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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Dal Nuovo Mondo


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 18 - Dal Nuovo Mondo


"Xilitol é um adoçante natural encontrado nas fibras de muitos vegetais, incluindo milho, framboesa, ameixa, entre outros, e que também pode ser extraído de alguns tipos de cogumelo."

 

Caixas, caixas e mais caixas é a isso que ficou reduzida minha vida. Um curso de veterinária no exterior, certificado de fluência em três línguas, certificado em estudos de piano clássico, participação em três artigos científicos publicados em revistas renomadas de biologia e veterinária, mestrado de especialização em estudos comportamentais de mamíferos da fauna africana e foi aqui que eu vim parar: verificando rótulos em caixas, nesse mar marrom e feio que cheirava a papelão e miséria adulta.

Ah, pobre Lynn, meu coração chora por você...

Como dito e prometido, a bendita vinha três meses por semana para trabalhar nas apresentações que ela e a banda de merda dela fariam no festival. Que fique claro aqui que eu não julguei a banda dela de forma parcial, eu não odiei a banda por que odiava a Debrah, eu odiei a banda por que aquele pobre rascunho de música que não era nada além de uma pobre imitação de Yeah Yeah Yeahs depois de um naufrágio e um ataque de tubarão. De forma mais sucinta, a banda realmente era uma merda, mas a Debrah tinha culpa nisso, pela espionagem que eu fiz nos ensaios, ela vivia interrompendo as músicas por que queria que o solo dela se alongasse mais, ficava colocando a culpa nos outros membros e, sabe lá por que motivo, ela parecia querer gritar acima do som dos instrumentos, no lugar de deixar a voz fluir com eles.

Mas isso sou eu falando, não consegui ouvir dois ensaios sem ter vontade de arrancar meus ouvidos fora.

Falando em arrancar ouvidos fora...

- Bom dia, professora Lynn! - isso foi a Debrah me emboscando por trás enquanto eu indicava para os carregadores onde colocar as novas caixas de decoração.

- Vai se foder e some da minha vida. - eu disse de forma mecânica enquanto assinava o formulário de recebimento.

- Nossa, alguém anda muito mal-humorada! - ela esperou eu entregar a prancheta para o carregador e se virou junto comigo, como se eu quisesse andar ao lado dela, de volta para o ginásio. - Por que guardar rancor depois de todos esses anos, querida Lynn?

- Não sei, Debrah, deve ser pelo mesmo motivo de você se recusar a se vestir de acordo com sua idade. - toma essa na cara.

- Nossa, algumas pessoas realmente não conseguem deixar o passado para trás. - por que é que essa idiota estava me perseguindo? Eu não tinha drogas para vender.

- Você vai falar alguma coisa de útil, ou só vai ficar aí sendo uma ridícula malvestida? - eu me abaixei para checar a etiqueta das novas caixas.

- Quanta agressividade... - ela vai ver a agressividade quando eu a enfiar ela dentro de uma dessas caixas e chutar morro abaixo. - Eu só vim aqui para saber se você resolveu aquele probleminha...

- Que “probleminha”?

- Aquele de colocar os instrumentos da minha banda em um local mais arejado. - vou colocar eles no seu... - Eu sei que você não entende nada disso, mas instrumentos profissionais precisam de um manejo mais cuidadoso. - eu ainda estava abaixada, mas, mesmo assim, percebi o sorriso cínico dela. - Odiaria ter que falar com a diretora por causa de alguma negligência... - dito isso ela sugou alguma coisa por um canudo, e só agora eu percebi que ela estava com um copo de milk-shake na mão.

Ainda abaixada, eu olhei para ela, ela olhou para mim e sorriu, sorri de volta me levantei. Ela inclinou a cabeça para mim, ainda sorrindo e ainda sorrindo eu meti o tapa no copo de milk-shake e fiz aquela droga voar uns dois metros de distância da gente. A Debrah ficou tão abismada que o canudo ficou pendurado na boca dela uns dois segundos, foi até engraçado num sentido puramente cômico.

