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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Menina Lobo


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 20 - Menina Lobo


Todos os dias em que havia ensaios, o Erik e a Amber iam até lá espionar a senhorita Debrah. Na verdade eles nem sabiam que estavam espionando ela, eu só mandei que eles fossem em todos os ensaios, inclui os da banda dos Batutinhas também, para manter um olho no Castiel, e me contassem tudo o que viram. Nas duas primeiras vezes os idiotinhas tentaram me enganar fingindo que foram nos ensaios, mas depois que eles viram que eu sou suprema e onisciente, pararam e começaram a relatar de verdade, depois de um tempo eles simplesmente iam para conseguir mais fofocas. Na maioria das vezes eles só voltavam dizendo sobre isso ou aquilo que as duas bandas trabalhavam para melhorar, volta e meia, quando os Batutinhas ensaiavam, eles me diziam partes de conversas que a Debrah tinha com o Castiel. Segundo meus dois pequenos espiões, na maioria das vezes envolvia palavras como “gravadora”, “agente” e etc.

Porém, hoje era diferente.

- Eles falaram de você, professora. - a Amber disse, sempre ansiosa para agradar. Ironicamente, ela não me chamava de “senhora”, como o Erik. - Pelo menos ela ficou falando um bom tempo, ele só ficou fumando a maior parte da conversa.

Estávamos nós três em sala de aula, sexta-feira, na hora do intervalo entre as aulas da manhã e as da tarde. Os dois estavam me ajudando a separar e grampear folhas para uma tarefa que eu passaria em sala para o primeiro ano.

Eu tive que segurar meu interesse naquela informação.

- Falaram, é?

- É, ela ficou dizendo coisas do tipo “esquece ela” e...

- Como eu estava falando. - a Amber o interrompeu de forma firme. - Ela perguntou se o motivo de ele não querer ir na outra gravadora com ele era por sua causa.

- Por minha causa?

- Ela te chamou de “menina lobo”. - o Erik falou. Ah, se aquilo foi para me insultar, não rolou, eu adorei o apelido.

- E o que ele respondeu?

- Nada. - a Amber prosseguiu. - Ela continuou dizendo que ele deveria desistir logo de você por que você só se importava consigo mesma, que talvez você até gostasse mais de animais do que dele e que você vai abandoná-lo na primeira oportunidade de um emprego legal... - aposto que a ridícula da Debrah não vê a hipocrisia dessas palavras.

- É mesmo?

- É. - a Amber ficou um pouco corada. - Ela também disse que... Sabia “cuidar” melhor dele e... Que eles estavam se “divertindo” tanto antes de você voltar...

Eu tive de me segurar para não ir atrás da bendita para grampear os olhos dela.

- Eu não gosto da banda dela, professora. - o Erik falou, separando as folhas. - E agora eu não gosto dela.

- Mas ele não parecia levar a conversa dela a sério, professora. - nossa, dois adolescentes tentando me consolar e elevar minha moral, eu realmente decaí muito desde a última vez que estive em Sweet Amoris. - E eu já notei que toda vez que ele vem ensaiar, ele fica te olhando passar e...

- Tudo bem, Amber. - eu disse. - Não importa o que ele falou.

- Ele quem? - PUTA MERDA, Castiel. Nós três demos um pulo quando ele entrou. O Erik e a Amber suspeitosamente se concentraram mais em suas tarefas.

- O que você está fazendo aqui? - eu disse deixando as duas espiãs demais na minha mesa cuidando do resto dos trabalho. - Você não deveria ficar perambulando dentro da escola.

- Você falou isso exatamente igual a Delaney me falava. - ele disse. - Eu acabei de receber uma mensagem, o Dragon já pode voltar pra casa. - a doutora Beth tinha assumido o tratamento depois de ter voltado de viagem.

- Isso é ótimo. - eu disse sinceramente contente.

- Pois é. - ele sorriu, aquele sorriso sincero que era raro nele. - Obrigado por toda a ajuda.

Acenei com a cabeça agradecendo pelo agradecimento dele.

- Posso te pedir outro favor? - engraçado como ele andava educado ultimamente.

- Poder você até pode. - troquei o peso de uma perna para outra. - Se eu vou fazer, já é outra história.

- Eu ainda tenho mais uma hora de ensaio. - ele falou. - E o Lysandre não vai me deixar sair para ir buscá-lo.

- Você quer que eu vá pegar o Dragon no veterinário?

