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História As Famílias - A decisão


Escrita por: Biasita

Notas do Autor


Neste capítulo veremos a decisão de Rena que abdica de algumas coisas na sua vida pessoal.

Capítulo 3 - A decisão


A DECISÃO

 

            Raven retorna com as compras. Rena o vê caminhando no meio do jardim, ela sai correndo em direção de Raven e lhe dá um abraço.

 

Rena:

            – Por que demorou tanto?

 

Raven:

            – Como assim, demorei? Eu fui levar Stay para a escola e fui fazer as compras que você havia me pedido.

 

Rena:

            – Mesmo assim eu fiquei com saudades.

 

Raven:

            – ...?

 

            – Más você não estava com Aisha?

 

Rena:

            – Ela teve que dar uma saída, foi ajudar a sogra dela e logo mais estará de volta para o almoço.

 

            Rena o abraça novamente e diz baixinho no seu ouvido.

 

Rena:

            – Eu te amo tanto, tanto que eu vou até o fim do mundo com você.

 

Raven:

            – Você foi o que poderia ter me acontecido de melhor na vida.

 

            Ambos se beijam e vão de mãos dadas para dentro de casa.

 

            Rena parece já ter tomado sua decisão. Ela espera ansiosa por Aisha para contar o que ela decidiu. Com a ajuda da sua amiga, ela poderá colocar em prática a sua decisão. Agora o seus olhos brilham como a de uma pessoa que vive. Os grilhões que a mantinha aprisionada na sua vida élfica não se fazem mais presentes em seu ser e sua família agora vem em primeiro lugar. O seu desejo de viver se faz maior a cada segundo.

 

            Antes que Aisha chegue, Raven ajuda Rena na cozinha lavando as verduras e os legumes que vão fazer parte dos pratos que serão preparados para o almoço. Rena diz para que Raven pegue a carne de caça para que a prepare. Raven estranha a atitude da elfa em relação a carne, ele sabe que ela não come e resolve perguntar o por quê da carne.

 

Raven:

            – Rena, você não come carne, por que quer que eu a prepare?

 

Rena:

            – Para você e Aisha comerem.

 

Raven:

            – Más você me disse que não gostaria que eu comesse carne, pois eu estava ficando barrigudo.

 

Rena:

            – Hoje não tem problema, só não precisa comer todo dia.

 

            Raven pega a carne e começa a prepará-la.

 

            Aisha chega, vê que o preparo do almoço está em andamento e começa ajudar Rena. Aisha percebe que a elfa está mais alegre, más evita perguntar o porquê da alegria, visto que Raven se encontra na cozinha ao lado dela.

 

            Raven vai para fora de casa colocar a carne para assar, Aisha aproveita a oportunidade e pergunta para a Rena o porquê de tanta alegria. Ela também pergunta se Rena já se decidiu.

 

Aisha:

            – Rena, quando eu saí você não estava tão alegre quanto agora, o que foi que aconteceu?

 

Rena:

            – Eu já me decidi.

 

Aisha:

            – Pela sua alegria eu já até sei da sua resposta, más mesmo assim eu quero ouvir de você. E então, o que decidiu?

 

Rena:

            – Você já sabe. Más eu irei falar.

 

Aisha:

            – Então fale.

 

Rena:

            – Sim, vou ser mãe assim como você foi e vai ser de novo.

 

            Aisha abre um sorriso no rosto e parabeniza a decisão da elfa.

 

Aisha:

            – Parabéns pela sua decisão! É assim que se fala.

 

            – Bom, creio eu que o pequeno Stay vai passar alguns dias comigo.

 

Rena:

            – Você poderia me fazer esse favor?

 

Aisha:

            – Sim, mais é claro.

 

Rena:

            – Más não vai ser da maneira que você está pensando, digo, se não tiver problema pra você.

 

            Aisha fica curiosa com a fala de Rena, quer saber qual que a idéia que a elfa teve.

 

Aisha:

            – Como assim? Não entendi bem essa parte, como não da maneira que eu estou pensando?

 

            Rena explica.

 

Rena:

            – Aisha, eu estava pesando em viajar com Raven. Faz tempo que nós não saímos juntos. E também isso irá fazer bem para ele.

 

Aisha:

            – Más isso não é problema nenhum, Rena. Eu cuido do Stay o tempo que for preciso.

 

Rena:

            – Más como é que você vai trazer ele para a escola?

 

Aisha:

            – Eu usarei o meu teleporte, e não se preocupe, pois eu conheço muita gente por aqui para que eu possa me teleportar.

 

Rena:

            – Más que você, grávida, às vezes pode passar mal e coisa desse tipo.