- O que diabos foi isso?! - ela estendeu os braços para ver se nenhum líquido caíra na roupa dela.

- Isso fui eu não dando a mínima para a suas ameaças. - eu ainda estava sorrindo que nem uma maluca.

- Você realmente baixou de nível, Lynn.

- Isso vindo de uma garota que roubou um prontuário ginecológico para fingir uma gravidez.

- Você só diz isso por que não consegue admitir que eu ganhei. - sorriso vitorioso.

- Se você tem tanta certeza assim, querida Debrah, então por que se dar ao trabalho de vir até aqui esfregar isso na minha cara?

- Eu quero fazer você sentir o gosto que eu senti depois que você arruinou minha vida. - agora o sorriso falso já tinha começado a quebrar. - E quero mostrar pra todos os idiotas dessa escola que você não é nada além de uma garotinha que pensou que me venceu. - agora ela me mostrou os dentes num sorriso meio maníaco meio ameaçador. - Mas eu sempre venço, Lynn querida, não importa quanto tempo passar.

Meu Deus, essa garota está pelo menos se ouvindo?

Céus, aquela situação, aquela criatura humana na minha frente, era tudo tão ridículo e tão idiota que eu simplesmente não resisti, soltei um risinho e estalei a língua enquanto olhava aquela imbecil de cima a baixo.

- Debrah, a única coisa que você conseguiu foi voltar para o mesmo lugar de seis anos atrás. - foi a minha vez de inclinar a cabeça de forma irônica. - O que você tirou de mim foi um garoto o mundo está cheio de garotos.

- Ah, é mesmo?

- É. - eu disse. - Eu viajei para o exterior, me formei, completei meu mestrado e vou realizar meu sonho no final do ano. - assumi a pose séria. - Você só veio aqui por causa de autoafirmação, você quer se convencer de que conseguiu alguma coisa de mim, quando na verdade você continua sendo uma cantora medíocre que ainda precisa do Castiel para avançar na própria carreira.

- Eu vou fazer você se arrepender de cada uma dessas palavras. - ela disse de forma lenta e ameaçadora.- Dessa vez você não vai conseguir me impedir, Lynn querida.

Exclamei de forma cansada e entediada, joguei minha cabeça para trás e puxei a respiração até o fundo da minha alma antes de soltar tudo de uma vez.

- Debrah, eu vou ser direta logo de uma vez. - disse. - Eu não dou a mínima para você ou para os seus problemas e, sabe Deus como, eu não dou a mínima para os instrumentos da sua banda e eu só não toquei fogo neles por que você e os outros três idiotas da sua banda já os castigam o suficiente toda vez que tocam uma música. - ela ergueu a sobrancelha numa expressão de incredulidade e ultraje. - Por mim você e aquele idiota podem dar as mãos e irem direto para o inferno.

- É mesmo?

- É. - apontei para mim mesma de forma dramática. - Eu segui com a minha vida, o que você faz ou deixa de fazer com aquele idiota é o menor dos meus problemas.

Huh, consegui o que eu queria. Como eu suspeitava, minha indiferença a irritou mais do que a minha suposta pose defensiva. Não me entenda mal, eu ainda estava hesitante em bater de frente com a Debrah de novo, e, mesmo depois daquele beijo, eu ainda tinha raiva do Castiel por me trocar por essa escrota, mas, nem que fosse por pura e simples pirraça, eu ainda estragaria o dia daquela idiota.

Foi uma tortura ficar sustentando o olhar com aquela escrota sendo que tudo o que eu queria era deixar meus olhos divagarem pela paisagem enquanto eu pensava num bebê elefante de três meses. Pelo que pareceu três horas ela ficou me encarando com aquele olhar desafiador e desconfiado, o mesmo que fez pra mim quando, seis anos atrás, abri o jogo pra ela dizendo que não acreditava nela merda nenhuma. Por fim a expressão foi relaxando até o sorriso falso e convencido tomar de volta o rosto da bendita.

