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História As herdeiras dos dragões - Uma flor azul queimada.


Escrita por: Macaria

Notas do Autor


Olá lindezas! Vocês pediram tanto pra liberar o capitulo uma semana antes que não pude dizer não!
Só que mais uma vez, respirem fundo, tomem um chá, um calmante, e peguem os lencinhos!
Depois tentem não me matar por favor! Obrigada!

Boa leitura 💜

Capítulo 29 - Uma flor azul queimada.


Banguela e Tempestade foram capiturados logo depois de os homens de Viggo acertarem seus donos, Soluço e Astrid, respectivamente. Obviamente o Fúria  da Noite e a Nadder Mortal foram separados.
Banguela encarou o dragão que estava na frente de sua cela, com surpresa. Um dragão de guarda não era algo comum. Depois de um tempo o dragão negro percebeu que se tratava de Oculto, e tentou controla-lo. 
O poder da joia era realmente maior que o dele sobre dragões, mas Oculto era fácil de se libertar, ele era um dragão leal e queria voltar pra melhor amiga. 
Oculto se debateu algumas vezes antes de voltar ao normal e tentar ajudar seu alfa.
Alguns homens surgiram levando Flecha preso, que se debatia. Depois de obedecer a dona, o dragão se arrependeu. Ele voltou pra tentar ajudar Lynae quando a mesma foi atingida, mas em meio isso os homens de Viggo o capturaram antes de chegar a loira. 
Banguela rosnou, tentando amassar as grades da jaula anti dragão.
Oculto entrou em ação, abatendo alguns homens e  Flecha atirou várias vezes na jaula de Banguela, que fez o mesmo do lado de dentro. Oculto jogou um pouco de ácido, que foi o necessário para abrir totalmente a cela.
Mais homens apareceram, atracando os três, enquanto eles tentavam libertar Flecha. Depois de serem atingidos e esgotarem seu poder de fogo, Banguela e Oculto tiveram que recuar, feridos e sem Flecha ou Tempestade.
*
*
***