 

Aisha:

            – Rena, início de gravidez não é uma coisa de outro mundo. E não, eu não vou correr risco de vida por estar grávida se é isso que você quer dizer.

 

            – Eu esqueci de te falar também, eu passei na academia para falar com Elsword, ele disse que ele irá passar uns 20 dias ou mais com Hiago por lá. Então leve o tempo que for preciso, curta bastante o seu amor com Raven e deixe que eu me viro com Stay.

 

Rena:

            – Aisha, oportunidade melhor não há.

 

Aisha:

            – Como assim?

 

Rena:

            – Aproveitando a oportunidade, você não quer ficar aqui em casa, digo, até nós retornamos? Assim é bem melhor para você, porque vai que alguma coisa aconteça e Elsword estará muito longe de você. Sem contar que você poderá matar a saudade da vila. Más isso se você quiser.

 

Aisha:

            – Boa idéia, eu fico sim, eu pegarei algumas roupas em casa e ficarei aqui até que você volte. Assim Elsword, poderá vir dormir aqui.

 

Rena:

            – Sim, eu estava contando com isso. Será bom para ele também matar a “saudade de casa”.

 

Aisha:

            – Más Rena, você já conversou com Raven?

 

Rena:

            – Ainda não, más é claro que ele vai aceitar. No almoço falarei com ele.

 

Aisha:

– Só me faz um favor, Rena, se for para falar com ele a respeito, fale apenas que você quer viajar, não fale o motivo. Não quero presenciar o espanto dele.

 

Rena:

– Ai Aisha, você fala como se ele fosse um canibal pervertido.

 

Aisha:

            – Sim, pois você é uma elfa e isso faz toda a diferença. Não seria canibalismo.

 

            Rena observa Aisha que está com uma expressão facial sarcástica e com sarcasmo contra-ataca.

 

Rena:

            – Olhe só quem fala. Pra quem dizia que Elsword era apenas um garotinho indefeso, até casou com ele.

 

            Aisha entende o “recado” e prefere ficar calada.

 

            O almoço é servido, todos se servem e conversam.

 

Aisha:

            – Rena, por que elfos não comem carne?

 

Raven:

            – Queria saber também o motivo.

 

            Por nunca ter explicado o motivo de elfos nunca comerem carne, muitos ficam curiosos. Rena então explica.

 

Rena:

            – Nós, elfos não comemos carne porque a nossa força vem dos espíritos da natureza.

 

Aisha:

            – Não entendi.

 

Raven:

            – O que isso de há ver?

 

Rena:

            – Funciona assim: a Mãe Natureza nos empresta essa força para lutar contra o mau que ataca ela mesma e os animais são uma parte fundamental para a ela. Como os vegetais não tem sentimentos e não sentem dor, eles servem de alimento para a grande maioria dos animais da floresta. A vegetação precisa ser renovada para que sempre haja boa morada para os espíritos da floresta, os animais comem essa vegetação fazendo com que se renove sempre. Se não houver animais, não há renovação da vegetação e se não haver renovação da vegetação, os espíritos da floresta morrem e enfraquecendo assim a força da Mãe Natureza, uma vez a força da Mãe Natureza fraca, ela não tem como nós emprestar o que precisamos para combater o mau que assola ela. Todo animal tem uma alma e o calor da sua alma é o que alimenta os espíritos da floresta, e os espíritos por sua vez, moram nas vegetações renovadas das florestas fortalecendo a Mãe Natureza. Se os animais morrerem, os espíritos não poderão mais se alimentar e nem mesmo se abrigarem nas vegetações, perderão suas forças, desaparecerão e a Mãe Natureza estará arruinada para todo sempre.

 

Raven:

            – Então quer dizer que eu estou ajudando a destruir a essa tal Mãe Natureza?

 

Aisha:

            – Táh. E aonde entra os elfos nessa história?

 

Rena:

            – Não exatamente, Raven. Você os caça para se alimentar e apenas caça o que come. Pois os animais também precisam se renovarem, para que dêem conta contribuir com a manutenção da Mãe Natureza, e um que morre é outro que nasce.