- Isso é o que nós vamos ver, Lynn querida. - ela jogou o cabelo para trás, de um jeito muito parecido com a Ambre. - Isso é o que nós vamos ver... - e saiu rebolando do ginásio.

X

Para quem aí pensou que eu esqueci do beijo do Castiel e da cena do carro, não eu não esqueci, só estava evitando pensar naquilo. Evitando miseravelmente, diga-se de passagem.

Mas Lynn palhaça, não era você quem queria manter distância de tudo e de todos? Não era você quem ainda guardava uma quantidade monumental de ódio pelo Castiel? Como é que isso mudou com um beijo?

Aí é que está a questão, pessoa imaginária com quem eu mantenho um diálogo mental, não tinha mudado. Na noite em que ele me levou o Dragon, eu não armei um escarcéu, ou meti a mão na cara dele por que, sinceramente, eu fui pega de surpresa. Aquele momento, dentro daquele carro, foi resultado da bruxaria do Castiel, eu achei que ele estava preocupado demais, ou desmotivado demais com qualquer coisa, para tentar reviver toda aquela baixaria emocional, eu mesma estava cansada e distraída, por isso tinha sido tão fácil para ele me beijar, e para eu conseguir me vencer daquele jeito e me entregar tão facilmente.

Ou seja, aquele beijo foi uma situação atípica, não fazia parte dos meus planos e nenhum esforço seria demais evitando que acontecesse novamente.

Mas Lynn palhaça, seria tão ruim assim se você voltasse pra ele? Não é o fato de ele ter simplesmente te deixado que mais doeu em você?

Sim, é ruim sim, é péssimo na verdade. Sendo brutalmente sincera, eu ainda amava aquele idiota, se não fosse o caso essa história toda não doeria tanto em mim, e, mesmo que meu coração se agite de forma alegre quando eu penso na possibilidade de voltarmos, minha mente me avisa que a ideia é horrível, que seria somente uma volta para as mesmas brigas e discussões e que cedo ou tarde aquela história da Debrah voltaria para me assombrar. A noite em que o Dragon foi internado não foi o caso, mas eu não queria que aquilo tudo voltasse para me alfinetar toda vez que eu olhava para o Castiel.

Enfim, senhor Castiel já estava muito bem informado sobre os hábitos da Lynn palhaça professora, graças ao maníaco sequestrador e a ditadora da moda, mas ele conhecia a palhaça por detrás da professora e, mesmo percebendo que eu o estava evitando, tentava, nas quantidades e frequências certas para não me irritar, estabelecer contato comigo. A boa notícia era que eu nem precisava ignorá-lo abertamente, a escola, aquele festival idiota e cuidar do Dragon já ocupavam todo o meu tempo disponível.

Dei o primeiro e o segundo horário de aula, o Erik quase me enlouqueceu com a quantidade de perguntas que ele fez, entramos no intervalo e, por um milagre divino e astrológico, nada de idiota aconteceu. Os alunos gostavam de assistir aos ensaios das bandas profissionais, as meninas, inclusive, quase morriam de tanto suspirar quando os batutinhas vinham ensaiar, e, mesmo que naquele dia fosse diferente já que o ensaio era da banda da Debrah, muitos dos demônios foram assistir do mesmo jeito. O que deixou os corredores e o pátio praticamente vazios.

O milk-shake da Debrah que eu derrubei mais cedo me deu vontade de tomar um, então saí da minha sala para comprar um na cafeteria ao lado da escola. Quando voltei, o milk-shake já estava na metade e o canudo ainda estava na minha boca, notei que havia um objeto novo e suspeito em cima da minha mesa. Como se eu fizesse parte de um esquadrão antibomba, me aproximei vagarosamente da mesa, olhando atentamente para os lados vigiando se ninguém pularia em cima de mim para me desmembrar.

