História As herdeiras dos dragões - Cada vez mais curioso...

Kristen acordou cedo naquele dia. Pesadelos.
Ela se sentou na cama, respirando com dificuldade suada, a ruiva se levantou, ainda atordoada pelas imagens de seus pais sendo mortos por Idum.
Ao ouvir alguns barulhos no andar debaixo a ruiva percebeu que não era a única acordada.
— mãe? — perguntou Kristen parando na porta do banheiro.
— estou.. — a loira teve ânsia e se inclinou para frente, nada saiu.—..bem!
— o que há de errado com você? — perguntou Kristen.
—estou bem! — Astrid se levantou, ficou tonta e fechou os olhos com força.
— você está pálida! — murmurou a ruiva, indo até a mãe.
— eu só preciso trocar de roupa e ir trabalhar! — disse a loira, com dificuldade, sua respiração estava desregulada.
— mãe!
— não, Kristen! Sou a mulher do líder! Faz três dias que não faço meu trabalho.. Ou mais! Que.. Que dia é hoje? — perguntou Astrid franzindo a testa e se apoiando em Kristen.
— mãe.. Você nunca esquece o dia da semana! — disse Kristen.
— por que está acordada tão cedo? — perguntou Astrid, mudando de assunto e caminhando para mesa.
— nada! — Kristen não queria causar preocupações nos pais, já bastava Lynae.
— o que fazem acordadas tão cedo? — perguntou Soluço descendo as escadas.
Astrid enterrou a cabeça entra as mãos.
— sei lá! — murmurou Kristen.
— se sente melhor? — perguntou o ruivo, colocando uma mão no ombro da loira.
Ela assentiu, ele fez uma careta, algo estava errado. Astrid não estava o encarando nos olhos, nem por um segundo.
— Hey Banguela, quer peixe? — perguntou Kristen, o dragão sorriu e correu até a ruiva.
Kristen abriu o cesto e jogou dois peixes pro dragão.
— será que não dá pra calar a boca?! — gritou Astrid, de uma hora pra outra, na mesa.
— Astrid? — perguntou Soluço com uma sobrancelha levantada.
A loira apertou a própria cabeça, puxando alguns fios de cabelo.
— me deixa em paz! — gritou ela, se levantando.
A loira subiu correndo e bateu à porta do quarto.
— o que..— começou Soluço.
— ela está muito estranha..— murmurou a ruiva, jogando mais um peixe pra Banguela.
Quando o ruivo foi subir as escadas alguém bateu na porta, sexta de reclamações, ele suspirou.
— façam- na ir ver o curandeiro! — murmurou ele, antes de montar em Banguela.
— não tomou café! — observou Kristen.
O ruivo sorriu e pegou uma maçã em cima da mesa.
— pronto! — disse ele.
Kristen suspirou, ainda estava amanhecendo, ninguém estava acordado.
Bem,era o que ela pensava. 
Erick pousou na frente da casa dela, sorrindo.
— estava com saudades! — disse ele, entrando na casa e a abraçando ao receber um sorriso.
— nos vimos ontem! — disse Kristen.
Erick a interrompeu a beijando, o que deixou a ruiva surpresa, eles sorriram quando se separaram.
— o que há de errado? — perguntou ele.
— o que? — Kristen se afastou franzindo a testa.
— você não acorda esse horário, está com um olhar perdido e com o pensamento longe! — disse Erick a encarando nos olhos.
— sabe tudo isso por me beijar? — perguntou a ruiva sorrindo.
— não! Percebi ontem e não tive coragem de dizer! — murmurou ele, se afastando e pegando nas mãos dela.
— tem algo errado com essa família Erick! A culpa é da Idum! Eu quase atirei na Lynae ontem! — a ruiva suspirou.— estamos tendo pesadelos e as imagens estão me perturbando.. — ela respirou fundo tentando não chorar, Erick a envolveu em um abraço, beijando o tipo de sua cabeça.
— Hey.. Tudo bem! Vocês vão superar! Todas famílias têm seus problemas! — murmurou ele.
Eles ouviram um barulho do quarto lá em cima, tosse. 
— preciso fazer ela ir ver o curandeiro! — murmurou Kristen.
— eu te ajudo a convencê-la, vamos! — disse Erick, entrelaçando os dedos nos da namorada.
Kristen bateu na porta com leveza.
— mãe? Me deixa entrar? — perguntou ela, suspirando.
— fica longe Kristen! — gritou Astrid.— fique longe de mim! 
— mãe? — a ruiva franziu a testa, tentando abrir a porta, a voz de Astrid soava estética, desesperada.
— filha! Vai embora! Por favor! — gritou Astrid, agora sua voz estava embriagada?!.
