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História As herdeiras dos dragões - A Grande Líder.


Escrita por: Macaria

Notas do Autor


Olá lindezas 💜
Então, vocês sabem que semana retrasado não pude postar por motivos de que o capítulo não estava bom o suficiente! Eu agradeço muito a compreensão e a paciência de vocês!
Mas acho que a espera valeu a pena! Aproveitem 😊💜

Capítulo 35 - A Grande Líder.


Fanfic / Fanfiction As herdeiras dos dragões - A Grande Líder.

Lynae não fazia a menor ideia do que estava acontecendo. Onde ela estava. Quem ela era. Como ela chegara lá.
— Lynae Hofferson Haddock? — perguntou um homem um pouco mais baixo que o normal.
Esse era o nome dela?
Alguma lembrança a atingiu com aquele nome.
" 'Parabéns Senhorita Lynae Hofferson Haddock!' Era um homem velho e feio de alguma ilha distante, que estava bagunçando o penteado da loira.
'Meu nome é Lynae! Não sei quem é essa senhorita!' Respondeu a pequena, franzindo o cenho.
'Querida, esse é seu nome inteiro!' Ela se virou para o homem ruivo. Seu pai. 
'Então porque não me chama assim?! Você me chama de Lynae, papai!' Ela cruzou os bracinhos, confusa.
Soluço sorriu e beijou a testa dela.
'Está bem, pequena Hofferson! Você é a minha Lynae.' 
'Não sou pequena! Tenho três anos!'.
Soluço a pegou no colo, sorrindo.' Claro meu amor'."
— Soluço Haddock! — sussurrou ela.
— Está dizendo que Meus documentos estão errados e você é homem? — perguntou o homenzinho.
Ela balançou a cabeça.
— Não! Desculpe! Esse é meu nome! — murmurou a loira.
— Ok! — o homem leu alguns papéis.— Sua Valquíria vai te levar para a sala de jantar! Sua família à espera! 
— Espera eu... — a loira parou de falar ao ver uma mulher com assas indo na sua direção, a mesma pousou ao seu lado.
— Me siga! — comandou a mulher.
— Onde estou? — perguntou Lynae, ainda abismada com o tamanho das asas da mulher.
— Valhalla! — respondeu ela.— Lhe lembra algo? 
Sim, ela foi atingida por outra lembrança.
"Onde está seu pai, vovô?' Perguntou Kristen.
'Em Valhalla querida! É onde os bravos vivem para sempre!'.
'E vamos pra lá um dia?' Perguntou Lynae.
'Com certeza querida!' Respondeu sua avó beijando o topo da cabeça dela.
'Vai demorar?' Perguntou Kristen, impaciente. 
'Considerando que vocês só têm oito anos, sim!' Disse Valka sorrindo."
— Que bom que lembrou deles! Estão animados em te ver! — disse a Valquíria.
Ela passaram pela entrada do salão, onde tinha um espelho gigante. Lynae olhou rapidamente para seu reflexo. 
Ela estava com um vestido verde longo que se arrastava no chão enquanto ela andava, ele parecia subir como flores e folhas, a envolvendo, ela tinha o cabelo preso em uma transa e uma coroa de couro passando pela cabeça. Ela se parecia com sua mãe.
A loira encarou o gigante salão, cheio de Vikings gritando, lutando, e bebendo, se isso já não fosse suficiente, tinham dragões cuspindo fogo também, flores se espalharam pelo lugar que parecia feito inteiramente de madeira, as luzes desciam do imenso teto pelas paredes, altas o suficiente para deixarem as Valquírias e os dragões confortáveis 
 Sua Valquíria começou a passar por entre as mesas, Lynae logo atrás, a mulher de assas acabou se irritando e começando a voar por cima dos Vikings que atrapalhavam seu caminho, elas passaram por entre as infinitas mesas até chegar em uma mesa cheia de diversidade, com mulheres e homens muito fortes.
Um deles se levantou sorrindo e gritou pedindo atenção, logo todo salão obedeceu. O homem subiu em cima da mesa.
— Parceiros e parceiras de batalha! Hoje, recebemos mais uma que lutará no grande Ragnarök ao nosso lado! Mais uma no grande Clã Haddock! — o homem ofereceu a mão para a loira, que aceitou relutante, subindo em cima da mesa também.
A loira ainda estava um pouco confusa, sua memória aumentava a cada segundo. Amigos. Família. Dragões. 
O homem que segurava sua mão franziu a testa quando ninguém comemorou a chegada da loira. 
Um homem grande, ruivo e barbudo levantou em uma mesa, seguido pela mulher ao seu lado.
— O que ela está fazendo aqui? — perguntou Stoico, o Imenso.
— Ela ainda é muito jovem! — Valka se aproximou da mesa principal.— Lynae, o que houve?
A loira franziu a testa tentando se lembrar pra responder a pergunta.
— Ela acabou de chegar, Valka! — Stoico ofereceu a mão para neta, que pegou prontamente.— Ainda não deve se lembrar de muita coisa, certo querida? 
