História As Long As You Love Me - Acidente

Emily ON

 

   Acordei com vontade de ir ao banheiro, abri os olhos e a luz solar ja invadia o quarto pela janela entreaberta. Olhei pra ele que dormia feito um anjo ao meu lado."Não foi assim que nos imaginei" pensei. Levantei da cama sem fazer barulho, fui ao banheiro, fiz xixi e sai do seu quarto. Entrei no meu e troquei de roupa e peguei minha bolsa. Desci ate a sala e parece que ninguém acordou ainda. Fui a cozinha e resolvi deixar um café da manhã pra eles. Fiz um suco de laranja, algumas torradas, fritei ovos e fiz um pouco de café. Peguei minha bolsa e quando eu ia sair da cozinha justin apareceu na minha frente.

 

   -Bom dia. Já vai?-ele perguntou me dando um beijo na testa.

 

   -Já sim. Tenho que ajudar o chaz em casa.-ele revirou os olhos.- Mas prometo que volto aqui.-ele sorriu e me deu um abraço.

 

   -Te amo.-ele disse ao me soltar.

 

   -Até logo.-sorri e dei as costas indo até a porta.

 

    Me doía não poder retribuir o amor da mesma forma.

 

 

             Justin ON

 

    A tempos não dormia tão bem assim, pra ser mais exato, a seis meses. Ter ela de volta é incrível. Depois que ela saiu entrei na cozinha e tinha um café da manhã preparado. Sorri, e me perguntei como deixei uma mulher dessa escapar. 

 

   -Bieber? O que você está fazendo aqui?-ryan entrou na cozinha assustado.

 

   -Não deu pra dormir na casa da jenifer. Os pais dela estavam lá.-respondi sentando na mesa.

 

   -Cara quando a emily souber que você está aqui ela vai...-ele falou rapidamente.

 

   -Eu e ela nos vimos ontem a noite aqui em casa.-sorri ao lembrar.

 

   -Ah, por isso o sorriso bobo na cara.-ele disse e sentou na mesa também.

 

   -Estou com muita fome.-ignorei oque ele disse e peguei um copo de suco.

 

 

 

          Emily ON

 

     Quando cheguei em casa o silêncio dominava o ambiente. Entrei e coloquei as chaves na mesinha, procurei o chaz na parte de baixo e nada, subi as escadas, entrei em nosso quarto e la estava ele dormindo. Sentei na cama e passei a mão nos cabelos dele, o mesmo abriu um sorriso.

 

 

   -Bom dia minha flor.-ele disse me olhando.

 

   -Bom dia amor.-sorri pra ele.

 

   -Como foi na casa do bieber?-ele se sentou na cama.

 

   -Eu o vi.-ele paralisou e me olhou sério.

 

   -E como foi? Gostou de reencontrar o grande amor da sua vida? É por isso que eu não queria que você fosse lá.-ele levantou da cama e saiu do quarto me deixando sozinha.

 

   -Amor, não tem nada a ver, é com você que eu estou, você sabe disso.-segurei seu braço quando chegamos no começo da escada que dava pro andar debaixo.

 

   -Sim. É comigo que você está, mas é por ele que você chora a maioria das noites, é nele que você pensa antes de dormir, é com ele que você sonha, era com ele que você pensava em ter uma família e não comigo, eu só estou atrapalhando vocês.-soltei seu braço.

 

    Fiquei sem reação alguma, ele disse tudo que estava o afetando e eu ainda não acreditava. Após alguns segundos voltei a realidade, nós precisávamos conversar sobre isso. Quando me virei novamente para a escada, ele descia correndo.

 

   -Charles, nós precisamos conversar não me deixe aqui sozinha.-desci o primeiro degrau mais rápido que a luz e assim os outros.

 

    Sem prestar atenção onde estava pisando, perdi o equilíbrio e tudo começou a passar em câmera lenta, gritei pelo chaz que me olhou assustado, então ele correu até minha direção antes que tudo se apagasse.