Kristen olhou para Erick, ela tentou abrir a porta com toda sua força física, ela começou a bater na porta.
— MÃE! Abre essa droga!— gritou a ruiva socando a porta.
Erick segurou Kristen.
— Kristen calma! — disse o moreno.—ela não quer nos ver! 
— ela está com algum problema! — resmungou a ruiva.
— o que está acontecendo? — perguntou Lynae, os olhos semiabertos e braços envolvendo a si mesma. Uma típica cara de quem tinha acabado de sair da cama.
— mamãe se trancou no quarto! — disse Kristen, Lynae franziu a testa.
— mãe? — perguntou a loira.
— cala a boca! Eu não queria! Eu não queria! — gritou Astrid.
De certa forma as gêmeas sabiam que a mãe não se referia a elas.
— tem algo errado! — sussurrou Lynae, tentando girar a maçaneta.
— gente, ela vai ficar bem! — disse Erick.— calma! 
Lynae assobiou, Flecha rosnou no andar de baixo, percebendo que algo estava errado.
— abra essa droga! Vou chamar o papai! — disse a loira, antes de sair correndo e subir no fúria da noite no andar debaixo.
Kristen correu até seu quarto para pegar seu machado.
— isso é loucura! — disse Erick.
— minha mãe nunca chorou na vida! — disse a ruiva, pegando o primeiro machado que achou pela frente.
Eles ouviram um grito de dor, os olhos de Erick se arregalaram, Kristen saiu correndo. 
A ruiva acertou a porta, mas a mesma não abriu, tinha mobília impedindo a passagem.
— me ajuda! — disse ela pra Erick.
O moreno obedeceu, tentando empurrar a porta com a namorada.
— mãe? — gritou Kristen, a loira não respondeu.
Lynae chegou com Soluço, eles chegaram na porta do quarto ao mesmo tempo que Kristen e Erick conseguiram abrir um pouco a porta.
Soluço passou pela mesma, ele congelou na entrada, Kristen tentou empurrar mais a porta para entrar, mas foi impedida pelo pai.
— Astrid! Deuses! Meninas fiquem aí fora! — gritou o ruivo, saindo do choque e correndo até o canto do quarto.— Astrid, que merda você está pensando?!.
As duas não ligaram para o comando do pai, elas passaram pela porta, e se arrependeram da decisão.
Astrid estava caída ao lado do guarda-roupa, os pulsos sangrando, desmaiada,Soluço caiu de joelhos ao lado dela, pegando qualquer pano que visse pela frente para estacar o ferimento.
Kristen e Lynae não puderam fazer mais nada além de ficar olhando, em choque. 
Erick se assustou no começo mas logo correu para ajudar Soluço. Os dois amarraram o pulso dela, com bastante preção, Soluço colocou a cabeça dela em cima de seu colo, verificando os batimentos. Estava ficando estável. Ele forçou um sorriso, soltando um longo suspiro.
— o que está acontecendo aqui?! — perguntou Lynae.
— Erick, pode avisar no grande salão que eu.. — Soluço franziu a testa de repente, encarando o moreno.— o que você esta fazendo aqui? 
Erick ficou corado e com os olhas arregalados, ele desviou o olhar para Kristen.
— veio me entregar alguns livros! — disse Lynae, encobrindo a irmã.
— tá! Avise no grande salão que tive um problema! — disse o ruivo, ignorando os adolescentes.
Kristen deu alguns passos para trás, saindo do quarto, enquanto Erick corria para fazer o mesmo, os dois se dividiram em direções diferentes, Kristen foi para o banheiro. Ela estava vomitando?!.
— sua irmã está bem? — perguntou Soluço, colocando Astrid na cama.
Lynae entendeu o recado e foi atrás de sua gêmea.
Soluço encarou a esposa, pálida, magra e -graças aos deuses- respirando, ele tirou a franja do olho dela, ao mesmo tempo que ela voltou a recobrar a consciência. 
— o que... — ela fez uma carta de dor.
— o que, diabos está passando na sua cabeça? — perguntou Soluço, sussurrando. Estranhamente calmo como sempre.
Astrid olhou para o seu braço enfaixado, Soluço colocou uma mão por cima da dela.
— me diz o que está pensando!— pediu ele.
— eu..eu não sei!— a voz da loira soava embriagada.— eu me lembro de querer desmaiar! — ela franziu a testa, colocando a mão na cabeça. Dor de cabeça idiota.
— o que foi? — perguntou Soluço, a encarando com preocupação.
Astrid se contorceu.
— eu vou chamar o curandeiro! — disse o ruivo, se levantando da cama.
— PARA! — gritou a loira, se agarrando aos seus cabelos.— para! Para.. — sussurrou repetidamente.