Lynae forçou um sorriso e o abraçou.
— Lembro de você, vovô! — Stoico sorriu e correspondeu o abraço com força.— E você, vovó! — ela abraçou Valka, que retribuindo o abraço suspirando, Lynae se afastou da avó, sorrindo para os dois.— O que houve? O que aconteceu com a gente? 
Stoico a encarou por um segundo, esperando ela achar a resposta sozinha.
— Espera! — Lynae desviou o olhar do deles com a testa franzida.— Vocês morreram! Vocês... Vocês... Não me lembro como, mas... — ela os encarou com lágrimas nos olhos, Valka a puxou para um abraço.
— Tudo bem, querida! — sussurrou a mulher acariciando o cabelo dela.
— Eu morri?! Como? — perguntou a loira, encarando o vô dos braços da avó. 
— É isso que queremos saber, pequena flor! — disse Bocão se aproximando.
— Bocão! — Lynae o abraçou.— O que está fazendo aqui? 
O velho riu.
— Bebendo e dançando! — murmurou ele.
Lynae os encarou, recebendo suas últimas memórias, como Bocão se fora, os sonhos e o encontro com Idum, sua briga com Torresmo e finalmente sua morte. Kristen.
— Aí Meus deuses! — ela olhou em volta, num ato de desespero.— Meus pais! Viggo! Viggo voltou! Ele está com minha irmã e meus pais! 
— O que?! — gritou Stoico.— Como isso aconteceu?! 
— Ok vovô, se prepare pra essa! Eu tenho mais uma irmã! — disse Lynae, tentando parecer calma.
— Mas isso é... — começou o ruivo.
— Eu sei! Loucura! Mas, existe mais uma Haddock! Ela foi sequestrada durante o parto! — Lynae foi interrompida por um estrondo vindo da porta, todos se viraram para mesma, abrindo caminho, múrmuros começaram a ecoar. 
— Cadê ela? — uma mulher absurdamente bonita passava pelo salão com uma criança logo atrás.— Cadê a minha Lynae?! 
A mulher tinha um cabelo longo e preto como as trevas, olhos azuis como o lago mais claro existente, pele bronzeada e perfeita. Os olhos dela se encontraram com o da loira e ela sorriu, um sorriso com dentes brancos, alinhados e perfeitos. 
— Aí está você! — a mulher a abraçou.— O que está fazendo aqui, sua maluca?! 
— Desculpe, quem é você? — perguntou Lynae, franzindo a testa.
— Freya ao seu dispor! Deusa do amor! Aquela briga foi realmente louca hein! Machucou meus sentimentos!  — ela colocou a mão no peito (quase todo descoberto) de forma dramática.
Lynae mordeu o lábio.
— Brigou com quem? — perguntou Stoico.
— Jordenson! — disse Frya com um sorriso maligno e olhos brilhantes de quem queria ver uma briga.
Uma mesa ao lado inteira se levantou, junto com todos do clã Hofferson e todos começaram a gritar e discutir.
— Um Jordenson?! — perguntou Stoico surpreso.— Torresmo, não é?! 
A loira encolheu os ombros, desviando o olhar e Freya a encarou com um sorriso imenso.
— Ok! Temos coisas mais importantes pra discutir! Eu tenho que voltar! — disse a loira.
— Voltar? — Freya riu alto, o som ecoou pelo salão.— Ninguém volta da morte! 
— Agora você treina para o Ragnarök! — disse o homem que a apresentara, colocando uma mão no ombro dela.
— Enfie esse treinamento para o Ragnarök no seu nariz! — devolveu Lynae.— Eu ainda não terminei minha batalha! Certo, Freya? Vai me levar de volta, não é? 
— Não! — a mulher deu de ombros, a cor do cabelo dela começou a mudar de repente, passou para um castanho liso, Lynae franziu a testa.— Eu vim fazer outra coisa! — disse Freya tirando o garotinho loiro de trás de seu vestido. Quando a deusa levantou o olhar, seus olhos estavam verdes. 
— Hãn... Sua aparência mudou! — disse Valka.
— É acontece! — Freya deu de ombros, e pegou o garotinho loiro no colo.— Agora...— ela sorriu para o garotinho, que aparentava ter cinco anos. Ele tinha cabelos loiros e olhos azuis, se parecia muito com Lynae apesar de tudo.— Esse é o Stoick Haddock II! Seu irmão, Lynae!
— O que? 
— Espera, você disse irmão dela? — perguntou Valka.
O garotinho mordia um dedo, nervosamente.
— Tem que se explicar tudo pra mortais! — Freya revirou os olhos.— Stoico está comigo desde que Astrid tomou aquele veneno!
— Tomou o que?! — perguntou Valka.
Freya bufou e colocou o menino no chão.
— Pelo amor do pai de todos, mulher! — devolveu a deusa.
— Astrid nunca tomou isso! — disse Stoico.
— Eu não disse que ela tomou por vontade própria! — disse Freya.
— Aquela vagabunda! Foi a Leila, Stoico! — disse Valka, se virando pro marido.
Bocão coçou a barba, um pouco nervoso.
— Eu sabia... — murmurou o ferreiro.