 

 

           Justin ON

 

 

    -Ryan, me traz uma cerveja.-disse sem tirar os olhos do jogo de vídeo game.

 

   -Quem ta ganhado?-ele chegou me entregando a mesma.

 

   -Eu, lógico.-respondeu o cris.

 

   -Não se gaba cristian, essa é a única coisa no qual você é melhor que eu.-respondi largando o controle e dando um gole na cerveja. Ele riu.

 

   -Minha vez.-ry disse se jogando ao meu lado no sofá.

 

   -Eu estou sentindo alguma coisa ruim.-eu disse após alguns segundos fitando o chão.

 

   -Vai la no banheiro e resolve isso cara.-ryan disse rindo e levando cris junto.

 

   -Eu to falando sério viado. Uma sensação estranha.-pensei, mas nada de mais veio a minha cabeça.

 

   -Deve ser falta de sexo.-foi a vez de cris tirar uma com a minha cara.

 

   -Vocês não me levam a sério.-ignorei e prestei atenção no jogo.

 

    Continuei assistindo os garotos jogarem, quando o telefone de casa tocou. Nos entre olhamos com preguiça de ir até lá.

 

   -Tudo bem, eu atendo.-cris disse levantando.

 

   "Eai, chaz!"

   "Oque?"

   "Nós ja estamos indo ai!"

 

    Cris voltou correndo até a sala, e estava pálido.

 

   -Oque aconteceu?-ryan perguntou de olhos arregalados.

 

   -Emily caiu da escada e foi parar no hospital.-ele disse pausadamente.

 

     Meu coração se apertou e meu chão desabou.

 

   -Justin, anda vamos logo.-voltei a terra quando cris quase me puxou para a garagem.

 

   -Eu preciso vê-la, preciso muito.-eu disse entrando no carro de ryan, e logo cris entrou também.

 

   -Em qual hospital ela está?-ryan perguntou arrancando o carro da garagem.

 

   -Aquele da rua 23.-cris respondeu.

 

    E tudo foi ficando mais longe, as vozes, as imagens, tudo. Comecei a pensar somente nela, em todos os nosso momentos. Nosso primeiro beijo, nossa primeira transa, o dia em que fomos comprar seu vestido, os rachas que fomos, as baladas, ela sempre estava comigo, nos melhores momentos, e eu queria que ela estivesse nos piores também, foi então que eu percebi que o que eu sinto por ela é grande, muito grande e intenso, pois eu não consigo nem sequer imaginar perder ela pra sempre.

 

   Saí dos meus pensamentos com ryan estacionando o carro em frente ao hospital, nem esperei o mesmo desligar carro, abri a porta e desci meio desorientado, fui até a recepcionista e lhe perguntei por emily johnson, a mesma me indicou o quarto que ficava neste mesmo andar. Caminhei em direção ao quarto dela, cheguei na porta e pelo vidro pude ver chaz sentado numa poltrona, respirei fundo e entrei no quarto, logo os olhos de chaz se voltaram para mim, e eu me aproximei da cama.

 

   -Olha ela pra mim, preciso comer alguma coisa.-chaz disse pasando as mãos no cabelo.

 

   -Claro.-dei um meio sorriso pra ele.

 

    Logo após ele saiu. Ela parecia estar sedada, tão frágil deitada naquela cama, dormia feito um anjo. Cheguei mais perto e acariciei seu rosto, ela pareceu sentir, sorriu e abriu os olhos. Olhou um pouco ao redor, tentando reconhecer o lugar.

 

   -Você está no hospital.-segurei na mão dela.

 

   -Oque aconteceu? Só me lembro de ter caído da escada e...-ela tentava lembrar de mais alguma coisa.

 

   -Você desmaiou.

 

   -Onde está o chaz?-ela perguntou após fitar todo quarto e não o encontrar.

 

   -Foi comer alguma coisa.-disse dando de ombros.

 

   -Quero ir pra casa.-ela disse tentando se levantar.

 

    Um homem com um jaleco branco entra no quarto.