Soluço a encarou assustado, demorou um tempo até ele perceber que ela estava falando sozinha, não com ele.
— eu não sou uma péssima mãe! Não! Eu amo minhas filhas! — sussurrou Astrid, as mãos nos ouvidos.
— Hey! Você é uma ótima mãe! — Soluço tentou tirar as mãos dela dos ouvidos.
— Eu não matei ninguém!— sussurrou a loira, chorando.
Lynae subiu as escadas, Astrid levantou o olhar para filha e se afastou bruscamente, sentando na cama.
— sai daqui Lynae! — gritou Astrid, agarrando os lençóis, o olhar vacilando entre a filha e um machado.
— mãe? — Lynae franziu o cenho, dando um passo à frente.
Astrid se levantou, prendendo a respiração, os pulsos cerrados.
— Lynae! — Soluço levantou as mãos, tentando acalmar as duas loiras.— vai chamar o curandeiro!
Flecha apareceu ao lado da garota, que montou no mesmo e saiu em disparada.
As pernas de Astrid vacilaram e a loira caiu de joelhos, respirando com dificuldade.
— o que há de errado comigo? — perguntou ela sussurrando.
Soluço deu um passo na direção dela, mas ouviu Banguela lá embaixo. Um gruído que que queria dizer que algo estava errado.
— eu.. Já volto! — disse ele, correndo para escada.
Soluço ficou horrorizado ao ver a filha desmaiada na cozinha, Banguela tinha a segurado antes de atingir o chão, Violeta olhava a dona da janela, com preocupação.
— Kristen! — gritou ele, a pegando no colo.— filha?! Acorda! Filha! 
A garota começou a abrir os olhos, lentamente.
— Kristen? — perguntou Astrid, saindo na porta do quarto com dificuldade.  
— o que aconteceu? — perguntou a ruiva, ainda no colo do pai.
— está tudo bem? — perguntou Soluço.
— estou enjoada! — murmurou a ruiva.
O coração do ruivo disparou, ele queria espernear, gritar, sair correndo e fazer alguém examinar as duas. O que, em nome de Thor, estava acontecendo com aquelas duas?!.
— tudo bem! O curandeiro está vindo! — o ruivo ajudou a filha a se apoiar.— as duas, pra cama!— ele encarou Astrid apoiada na escada, com uma expressão de dor.

O curandeiro chegou rápido, recomendou algumas ervas e chás, saiu dizendo que não era nada grave. Soluço odiou os resultados.
— nada grave?! — se perguntou ele mais uma vez, sentado em sua mesa e assinando tratados.
Já estava de noite, todos dormindo. Lynae o ajudou durante o dia todo, o que fez o ruivo perceber como a filha era talentosa para ser líder, Kristen e Astrid repousaram, Astrid não tentou mais nenhum suicídio absurdo.
— Soluço..— sussurrou a loira, deitada na cama, os olhos fechados.
Soluço a encarou, pálida, boca seca e fraca. Não se parecia com Astrid Hofferson Haddock.
— prometa que vai cuidar delas! — sussurrou ela.
Os olhos do ruivo se arregalaram e ele saiu da mesa para se abaixar ao lado da esposa.
— por que está me pedindo isso? 
— eu não sei se...— ela não terminou a frase, uma tosse a interrompeu, mas Soluço tinha uma ideia do que ela iria dizer.
— você sabe que vou sempre cuidar delas! — sussurrou ele.— mas você vai estar ao meu lado enquanto isso, milady! — ele colocou a mão por cima da dela.
— eu escuto vozes.. — sussurrou a loira, ainda com os olhos fechados.
— e o que elas dizem? — Soluço apertou a mão dela, preocupado.
— elas me mandam matar as meninas! Dizem que.. — ela tossi, se contorcendo.— a culpa é minha.. 
— você não vai matá-las! Está tudo bem! — ele acariciou a bochecha dela.— você pode vencer essas vozes! 
— acha que a culpa é minha? — perguntou ela, testa franzida, respiração ainda desregulada.
— culpa do que? — perguntou o ruivo franzindo o cenho.
— eu..— o lábio dela tremeu.—eu..não me lembro! Eu não consigo lembrar! 
Soluço entendeu do que ela estava falando.
— a culpa não é sua! — sussurrou ele. 
Ele sentiu a temperatura dela aumentar, a loira fez uma careta.
— pai! — gritou Lynae.— a Kristen vomitou!
Astrid tentou se levantar, mas não tinha força suficiente.
— Hey! Fica aí! Eu vou! — disse ele, Soluço olhou para uma adaga que estava em cima da mesa, ele a pegou e jogou longe.— só por precaução! — disse o ruivo, antes de sair do quarto.