— A minha irmã? — perguntou a mãe de Astrid se aproximado.
Lynae forçou um sorriso.
— Oi vó! — disse a loira recebendo um beijo da senhora.
— A sua irmã, Bertha! — devolveu Stoico com as mãos na cintura.
— A minha filha não faria isso! — disse a mãe de Bertha e de Leila.
— Pois fez! E agora também ameaçou nossas netas! — devolveu Valka, irritada.— Espere só pela próxima simulação eu vou...
— Ora não fale assim comigo! Ou vou arrancar seus membros e....
 Lynae suspirou, se cansando da descução que acabara de começar e encarou o pequeno Stoico encostando contra as pernas de Freya. A loira se agachou no tamanho dele, e sorriu quando seus olhos se encontraram. O garotinho se aproximou relutante.
— Oi! — disse a loira.
— Oi! Você é minha mãe? — perguntou o pequeno. 
— Eu sou sua irmã! — disse ela sorrindo.— Quantos anos você tem? 
— Vinte! — disse ele.
 Lynae levou alguns segundos agonizantes processando a informação. Ela tinha um irmão, ele parecia ter cinco, porém era mais velho que ela.
— Parece menor! — murmurou a loira.
Ele deu de ombros.
— Como não nasci, minha aparência fica mudando!— explicou ele.
Lynae suspirou, segurando a mãozinha dele.
— A mulher que me matou, também te matou? — perguntou o pequeno. 
Lynae mordeu um lábio, quando decidiu que não tinha nenhuma resposta para aquela pequena é pura alma, o puxou para um abraço, que ele retribuiu. Ele enterrou o nariz no pescoço dela e ela fez o mesmo com ele, deixando seus joelhos relaxarem no chão com o abraço apertado.
De repente o salão ficou em silêncio, encarando os dois irmãos, com uma certa emoção rara aos Vikings.
— Você precisa nos vingar! — sussurrou o garotinho.— Precisa voltar e lutar com nossos pais! 
Lynae levantou o olhar para Freya e o homem que a recebera em Valhalla.
— Vocês têm que me deixar voltar! — disse a loira, se afastando um pouco do irmão.
— Não dá pra voltar dos mortos! — repetiu o homem.
— Eu já trouxe a sua alma! Seu corpo está queimado! — disse a Valquíria.
— Me deem outro corpo! — Lynae se beliscou.— Este está ótimo! 
— Mas este é de uma guerreira de Valhalla! É muito forte! — disse o diretor de Valhalla.
— Qual é?! Deixa a garota com o corpo forte! — Freya deu um pulinho de emoção.— Vamos reunir o conselho e manda-la de volta! Vai ser emocionante. — ela se virou e sua aparência mudou de novo, a pele se tornou mais escura e o cabelo cacheado, os lábios mais carnudos e os olhos negros.— Aí corvos! — dois corvos pretos voaram para mais perto da deusa.— Vão chamar o pai de todos! Avise que uma das nossas garotas está aqui! 
— Não precisa me chamar! — uma voz ecoou por Valhalla e alguns estremeceram.— Estou em todos os lugares, Freya.
 Um homem velho e forte se formou ao centro do salão. Ele tinha cabelos e barba branca, um olho faltando e usava uma roupa dourada. 
— Vejo que a Grande Lider está entre nós! — disse o homem sorrindo. 
 Alguns murmuros tomaram conta do salão.
— Ei! Silêncio! — Gritou um homem ao meio da multidão. Frey, irmão de Freya. Todos obedeceram.
— Majestade, devo dizer que Soluço Haddock está tomando o título dela! — disse Hell aparecendo ao lado de Freya, metade de seu corpo podre e em decomposição, enquanto a outra era jovem e bela. A deusa da morte sempre fazia visitas desconfortáveis. 
— O que está fazendo aqui? — Perguntou Odim. 
— Não vamos levá-la de volta?! — perguntou Hell, sorrindo. 
Freya fez uma careta quando um pedaço de carne descolou do rosto da deusa da morte.
— Isso é muito arriscado! — advertiu Frey.
 Odim encarou Lynae nos olhos.
— Por favor! — sussurrou a loira.
— Ora faça logo! — disse um homem aparecendo em cima de uma mesa. Loki. 
— Você não está preso em baixo de uma pedra?! — perguntou Freya pro deus.
— Sim! Vocês estão vendo uma ilusão! Agora... — ele sorriu pra Lynae, de forma travessa.— Mandem-na de volta logo! Vai ser tão divertido! 
 Odim suspirou, deu de ombros e sorriu.
— Todos pra Asgard! Vamos discutir isso da forma certa! — dito isso, todos os deuses sumiram, sem deixar vestígios de que estiveram lá. 
 O comandante de Valhalla encarou Lynae com admiração e surpresa.
— Diria que suas chances são boas! — murmurou ele.
Lynae sorriu e recebeu um abraço surpresa de Stoico II, que ela retribuiu prontamente.
— Só tem um detalhezinho! — disse outra Valquíria se aproximando.— A guerra está se aproximando mais rápido do que pensamos! 
***