- Isso mesmo. - ele sorriu de forma arrogante, sabendo muito bem que eu não resistiria a aquilo.

- Eu tenho aula hoje a tarde. - mentira.

- Não tem não, o Boris falou que você estava de folga hoje. - ele tirou as chaves do carro do bolso e me entregou. - A chave da minha casa está aí também.

- Castiel...

- Não tem outra pessoa para eu pedir isso Lynn. - ele disse. - O Lysandre precisa ensaiar e meus pais não estão na cidade. - é nisso do que dar ser antissocial. - E ele te conhece, não vai resistir e nem tentar te morder nem nada.

Como se depois de quatorze picadas de Mamba Negra eu fosse sequer sentir a mordida de um cachorro.

Olhei para os dois idiotinhas, eles estavam espionando a conversa, mas imediatamente voltaram a colocar toda a concentração do mundo nas folhas de papel, pude ver quando eles desviaram o olhar. Revirei meus olhos, suspirei e peguei as chaves, só para o aumento do sorriso arrogante do Castiel. Nem sei por que tentei, até parece que eu deixaria passar a chance de ter contato com um animal que não tentaria me matar. Não que se o Dragon tentasse me matar eu fosse perder a chance também.

X

Era interessante imaginar que o Castiel ainda morasse com os pais, mesmo tendo o próprio dinheiro agora. Eu ainda morava na casa dos meus pais por causa da Collette e para economizar dinheiro, mas o senhor rebelde sempre fez a linha de quem voaria para fora do ninho na primeira oportunidade que tivesse.

De toda forma, peguei o Dragon na clínica, a doutora Beth disse que a recuperação dele tinha sido ótima e que ele estava cheio de energia para gastar. Como eu estava de folga, e minha mãe estava cuidando da Collette, decidi que seria bom levar aquele bebezão para dar uma volta. Nós dois almoçamos no banco de uma praça, caminhamos pelas lojas e fomos para o parque, onde ficamos até minha energia começar a se esgotar e eu arrastar aquele garotão para dentro do carro do Castiel. Não que eu pudesse culpar o Dragon por não querer entrar no carro, cheirava a cigarro, cerveja e más decisões.

Quando chegamos até o castelo do princeso, o porteiro já sabia que eu estaria lá, por isso entramos sem problemas. Foi interessantíssimo subir vinte andares em um espaço apertado com um cachorro de quarenta quilos que não parava quieto. Assim que eu abri a porta, o Dragon saiu correndo para a sacada, para ver, através do nariz, se não havia nada de errado com a sua toca.

A quantidade de memórias que me acertaram na cara quando eu entrei naquele apartamento foi absurda. Noites de filmes, almoços, jogos de cartas na chuva, semanas anteriores a provas em que eu o obrigava a estudar ou a pelo menos me ver estudando... Até tentei me controlar, mas eu senti um carinho dolorido invadir meu coração. Joguei as chaves na mesa de canto que havia ao lado da porta e adentrei o apartamento com duas intenções, a primeira de colocar água e ração para o Dragon e depois beber um copo com água. Fiz a primeira, antes de deixar o Dragon comer chequei as pupilas dele, suas gengivas, suas orelhas e as patas dianteiras. Ele estava ótimo, aquele bebezão, nem parecia o cachorro abatido e doente que eu vi na mesa de exames semanas atrás.

- Eu sei que é difícil, garotão, mas você não pode aceitar doces de estranhos. - eu disse fazendo uma voz fofa. - Não pode, não pode... - falei acariciando ele no topo na cabeça.

Prendi-o na área externa e voltei para dentro com a intenção de ir até a cozinha, mas uma coisa na sala chamou minha atenção: um porta-retratos dourado cuja luz do sol fez refletir o brilho da moldura nos meus olhos. Quando me aproximei para ver o carinho dolorido foi embora completamente e a tristeza tomou conta do meu coração. Era uma foto minha, com dezessete anos, eu estava com o Khan ainda filhote no meu colo, nós dois estávamos na grama do parque que havia perto da minha casa. O Castiel tirou aquela foto minha sem eu perceber, ele conseguiu pegar o momento exato em que o Khan estava lambendo meu nariz e eu fechava os olhos para receber o carinho dele. O princeso mantinha a foto como tela de fundo no celular, depois que eu viajei para a Austrália ele mandou revelá-la, disse que gostava da espontaneidade.

