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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Infinita e Impronunciável Peleja


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 13 - Infinita e Impronunciável Peleja


Depois da cena na minha casa a Rosalya simplesmente sorriu pra mim, segurou minhas mãos por um tempo e elegantemente se retirou. Eu sei que ela estava brava comigo por eu tirar meu corpo fora daquele drama do Castiel, afinal de contas ele também era amigo dela, mas a minha querida amiga também era uma mulher e ela entendia o quanto, de vez em quando, era difícil perdoar esses meros rascunhos de seres humanos que de vez em quando se diziam homens.

O Viktor me aprontou uma bela de uma discussão, uma épica, quase infinita e impronunciável peleja, onde as armas eram nossas palavras e o corpo do adversário a ser estraçalhado, os ouvidos. E ele não pegou leve comigo: disse que eu estava sendo uma escrota, que eu era egoísta, que o Castiel não merecia aquilo de mim, que ninguém merecia aquele tipo de omissão, falou que eu iria direto pro inferno e que o Tinhoso estaria me esperando com um tridente especial para arrancar minhas tripas. Eu me defendi com o clássico: Cassy já era adulto, ele conhecia a bendita que o estava arrastando para a boca do crocodilo, eu não tinha nada a ver com aquilo e etc. Foi até bonito e poético de um jeito contencioso, lendas serão criadas e canções serão feitas sobre a briga épica que eu tive com o Viktor.

A grande ironia era que o Viktor ainda “odiava” o Castiel, mas, como eu já devo ter dito, quatro anos de convivência na Austrália fizeram com que os dois criassem uma cumplicidade suspeita e perturbadora. O Viktor tinha esse talento. A essa altura do campeonato o maníaco sequestrador já tinha superado o amor adolescente que tinha por mim, o que restara disso era a antiga amizade entre ele e eu, e a nova entre ele e o Castiel. O fato de os dois odiarem o Dake provavelmente foi fator decisório na formação daquela dupla dinâmica.

Enfim.

Eu bati o pé e disse, com todas as palavras, em mais de três línguas que não, não participaria daquilo. Como eu já devo, exaustivamente, ter dito, já faz dois anos, meu relacionamento com o Castiel não é mais o mesmo e eu não podia lidar com aquela merda toda agora. Se eles queriam salvar a carreira de um guitarrista autodestrutivo e idiota, que o fizessem do jeito adulto: conversando com ele ou então trancando ele numa rehab, coisa que poderia ter salvo muita gente, como a Amy Winehouse, e com certeza salvaria o Castiel.

E assim, a vida seguiu, eu ainda via os irmãos facada, a Rosalya e o Viktor, mas era em circunstâncias informais e nenhum dos dois cometeu o suicídio de tocar no assunto de novo. O Dake ficou um tempo na cidade e depois foi seguir um festival de surfe pela costa. O Nathaniel continuou trabalhando como voluntário na escola, a Melody continuou tentando me assustar com a pose de garota má, e assim matávamos um leão por dia.

Essa metáfora é horrível, mas é a única que descreve bem o inferno que eram meus dias naquela escola.

Não sei o que se fez do Castiel, da Ambre, ou da Debrah.

Porém, contudo, todavia, entretanto, eu não demoraria a descobrir. Lógico que não, o destino não era tão gentil assim com a Lynn palhaça.

Pra variar, a situação se efetivou quando eu estava em Sweet Amoris...

X

Eu estava quietinha, na sala de detenção. Obviamente eu não estava cumprindo detenção, eu só tinha feito o favor de ser a sorteada para vigiar os contraventores adolescentes naquele dia. Eu não pude evitar, a Delaney, era ela quem deveria estar enclausurada naquela tortura psicológica de vigiar alunos na detenção, fez outro favor ao não ver que um dos garotos da turma do primeiro ano estava tentando se drogar com os gases do experimento dela. A única de folga naquela tarde era eu, olha só que sorte.

Francamente, como adolescentes são imbecis.

