História As Lendas do Dragão - Arco II. O Grito de Liberdade

CAPITULO 34 – O GRITO DE LIBERDADE

        Zack pegou sua espada e rapidamente foi em direção a Morgan que enfrentava Aaron. A dupla ficou cada um de um lado atacando o Líder que defendia os ataques e contra-atacava na medida do possível. O demônio, por sua vez, defendeu o ataque de Zack e em seguida usou um WATER EXPLOSION para mandar o filho para longe; Jones rapidamente tentou acertar Morgan com seu BLAZE PUNCH, mas Morgan desviou e acertou um chute banhado de energia em Aaron que voou contra um prédio. Zack veio de surpresa do alto tentando uma espadada, mas Morgan novamente defendeu. Morgan fez um corte vertical de baixo para cima, que fez o Pilar abrir a defesa ao defender, o demônio rapidamente fez mais um movimento, mas antes que sua espada pudesse acertar Zack, um campo de energia parou a espada. O loiro se manteve quieto. Morgan tentou mais três espadadas e todas pararam no campo de energia. Zack aproveitou a oportunidade acertou um soco fortíssimo no estômago de Morgan, que ficou paralisado de dor por alguns segundos.

- Venha Escudo da Tartaruga. – Zack invocou o escudo que era azul com ornamentos dourados, no seu meio tinha placas como se fosse o casco de uma tartaruga. Zack acertou o rosto de seu pai com escudo, e com um giro de braço acertou outro que jogou seu pai para longe. O loiro energizou o escudo e disparou uma enorme rafága de energia semelhante a que a Besta disparou contra eles. Morgan rapidamente se colocou de pé e com sua espada ele partiu a rafága ao meio. O demônio fez sua aura mágica transbordar e veio em direção a Zack para um ataque com a espada. Zack se posicionou para defender com o escudo, mas em um piscar de olhos Aaron apareceu e com um movimento de sua espada ele desarmou Morgan, com sua mão esquerda ele acertou um soco tão forte que o arremessou cidade adentro destruindo vários prédios. Zack olhou bem para o amigo, Aaron tinha um de seus olhos de cor diferente. A esclerótica continuava negra, mas sua íris estava vermelha. Aaron deu um salto enorme para cima do prédio e seguiu em direção a Morgan. Zack olhou em direção ao palácio destruído, e seguiu direto para lá.

        Genri enfrentava Yon com ferocidade, ambos estavam no limite de suas energias. Yon colidiu com a espada de Genri, e o acertou com o joelho na costela. Ele rapidamente se afastou e pegou Ellie pelos cabelos e colocou a espada em seu pescoço.

- Largue a espada Genri! – ordenou Yon. Genri soltou a espada e deu um leve sorriso. Yon sentiu uma espada atravessando seu corpo, ele se virou agonizando e viu Zack parado. – Maldito.

        Yon cuspiu sangue e caiu morto no chão. Ellie rapidamente foi abraçar o irmão. E Genri se sentou para descansar.

- Obrigado Genri! – disse Zack sorrindo para seu primo.

- Irmão, porque seu cabelo está azul? – perguntou Ellie estranhando a aparência do irmão.

- Longa história – respondeu Zack. – Genri preciso que proteja Ellie por mais um tempo.

- Sem problemas – respondeu Genri, que prontamente se levantou e pegou sua espada. – E quanto a seu pai?

- Estamos cuidando disso – respondeu Zack olhando para a direção em que a batalha estava ocorrendo.

        Morgan estava entre os destroços da cidade e andava calmamente olhando para os cantos, procurava Aaron Jones. Morgan não podia negar que estava chegando ao seu limite, se perguntava como dois garotos o esgotaram tanto. Escorria suor pelo seu rosto, sentia como se estivesse sendo observado. Ele começou a olhar para todos os lados, mas não via nada. De repente ele sentiu uma presença vinda de suas costas e se virou rapidamente, mas Aaron o acertou com um soco na barriga e logo depois com mais dois nas costas. O Pilar se preparava para mais um ataque, Morgan defendeu e o acertou com um soco; Jones recuou um pouco e invocou sua espada, ambos colidiram espadas, Aaron atacava e pulava por cima de seu inimigo tentando mais e mais ataques. Morgan estava na defensiva evitando qualquer golpe que fosse fatal. Ele chutou Aaron que recuou novamente e partiu para perfurar o jovem, mas Aaron defendeu o golpe e a intensidade da defesa fez com que a espada de Morgan quebrasse. Aaron guardou sua espada e rapidamente agarrou o braço de seu inimigo e o arremessou contra um prédio. Morgan viu Aaron vindo em sua direção calmamente após a colisão; Jones esticou o braço e invocou a espada novamente.

- Droga! – exclamou Morgan furioso, mal conseguia mexer seu corpo. – Acho que esse é o meu fim.

        Aaron se aproximou do demônio e perfurou seu peito com a espada colocando um fim na luta. Zack chegou somente a tempo de ver Aaron voltando a sua forma original e caindo de joelhos no chão. Aaron olhou para suas mãos e a colocou em seu rosto antes de soltar um grito. Sentia que tinha sido possuído pelo poder novamente, após muito tempo. O Pilar da Tartaruga caiu de joelhos no chão com um sorriso no rosto. A batalha estava terminada.

        Aaron e todo o grupo comemoraram a vitória, reunidos no bar do Sr. Joshua aproveitaram o breve momento de paz. O saldo da batalha até que foi positivo, um palácio foi destruído, porém o Demônio havia sido derrotado.