Primeiro Kristen não entendeu direito o que tinha acontecido, após atirar, sua visão ficou embaçada e foi como se ela tivesse acordado de um pesadelo, mas ele continuava acontecendo no mundo real. Tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Ela soltou a flecha. A mesma foi diretamente para o peito coberto com pele de fúria da noite de Idum, mas Lynae saiu do meio da floresta. 
Lynae sacrificou a vida por Idum.
Um grito doloroso, alto e horripilante subiu pela garganta da ruiva, enquanto ela se afastava do meio das árvores cambaleando.
Erick a abraçou por trás, se preparando para lutar com a ruiva, e foi o que aconteceu. Ela começou a se debater e chorar, gritando repetidos "nãos" que aos poucos se misturaram com as lágrimas.
— Não podemos descer! — sussurrou Erick para a ruiva.— Vão matar todos nós! — tudo que ele dizia era inútil, a ruiva se mantinha esgoelando e se debatendo nos braços dele, sem medo algum de se machucar ou machuca-lo.
Alexandra e Torresmo ficaram paralisados assistindo Lynae cair no chão, morrendo.
Quando Leila se aproximou arrancando a flecha, Torresno finalmente acordou e saiu correndo em disparada sem ligar para os riscos.
— Pega ele! — gritou Erick pra irmã, enquanto lutava com Kristen, que estava começando a se soltar.
Alexandra desceu a ladeira atrás do loiro. Ela o alcançou em poucos segundos, pulando em cima do mesmo e eles rolaram três vezes antes de parar. A morena em cima dele, imobilizando-o. 
— Torresmo eu... — ela não teve tempo de continuar, o loiro consegui jogá-la por lado contra uma árvore. Depois voltou a correr na direção de Lynae.
Ele não pensava no que estava fazendo, tudo que via e pensava naquele momento era na garota que amava caída e morrendo no meio daquela ilha.
Alexandra se levantou praguejando e cuspindo sangue, depois voltou a correr, mas dessa vez ao alcançá-lo ela o puxou para trás, jogando no chão.
— É a sua melhor amiga morrendo! — gritou o loiro. 
Alexandra passou as costas da mão na boca, limpando o sangue. 
— Vamos morrer se avançarmos agora! — disse ela.
— Eu não ligo! — disse o loiro avançando contra a morena.
Ele tentou derrubar a morena, mas ela desviou, ele bateu em uma árvore depois voltou, Alexandra tentou chuta-lo mas o loiro segurou a perna dela e a jogou no chão de novo, tentando voltar a correr, mas ela segurou sua perna, o fazendo cair, os dois se levantaram, dessa vez quando Torresmo investiu contra ela de novo a morena o pegou e forçou a cabeça dele contra uma árvore, fazendo-o desmaiar.
— Desculpa! — sussurrou a morena, respirando com dificuldade. — Não vou te deixar se matar! — murmurou ela o pegando pelos pulsos e puxando pra cima. 
Quando terminou de subir com Torresmo— com a ajuda de Rocha— Alexandra se deparou com Erick ajoelhado ao lado de Kristen, que chorava no peito dele.
A ruiva soltava gritos e soluços altos, juntos com lamentações.  Ninguém podia culpa-lá. Era como se ela sentisse seu peito rasgando como o de Lynae, ela sentia o desespero subir pela garganta a cada soluço. Em algum momento ela não conseguia decidir se estava morrendo com falta de ar ou se seu peito realmente tinha sido esmagado, suas mãos passaram a tremer e formigar. Enquanto tudo que podia fazer era pedir desculpas silenciosas a Lynae.
 Alexandra deixou suas pernas fraquejarem, caindo de joelhos como seus amigos, sentindo o choro chegar aos poucos, enquanto ela finalmente tinha entendido o que acontecia. 
***
Depois de alguns minutos, o lugar estava esvaziado, como se Viggo e Leila quisessem que levassem o corpo de Lynae. Não tinha ninguém nas ruas ou dragões escondidos nas paredes. Eles decidiram que, se era uma armadilha correriam o risco.
Erick se afastou das árvores, encarando Kristen. A ruiva estava encostada em uma árvore com o olhar distante, abraçada aos joelhos.
— Eu e Alexandra vamos pega-lá e... — começou o moreno.
— Não! — os olhos azuis da ruiva não se moveram.— Eu vou com vocês! Só me deem mais um minuto! 
— Claro! — sussurrou Erick, beijando a têmpora dela. 
 Alexandra estava de braços cruzados, encarando o chão como se quisesse estrangula-lo. Torresmo estava há alguns metros da morena sentado como Kristen, mas ainda chorando, com a cabeça apoiada nos joelhos. Erick se aproximou do amigo.
— Vamos só pega-lá e voltar para Berk! Pode ir na frente! — disse o moreno.
Torresmo levantou o olhar, querendo ser forte pra ficar até o fim, mas ele sabia que não ia conseguir.
— Obrigado cara... — ele suspirou, montando em Rocha.— E desculpe...
Erick lhe deu um sorriso forçado seguido com um suspiro cansado.
Logo depois de Torresmo sumir algumas folhas atrás de Alexandra começaram a se mexer. Erick ia avisar mas o Transformasa empurrou a morena com o focinho, carinhosamente. 
Alexandra se virou pra ele, surpresa.
— Oculto? — ela sorriu, abraçando o amigo com força e saudade.— Oculto, graças aos deuses! 
Os olhos de Kristen se mexeram, encarando os dois, mas a expressão da ruiva não mudou.
— Como conseguiu fugir e... Voltar ao normal? — perguntou a morena, sorrindo e o afagando o dragão. 
Oculto olhou para trás, onde um Fúria da noite saia das sombras. Banguela. O alfa estava mancando e parecia triste.
— Banguela! — Alexandra se aproximou apoiando o dragão.— Está tudo bem! Vamos cuidar de você! — sussurrou a morena.
Kristen se levantou encarando o dragão do pai. 
— Vamos! — disse a ruiva, arrumando sua espada. Ela tinha jogado o arco fora e o quebrado, torcendo pra nunca mais ver um daquele na vida.— Alexandra aguda o Oculto e o Banguela! Vamos pegar o corpo, Erick.
Os dois irmãos pensaram em protestar mas a ruiva já estava montando em Violeta.
 
Erick chegou alguns segundos depois da ruiva, e teve tempo de ver a reação de Kristen. Ela colocou a mão na boca tentando controlar um grito, depois caiu de joelhos ao lado de Lynae, chorando.
— Lynae? — sussurrou a ruiva, puxando o corpo mole da loira para seu colo.
Os olhos verdes da loira estavam abertos e o corpo ensanguentado. Kristen colocou a mão na bochecha dela, soluçando.
— Lynae! O que foi que eu fiz? — sussurrou Kristen, abraçando a loira.— O que eu fiz?! — gritou a ruiva soluçando.
Erick suspirou, tentando conter o choro. Eles tinham que ser rápidos.
*
*
***
— Ela salvou minha vida. .. — sussurrou Idum pela décima vez, encarado suas mãos ensanguentadas dentro do quarto. 
A ruiva suspirou, finalmente decidindo que deveria lavar as mãos. 
Depois de se certificar que não cheirava mais ao sangue de sua irmã, Idum sentou em uma cadeira no seu quarto, encarando a parede.
Ela suspirou, pensando no que faria, até que decidiu. Prisão.