Enfim, os meliantes estavam quietos, cada um cuidando da sua própria cópia. Eles não tinham coragem de serem espertinhos comigo depois de verem que o badboy da escola, no caso o Erik, tinha medo de mim como uma gazela teria de uma leoa. Tá se achando, Lynn palhaça. De toda forma, lá estava eu contando os minutos para aquela merda acabar e eu poder ir embora, sim, professores também fazem isso, quando o senhor Boris entrou saltitando. Como se a sala da detenção fosse a Fantástica Fábrica de Chocolate.

- Minha cara professora Lynn. - ele jogou um bloco de folhas relativamente grosso na minha frente. - Nós temos ótimas notícias.

- O que é isso? - eu quase entrei em pânico achando que aquilo eram instruções para algum festival escolar que eu teria de organizar.

Antes que o senhor Boris fale de novo, alguém aí consegue adivinhar exatamente o que aquela droga de bloco de papel era?

- São as diretrizes programáticas para o nosso festival de talentos. - quase chorei. - Planejamos um evento grande, então vamos precisar do máximo da ajuda de todos os docentes. - “docentes” como se fossemos uma universidade.

- Festival de talentos... - eu disse ironicamente. - Vocês realmente querem trabalhar duro esse ano, não tem nem um mês que fizemos o acampamento para as turmas. - é como se o fôlego dessa escola, e dos professores, fosse infinito.

- Nós vamos discutir tudo numa reunião de professores. - ah, que maravilha. - Está tudo escrito aí, minha cara.

- Vou adorar ler tudo isso. - eu disse folheando o bloco com preguiça.

- Maravilha! - ele não entendeu a ironia. - Vou terminar de entregar para os professores, boa tarde!

- Boa tarde. - ele saiu, novamente, saltitando. Gostaria de saber a fórmula mágica do senhor Boris para aquela alegria infinita dele, provavelmente envolvia não se meter em dramas adolescentes.

Fuzilei os alunos que estavam espiando nossa conversa com o olhar, eles voltaram a copiar as lições que passei para eles, e, como eu não tinha nada melhor pra fazer, peguei o bloco de folhas com as duas mãos e me pus a ler.

“Este evento escolar é uma tentativa de incentivar os alunos da escola Sweet Amoris a testarem e aprimorarem suas habilidades artísticas musicais...”, era o que estava escrito na parte dos objetivos do evento, “além disso, a intenção também é observar e avaliar jovens talentos que poderão se tornar promessas para o contexto musical e cultural da nossa sociedade...” nossa que nobre “e dar a eles uma oportunidade de desenvolver seus talentos em um ambiente propício com todo o custeamento profissional e material exigido por uma educação musical de primeiro nível”...

Eu não sei como eu só fui perceber que tinha alguma coisa errada quando li...

“Por isso, é com imenso prazer que o grupo...”

- PUTA QUE PARIU! - eu exclamei em sala de aula fazendo os alunos pularem das cadeiras. - PUTA QUE PARIU! - eu exclamei de novo e me levantei, carregando o bloco de folhas. - Vocês se mexam dessas cadeiras para ver o que vai acontecer com vocês. - eu disse numa voz homicida e saí correndo da sala.

- Valha-me senhor Jesus Cristo, Príncipe do Céus, Portador da Glória, Salvador da Humanidade... - isso foi eu rezando, num tom de praga, enquanto eu andava o mais rápido que conseguia sem que vissem que eu estava correndo. - Por favor, Deus, Odin, Budha, Alá, Zeus, Iemanjá, Tupã, Grande Deusa Mãe da natureza, Gaia, Freiya...

Pelo amor de todos os deuses.

Fui achar o filho da puta sentado num café, no que havia logo ao lado de Sweet Amoris, tomando aquele líquido originário das altas terras da Etiópia como se a vida dele não estivesse correndo risco de ser brutalmente interrompida por uma professora de biologia a dois dedos de ter um surto psicótico.

- Seu desgraçado. - eu meti o bloco de papel tão forte na mesa que café dele espirrou da xícara. - Seu puto, imbecil e dissimulado...

