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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Fora Astronômico


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 10 - Fora Astronômico


Como havia se tornado tradição, nós caminhamos com os pequenos demônios mata adentro até chegarmos a uma clareira que seria a nossa área de acampamento. A clareira era a mesma que nós usamos quando eu tinha dezessete anos, há cinco minutos dos banheiros e há vinte do posto da guarda florestal. A guarda que veio se apresentar, por um acaso, era a mesma de seis anos atrás, que acobertou a minha história da colmeia. Ela me reconheceu e me deu um sorrisinho do tipo “quero ver como vai ser se algum aluno aí for igual a você”.

Ah, saudades de enfiar uma colmeia na barraca da Ambre.

Enfim, como agora eu era professora, eu era obrigada a ser responsável e a me preocupar com detalhes idiotas como a refeição das pestes, os jogos que faríamos, a hora de dormir, a quantidade de alimentos, barracas, lanternas, celulares de emergência, kits de primeiros socorros... Odin guarde que nenhum desses imbecis se perca na maldita da corrida de orientação. Eu estava junto com o Nathaniel, checando todos os equipamentos para ver o que faltaria e o que sobraria, quando o professor Boris chamou a atenção da turma para alguma coisa.

- Meus queridos alunos e alunas! - ele disse alegremente. - Por favor atenção, pois eu gostaria de apresentar uma pessoa muito especial.

O Nathaniel ao meu lado soltou um “droga”, eu abri um sorriso imenso e tive de me segurar para não pular em ninguém.

- Meu sobrinho Dakota! - o professor, como da primeira vez, sorria de forma radiante.

- Me chamem de Dake. - eu poderia escutar da lua o suspiro que as alunas deram.

- O Dake está aqui para nos ajudar com as atividades e...

O ex-representante estalou a língua de um jeito irônico, e voltou sua atenção para a prancheta onde tinha colocado a lista dos nossos equipamentos. Imagino que minha alegria em ver o Dake novamente não o ajudou a criar alguma simpatia pelo surfista gatinho cuja presença infernal acabou gerando o fim nosso namoro, naquele mesmo lugar, seis anos atrás.

- Parece que eu voltei a ter dezessete anos. - ele disse por fim, marcando os itens que encontrava na lista.

- Não seja rabugento, senhor representante. - eu falei, mas Deus me livre de viver aquele inferno todo de novo. - Eu odiava ser uma adolescente, mas eu aposto que no fundo você sente falta da época da escola. - tirando a parte do pai dele, obviamente.

Ele me olhou e me mostrou aquele sorriso quente e dourado como o sol.

- De vez em quando eu sinto falta de algumas coisas. - ele balançou a cabeça. - Isso eu não posso negar.

Nem tive tempo para reagir ou ficar balançada com aquele sorriso, o Dake apareceu por trás de mim, passou os braços pela minha cintura, e me ergueu como se eu fosse uma menininha. Ele riu quando eu me debati para descer do colo dele, e o tapa que eu dei em seu braço não surtiu efeito nenhum por que eu também estava rindo. Lógico que estava, eu estava feliz por vê-lo novamente, já fazia quase um ano que eu não o via. Nathaniel simplesmente balançou a cabeça e continuou o que estava fazendo.

- Isso não te dá lembranças, querida? - ele olhou de forma maliciosa para o representante.

- Por que você não me disse que estava na cidade?! - foi estranho como algumas alunas já tinham começado a cochichar, provavelmente pensando que o sobrinho do Boris era meu amante ou coisa parecida.

- Não consegui resistir, quando o meu tio me chamou para ajudar eu pensei que era uma pegadinha. - ele passou o braço pelos meus ombros e dessa vez me abraçou de verdade. - Senti saudades, Lynn.

- Também senti saudades, idiota. - eu não resistia. - Você lembra do Nathaniel? - só fiz aquilo por educação, é obvio que ele lembrava, e o Nathaniel se lembrava dele e do por que o odiava.

- Como eu poderia esquecer. - o Dake colocou as mãos no bolso e acenou para o, como diria o Viktor, príncipe da Disney. - Olá, representante.

- Eu não sou mais representante. - o Nathaniel respondeu dando um aceno mal-humorado com a mão que estava usando para escrever. - Mas você parece que não mudou muito desde a última vez que estivemos aqui.