 Astrid acordou na manhã seguinte ao incêndio. Ela estava bem, suas pequenas queimaduras quase cicatrizadas e as pequenas feridas abertas agora fechadas. O que, pra Vikings, significava que estava pronta pra outra.
Assim que se levantou, Kristen entrou na casa a abraçando. 
— Você tá bem! Graças aos deuses! — disse a ruiva.
Astrid correspondeu o abraço, enterrando a cabeça no pescoço da filha.
— O que houve? Flecha? E seu pai?— perguntou a loira se afastando, e conseguindo as poucas lembranças que vinham em sua mente.
— Estão todos bem! Você foi a última a acordar! 
Astrid forçou um sorriso, aliviada. 

Elas foram até o grande Salão, onde acontecia uma reunião sobre os planos para guerra.
— Astrid! — Soluço se levantou sorrindo.— Graças aos deuses!
Ele a abraçou com força, um abraço que a loira correspondeu prontamente.
— Como se sente? — perguntou ele se afastando um pouco e a encarando nos olhos.
— Estou bem! — disse ela sorrindo para Banguela que se aproximou a lambendo. 
— O que vocês decidiram? — perguntou Kristen, cruzando os braços.
— Vamos atacar! Já demoramos demais! — disse o ruivo. 
— Quando partimos? — perguntou Astrid.
— Esta noite! Escuta, vocês duas...— começou o ruivo, mas foi interrompido por Kristen.
— Nós vamos pai! Não me venha com o discurso "não posso perder vocês"! Bem, eu pelo menos não vou deixar de lutar pela nossa casa! — disse a ruiva, Violeta a empurrou com o focinho, recebendo um carinho da mesma.
— Ok! Minha garotinha corajosa! — disse Soluço, se aproximando e beijando a testa dela.— Vá avisar os outros, querida! 
Kristen assentiu, e se virou para Violeta, decolando.
— Escuta... — Soluço encarou a esposa, levando uma mão ao braço dela.— Vamos deixar Leila pra você! 
— Obrigada, mas eu vou acha-lá sozinha! 
— Mas você ainda pode ser controlada! Não fique longe de mim, por favor! — pediu Soluço.
— Não se preocupe comigo! Preocupe-se com a Kristen! Não podemos perdê-la também! 
— Avisei o Erick! Eles vão ficar com a base mais longe e mais fácil! Ele me deu sua palavra de que vai cuidar dela! 
Astrid suspirou assentindo, enquanto o marido a puxava para um abraço.
— Vai dar tudo certo! — sussurrou ele.
***
Soluço estava concentrado em repassar todo o plano, enquanto guardava suas últimas armas.
 Foi difícil preparar tudo, já que grande parte de suas coisas foram queimadas no incêndio. 
 A casa já estava nova em folha, Vikings não perderam sua rapidez de reconstruir casas ao longo dos anos.
Astrid saiu do banheiro, fechando a porta lentamente e suspirando.
— Está pronto? — perguntou a loira.
Soluço a encarou. Ela tinha uma trança presa em um coque, armadura preta, assim como a dele, uma espada na bainha, um machado nas costas, e várias facas escondidas nas botas.
— Eu acho que sim... — murmurou ele. 
Astrid se aproximou colocando o rosto dele entre as mãos.
— Vamos acabar com isso, certo? O que começamos anos atrás! Vai acabar agora! — disse a loira.
Soluço ergueu as mãos até as dela.
— Não é só por nós, é pelos dragões, pelo Flecha, pelo Banguela e... — ele fechou os olhos encostando a testa na dela.
— Eu sei! — sussurrou Astrid.
— Astrid, se falharmos... — começou ele.
— Não vamos! — ela se afastou o encarando nos olhos.— Meus deuses, Soluço! Pela nossa família e nossos amigos não vamos falhar! 
Ele passou a mão pelo pescoço dela e franziu o cenho ao sentir um cordão, Astrid não era de acessórios, principalmente indo pra uma guerra, ele puxou o cordão e viu um pequeno machado de prata pendurado.
— Seu pedido de casamento! — sussurrou ela, tirando um rápido sorriso do ruivo.— Não sabíamos o que vinha pela frente mas enfrentamos! Juntos! Pela nossa família! — ela olhou pro dragão negro no canto da sala que se aproximou deles.
— Você está certa, milady! — disse ele sorrindo e guardando o cordão na armadura dela novamente.
Benguela ronronou atrás deles e recebeu um carinho do ruivo.
— Pronto, amigo? — perguntou Soluço.
Banguela sorriu, encorajando o amigo.
Kristen abriu a porta.
— Se ainda quiserem chegar lá de madrugada, está na hora! — disse a ruiva.
Ela se parecia com a mãe, tranças prendendo o cabelo em um rabo de cavalo, armada até os dentes e os olhos azuis destemidos. Soluço imaginou por um segundo como seria se Lynae estivesse ali, se ela estivesse se preparando com a irmã e os amigos. 
Ele afastou o pensamento, suspirou  e assentiu, a seguindo pela escada.