O que havia em cima da minha mesa era um CD, se é que hoje em dia alguém ainda escuta CD, com uma fitinha vermelha sobre um papel de presentes preto. Com desconfiança eu desfiz o laço que prendia a fitinha e rasguei o papel, por mais que eu odiasse admitir, eu sorri quando vi qual era o CD. Ano de 1988, Mendelssohn / Dvorak, Sinfonia n.4 Italiana e Sinfonia n.9 Dal nuovo mondo, ou a Sinfonia do Novo Mundo, ambas conduzidas por Sergiu Celibidache, um dos meus favoritos. Eu procurei aquele CD durante anos, sempre quando eu o encontrava estava indisponível ou esgotado, eu até tinha comprado um rádio que ainda tocava cds, que era inútil, até o presente momento.

Coloquei o milk-shake em cima da mesa e, cuidadosamente, fiquei lendo a tracklist, mesmo já sabendo quando era e rindo que nem uma idiota.

- Eu sabia que você ia gostar. - PUTA QUE PARIU, morri, morri do coração já era. O susto foi tão grande que o CD quase caiu da minha mão.

- Meu Deus! - eu encarei o Castiel com a mão na altura do coração. - O Viktor te ensinou a ficar emboscando os outros é?

- Você é quem anda distraída. - irônico, já que eu estava tentando ser justamente o contrário.

- Hoje não é dia de ensaio da sua banda. - coloquei o CD em cima da mesa.

- Eu sei. - ele se encostou no batente da porta. - Só queria ver sua cara quando você abrisse o presente.

Ah, olha só que maravilha.

- Isso aqui é obra sua? - apontei para o CD, fazia sentido nas atuais circunstâncias, mas sinceramente eu pensei que foi o Viktor, ele gostava de dar presentes para as pessoas sem motivo nenhum. Uma das poucas coisas boas nele.

- É só um gesto de agradecimento, por você estar cuidando do Dragon, antes que você me acuse de qualquer coisa. - e eu ia acusar. - Eu sei que se eu te desse dinheiro você viria atrás de mim só para jogar tudo de volta na minha cara.

Corretíssimo.

- Muito obrigada, então. - peguei mais um pouco do milk-shake e tomei leves golinhos. - Você só veio aqui para me entregar isso?

- Foi. - ele cruzou os braços em posição de defesa.

- Só isso e nada mais?

O semblante do princeso ficou sério, mas ainda não estava mal-humorado.

- Fala logo o que você quer falar. - ele disse.

- Deus me livre. - eu mostrei as palmas em sinal de redenção. - Que Deus me proteja de eu causar uma briga aqui deixando o senhor desconfortável por causa de alguma merda que você fez no passado.

Agora ele fechou o rosto numa expressão sombria.

- Eu pensei que você tinha parado de jogar isso na minha cara. - ele trocou o peso de uma perna para outra. - Pensei que isso já tinha sido a muito tempo e não importava mais.

- Não importa até o momento em que você se aproveita de uma situação para me beijar. - merda, argumento fraco, ele nem precisa pensar para responder.

- Você me retribuiu até onde eu me lembro. - viu? Ah, eu estava ficando velha. - Você consegue parar de ser uma escrota por dois segundos?! - huh, descruzou os braços, aquilo estava ficando perigoso. - Eu vim aqui te ver, te agradecer...

O pior é que eu estava sendo escrota gratuitamente, mas eu já tinha ido longe demais para desistir sem demonstrar fraqueza.

- E com que propósito eu faria isso? - coloquei o milk-shake em cima da mesa numa lentidão escruciante. - Para que nós pudéssemos finalmente nos reaproximarmos, e aí voltarmos a estaca zero? Passar por todo aquele inferno de novo?

Ele pigarreou de forma irônica e balançou a cabeça.

- Eu realmente sou um idiota por vir até aqui. - ele me deu as costas na mesma hora que meu celular vibrou com uma mensagem, só por isso que eu não joguei o milk-shake na cabeça dele. - Você nunca vai largar esse seu orgulho e...

- Castiel... - eu o chamei fracamente, com meus olhos no celular.

- O que é?! - ele se virou de volta bruscamente pra mim, preparado para elevar o nível da briga, mas a expressão dele mudou num segundo quando ele viu a seriedade no meu rosto. - O que foi?!