 

            – E Aisha, os elfos sempre viveram em meio à natureza, e a lenda diz que antigamente os elfos comiam carne, más um dia a floresta em que vivíamos foi atacada e não tínhamos forças para lutar contra o mau absoluto que nos assolava. Em meio ao confronto apareceu um espírito que havia encarnado em um cervo e falou com o nosso patriarca pedindo-lhe ajuda. “Eu, porta-voz da Mãe Natureza vos digo, a Mãe Natureza está enfraquecida pelos ataques sofridos. Não há mais animais para suprir as necessidades e os poucos que restam vivos estão sucumbindo. A Mãe Natureza pede socorro àqueles que abrigam o seu lar. A Mãe Natureza propõe um acordo, fartura de alimento e imunidade a todas doenças existentes a vocês e toda sua geração futura em um período de um mil anos com a seguinte condição: não se alimentarem da carne dos animais que habitam a floresta pelos próximos um mil anos, esse é o tempo que a Mãe Natureza levará para conseguir se recuperar deste golpe sofrido, a Mãe Natureza entregará a vocês suas ultimas forças para que venham lutar contra este mau devastador que está nos destruindo.” Diante do caos, o nosso patriarca não teve outra escolha a fazer se não, aceitar o acordo com a mãe natureza. Cumprimos com a nossa parte do acordo sem nunca ter se alimentado de um animal se quer por um mil anos. E a Mãe Natureza cumpriu com o dela. Pois nenhum elfo adoeceu assim como prometido e sempre onde houve elfos, sempre teve fartura de alimentos provenientes da flora.

 

            Aisha e Raven ficam surpresos com a história contada por Rena.

 

Raven:

            – Elfos realmente são determinados mesmo. Eu não sei se eu conseguiria viver sem comer carne por toda uma vida.

 

Rena:

            – Pense como um casamento, os votos de lealdade de um para o outro devem ser para todo sempre. E foi isso que fizemos.

 

Aisha:

            – Deve ter sido uma decisão difícil. E isso faz quanto tempo?

 

Rena:

            – Uns cem mil anos, eu acho.

 

            Aisha e Raven pasmam diante da afirmação da elfa. Custam a acreditar. Aisha tem mais ou menos a idéia de quantos anos Rena tem e por isso fica curiosa com o que Rena contou, más sabe que Raven não sabe desta longevidade de sua esposa. Por isso têm cautela em fazer outra pergunta. Raven também faz a mesma pergunta.

 

Aisha:

            – Más, Rena, se por exemplo, faz uns cem mil anos, essas promessas já não são mais necessárias. Ou estou errada?

 

Raven:

            – É mesmo, Aisha tem razão. Se vocês comiam carne, e já se passaram tantos anos desde que isso aconteceu, você podem voltar a comer carne novamente. Isso prova que vocês, elfos, tem a capacidade de digerir carne sim ué.

 

            Rena responde aos dois.

 

Rena:

            – Sim, eu nunca disse elfos, em especial eu, não tinha capacidade de digerir carne. Más não é por causa dos milhares de anos passados que podemos comer carne novamente.

 

Aisha e Raven:

            – Por que não?

 

Rena:

            – Depois que passou os um mil anos, um outro cervo apareceu e nele encarnou o mesmo espírito que a um mil anos atrás havia falado pela Mãe Natureza e disse ao atual patriarca: “Faz muito tempo desde que Mãe Natureza tem acordado com vocês a não se alimentarem da carne dos animais que aqui vivem. Mãe Natureza está feliz por ver que durante todos esses anos, os elfos têm cumprido com o acordo. Mãe Natureza também cumpriu com o dela e viu que vocês e todas as gerações anteriores foram gratas pelo que Mãe Natureza fez. Hoje, um mil anos depois estou aqui a pedido dela novamente, não para desfazer o acordo, e sim propor outro. Além da fartura existente em meio ao seu povo, imunidade total a todos os elfos e gerações futuras. Em forma de gratidão, Mãe Natureza continuará a dar proteção eterna contra todas as doenças a todos os elfos que estarão vivendo aqui e em outros lugares, desde os desta geração, as futuras gerações. Más, se por ventura o elfo que se alimentar da carne de qualquer animal em qualquer lugar do mundo, este que consumiu a carne e sua geração deixarão de ter esta proteção.” Em assembléia, o patriarca reuniu-se com todos da vila e expôs o caso para que todos fizesses uma votação, quem era a favor e quem era contra o novo acordo. Como havia passado muitos anos desde o primeiro acordo, os costumes élficos, hábitos que as gerações tinham antes do primeiro acordo foi esquecido, não fazendo mais diferença na vida dos elfos que ali viviam um mil anos depois. A votação ocorreu e o resultado foi unânime, todos optaram pelo sim ao novo acordo. O novo acordo foi aceito e desde então nenhum elfo que eu conheço se alimenta de carne até os dias de hoje. Existe outras condições também, porém prefiro não citá-las para não confundir a cabeça de vocês.

 

            Aisha e Raven ficam boquiabertos com a explicação da elfa.

 

Aisha:

            – Incrível.

 

Raven:

            – Não vou nem perguntar das outras condições. Eu não serviria nem um minuto para ser elfo.

(Continua...)


Notas Finais


Muito obrigada por ler e desculpem por qualquer erro de ortografia e formatação do texto. Estarei lançando em breve outros capítulos.


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