Lynae estava de braços cruzados na porta do banheiro, Soluço entrou no banheiro segurando o cabelo da filha. Ela tinha ânsia mas nada saia. Soluço pensou se a ruiva estava sem comer também.
— está só piorando filha? — perguntou Soluço.
— estou bem! — murmurou Kristen, com certo esforço.
Ele revirou os olhos. Kristen tentou se levantar mas não conseguiu,Soluço pegou a filha no colo e a levou para seu quarto, deitando-a do lado de Astrid.
— o que elas têm? — perguntou Lynae.
Soluço se apoiou na parede, com os olhos no chão, uma mão na cintura.
— eu não sei! — murmurou o ruivo.
— pai.. Deveríamos voltar para a ilha dos caçadores, a Alexandra ainda está sem o Oculto e.. — a loira ia falar de Idum, mas não era o momento.— seja o que for, elas pegaram isso lá! 
Soluço levantou o olhar.
— exatamente por isso não vamos voltar! — disse o ruivo.
— mas...— Lynae bufou.
— não é não Lynae! Não vamos a lugar algum! — gritou Soluço, Lynae se afastou um pouco dele, o ruivo suspirou, depois desceu as escadas, encontrando com Banguela lá embaixo.
A loira bufou, revirando os olhos, Flecha a empurrou com o foucinho, ela forçou um sorriso.
— não vamos obedecer amigão! — ela levantou o olhar para o pai.— não dessa vez.
*
*
***
Idum estava cuidando dos cavalos, era algo que a acalmava, um potro saiu correndo na direção dela, pequeno cavalo tinha nascido há uma semana e era inteiramente branco. Ele gostava muito da ruiva, e quando a viu, saiu correndo para ganhar carinho.
— oi! — Idum sorriu.— a cada dia mais esperto! — disse ela sorrindo docemente.
Ela observou o cavalo, lembrando que não dera um nome ainda.
— acho que decidi seu nome! — disse a ruiva sorrindo.— será Neve! 
O potro empinou, erguendo as patas da frente. Ele parecia ter gostado do nome.
Idum se virou quando a corrente de ar parou, com uma batida forte das portas da frente dos estábulos. A ruiva se levantou enquanto Neve saiu correndo de volta para sua mãe, no fundo dos estábulos, todos os cavalos começaram a relinchar, assustados.
— quem está aí? — perguntou Idum.
Um cavalo negro apareceu na sua frente, ele tinha olhos vermelhos e grandes, fogo correndo por todo seu corpo como se fossem veias e por ultimo, ele tinha asas, negras e grandes iguais a de um dragão.
— aí.. Meu.. Thor! — sussurrou Idum, ela nunca vira nada parecido, ninguém nunca vira nada parecido.
Uma senhora desceu do "cavalo" ,que agora soltava fumaça pelo foucinho, a senhora era magra, enrugada, cabelos totalmente brancos, olhos azuis acizentados por conta da idade e por ultimo, magra.
— então você é a gêmea perdida? — perguntou a velha.
Idum a encarou confusa.
— perdão, não me apresentei! — a senhora levantou a mão trêmula para ruiva.— sou sua tia! Leila! 
Idum a encarou incrédula.
— mas.. — a ruiva não conseguia formular uma frase.
— você deve ter muitas perguntas! Deixe-me respondê-las! — Leila lhe lançou um sorriso simpático e falso.
*
*
***
Lynae acordou gritando, pela décima vez naquela noite, a loira olhou para beliche ao lado, seu coração acelerou quando percebeu que sua irmã não estava lá.
— Kristen? — perguntou a loira sussurrando.— Kristen! — gritou ela.
Flecha acordou ao lado da beliche da loira, ele a encarou com preocupação enquanto a loira descia da mesma correndo, o dragão a seguiu, porque as pernas dela fraquejavam a cada dois passos. 
Lynae saiu no corredor e abriu a porta ao lado de seu quarto, respirando com dificuldade, sua respiração começou a regular quando ela viu sua mãe e Kristen dormindo na cama de casal de seus pais, a loira desviou o olhar para o chão, onde seu pai dormia.
Flecha a encarou com tristeza, ela fechou a porta se virando para o dragão.
— está tudo bem! — ela acariciou o dragão.— eles estão bem, amigo! — ela olhou para eles de novo.
A loira voltou para seu quarto, Flecha a seguido sonolento, ela abriu a porta e seus olhos desviaram para a cama de Kristen novamente, ela viu a armadura da irmã, Flecha sabia o que se passava na cabeça da amiga e fez uma careta.
— nos temos que protejer nossa família! Certo Flecha? — o dragão concordou relutante, como um animal apreensivo.— vamos para ilha dos Caçadores! — decidiu Lynae, cerrando os pulsos.— agora!