- Os resultados chegaram. - eu disse, suspirei e olhei no meu relógio. - Eu preciso de uma carona, senão não volto a tempo...

Ele já tinha me puxado pelo pulso antes de eu terminar a frase, só deu tempo de enfiar o CD dentro da minha bolsa e sair com ela pendurada de qualquer jeito enquanto atravessávamos o pátio. Tenho certeza que, quando passamos na frente do ginásio, a Debrah me fuzilou com o olhar, não que fosse a primeira vez ou que eu me importasse, mas, por algum motivo, eu notei que ela estava com outro copo de milk-shake na mão.

X

- E então? O que é que ele tem? - o Castiel engoliu em seco. - É muito grave? Ele vai fica internado mais uns dias? Lynn, pelo amor de Deus, fala alguma coisa.

Eu não respondi por que estava ocupada lendo o que tinha dado no exame de sangue do Dragon. Tinha alguma coisa de estranho com aqueles exames, com isso eu quero dizer, com o que eles implicavam e não com exame em si. Pelo que os testes apontaram, o Dragon estava com um nível elevado de xilitol, um adoçante, no sangue. Era inofensivo para nós humanos, mas para cães aumentava absurdamente a produção de insulina, diminuía a quantidade de açúcar no sangue deles, o que causa os vômitos e devidamente explica o problema de fígado dele e os outros sintomas. Meu diagnóstico estava certo, mas a causa daquela doença que era suspeita, já que eu duvidava muito que o Castiel andava dando doces para o Dragon.

- Bem. - entreguei a prancheta para o assistente da doutora Beth e fui até o armário pegar o que eu ia precisar para colocar o Dragon no soro. - A boa notícia é que não é câncer... - Castiel suspirou aliviado. - Ele está desse jeito por que ingeriu alguma coisa tóxica.

- O que?

- Xilitol. - eu disse. - Se você tivesse demorado mais tempo para procurar um veterinário, o Dragon poderia ter tido uma falência hepática aguda. - introduzi a agulha de soro na pata direita do Dragon, o aprendiz entendeu o que eu queria antes mesmo de eu falar, aquele cara seria um bom veterinário.

- Como é que ele conseguiu comer isso?

- Você andou dando doces pra ele? - eu já sabia a resposta, mas eu tinha de perguntar.

- Eu não sou idiota, Lynn. - ele respondeu bruscamente. - Eu sei o que faz mal para o meu cachorro.

Eu estava concentrada demais em tratar o Dragon para dar uma resposta cretina para aquilo.

- E agora? - ele falou.

- Bem, agora nós vamos tentar eliminar o xilitol do sangue dele. - pendurei a bolsa de soro e vigiei o gotejamento. - O mais importante é manter ele vivo até que o fígado se regenere e volte ao normal, nós vamos ter de hidratá-lo, manter ele alimentado por sonda e vamos ter de medicar os sintomas.

- Tudo bem...

- Ele vai precisar ficar internado mais um tempo.

- Tá, sem problemas...

Terminei de escrever as medicações a serem ministradas, entreguei novamente a prancheta para o assistente, e olhei as horas no relógio, eu tinha cinco minutos para voltar para Sweet Amoris. E eu que pensava que ficaria entediada sendo professora.

- Eu te levo de volta. - ele disse depois de passar quase dois minutos se despedindo do Dragon. - Se você quiser, obviamente...

- Eu vou aceitar na verdade... - eu juntei minhas coisas olhando para o relógio. - Eu vou passar aqui para ver como ele está indo mais tarde... - disse para o assistente.

- Sim, doutora, quem estará aqui de plantão é a outra assistente.

- Vamos? - o Castiel me perguntou lançando um último olhar preocupado para aquele belo espécime de pastor beauce acometido por problemas hepático.

- Vamos.

Dessa vez ele foi esperto o suficiente para não tentar me beijar no carro.