Na hora eu nem me importei com o motivo de ele manter uma foto minha, mesmo tendo terminado comigo dois anos atrás, nem me importei com o fato de eu ainda estar na casa do Castiel ou com a minha intenção inicial ter sido simplesmente entrar e ficar só o tempo suficiente para colocar água e ração para o Dragon e matar minha sede. Eu acariciei a imagem do Khan pelo vidro do porta-retratos e dois segundos depois senti as lágrimas rolando pelo meu rosto. Há dois anos, quando a Collette nasceu, eu fiz um voto de que não choraria mais por causa do Castiel, já tinha derrubado lágrimas o suficiente por aquele idiota e até então eu mantive meu voto, mas o meu bebê merecia todas as lágrimas do mundo e por isso eu solucei e apertei o porta-retratos contra o meu peito, sentindo as desgraçadas rolarem calmamente pelo meu rosto.

Na veterinária câncer também é conhecido como neoplasia. Em cães chamamos o câncer de fígado de neoplasia hepática. A causa mais comum é que a neoplasia no fígado tenha vindo de um tumor que se originou na pele, nas mamas ou nos vasos sanguíneos, o último é chamado de hemangiossarcoma, sendo esses lugares os mais comuns de desenvolver câncer em cães. Porém, há, como nos seres humanos, um tipo de neoplasia hepática que se origina de tumores vindos do próprio fígado, esse tipo é mais raro e acomete menos de dois por cento dos cães que têm neoplasia. O Khan desenvolveu tumor primário, chamado de carcinoma hepatocelular, mas quando ele foi diagnosticado os pulmões e o baço dele já estavam comprometidos também.

Aquela doença maldita não tinha me tomado o Viktor, mas levou o animal que eu mais amei no mundo.

- Lynn?

Quando dei por mim o Castiel já estava na minha frente, não ouvi quando ele entrou ou quando se aproximou de mim. Rapidamente ele percebeu que eu estava com o porta-retratos encostado no peito. Ele fez menção de se aproximar mais, para me tocar, mas eu me afastei rápido e coloquei a foto no lugar em que estava.

- Ele está na sacada. - eu limpei as lágrimas e o Dragon, lá fora, latiu de felicidade para chamar a atenção do Castiel. - Ele está bem, mas você vai precisar dar esse remédio para ele duas vezes por dia... - abri minha bolsa procurando o remédio que a doutora me deu. - Para ajudar o fígado a se recuperar e...

Senti os braços do Castiel me envolvendo, ele rodeou meus ombros e me apertou com carinho, colocando uma mão sobre a minha cabeça e aproximando meu rosto de seu peito. Suspirei ouvindo seu coração batendo.

- Eu devia ter pensado nisso, sinto muito. - ele disse sem se afastar. - Eu sou um idiota por ter te pedido para trazer ele...

- Está tudo bem. - suspirei de novo. - É só que as vezes eu lembro dele e percebo que não chorei o suficiente.

- Você amava demais aquele cachorro.

- Eu amava. - me afastei um pouco dele, mas ele manteve as mãos sobre os meus ombros. - Mas isso é outra coisa que eu tive que engolir dois anos atrás e com a qual eu tenho que viver agora.

Ele tocou o meu rosto e acariciou minha bochecha delicadamente.

- Lynn...

- É engraçado como as coisas são. - eu estava divagando. - Em um momento da sua vida você pode ter tudo, faculdade, amigos, namorado, cachorro... Mas é só uma dessas coisas se perder e nada mais parece fazer sentido.

Abaixei meu rosto e continuei vivendo o meu próprio inferno, sem nem me importar com o toque do Castiel. Depois de alguns segundos eu senti as mãos dele inclinando meu rosto para cima e senti ele aproximando a boca da minha. Os lábios dele pressionando os meus provocaram um suspiro que eu soltei do fundo do meu coração.

- Obrigado por trazer o Dragon aqui... - ele se afastou e me beijou de novo. - Obrigado por cuidar tão bem dele...

- O que você está fazendo? - perguntei baixinho. - Eu não tenho forças pra meter a mão na sua cara... - eu ainda estava fraca por causa da tristeza.

- Então não faça isso... - ele diminuiu ainda mais a distância entre nossos corpos. - Me deixa te amar, Lynn...