 O Porto estava movimentado naquela noite. Armas, suprimentos, dragões e pessoas se movimentando de um lado pro outro.
— Hoje, a guerra termina senhores! — disse Soluço em frente ao exército. — E os caçadores irão pagar pelo que fizeram a nossa ilha e aos nosso dragões!
O exército e os dragões grunhiram em concordância, brandindo suas armas.
Soluço montou em Banguela.
— Vamos lutar pelas nossas famílias, amigo! — sussurrou o ruivo, ganhando um rugido de concordância do fúria da noite em troca.
— Ao seu comando! — gritou Astrid ao lado dele, montada em Tempestade, ambas concentradas no mar a sua frente.
Soluço levantou a sua espada flamejante e a abaixou, ao mesmo tempo em que Banguela saiu voando como um raio à frente do exército. A próxima parada era o encontro com os aliados. 
*
*
*
Leila entrou no quarto de Idum.
— Me dê o seu cavalo! — pediu a senhora.
— O que?! — perguntou Daniela.
— A guerra se aproxima! Precisamos escondê-lo e me esconder! — disse a senhora o pegando pelas rédeas.
Daniela a encarou levando Biffy embora, depois suspirou. Ela já não sabia mais onde tinha se metido, a promessa silenciosa de trazer paz ao coração daquela senhora parecia mais longe que nunca agora. 
Ela revirou os olhos, colocando sua armadura em seguida e pegando suas armas.
— Sabe quem mais precisa se esconder? — a morena guardou o último machado na bainha, se virando para Idum.— Você! Vamos te deixar trancada no quarto! Não faça barulhos! — Daniela trancou a porta, enquanto Idum se debatia, gritando (Daniela mandou o cavalo libertar a garota para Biffy ficar menos exausto) tentando se libertar.
A ruiva forçou um sorriso ao perceber que seu "pai" tinha se esquecido de sua arma favorita: o bracelete de ferro, complementado com suas unhas/garras de ferro. Cortar a corda era questão de tempo.
*
*
*
A meia hora de distância da ilha dos caçadores tinha uma pequena ilha, onde todos pararam para descansar da pequena viajem e encontrar com os aliados.
Heather e Mala já estavam lá.