X

Eu pensava que, em toda minha vida, não encontraria um motorista pior do que o Viktor, mas Cassy me provou errada nesse quesito. Ele parecia não ter noção nenhuma do que era uma faixa de redução, uma placa de “dê a preferência” ou, pela misericórdia dos deuses, o que um sinal vermelho indicava. Não me arrependi por nunca deixar ele dirigir quando morávamos na Austrália, no terceiro sinal vermelho que ele furou eu já tinha esgotado todas as minhas rezas para todos os deuses que eu conhecia.

- Como é que ele acabou desse jeito?

- Puta que pariu! - eu olhei para trás. - Aquilo era uma placa de “pare”!

- Qual é o nome do negócio que você falou?

- Aquela velha que você quase atropelou vai nos amaldiçoar... - eu já tinha de preparar os rituais de magia de defesa quando chegar em casa, a velha parecia aquelas bruxas de beira de estrada.

- Lynn, eu estou falando sério.

- A velha também. - eu olhei para trás e até agora ela estava com o braço levantado e rogando pragas. - Mas respondendo sua pergunta, xilitol é um adoçante, se encontra isso em bolo, refrigerante...

- É, mas mesmo assim, como é que foi que ele conseguiu comer uma coisa dessas?

- As vezes ele pegou alguma coisa escondido de cima da sua mesa.

- Duvido muito que seja isso, eu mal tenho comido dentro de casa...

Agora vejam vocês como a mente é uma coisa maravilhosa, especialmente a mente da Lynn palhaça. Eu estava com sede e lembrei do milk-shake que deixei pela metade em cima da minha mesa na escola, lembrando daquele milk-shake eu lembrei do motivo que me levou a comprá-lo: fiquei com vontade depois que derrubei o da Debrah, logo em seguida lembrei que a Debrah andava bebendo bastante em copos que ela comprava na cafeteria perto da escola. Lógico que eu não podia ficar fazendo acusações, mas o ódio e a suspeita me invadiram mesmo assim.

- Castiel, eu vou te fazer uma pergunta e eu quero uma resposta sem que você tente me matar antes.

- Já vi que eu não vou gostar da pergunta.

- A Debrah anda indo na sua casa? - ele ficou tão perturbado com a pergunta, acho que em verdade mais com a resposta, que furou outro sinal vermelho. Vou morrer dentro desse carro.

- O que isso tem a ver com a situação toda?

- Só me responde, prometo que não vou brigar por isso. - não com ele pelo menos.

- Não entendi o que isso tem a ver...

- RESPONDE SEU IDIOTA! - eu gritei para assustá-lo, e deu certo, ele levou um susto com o meu tom mais alto e quase fez o carro subir numa calçada, quase matei alguém indiretamente com aquilo, mas...

- Tá bom! Tá bom! - ele disse endireitando o carro na pista. - Sim, ela tem ido lá em casa, mas isso foi só até umas três semanas atrás... - funcionou ele ficou tão assustado que esqueceu de divergir o assunto. Ham, os números batiam. - Mas o que isso tem a ver?! O Dragon gosta dela...

Ah, filha da puta.

- Lynn? - ele me chamou mas eu o ignorei. - Seu nariz está sangrando de novo. - estou tendo um aneurisma de tanto ódio, de novo.

Imagino que é fácil ganhar o afeto de um cachorro dando doce para ele.

Yep, isso bastou, eu poderia até me enganar fingindo que não me importava com o Castiel, mas aquilo já era baixaria demais. O Castiel era um idiota, mas ele pode se defender sozinho, um cachorro não. Foda-se a elegância e o bom-senso da vida adulta, foda-se se a Debrah jogava baixo, eu podia ser muito pior do que ela, e eu seria. Vou acabar com a vida daquela vagabunda envenenadora de animais, vou ensinar pra ela o que é fundo do poço e vou fazê-la se arrepender de ter pisado na minha escola de novo.


Notas Finais


Alô, alô graças aos Deuses '-'

Esse final de semana não teve capítulo duplo D: a fic já está começando a caminhar pros momentos decisivos, então não vejo necessidade de apressar as coisas. A boa notícia é que as situações de putar... Intimidade amorosa explícita estão próximas '-' fiquem ligados :3

Muito obrigada por ler :3


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