Deixar? Como eu poderia fazer aquilo? As coisas entre nós dois eram explosivas demais. Num momento a gente estava berrando um com o outro para depois arrancarmos nossas roupas e nos agarrarmos em cima de um sofá, noutro momento estamos andando pela rua contentes e alegres para depois o Castiel começar a gritar comigo por causa de alguma sílaba que ele não gostou de me ouvir pronunciando. Eu não podia deixar aquilo, ele me beijaria, me abraçaria, faria com que nada mais no mundo importasse além de mim, e depois que tudo passasse, que nós dois acordássemos no dia seguinte, a vida continuaria sendo uma droga, e eu ainda teria que ir para a escola, olhar pra desgraçada da Debrah e saber que era ela quem ele estava beijando e abraçando até poucos dias atrás.

Aquilo me matava de dentro pra fora.

- Sabe de uma coisa? - eu me afastei dele, mas coloquei um sorriso amigável no rosto, ou pelo menos tentei. - Tem uma coisa que eu deveria ter te falado há algum tempo, mas meu orgulho absurdo não deixou.

Ele cruzou os braços quase que como uma resposta natural a ansiedade.

- O que é?

- É só que... - suspirei, fechei meus olhos um segundo, e voltei a encará-lo. - Eu te devo desculpas. - nossa, quase que meu intestino explodiu de ódio por finalmente falar aquilo pra ele.

- O que? - pelo tom dele, Cassy deve ter pensado que eu estava sendo irônica.

- É sério. - foi a primeira coisa que eu disse. - Você foi para a Austrália só para ficar comigo e... - outro suspiro. - E para ser sincera, houve horas que eu não apreciei isso direito...

- “Horas”? - Cassy respondeu irônico. Se segura Lynn... Pelo amor de Zeus...

- Enfim... - caralho, não é que eu consegui? - Eu sei que você não ficou bravo por causa do mestrado, mas por que sabia que os empregos malucos e a ausência continuariam... - o que de fato continuaram durante o meu tempo de mestrado.

- Lynn...

- Então, é, me desculpe por ter sido egoísta e por... Bem, ter sido uma namorada escrota. - dei de ombros.

Por alguns segundos o palhaço me encarou de um jeito que me irritou profundamente, daquela maneira desconfiada e analista, como se ele duvidasse da sinceridade das minhas palavras. Já era sofrimento demais que eu tenha admitido aquilo para mim mesma, falar aquilo para o Castiel, sendo eu pedindo desculpas depois de eu ter sido traída quase que me matava de ódio, mas eu não podia ser escrota daquele jeito. Adultos assumiam suas respectivas partes na culpa. De toda maneira, ele manteve o olhar desconfiado até, finalmente, perceber que eu estava falando sério, aí a postura relaxou, ele abaixou o olhar e soltou um suspiro, voltando a me encarar logo em seguida.

- Você não foi uma namorada escrota. - ele disse. - Digo, você sempre foi uma escrota... Mas... - foi a vez dele de dar de ombros. - Depois de um tempo analisando, eu percebi que teria feito o mesmo se eu estivesse no seu lugar...

Então essa merda de cena não serviu pra nada?

- É mesmo?

- É... - ele passou a mão pela nuca e deu um sorriso meio fraco. - Você tinha que se ver, Lynn, era como se tudo no mundo estivesse bem, você estava tão feliz que até me deixava feliz. - lembro disso não. - Claro que era uma droga acordar meia noite com alguém me falando que você foi, de novo, picada por uma cobra ou que um cavalo te mordeu e você estava no hospital... E era uma droga passar as férias olhando pro casal perfeição se agarrando enquanto você estava no meio do mar mergulhando com tubarões ou coisa parecida.

- Pelo menos você fazia companhia pro Viktor.

- O Viktor é um idiota, e você sabe disso. - nunca neguei. - Mas, no final das contas, era o seu sonho se realizando e você merecia poder curtir aquilo tudo...

- Quanto tempo você demorou fazendo esse discurso?

- Uns dois anos. - ele riu de forma irônica pra mim e colocou a mão no quadril. - E o seu discurso? Alguma veia no seu cérebro rompeu?

- Meu coração parou, mas ainda bem que ele é feito de pedra.

- Nós dois sabemos que não é. - ele se aproximou de mim de forma perigosa. - E tudo bem, Lynnette. - ÓDIO. - Eu te perdoo.

- Ah, é?

- É. - agora ele me mostrou aquele sorriso maligno e enfeitiçante de bruxo mestre das artes da sedução. - Você sabe que, no final do dia, eu não consigo resistir se você inclinar a cabeça e me der aquele sorriso que você sempre dava.

