto tempo visto que certos diagnósticos insistem em afirmar que quase todos os meus lados são meio escuros. 

Aquele era o termo mais usado por todos que tinham conhecimento do meu diagnóstico: Meus pais, minha psicóloga, meu psiquiatra, Stanley e o resto da minha antiga escola. Cada um deles o usava com uma intenção diferente, mas todos, absolutamente todos despertavam o que tinha de pior em mim. Rebecca não fazia ideia disso, mas eu não podia evitar a vontade de bater sua cabeça no chão do corredor consecutivas vezes depois de ouvi-la me chamar de doente.

— Repete. — pressionei meus dedos em cada um dos seus braços fazendo seu corpo cambalear para trás com a brutalidade. Seus olhos me fitavam com uma expressão que eu não compreendia, mas que me deixava cada vez mais afoito para quebrar cada um dos seus ossos somente com o aperto. Um silêncio se fez e só o que eu pude sentir foi sua respiração quente contra o meu pescoço durante aquele minuto que mais pareceu uma eternidade.

— D-oente. — ela repetiu com dificuldade fazendo meu sangue ferver ainda mais. Corajosa, eu admiti interiormente, mas não podia deixar que assim como todos ela pisasse em mim sem nem ao menos entender com quanta intensidade me afetava. Afrouxei o aperto de uma das mãos e a levei até o pescoço da garota pálida ainda ofegante a minha frente. Finquei os dedos com força no local fazendo-a soltar um gemido esganiçado — que por pouco não havia me roubado um sorriso — enquanto continuava a me fitar com aquelas duas esferas azuis arregaladas.

— Você não sabe nada sobre mim. — proferi as palavras pouco antes do sinal tocar anunciando o final do nosso horário vago. Soltei o pescoço da mesma ao poucos imaginando que logo o corredor ficaria cheio e a cena acabaria me rendendo olhares nada discretos e uma reputação de covarde que não serviria de nada para mim, exceto para me deixar com a ficha ainda mais suja com meus pais. Rebecca então aproveitou para se desvencilhar de vez do meu aperto separando nossos corpos com uma rapidez admirável, passando a mão na nuca massageando o local que mais tarde deu lugar a uma marca roxa nada discreta.

— Sei mais do que você pensa, Connor. — ela disse descaradamente ainda massageando o pescoço, numa tentativa quase falha de manter seu ego elevado. Eu até ficaria admirado com sua capacidade de não querer se curvar diante de ninguém, mesmo em uma situação onde fora praticamente agredida, se sua última frase não tivesse me deixado tão intrigado. O que diabos ela podia saber sobre mim?

— O que quer dizer com isso? — lancei um olhar confuso em sua direção enquanto ela simplesmente deu de ombros, pronta para ir embora, parada apenas por gritos vindos de uma direção oposta.

Alicia e Beto andavam lado a lado em nossa direção, brigando quase como Rebecca e eu há minutos atrás na biblioteca.

— Você é um idiota Roberto Thompson! — Alicia gritava de uma forma nada sútil atraindo olhares de alguns alunos que começaram a aparecer no corredor. Seus olhos estavam anuviados e sua expressão era um misto de tristeza e raiva, poderia até dizer que estava prestes a chorar.

— E você é uma aberração com cérebro de máquina!

— Máquinas não tem cérebro, seu burro! — seria uma situação cômica, se eu não tivesse tanto interesse em terminar minha conversa com Rebecca, que por sua vez parecia dividida entre alívio por termos sido interrompidos e preocupação por ver sua amiga aparentemente fragilizada.

— O que deu em vocês, uh?

— Eu só não quero ter que apresentar trabalho algum com esse punheteiro de uma figa, ou melhor, não quero ficar mais um segundo que seja na companhia dele!

— Como se eu tivesse algum interesse em ter uma coisa tão feia como você mandando em mim como se eu fosse um retardado.

— Seus argumentos adultos me impressionam, Roberto. — Rebecca lançou-o um olhar indignado enquanto puxou Alicia para mais perto, quase como se quisesse protege-la. Não precisava ser muito esperto para perceber que as duas tinham uma ligação bastante íntima, talvez até de anos.

— Claro, até por que me chamar de burro não é nada infantil! — Beto retribuiu o olhar indignado elevando um pouco a voz.

— Nós não somos próximos, mas eu tinha esperanças de que você não fosse tão estúpido. — Ela me lançou um olhar de soslaio — Será que esse é o efeito de andar com ele?

