História As Long As You Love Me - Tudo como antes

Tudo como antes

O silêncio dominou o local de uma forma desconfortável. O alfa analisava bem o que o ômega disse, ele era mesmo de alguém? Se a alguns meses qualquer pessoa contasse que ele estaria de joelhos e chorando por um ômega ele provavelmente ia rir de quem estivesse pregando tamanha baboseira, mas a cena que se encontrava alí, era exatamente essa. Ele estava sim de joelhos, ele estava sim chorando, mas por alguém que amava. Amava? Sim, amava, mas porque era tão de difícil admitir que era do ômega? Que estava totalmente dominado? Ele era um tolo. Um tolo completamente apaixonado. 

— Eu sabia Zayn, sabia que eu não era Nada pra você - O ômega deixou a última lágrima cair - Sai daqui Malik. 

E como se fosse um estalo o alfa voltou a realidade.

— Não Niall, por favor.

— Só sai Zayn - olhou nos olhos do lúps.

— Tudo bem. - O alta se levantou e segurou a maçaneta da porta. - Ontem nós éramos perfeitos, nos amávamos. - suspirou e olhou pro teto. - Se quer me deixar, tudo bem, eu vou. Porque agora, nessa tarde momentânea, estou deixando você também. Tentar segurar com força alguém que dá indícios de que não me ama, é a forma mais humilhante da minha vida e olha Niall - o alfa abriu a porta - De todas as coisas que poderíamos ter sido, acabamos sendo nada. - e saiu. 

(…)

— Zayn, já faz uma semana cara, levanta daí - Louis sentou ao lado da cama Do amigo. Fazia uma semana que Zayn não saia do dormitório, não compareceu a nehuma aula nem mesmo aos treinos que tanto amava, dando uma desculpa esfarrapada que estava doente, e de fato estava. Ele estava não só doente, estava destruído. 

— Me deixa em paz Louis. - E sempre era assim que ele reagia quando o amigo ia falar com ele. 

— Porra Zayn, cadê o cara que eu conhecia? Cheio de vida? Não sei o que fez com meu amigo, mas trás de volta. Odeio te ver assim, jogado na cama vestindo uma calça de moletom velha. Levanta cara, por favor. - O Alfa comum suplicava, era difícil pra ele também. 

— Preciso viver só Louis.

— Não, você não precisa. Você não pode evita-lo pra sempre Zayn. 

— Eu prometi Louis, prometi que não ia correr atrás.

— Você não precisa correr atrás Malik. - suspirou - sentimos falta de você. 

— Sentimos? 

— Sim Zayn. Sentimos. - Liam entrou no quarto e sentou ao lado de Louis. 

— O que você ta fazendo aqui? - O Lúps suspirou.

— Vim te obrigar a sair daí Zayn. - Liam olhou pro teto. 

— Eu não preciso disso. 

— Sim. Você precisa. Se faltar mais um dia Simon vai desconfiar e ligar pros seus pais. É isso que quer? - Louis interrompeu a conversa.

— Tudo bem. - sussurrou. - Como nos velhos tempos? - encarou os alfas a sua frente.

— Como nos velhos tempos - Liam e Louis falaram juntos e sorriram ao ver o Lúps levantar da cama.

(…)

Era início da manhã, um dia completamente cheio de aulas, estavam quase no fim do semestre, a correria era grande e o sobrecarregamento era bem maior. 

O refeitório estava lotado e não foi surpresa quando os olhares se direcionaram a porta do mesmo. Enfim Zayn Malik tinha aparecido, e parecia bem mais confiante, até quando seus olhos bateram em uma criatura linda rindo na mesa central do local. 

— Não da Liam - Ele fez menção de voltar mas o amigo segurou seu braço. 

— Eu sou amigo dele Zayn, mas sou seu há anos, tem certeza que um Malik mostra fraqueza? - sussurrou.

— Ele tem razão Zayn. - Louis suspirou - Vamos.

Liam foi o primeiro a caminhar para pegar uma bandeja. Ele tinha razão. Uma hora isso ia acontecer, ele tinha que encarar os fatos, Niall Horan não era mais dele. Então ele seguiu Louis e se sentou na mesa do time, alguma líder de torcida trouxe sua comida que ele não fez questão de agradecer, se era pra voltar sua rotina antes Do ômega ele iria voltar. Mal sabiam todos que o alfa era ótimo em teatro. 

(…)

— Ele voltou Josh. - Niall suspirou.

— Você sabe que isso ia acontece Niall. 

— Foi uma semana, será que ele passou com a Luna? - Ele não podia não se preocupar. Ele deveria mas não conseguiu segurar a pergunta.

— Luna passou com James. - disse fazendo o ômega suspirar. - Tudo bem Niall, o que é que te incomoda?

— Liam me disse que ele rejeitou ficar com Luna, que James que havia confirmado dela passar o cio com o Zayn.

— E do que isso muda? 

— Eu o Julguei Josh. Eu errei. 

— Você fez o certo. Zayn nunca mudou - apontou pra cena onde uma líder de torcida entregava o seu café da manhã e ele a encarava com indiferença. - Sempre foi assim, esqueceu? Ele é um rei em seu próprio mundo. 

— É - suspirou, algo em seu estômago borbulhava, ele não se sentia bem vendo tudo isso voltar ao "normal". As palavras do alfa martelava sua cabeça ainda. "Se quer me deixar, tudo bem, eu vou." Por deus ele não queria deixar o alfa, mas ele precisava."De todas as coisas que poderíamos ter sido, acabamos sendo nada". Ele tinha razão, acabaram sendo nada. Voltaram a ser completamente desconhecidos. A sensação de agonia quando o Lúps sumiu foi desesperador, mas agora vendo ele alí, cercado de pessoas, olhando tudo mas nunca encarando alguém em específico doía, doía tanto que era incômodo. 

— Niall. - Josh suspirou empurrando a sua cadeira pra mais perto do amigo. - O que vai acontecer quando vocês casarem? - sussurrou apenas para o ômega ouvir. 

— Eu não posso evitar o inevitável. O casamento vai acontecer, ele vai ser obrigado a me marcar e eu não posso fazer nada contra isso. Mesmo que eu tenha o dito que iria embora sem deixar ele me marcar, isso é impossível. Eu irei conviver. Eu não quero morrer Josh, uma mordida e um ômega sem seu alfa pelo menos perto ocasiona a morte, e definitivamente eu não quero morrer. - suspirou. - Não vamos ser namorados, nem amigos nem nada, apenas desconhecidos que carregam uma marca para uma vida toda. 

— É isso mesmo que você quer?

— Isso é o que eu vou conseguir Josh. São coisas diferentes. 

'Não eram um casal perfeito, daqueles de cinema. Brigavam muito, ficavam um tempo sem se falar e nesse intervalo ainda rolava uma guerra de indiretas, cada um querendo ser o dono da verdade. Mas no fundo eles sabiam que tudo era joguinho bobo de orgulho, e que por trás das caras fechadas e bicos não se aguentavam de saudade. Tudo bem se eles passavam uma imagem de cão e gato, mas uma coisa é certa… Eles se amavam mais do que qualquer coisa." - Desconhecido.