 A ruiva puxou mais o capuz contra seu rosto para passar pelo guarda da segurança, ela queria encontrar Soluço Haddock para liberta-lo como pagamento pelo o que Lynae fez por ela naquela tarde. 
Mas um problema maior se formou, a cela do ruivo só podia ser aberta pela chave que Viggo guardava no peito. A ruiva suspirou ao ver a fechadura e se sentou em um banco ao lado de fora da cela, de costas para o pai biológico. 
Em nenhum momento Soluço se virou pra ela. Em nenhum momento ele desviou os olhos vermelhos das paredes. Em nenhum momento o lábio dele parou de tremer.
— Sinto muito pela sua filha... — murmurou Idum, mexendo e olhando para suas mãos.
Soluço fungou.
— Eu não pude fazer nada... — ele sussurrou.— Ela morreu diante dos meus olhos e não fiz nada! 
— Você não podia fazer nada! Não foi sua culpa! — murmurou Idum.
Ele soluçou, contendo a dor.
— Quando ela tinha cinco anos, era muito mais esperta que qualquer criança da mesma idade! Na época ela mantinha uma trança de cada lado da cabeça, uma franja e um sorriso fofo...— ele forçou um sorriso, uma lágrima silenciosa descendo por seu rosto.— Eu a peguei e levei para explorar. Lynae não gostava muito de mato ou dragões, mas ela gostava de coisas novas. Prometi mostrar um Ataque Triplo pela primeira vez pra ela.  Ela se deu bem com o dragão, eu jurava que daria tudo certo, sentei e observei ela brincar com o dragão novo. Mas aí ele a atacou. Ele passou uma das garras no rosto dela, Banguela afastou o Ataque Triplo. Ela correu e me abraçou, chorando. — ele respirou fundo, tentando conter as lágrimas, o que não funcionou.— O braço sangrava e ela sussurrou "não me deixa morrer, papai!" enquanto chorava e eu curava a ferida. Eu prometi pra minha garotinha que iria protegê-la para sempre! Eu jurei pra ela, naquela maldita ilha! Porque fiquei mais desesperado com o choro dela do que ela com medo de Ataques Triplos depois disso! — Soluço bateu com a cabeça na parede.— E agora ela se foi! Eu não a protegi! E eu quebrei a promessa.
Idum limpou uma lágrima teimosa do rosto com um pouco de raiva.
— Eu sinto muito, de verdade! — sussurrou a ruiva.— Eu queria ajudar, mas não posso lhe tirar daí! — murmurou a ruiva, ainda encapuzada e de costas.
O ruivo suspirou, mexendo em suas mãos.
— Espera! — Idum sorriu com uma ideia.— Posso mandar uma carta por você! Pedindo ajuda! 
— Faria isso por mim? — perguntou o ruivo surpreso e se virando pra ela pela primeira vez.
"Sua filha morreu por mim" respondeu a ruiva mentalmente.
— Claro! Mando pra Berk? 
— Não! Mande aos Berserkers! Pra líder: Heather! 
Idum assentiu, se levantando sem encarar o ruivo.
— Obrigado! — disse Soluço, tentando ver o rosto dela.
Idum puxou o capuz e saiu da prisão antes que ele perguntasse quem ela era.
 Daniela esperava a garota do lado de fora.
— O que eu disse sobre ser uma heroína?! — perguntou a morena, irritada.
Idum a fuzilou com o olhar.
— Ela salvou minha vida! 
Daniela deu de ombros, concordando.  
— Não percebe que a Leila está te usando? — perguntou Idum, irritada.
— Você deveria dar mais valor à sua família! — disse Daniela, sempre olhando em frente, sem encarar a ruiva com os olhos negros.
— Vocês queriam que eu matasse meus pais biológicos essa manhã! — devolveu a ruiva, irritada.
Danela parou no caminho, finalmente encarando a ruiva.
— Vou te dar a chance de escolher de que lado está agora! Porque, na guerra, não vou hesitar em arrancar sua cabeça por traição! — a morena faz uma pausa, analisado Idum.— De que lado você está, Idum? 
A ruiva a encarou sem saber o que responder.
— Escolhe! Deles? Ou nosso? — gritou a morena, fazendo Idum se afastar um pouco dela.
Se passou mais um segundo a ruiva não respondeu.
— Foi o que pensei! — Daniela a fuzilou com o olhar. — Vamos lá! Está na hora de parar de bancar a filha abandonada dramática e ajudar alguém! — Daniela voltou a andar, Idum suspirou e a seguiu, contrariada. 
