Todos sabiam da obsessão de Eduard pela tecnologia.
Ele amava o som das teclas e do rato do computador. Amava o som do ligar e do desligar. Mas detestava o som de quando algo dava errado.
No entanto, gostava de arranjar os electrónicos que estragavam em casa. Era algo que o relaxava no meio de tanta tensão.
Neste momento, estaria então a arranjar o relógio digital do Ivan, que hoje teria acordado maldisposto e descarregou a sua ira no objeto. O interior do relógio havia uma complexidade de circuitos, mas infelizmente o mercúrio que havia no mostrador espalhou-se pelos fios, estragando-o assim. O estoniano decidiu comprar outro relógio, de preferência idêntico, para substituir aquele... E não morrer tão jovem.
Chegou à loja e procurou muito bem, com esperanças de achar um idêntico. Encontrou um igual: branco com girassóis desenhados e os números vermelhos, devido ao mercúrio usado... Logo na secção das crianças. Ele riu um pouco, ao ver que o Ivan era sim infantil em algumas coisas. Pegou nele e foi pagar.
Regressou a casa e tratou de tirar o autocolante do preço, depositando-o depois no armário ao lado da porta do Ivan. Foi para a sala e começou a ver as noticias, até o Ivan e o Raivis –e este estava misteriosamente feliz, que até o estoniano estranhou– chegaram.
- Da! Obrigado Eduard, por teres arranjado o meu relógio, da!- agradeceu.
- Ah... De nada. O que tens aí, Raivis?- o estoniano perguntou, ao ver um DVD nas mãos do pequeno.
- Um filme! O senhor Ivan pagou por mim.
- Era sobre girassóis, da!
- Vamos ver?- o estoniano perguntou.
O letão acenou com a cabeça positivamente. Eduard sorriu e ofereceu-se para colocar o filme. Carregou nos botões com agilidade e firmeza, em questão de segundos o filme já teria começado, revelando assim o nome: “Os Girassóis da Rússia”. Ele teve que colocar as legendas em russo para que todos entendessem o que os atores italianos estariam a falar.
O que o Raivis achou do filme?
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