— Oi! — a líder Berserker abraçou o filho mais novo quando o mesmo desceu de seu Gronkel.
— Oi mãe! — ele a abraçou de volta sorrindo.
— Mãe! — Alexandra pousou ao lado deles sorrindo e descendo de Oculto.
 Heather envolveu os braços em volta da filha, beijando sua têmpora.
— Eu não aguento mais! Vocês precisam ir pra ilha dos Berserkers!— murmurou a morena se afastando e encarando os dois.
— Desculpa mãe! Erick não quer deixar a namorada! — disse Alexandra sorrindo.
 Heather encarou o filho, depois a filha de novo.
— Quando? Quem? — perguntou a morena sorrindo.
 Erick corou e coçou seu pescoço.
— Faz um tempo... É a Kristen! — disse ele, tão baixo que Heather quase não ouviu.
— Estão falando do que? — perguntou Daghur se aproximando.
 Heather se virou pra ele, sorrindo.
— Eu tenho uma nora! — disse a morena animada e pulando.
— O que?! — Daghur deu pulinhos animados.— Quem é? Quem é? 
 Erick e Alexandra se viraram para ruiva há alguns metros gritando ordem para um pequeno grupo. Kristen chamou um Berserker pra tentar a sorte contra ela, o homem deu a primeira investida com raiva, ela desviou e o derrubou em um único movimento. 
— Uou! Mandou bem! — disse Daghur passando uma mão pelo ombro de Alexandra, que riu.
— É... Hãn... Minha namorada, tio! — disse Erick, ainda corado como um tomate.
— Melhor ainda! — Daghur levantou o garoto com um abraço.— Meu garoto! Tem sangue de Berserker aí! 
— Hey! O que foi? — Perguntou Perna de Peixe abraçando a cintura da esposa e sorrido para os filhos.
 Heather abriu a boca mas foi interrompida por uma trombeta anunciando que estava na hora deles partirem pra guerra. 
A morena encarou os filhos, forçando um sorriso.
— Boa sorte! — sussurrou ela, encarando sua família.
 Daghur deu um grito de empolgação e montou em seu dragão.
Perna de Peixe beijou os lábios dela rapidamente, depois envolveu Erick e Alexandra em um abraço.
 
— Então... — Melequento se aproximou do filho, Torresmo sorriu pra ele.
— Torresmo, Torresmo, ei, ei, ei! — disse o loiro, sem tanta animação mas mantendo o sorriso.
— Meu garoto! — Melequento bateu no ombro do filho.— e
Eu te amo! 
— Também te amo, pai! 
 Cabeça Quente de aproximou sorrindo pra eles.
— Meus garotos! — disse ela sorrindo e beijando a testa de Torresmo.
— Vamos explodir alguma coisa Thortontons?! — gritou Cabeça Dura sorrindo e abraçando a irmã. 
— É disso que to falando, maninho! — disse a gêmea loira sorrindo, perversa.

 Quando Kristen chegou a seus pais eles pararam de falar.
— Então... Tudo pronto? — perguntou a ruiva.
— Sim... — Soluço encarou todas as famílias, alguns sorrindo, alguns terminando de se armar, alguns dando ordens duras a seus filhos.— Escuta, tome cuidado, filha! — Soluço a abraçou enterrando o nariz no pescoço da ruiva.— Não podemos te perder! 
Kristen se afastou assentindo.
— Tome cuidado também! Não quero assumir com 18! — devolveu ela retirando um sorriso do pai.
Astrid se aproximou colocando a mão no ombro da filha e encostando suas testas rapidamente. Ela passou o nariz pelo de Kristen, tirando um sorriso da ruiva. 
 Soluço forçou um sorriso pra elas e se virou para um homem que preparava para soprar o trompete que anunciaria o começo do ataque. O líder Hooligan assentiu, mostrando pro homem que estava na hora. Banguela se aproximou do amigo, ganhando um pequeno carinho.
 Flecha grunhiu pra Banguela, animando o dragão, que deu um sorriso sem dentes. Tempestade esfregou o focinho em Astrid e a mesma sorriu, abraçando a Nadder, e por fim Kristen abraçou Violeta, encarando a dragão nos olhos antes de lhe montar.
 — Ok! — Soluço respirou fundo subindo em Banguela, o dragão ronronou, o passando segurança.— É agora... — sussurrou o ruivo encarando o mar e ouvindo os outros cavaleiros se aproximando.
 Ele encarou Astrid, destemida como sempre, Kristen, preparando um machado (pensou como aquela garota se parecia com a mãe) viu Heather e Daghur, assumindo suas posições com seus respectivos dragões, Throck (agora rei dos defensores da asa), montando em Flecha, o qual aceitou o cavaleiro temporário e agora estava encarando o mar a sua frente com confiança. 
— Eles mataram pessoas e dragões pela ganância! Para os caçadores o dinheiro vale mais que uma vida! E é por isso que hoje nós os caçamos! — alguns homens atrás dele gritaram. 
— Todos sabem o plano! Sigam seu líder, não sejam descobertos, encurralem Viggo, ganhem a guerra! — Disse Heather, ao lado do ruivo se virando para trás rapidamente, com olhos destemidos.
— E se lembrem! — gritou Kristen. Ela parecia ter a voz mais confiante e dura do que qualquer general ou líder ali presente.— Não machuquem os dragões! 