 

    -Nada disso mocinha, ainda temos alguns exames para fazer, após isso você poderá ir embora.-ele sorriu.

 

   -Tudo bem.-ela relaxou na cama.

 

   -E você meu rapaz, precisa sair do quarto, vou seda-la para fazer os exames.-ele abriu a porta para que eu saísse.

 

   -Eu vou te esperar, vai ficar tudo bem.-dei um beijo em sua testa.

 

    Ela sorriu e eu saí do quarto, indo até a recepção, onde vi os garotos inclusive o chaz. Eles olharam pra mim.

 

   -Como ela está?-cris perguntou.

 

   -Vai fazer alguns exames.-disse e sentei numa das cadeiras.

 

   -Estou preocupado com o bebê.-chaz falou.

 

   -Porque?-ryan perguntou.

 

   -Não sei, só estou preocupado.-ele disse com a voz tensa.

 

    

 

           *                        *                        *

 

    Depois de longos minutos esperando o médico, o mesmo chegou até nós na sala de espera.

 

   -Qual de vocês é o namorado dela?-ele perguntou.

 

   -Eu.-chaz disse se levantando.

 

   -Venha comigo um segundo.-ele foi até o corredor e chaz o seguiu.

 

    A cara do doutor não parecia nada boa, após o doutor falar com chaz, saiu do corredor e o deixou sozinho, e o mesmo estava de cabeça baixa chorando, olhei para os garotos e entendemos que eu deveria ir até lá. Caminhei lentamente até onde ele estava, eu não sabia oque dizer então apenas o abraceie deixei que ele chorasse.

 

   -Justin.-ele disse entre soluços.

 

   -Pode dizer charles.-segurei seu ombro como forma de apoio.

 

   -Foi culpa minha.-ele disse enxugando ainda algumas lágrimas.

 

   -Oque foi culpa sua?

 

   -Ela perdeu o nosso filho, bryan está morto.-ele olhou para baixo.

 

   -Chaz... Eu.... Eu não sei nem o que dizer. Vai ficar tudo bem.-disse acariciando seu ombro.

 

   -Não justin, não vai, eu vou deixar ela.-ele disse me olhando.

 

   -Vai deixar ela só?

 

   -Não. Você vai cuidar dela, ela te ama, e eu sei que você também a ama, a única coisa que separava vocês dois era o bebê, agora ele não existe mais, eu estou te dando essa chance, você merece ser feliz justin. Ela foi a única garota que você amou a vida toda. Vai enfrente irmão.-ele deu um meio sorriso pra mim.

 

   -Chaz, como vou contar isso a ela? Oque eu faço?-disse meio atordoado com isso tudo.

 

   -Você só precisa fazê-la feliz. Eu vou pegar as coisas delas deixar tudo na sua casa, vou comprar uma passagem de ida pra algum lugar do mundo, eu vou viver minha vida, e quero que você cuide dela, não desperdice nenhum momento, a faça feliz o máximo que conseguir.

 

   -Obrigado chaz. Mas, aonde você vai?

 

   -Ainda não sei.-ele se virou para a sala e chamou os garotos. 

 

    Os mesmos vieram e nos olharam.

 

   -Vocês foram por muito tempo irmãos pra mim. E vão continuar sendo pra sempre. Eu amo vocês.-os meninos olharam sem entender. 

 

    E então chaz nos puxou para um abraço. Sorriu e deu as costas indo embora. Eu ainda em choque, fiquei paralisado.

 

   -Oque houve?-ryan perguntou.

 

   -Ele vai embora. A emily perdeu o bebê.-disse suspirando.

 

   -Como vamos contar isso pra ela?-cris disse.

 

   -Ainda não sei.

 

    O doutor se aproximou mais uma vez.

 

   -Cadê o namorado da moça?-ele perguntou.

 

   -Foi embora.-respondeu ryan.

 

   -Então, quem está responsável por ela?

 

   -Eu.-me pronunciei.

 

   -Ela está acordada, deseja dar a noticia ou quer que eu avise?-ele perguntou.