- Você ainda está em horário de trabalho, professora. - o Viktor ria como se fosse um doente levado.

- O que, em nome de Deus, é isso aqui?! - eu apontei para o bloco de papel.

- É um bloco de papel. - eu dei um gritinho agudo de susto quando percebi que o Castiel também estava sentado aquela mesa. Porra de irmandade dos homens.

Huuh, meu coração... Ah meu pobre e bondoso coração... Alguém me mande para uma dimensão alternativa antes que eu estraçalhe a garganta daqueles dois com os dentes.

- Por que ele está aqui?! - notei o cigarro na mão dele, não sei por que.

- Eu moro nessa cidade.

- Essa conversa é entre pessoas que não usam narcóticos, senhor ruivo. - ele quase enfiou aquele cigarro no meu olho.

- Você fuma toda hora. - o engraçadinho do Viktor observou.

- É, mas pelo menos esse narcótico é legalizado pela lei.

- Para o seu governo essa moda de toda banda de rock usar cocaína passou nos anos noventa. - isso foi o Castiel.

- Ah, claro, e eu nunca tive sonhos eróticos com a Seraphine. - eu retruquei.

- Eu SABIA! - isso foi o Viktor.

- Nunca teve o que?!

- Viktor... - eu me sentei entre os dois e peguei as duas mãos do Viktor, mantendo um sorriso que, na minha cabeça era amigável, mas no reflexo dos olhos do Viktor me fazia parecer uma maníaca. - Meu lindo, meu adorado, meu perfeito, doce da minha vida, luz da minha manhã...

- Se meu carro amanhecer com um arranhão eu já vou saber quem foi, Lynette. - ele respondeu sorrindo do mesmo jeito maníaco que eu.

- Antes de me acusar... - de uma coisa que eu com certeza faria, acabar com o carro dele, de novo. - Você se importaria de me explicar por que o... - maldito. - … Grupo Chevalier está financiando um Festival de Música em Sweet Amoris?

- Oh, é sobre isso que você veio saber, professora Lynn? - eu vou jogar esse desgraçado na frente de um ônibus. - Bem, o grupo Chevalier decidiu que seria interessante testar outro evento em Sweet Amoris, já que o Festival de Artes fez tanto sucesso, mas nunca englobou a música.

Eu gritei internamente e depois mordi meu punho para não socar aquele idiota e acabar sendo presa pelo policial que fazia ronda ali perto naquele período da tarde.

- O grupo decidiu?!

- Isso mesmo. - tive de fechar meus olhos e contar até 89.

- Então por que, meu lindo, adorado, amado, admirado...

- Cara, ela vai te fazer engolir essa xícara. - o Castiel falou.

- Não com o policial ali atrás. - ele apontou para o tal agente da lei com o rosto.

- Por que, porras, seu nome está nessa desgraça?! - minha voz saiu um tom mais agudo. - Você não tinha sido deserdado?!

Ele estalou a língua antes de responder, deu um sorrisinho, e encostou as costas na cadeira, tudo isso numa calma que quase, literalmente, me fez enfiar a xícara pela garganta dele.

- Como eu estava dizendo para o nosso amigo aqui. - “nosso” amigo é o caralho. - Lembra daquele dia em que ele foi assumir a paternidade da Colette?

- Eu vou quebrar todos os seus dentes e você vai se sentir tão culpado que vai pagar minha fiança na cadeia. - eu disse massageando minhas têmporas.

- Bem, se você bem se lembra, naquele dia eu tinha um compromisso com meu pai.

- Ah, me foda. - eu joguei a cabeça pra trás e tampei meu rosto com minhas mãos. Desgraça, por que tudo, todos os mínimos detalhes, tem que convenientemente se encaixar na fanfic de merda que, ainda, era minha vida? - Deixa eu adivinhar...

- Meu pai me cedeu o comando do grupo. - ele me interrompeu, o sorriso dele seria visto da muralha da China. - Pelo menos de parte dele, ele quer me testar...