 Soluço Herrondus Haddock III, ergueu a espada de fogo, seu fúria da noite, Banguela, rosnou e quando ele desligou a espada o breu tomou conta enquanto a noite escura e traiçoeira preparava a batalha final.
*

 

Todos manterão um silêncio mortal em todo caminho, Perna de Peixe foi o único a quebra-lo quando eles finalmente viram a ilha.
— Que os deuses nos guiem! — murmurou ele. 
Heather fez um sinal para os Beserkers que a seguiram para o lado oeste. Soluço e a gangue viraram para Leste, Mala entraria pelo Norte, enquanto Kristen, Erick Alexandra e Torresmo subiam para chegar ao lado Sul.

Alexandra pegou os vigias, Kristen alguns dragões fazendo patrulha, Torresmo, dois guardas de Viggo na floresta.
Assim se repetiu por todos os lados e assim eles avançaram. Era noite, céu nublado e névoa espessa. 
Viggo não esperava um ataque aéreo, ainda mais acreditando que a família Haddock estivesse se recuperando do incêndio que acontecera há dois dias.

 
Era praticamente impossível passar pela última fase da segurança. Tinham homens e dragões armados por toda parte, Soluço viu Heather do outro lado da floresta, ele acenou para verificar se ela estava pronta, a morena correspondeu mostrando que sim.
De repente a porta do covil de Viggo se abriu bruscamente, Rayker saiu de lá, descendo os degraus lentamente.
— Soluço, pare de se esconder, mostre-se! — gritou o homem. 
Se passaram alguns segundos.
— Mostre-se! — gritou Rayker com mais ódio e força.
Soluço se levantou lentamente de um arbusto, indicando com o olhar para que todos ficassem onde estavam. Graças aos deuses ele estava longe dos outros soltados.
— Me pegou! — disse o ruivo, sorrindo e sacando a inferno.— Agora, pode entregar seu irmão! 
Rayker riu.
— Mas a brincadeira só está começando! — disse ele estalando os dedos. 
De repente uma parte do covil, uma parte mais afastada, explodiu, Soluço se protegeu com seu escudo, afastado-se um pouco do lugar, e quando a fumaça abaixou a verdadeira surpresa se mostrou. Fúrias da noite. 
As pupilas pequenas e dentes preparados para o ataque.
Banguela saiu de dentre as árvores e protegeu o ruivo com seu corpo, rosnando para os outros, mas nenhum outro fúria da noite ligou para ele, até mesmo com os comandos de alfa.
—  Acho que você pode se render agora! — disse Viggo aparecendo montado em um dos fúrias da noite, com um sorriso perverso.
Soluço apertou o cabo da espada e fuzilou o homem com o olhar, enquanto subia em Banguela. 