Se aquilo foi para insultar o Dake, Nathaniel deveria saber que não funcionou.

- Ah, eu discordo, muita coisa mudou. - o Dake falou com os olhos brilhando de malícia.

- É mesmo?

- Da última vez, era você quem estava abraçando a Lynn. - ele disse com um sorriso vitorioso.

- Você não podia deixar passar, não é? - eu falei.

- Não. - a cara dele era a mais lavada do mundo.

- Isso foi a muito tempo e eu tenho uma noiva agora. - o Nathaniel falou.

- Noiva? - o Dake olhava o Nathaniel como se duvidasse que ele conseguisse satisfazer uma mulher ao ponto de ela querer se casar com ele. Você não sabe de nada Dake Snow.

Pelos céus, um mestrado em veterinária e referenciando Game of Thrones, eu falhei na vida.

- Professora Melody. - o Nathaniel falou. - Ela deveria ter vindo, mas está doente... - imagino que ele ficou feliz por saber que a noivinha dele não conviveria uma semana com o Dake no mato.

- Espera aí... - o Dake virou pra mim. - Melody não é aquela que... - cutuquei ele forte entre as costelas. - Que você me falou, Lynn? Que vivia atrapalhando vocês dois? - ufa.

- Você falou da época do nosso namoro para ele? - o Nathaniel perguntou pra mim.

- Comentei brevemente, já tem muito tempo, não é mesmo senhor representante? - ele quis retrucar, mas sabia que não havia motivos que o permitissem continuar a discussão sem se passar por ridículo.

- Muito tempo. - o professor Boris estava ajudando os alunos a montarem as barracas. - Já que você está aqui, por que não carrega esses metais de armação para o seu tio? Eu estou ocupado e é pesado demais para a Lynn carregar sozinha.

- Sem problemas. - ele me deu um sorriso maligno e fez o que o Nathaniel pediu.

Nós dois observamos o surfista gatinho pegar os ferros de armação e se afastar para ajudar os alunos com as barracas. Assim que as meninas perceberam que ele estava a disposição delas, todas magicamente, começaram a precisar de ajuda, como se montar uma barraca fosse engenharia aeroespacial.

- Inacreditável. - o Nathaniel balançou a cabeça. - Ele realmente não amadureceu nada nesses seis anos.

- Não seja malvado com ele senhor representante, não somos todos os que conseguiram alcançar a vida adulta perfeita. - eu falei desembalando as garrafas de água para colocá-las nas caixas de isopor.

- Você, o defendendo?

- É meio difícil não gostar do Dake depois de passar quatro anos convivendo com ele.

- Não acho que seria tão difícil assim pra mim. - um grupo de alunas riu excessivamente alto de alguma piadinha que o Dake fez enquanto as ajudava.

- Ele está agindo assim pra disfarçar. - eu dei de ombros.

- Disfarçar o que?

- Ele também levou um fora astronômico um tempo atrás. - isso pareceu interessar o ex-representante. Como eu já devo ter dito, era verdade, o Dake e a Seraphine terminaram, logo depois de o Castiel terminar comigo. Não foi traumático e tempestuoso como eu e o Castiel, mas não duvido que tenha sido menos dolorido. - Antes ele era piadista assim por que era um idiota, agora eu acho que ele está tentando se distrair e tudo o mais.

Por alguns momentos, eu e o Nathaniel nos mantivemos em silêncio, ele refletindo sobre o recém-descoberto fato de o Dake também ser um ser humano e ter sentimentos, eu sobre o fato de que eu não via a Seraphine a meses e de que, com certeza, não era coincidência o sobrinho do Boris simplesmente aparecer assim depois de ter sumido por quase um ano.

- O que houve? - o Nathaniel se agachou perto de mim e começou a me ajudar com o trabalho de desembalar. Engraçado, isso me lembra uma conversa também.

- Seu fofoqueiro. - eu disse de forma maligna.

- Não é isso... - ele desviou o olhar para a direita. - Eu só quero saber para... - isso, pense num motivo representante, vou te dar esse tempo. - Para não ser indelicado com ele sem querer, só isso. - nossa, muito bom.

Olhei para trás, para checar o Dake, antes de voltar a conversa.