Se antes me preocupei com parecer um covarde por ter tentado bater sua cabeça na parede, naquele exato momento eu me arrependi de não ter o feito.

— O que diabos você quer comigo, vadia?

— VADIA É A PORRA DA SUA...

— Espero que você não complete com mãe, Becca. — Alicia disse rapidamente segurando Rebecca que havia feito menção de avançar em mim, como se aquilo fosse me deixar com alguma sequela.

— É Rebecca, mãe é uma coisa meio pessoal e sabe... argumento nada adulto. — Beto se pronunciou recebendo um olhar mortífero da mesma. Eu apenas permaneci calado, contendo a vontade de dizer que provavelmente ela estava certa já que eu de fato não conheci minha mãe e não considerava a Sra.Morgenstein uma, mas isso seria revelador demais e ela já parecia saber o bastante.

— Só vamos embora Alicia, foi o bastante por hoje. — Rebecca finalmente se deu por vencida, quando recebeu um olhar assustado de sua amiga na bela marca que havia se formado no local onde eu havia pressionado. Talvez eu tenha uma quedinha por pescoços. — Fique tranquila, não foi nada.

A loira assentiu e ambas saíram a passos largos do lugar, mas não sem antes levarem junto meu sorriso de vitória, que confesso, havia sido direcionado mais à Rebecca. Não era bem um sorriso de vitória, eu não havia acabado com ela. Ainda precisava saber por que ela parecia saber tanto sobre mim, mas eu não podia me sentir inferior a nada do que ela havia dito e quis deixar isso claro.

— Cara o que foi isso? — Beto me olhou de boca aberta como o idiota que realmente era e de repente o apelido "burro" parecia lhe cair bem.

— Uma discussão, não viu? — respondi — E pelo visto você não ficou atrás.

— Alicia é um pé no saco, estudamos juntos desde a oitava serie, mas eu não fazia ideia de que além de feia era arrogante e metida a esperta. — ele seguiu emburrado em direção à cantina e eu o acompanhei de repente com uma curiosidade em mente. Talvez ele pudesse me dizer o que sabia sobre Rebecca. Meu interesse repentino assustou até mesmo a mim.

— Talvez você só seja burro demais comparado a ela. — disse sem me importar com a indelicadeza. 

— Obrigado, cara. — ele disse me dando um soco de leve no ombro. — Você sabe animar que é uma beleza.

— Não nasci pra te animar, mas vem cá, você disse que estuda com a Alicia desde a oitava serie? — ele assentiu com uma expressão confusa no rosto — E ela já era amiga da Rebecca?

— Hum, qual é a do interesse repentino na fera dos olhos azuis? — Beto me lançou um olhar sugestivo antes de sentarmos em uma das mesas do refeitório.

— Apenas responda.

— Tá... — ele semicerrou os olhos e continuou — Sim, elas já eram amigas desde aquela época.

Apoiei os cotovelos sobre a mesa e ponderei por um instante a respeito da mesma. Depois daquele dia, as chances de Rebecca direcionar um olhar sequer para mim eram quase nulas, mas ainda tínhamos que entregar um trabalho até a segunda e eu ainda não tinha terminado com ela. E se ela tivesse ouvido a discussão na direção semana passada? Talvez Rebecca não fosse o mesmo tipo de pessoa que o Stanley, mas que tipo de reação em cadeia teríamos se de alguma forma as informações sobre o meu transtorno fossem espalhadas novamente, seja por ela ou por qualquer outra pessoa para quem descuidadamente deixe escapar? O trabalho de Biologia era a desculpa perfeita para parar de me afundar em especulações. Mas eu sabia que não seria fácil uma vez que eu havia conseguido irritar Rebecca de verdade (sem mencionar que eu quase cogitei assassina-la no corredor).

Eu podia muito bem deixar isso tudo de lado e esquecer qualquer pergunta que eu quisesse fazer a respeito dela e do que sabia sobre mim, mas eu simplesmente não pensei nas consequências. Hoje eu vejo que cometi um erro terrível em continuar sustentando minhas curiosidades a respeito dela. Talvez se eu não tivesse o feito, ela ainda estivesse viva.


Notas Finais


*DESVIA DAS PEDRAS E DAS AVADAS*
É isso mesmo que vocês leram, me amem <3
Eu ia até dizer que tô com pena de vocês, mas eu tô é louca pra começar a ler as teorias :v
SIM EU SOU DESSAS!
Amo vocês, mesmo que não pareça, tá? :)
Nos vemos no próximo ♥


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