*
*
*
— Quanto tempo vai demorar?! — perguntou Lynae, impaciente.
— Calma, querida! — Stoico sorriu.— Conte-me sobre o Torresmo.
Ela forçou um sorriso.
— Nós brigamos, vovô. Não estamos mais juntos! — disse a loira.
— Escute, minha filha!— o ruivo colocou as mãos nos ombros dela.— Está tudo bem se alguns romances não dão certo! Às vezes não é pra ser, na maioria da juventude, os casais realmente não combinam! E está tudo bem se quiser passar sua vida sozinha! Mas se lembre de não perder a vida brigando por coisas bobas, se importando com coisas materiais! Eu tive pouco tempo lá embaixo com sua avó! Mesmo estando juntos aqui, nunca parece tempo suficiente! — ele levantou o queixo dela para encara-la nos olhos.— Seja feliz, minha pequena flor! É tudo que desejo à você! 
Lynae forçou um sorriso, suspirando.
A porta gigante atrás deles se abriu.
— Conseguimos! — disse um garoto loiro aparentando 18 anos, da porta, sorrindo para ela.— Venha antes que os deuses mudem de idéia!
Lynae se levantou, caminhando até a gigantesca porta com desenhos de lobos e arco íris, Vikings eram sempre estranhos.. os avós da jovem tiveram permissão para segui-la.
— Boa sorte, irmãzinha! — disse o garoto loiro, lançando um sorriso travesso para a Haddock. 
Lynae se voltou pra ele.
— Stoico? — ela sorriu.— Você mudou! 
Ele sorriu, dando de ombros.
— É! — ele avançou a abraçando.— Boa sorte lá embaixo!
Lynae correspondeu o abraço, enterrando o rosto no pescoço dele.
— Vou me esquecer de você? — perguntou ela.
— Vai! Mas tudo bem! — ele se afastou, passando o polegar pela bochecha dela.— Ainda vamos nos ver de novo! Eu prometo!
— Vou esperar por isso! — a loira o encarou nos olhos e sorriu com o pequeno beijo na testa que ele lhe deu em seguida.
Lynae sorriu e se afastou dele, se virando para seus avós.
— Nos vemos em breve, querida! — disse Bertha se aproximando e abraçando a neta.
— Mande abraços a sua mãe! — disse o pai de Astrid.
— Não vou me lembrar disso, vovô! — murmurou a loira.— Mas vou abraçá-la com toda certeza! — disse Lynae, abraçando o velho senhor.
Lynae se virou para Stoico e Valka, algumas lágrimas nos olhos. Despedidas idiotas.
— Eu bati a cabeça, não me lembro da última vez que nos vimos lá! — disse a loira.
Stoico riu.
— Um dia você vai se lembrar dessa despedida! Essa pode ser nossa chance de nos despedirmos corretamente! — disse Stoico, limpando uma lágrima que escorria pela bochecha dela.
Lynae sorriu e envolveu o casal com um abraço.
— Nós te amamos, pequena flor! — sussurrou Valka beijando a testa da loira.— Agora, ganhe aquela guerra!
Lynae se afastou, assentiu, respirou fundo e se aproximou do homem barbudo, velho e de olhos completamente pretos, ela encarou a divisão do chão, um arco íris brilhava há metros de seus pés. 
— Vamos lá! Uma Haddock não hesita! — disse Stoico a empurrando levemente.
 Assim que ela pisou na ponte do arco íris Valhalla ficara para trás e seus avós sumiram.
— Lynae! — Heimdall sorriu, a loira tinha dificuldade em dizer se ele a encarava ou não.— Bem vinda à ponte do arco-íris! 
— Olá! 
— Aquela briga me machucou! — disse o deus se virando de costas.
— Todos os deuses xeretam minha vida assim?! — devolveu ela se aproximando dele.
Heimdall soltou um pequeno riso.
— Eu vigio e viajo os nove mundos! Prevejo guerras e protejo o universo! Mas tenho um trabalho extra que quase ninguém lembra! — ele se virou a encarando com aqueles olhos vazios, mas que eram capazes de ver a alma dela.—  Eu aconselho casais! 
Lynae soltou um riso contido, revirando os olhos.
— Vocês são perfeitos, pequena flor! 
— Obrigada! Agora pode me deixar em Midgard? — devolveu a loira.
— Com todo prazer, Grande Líder! — disse Heimdall fazendo uma pequena reverência.— Cuidado com a aterrissagem! — avisou o homem antes de estralar os dedos e fazer a ponte desaparecer diante dos pés de Lynae, bem acima do chão. Muito acima do chão. Ela não conseguia ver o chão. 

 E assim a loira voltou para Midgard, gritando e caindo do céu. 
Enquanto a batalha final acontecia lá embaixo.

 


Notas Finais


TEM UMA FLOR CAINDO DO CÉU E ELA VAI DETONAR TODO MUNDO!!! 🎉🎉🎉🎉
Me contem o que vocês acharam! Por que os deuses chamam a Lynae de grande líder ? Astrid vai matar a tia Leila? Soluço vai pegar a pedra? Os outros fúrias da noite são um poblema?
Até a próxima 💜


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