        Após dois dias desde a vitória, as coisas começaram a tomar seu rumo. Mirus e Minori foram presos e o exército havia sido renovado. Ellie era a nova comandante da Nação, ela aceitou relutante após o pedido de Zack, que disse não ter a menor ideia de como comandar. Ele sabia que sua irmã era mais inteirada sobre esses assuntos que ele.

        Zack se aproximou de Aaron com duas canecas de cerveja. Ambos sorriram, Aaron observa todos os guerreiros felizes e comemorando.

- Hey Zack! Como foi possível uma besta está fora do Pilar? – perguntou Aaron curioso.

- Pelo que Minori disse durante o interrogatório... Meu pai usou uma técnica para impedir que ela entrasse no corpo de outra pessoa. A ideia era obrigá-la a entrar em seu corpo, porém meu pai não teve forças o bastante para isso, mesmo sendo um dos Demônios. Sendo sincero ele usou a técnica no meu avô retirando a besta dele. Agora eu entendo a morte repentina dele – respondeu Zack com pesar. – Talvez por isso minha mãe tenha se revoltado.

- Ele matou sua mãe também, não é? – lembrou Aaron. – Ele matou as duas pessoas que o acolheram.

- Sim! Aaron entenda, eles são chamados de demônios por um motivo. Eles são pessoas realmente maldosas e passam por cima de tudo e todos que se interpuser nos seus caminhos – respondeu Zack pensando em tudo que havia ocorrido até ali.

- Ele manteve a besta para uso próprio. Aprisionada em baixo do palácio – disse Aaron pensativo. – Realmente foi algo cruel.

- Mas agora ela está melhor – respondeu Zack firmando os punhos.

        Na mesma manhã do dia seguinte da comemoração Gale e o exército da Nação do Lobo se despediram de Tortois partindo para o norte novamente. Aaron se lembrava do plano arriscado que havia planejado, antes de partirem para Tortois, um plano que somente Zack e ele saberiam - assim não correriam o risco de serem surpreendidos. Jones havia explicado o caminho mais rápido e seguro para a comitiva chegar a Tortois. Aaron havia pagado por um barco no porto da Nação do Urso, que levaria Gale e os soldados mesmo que a nação da Tartaruga se fechasse e sem que nenhum oficial da nação do Urso soubesse, e foi justamente o que aconteceu.

        Aaron aproveitava o pequeno momento de sossego que tinham, sem mais inimigos ou brigas. Porém por um breve momento se lembrou de que ainda faltavam dois pilares e se perguntou por um instante como as coisas andavam na Numb.

        Zack desceu as escadas e foi até o andar mais baixo da prisão de Tortois. Na cela duzentos e quatro, estava sentado Mirus.

- Então o grande Pilar da Tartaruga me deu a honra de uma visita – disse Mirus com tom de sarcasmo.

- Nunca pensei que você fosse o traidor – respondeu Zack. – Terá muito tempo para pensar no que fez.

        Mirus atacou a grade ferozmente.

- Quando eu sair... – disse Mirus raivoso, chegava a babar. – Eu juro que vou te matar.

        Zack observou a cena deprimente, e deu as costas para o traidor, que ficou praguejando palavras contra o loiro.

        Calleri estava sentado na beira do lago de carpas de Gustav, estava esperando o Pilar do Tigre recebê-lo. Gustav entro no jardim e se sentou ao lado de Calleri, servindo um xicara de chá.

- O que me dá honra de sua visita, Grande Mestre de King City? – disse Gustav enquanto enchia a xícara com chá verde misturado com essência de pêssego.

- Não precisa de tantas formalidades – disse o ruivo de olhos verdes enquanto se acomodava na cadeira e ajeitava seu espadim na mesa. Calleri pegou a xícara e tomou um gole do chá. – Realmente muito bom! Bem, eu vim aqui para lhe fazer um pedido.

- Um pedido? E o que seria? – respondeu Gustav parecendo surpreso com as palavras de Calleri.

- A espada de Caos, eu preciso dela – respondeu Calleri.

- O quê? A espada desapareceu junto com ele quando você o matou – contestou Gustav parecendo espantado.

- Tem certeza disso? – perguntou Calleri. Gustav apenas acenou com a cabeça. O ruivo colocou a xícara na pequena mesa e se levantou. – Bem nesse caso, não há mais o que fazer aqui. Obrigado pela recepção.

        Gustav agradeceu a presença de Calleri e o acompanhou até a porta. Calleri saiu do templo do Pilar e foi a poucos metros dentro da floresta aonde havia deixado seu cavalo, enquanto desamarrava as cordas que prendiam o equino, Ducan apareceu das sombras.

- Então como foi mestre? – perguntou Ducan.

- Ele negou saber de algo – respondeu Calleri. – A espada e a energia negra se dispersaram momentaneamente após meu ataque, mas em algum momento depois ela deve ter se materializado novamente. Invadam o palácio durante a noite e encontre a espada.

- E se alguém aparecer? – perguntou Ducan indagando a possibilidade de serem detectados.

- Silencie – respondeu Calleri enquanto montava seu cavalo, ele olhou para Ducan e deu o comando para seu cavalo partir.

        Ducan se escondeu novamente nas sombras da floresta. Enquanto isso Gustav estava dentro de seu palácio, pediu uma reunião com todos os guardas e mandou que reforçassem a segurança. Marcus estava ao lado dele, apesar de não ter mais os movimentos do braço ainda era seu fiel guarda-costas.

- Marcus, fique esperto. Teremos visitas essa noite – alertou Gustav quase que em um sussurro. Marcus observou a expressão de nervosismo de Gustav.