- Não é nada dramático como foi o meu caso. - até nisso a Seraphine e o Dake eram mais elegantes do que Cassy e a Lynn palhaça. - Ele a pediu em casamento e ela recusou.

- Ele a pediu em casamento?! - é, eu sei, se eu ainda tivesse a mesma imagem que o Nathaniel provavelmente tem do Dake, eu também acharia impressionante o fato de o surfista promíscuo, que fazia insinuações com a ex namorada dele bem na sua frente, ter pedido sido sério o suficiente para pedir alguém em casamento.

Ah, sim, esqueci de mencionar isso? Que o Dake pediu a Seraphine em casamento e ela recusou e terminou com ele? Pois é, foi isso o que aconteceu. Na época, eu ainda estava passando pela parte pesada da minha fossa, então eu não pude ser de muita ajuda para nenhum dos dois, não que fosse fazer diferença, eles fizeram a mesma coisa exatamente ao mesmo tempo, desapareceram. Volta e meia eu recebia notícias de cada um, mas eles sempre mantinham a elegância de nunca perguntar um do outro. Apesar de tudo eu fiquei triste por eles, todos nós pensávamos, por mais improvável que fosse, que eles seriam o casal sábio que passaria para a próxima fase da vida de forma calma e elegante. Bem, eu também pensava que o Castiel ter se mudado para a Austrália seria uma coisa boa para nós dois, e olha no que deu.

Nossa, pelo visto a vida de todo mundo estava uma droga.

- Bem, eu não sei o que faria se estivesse no lugar dele. - o Nathaniel falou.

- No seu caso a Melody nunca recusaria um pedido de casamento seu. - eu falei com ironia.

- Por que ela recusou? - ele ignorou a alfinetada. Provavelmente o Nathaniel estava esperando que eu falasse que foi por que o Dake era um idiota ou coisa do tipo.

Dei de ombros antes de responder.

- Segundo o que ela me falou, foi por que ela percebeu que já estava com ele há cinco anos e que, mesmo assim, a perspectiva de se casar com ele a assustava. - suspirei. - Por isso ela recusou.

O Nathaniel abaixou os olhos e se calou antes de fazer a observação severa dele, o representante nunca era rápido o suficiente para esconder os sinais que soltava quando desaprovava alguma coisa.

- Você acha isso pouco?

- Eu não tenho por que julgar os motivos dela... - ele nem a conhecia na verdade. - Eu não a conheço. - ponto.

- Mas ainda assim...

- Bem... - ele me olhou e, bem no fundo daqueles olhos dourados e maravilhosos, eu senti um pouco de mágoa. - Eu aprendi... - ele sorriu de forma irônica pra mim. - Que quando você ama uma pessoa, você não desiste dela, não importa o quão teimosa ou cega a pessoa seja.

- Isso faz parecer que você a está defendendo, representante.

- Não é isso. - ele suspirou. - Eu só estou dizendo que, seu fosse o sobrinho do Boris, eu iria atrás da mulher que eu amo e nunca permitiria que ela se afastasse de mim de novo. - isso parece ser uma coisa que o maníaco do Viktor faria.

- É mesmo? - minha pergunta saiu mais irônica do que era respeitável. - Você nunca desistiria de alguém, não importa o quanto a pessoa te magoou?

O sorriso que ele me mostrou foi condescendente, e isso me irritou, mas também foi gentil, doce e carinhoso. O grande porém foi que, no fundo, bem no fundo daquele sorriso, eu senti um pouco de mágoa e ansiedade, mas o Nathaniel era forte, e elegante, demais para se denunciar além disso para mim, sempre o foi.

- Se, algum mínimo pedaço de mim... - ele disse aquilo olhando nos meus olhos. - Se eu ainda soubesse que essa pessoa me ama, então sim, Lynn, eu nunca desistiria de alguém que eu amo...

Ele se calou depois daquilo, eu também segui a deixa, alguma coisa naquela conversa ativou o meu sexto sentido e eu senti o cheiro de drama adolescente invadindo a minha vida adulta como um ciclone invade o horizonte.


Notas Finais


Alô, alô :3
Como prometido, segundo capítulo de hoje, espero que gostem :3
Responderei os comentários.
Mamãe ama vocês.

Obrigada por ler :3


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