*
*
***
 Lynae era a morta mais bonita que já se vira. A loira seria queimada em meio a flores brancas, com um vestido azul claro e suave. Suas mãos leves e ainda tão macias estavam cruzadas na frente de seu peito, segurando um buquê de rosas brancas. Ela estava serena e parecia estar dormindo.
Antes do barco — pequeno e entalhado com várias flores —  entrar na água e ser queimado, as pessoas podiam entrar no mesmo e se despedir da loira. Muitos choravam, muitos cochichavam aos cantos, bolando planos para resgatar o líder, enquanto Kristen ficou paralisada ao lado do corpo, encarando a irmã com os olhos vermelhos.
Torresmo finalmente entrou no barco, encarando a loira pela primeira vez desde o incidente. Ele soltou um gemido de dor antes do choro subir por sua garganta.
— Florzinha? — ele segurou a mão dela, as lágrimas rolando por seu rosto. 
Kristen o encarou e saiu do barco, sabendo que não aguentaria ver essa despedida.
— Me desculpa! — sussurrou o loiro deitado a cabeça em cima da dela, encostando a testa na mesma.— Me perdoa, Florzinha Azul! — ele não ligou se iria desarrumar o cabelo dela em meio às flores ou se iria esmagar algumas das flores brancas, ele levantou o corpo de Lynae a abraçando.— Me desculpa, Lynae! Eu... Eu só liguei pra mim enquanto...— ele soluçou.— Você estava preocupada com a guerra... Eu fui egoísta! — ele encarou a loira, tirando uma mecha de cabelo loira do rosto dela.— ... E perdi você! — mais uma lágrima caiu no rosto dela.— Me desculpa! — sussurrou o loiro novamente, antes de dar um beijo carinhoso na testa dela. — Eu te amo! 
— Torresmo... — Melequento chamou, da saída do barco, segurando o choro.— filho? Tem que sair! Está na hora! 
Torresmo soluço, grudado ao corpo da loira.
— Eu te amo! — sussurrou ele de novo, depois, em uma última despedida, ele beijou os lábios pálidos e secos dela, a colocando carinhosamente entre as flores brancas, novamente.
— Adeus Florzinha Azul! Eu vou sempre te amar! — disse o loiro, passando os olhos pela última vez pelo rosto dela e se virando de costas pra mesma,  descendo do barco com o pai logo atrás.
Do lado de fora, Banguela — que já tinha se despedido de Lynae — estava encarando Kristen enquanto a ruiva gritava, dizendo que não iria atirar de novo na irmã.
— Tem que ser um membro da família do chefe! — gritou um homem. — Só você está aqui! 
— Eu não vou atirar nela de novo! — gritou Kristen de volta, começando a chorar.
Erick passou os braços em volta dela.
— Vamos esquecer essa regra! Por favor! — murmurou o moreno irritado, apoiando a namorada, Violeta se aproximou da dona também, a empurrando com o foucinho e recebendo um afago. 
— Espera! — Alexandra acariciou o fúria da noite ao seu lado.— Banguela é um membro dos Haddock! 
O dragão ronronou.
— Que seja! — murmurou o homem.
Pula Nuvem e Quebra Miolos tentaram manter uma pose de dragões valentes ao lado de Banguela, mas todos os dragões se sentiam mal e quebrados.
Algumas pessoas empurraram o barco, Banguela esperou até o mesmo ficar um pouco longe. Ele encarou as primeiras estrelas aparecendo no céu e olhou pra velha amiga, se lembrando  do dia em que pode ouvir o coração dela batendo dentro de Astrid. Sim, ele podia diferenciar o coração de Lynae desde um certo momento, mesmo sem saber o sexo ou a personalidade de cada um dos bebês. Ele se lembrou da primeira vez que a loira aceitou um dragão e sorriu pra ele (um sorriso banguela) colocando a mãozinha de bebê na testa do mesmo, se lembrou de cada passo dela até finalmente fazer 18 anos. Enfim soltou um dos seus velhos sorrisos banguelas, ronronando com saudades e dor por perdê-la, depois atirou, como um raio azul iluminando o mar e depois o barco de Lynae.


Notas Finais


Mais uma vez, como disse antes nossa florzinha pode surpreender!
Até a próxima lindezas! 💜


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