 

   -Nós vamos até lá. Somos todos da família.-o médico assentiu e saiu.

 

    Caminhamos até o quarto dela, e a mesma estava fitando o teto. Entramos no quarto e sua atenção se voltou para nós. Pude ver um sorriso no rosto dela ao nós ver. Porém uma cara de interrogação ao perceber que chaz não entrou no quarto. Os meninos sentaram nas poltronas e eu me aproximei da cama.

 

   -Como você está se sentindo?-disse sorrindo pra ela.

 

   -Bem, mas cadê o chaz?-ela disse sentando na cama.

 

   -Preciso te contar uma coisa.-suspirei.

 

    Ela me olhou com aqueles olhos verdes, a procura de uma explicação.

 

   -Quando você caiu da escada, sua barriga foi um dos pontos que bateu com muita força no chão, e seu bebê não resistiu.-ela estava com os olhos cheios de lágrimas.- Charles, ele se sentiu culpado, disse que não é a ele que você ama, e que ele não pode mais te prender, ele disse que a vida nos deu uma nova chance.-segurei em sua mão e ela agora chorava.- Você vai ter alta do hospital hoje a noite.-ela me puxou e me abraçou.

 

   Novamente o médico entrou no quarto.

 

   -Senhorita emily, o feto ja foi retirado, nenhuma incisão foi feita em seu corpo, o feto foi extraído pela canal vaginal. Ele ainda se encontra inteiro, deseja vê-lo?-o médico perguntou.

 

    Emily assentiu. Então uma enfermeira entrou com uma pequena manta em mãos, e dentro da manta um pequeno bebê, ainda sem muitas formas, ainda fraco, e agora sem vida. Assim que o viu pediu para segura-lo, e chorou derramando algumas lágrimas no pequeno ser. Entregou ele a enfermeira e a mesma se retirou do quarto.

 

   -Devido ao tempo de vida do feto, você não poderá fazer um funeral. Nós ficaremos com ele para maiores estudos, e depois o enterraremos no pequeno cemitério de fetos do hospital. Que também é um jardim, iremos plantar algumas flores em homenagem ao seu filho, e colocaremos seu nome sobre elas. Sempre que quiser visitar venha ao jardim aqui do lado.-ele pegou um papel e me entregou.- Está é a alta dela, vocês ja podem ir.-ele se retirou do quarto.

 

   -Pode pegar minha bolsa por favor?-ela me pediu.

 

   -Claro.-peguei a mesma e levei ate ela.

 

   -Vou me trocar no banheiro.

 

    Depois de alguns minutos no banheiro ela saiu, com uma calça preta, um casaco cinza e tênis. Me olhou como se pedisse pra q eu tirasse ela dali. Chamei os garotos e fomos até o estacionamento, cris foi na frente com ryan, e eu atrás com ela. A puxei para deitar no meu braço e fomos assim todo o caminho. Chegando em casa, havia algumas caixas e malas na sala, e uma pequena carta. Emily olhou tudo e pegou a carta, sentando-se no sofá começou a ler a mesma.

 

  

           Emily ON

 

    Na carta chaz dizia que iria viajar, que todas as minhas coisas estavam ali, o enxoval seria doado para um lar, e dizia também que ele queria que eu fosse feliz com o homem que eu amo. Olhei pra justin que me fitava apreensivo, o destino me deu mais uma chance, eu nunca vou esquecer do meu filho, nem do chaz, mas agora eu tenho que seguir minha vida, pensar no meu futuro, e aproveitar tudo que há pra mim. Sorri pra justin e me levantei do sofá me aproximando dele.

 

   -Agora somos eu e você.-disse segurando seu rosto.

 

   -Eu, você e nosso infinito amor.-ele sorriu pra mim.

 

    Ele me puxou para um beijo, um beijo lento, cheio de amor, um beijo que eu não sentia a meses, e agora não queria deixar nunca mais. Eu vou fazer de tudo pra fazer o certo desta vez, vou ama-ló com todas as minhas forças.