- Então ele vai te ceder todo o dinheiro? - o Castiel perguntou.

- Vamos ver isso depois da parte “testar”. - ele deu de ombros. - Não que importa muito, por agora.

Fase do frenesi homicida e sanguinário completo, entrando na etapa da chantagem emocional rancorosa em três, dois, um...

- Por que você faz isso comigo? - eu disse para o maníaco sequestrador. - O que eu te fiz nessa vida?

- Escolheu esse idiota aí, para começo de conversa. - o senhor Viktor nunca tinha vergonha na cara para ser delicado em se tratando daquilo.

- Você deveria ter previsto isso antes de noivar com outra garota. - a resposta foi automática.

- Quem, nessa terra linda e verde de Deus, adivinharia que, dentre o representante e o badboy clichê... - “hei” vindo do Castiel. - Você o escolheria o badboy?! Você, a maior odiadora de badboys de Sweet Amoris?! - palhaço.

- Isso não vai ser o suficiente para me enfiar nisso. - eu falei para o Viktor.

- Não sei do que você está falando. - ele terminou o café.

- Eu não vou nem me dar o trabalho de tentar entender o que vocês estão falando. - o Castiel deu um gole no café dele.

Suspirei vencida e me levantei.

- Aposto que você não anda se dando ao trabalho de fazer muita coisa. - eu resmunguei pegando o bloco de papel bruscamente.

- Do que você está falando?! - o tom dele já estava ajustado para a briga, ele tinha aprendido aquilo rápido nos últimos quatro anos.

- Eu não vou fazer parte disso. - me virei para o Viktor, sabendo que ignorar o Castiel iria irritá-lo mais ainda.

- Vai sim, o senhor Boris e o professor Faraize não podem fazer parte dessa organização. - o riquinho me respondeu num tom vitorioso. - É um evento teste, não queremos adulterar o resultado com gestões já tradicionais.

De novo, eu massageei minhas têmporas.

- Eu vou fazer todo mundo pensar que estou desviando dinheiro do evento.

- Você vai perder o emprego. - o Viktor respondeu tranquilamente. - E não era esse o motivo primordial de você não querer participar?

Balancei a cabeça e olhei para o Castiel. Ele estava na posição mal-humorada, braços cruzados e cara fechada e emburrada por causa da alfinetada, mas ele me retribuiu o olhar. Pareceu que há anos eu não o encarava nos olhos, coisa que não era tão longe assim da verdade. O Viktor não tinha falado nada para ele, pude ver pela serenidade do Castiel naquela conversa, o princeso Chevalier provavelmente não queria arriscar a proximidade que ele tinha do Castiel tentando convencer ele de que a Debrah era maligna e iria arrancar-lhe o coração e a carreira, de novo, da última vez que alguém tentou avisá-lo diretamente... Bem, esse alguém fui eu e todo mundo sabe o que aconteceu.

Ah, senhor Castiel, o que diria ele se soubesse que, há dias atrás, eu estava me torturando, repensando toda a rota que levou ao nosso relacionamento? O que faria ele se soubesse que, até hoje, depois de dois anos o quanto aquela história ainda doía em mim?

Provavelmente nada. Eu era a única patética ali que ainda carregava rancor de um relacionamento que acabou há dois anos. Pelo menos era isso que a tranquilidade nos olhos do Castiel estava me passando.

Desviei o olhar do “vermelho e não ruivo” e encarei o Viktor.

- Não. - eu disse. - E ponto, Viktor, não me faça ficar raiva de você também.

Saí da presença dos dois antes que pudesse haver resposta.


Notas Finais


Alô, alô quero ouvir um AMÉM ODIN!

Entonces, neahn, não tem muito o que comentar, a Lynn evita a treta mas a treta vai de encontro com a Lynn, amanhã eu vou fazer o mesmo esquema de postar dois capítulos num dia por que, como fim de semana passado, não vou poder postar no domingo, entonces go go go go :3

Muito obrigada por ler :3


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