Senti meu coração de pedra querendo voltar a vida no meu peito.

- Castiel...

- Eu sei, Lynnette, eu sei. - ÓDIO. - Você não é o tipo de mulher que se conquista jogando de surpresa numa parede...

- Jesus, e que mulher se conquista jogando numa parede?

- Foi uma metáfora, Lynn.

- É, eu entendi, só estava brincando... - caralho, o Viktor está certo, eu sou muito tapada de vez em quando. Eu passava tanto tempo com o Erik que a burrice dele estava começando a me contaminar.

- Enfim, você não é desse jeito, e pra ser sincero isso é um saco pra mim. - ele colocou a mão na cintura e sorriu de um jeito indecente. - Porque eu gostava de te colocar contra uma parede...

- Então... Você vai chegar a algum lugar com isso aqui? Eu tenho uma vida pra cuidar.

Senti que ele se segurou para dar uma resposta cretina, tanto que até cruzou os braços e, olha só que surpresa, ficou me encarando do mesmo jeito que fazia quanto éramos adolescentes. Se aquilo me irritava com dezessete anos, imagine o efeito que tinha na minha taxa de ódio de hoje em dia. Quando eu já estava me preparando para ir embora ele abriu a boca novamente.

- Quer saber, Lynnette? - seis anos e esse desgraçado não aprendeu a não me chamar assim. - Eu estou te devendo uma coisa.

- É, eu sei, sua eterna gratidão.

- Não. - ele deu de ombros. - Apesar disso também, mas o que eu quero dizer é que eu nunca te levei para jantar.

Ergui minhas sobrancelhas e o encarei com o rosto inclinado. É verdade, em quatro anos de namoro nós até tentávamos planejar alguma coisa do tipo romântica clichê, como um jantar para comemorar aniversário ou coisa do tipo. Porém, sempre havia alguma coisa que dava errado, ou a gente perdia as reservas por que passamos o dia no chão do dormitório de um dos dois, ou porque nós esquecíamos, passávamos o dia no chão do dormitório de um dos dois, e só lembrávamos da reserva depois que a pizza chegava. A verdade era que nós dois éramos do tipo que comia pizza na frente da televisão quando chegava o final de semana, e não saía pra jantar num restaurante caro.

- Isso é um convite, senhor Castiel?

- É. - ele respondeu. - E antes que você me acuse de qualquer coisa, pense nisso só como um jeito de eu te retribuir. - ele podia pagar uma prestação do meu carro se quisesse tanto assim me retribuir.

- Você sabe que é assim que acontece o sexo em todos as comédias românticas, né? - o sorriso dele foi tão indecente que eu quase soquei a cara dele.

- Eu sei. - ele mostrou as palmas das mãos num sinal de paz. - Mas eu prometo que não vai acontecer nada, a não ser que você tente me seduzir... - outro sorriso indecente. - Não que eu vá reclamar.

- É de bom senso que se você não quiser que nada aconteça entre você e uma pessoa, o melhor a se fazer é evitá-la.

- Ah, nossa, você realmente não confia em si mesma quando está perto de mim, não é Lynnette? - espero que eu não tenha corado que nem uma adolescente com aquilo, eu ficaria muito descreditada se eu corasse, mesmo que cada palavra do que ele disse fosse verdade e eu não admitindo aquilo nem sob tortura extrema.

- Quem está sendo o escroto agora? - eu perguntei irônica.

- Eu aprendi com os melhores. - provavelmente ele estava falando do Viktor também. - E então Lynnette?

Soltei uma exclamação exagerada e joguei minha cabeça para trás. Odeio como aquele tom de desafio na voz dele provocou meu orgulho, e odeio como meu coração estava batendo quase que a mil batimentos por segundo só por causa de um convite idiota. Seria muita babaquice minha recusar, claro que, bem no fundo, ele poderia ter segundas intenções com aquilo, mas, mesmo assim, eu realmente vi que ele queria demonstrar sua gratidão por eu ter salvo o cachorro dele. Se alguém pudesse ter salvo o Khan, eu teria dado cada pedaço da minha alma para essa pessoa.

- Você reserva o restaurante. - eu disse cruzando os braços. - Sábado que vem, tenho muitos trabalhos pra corrigir nesse.

- Tudo bem, princesa. - ele trocou o peso de uma perna pra outra. - Que horas eu devo ir te buscar?

- Nós nos encontramos lá, gatinho, não é um encontro romântico, não é?

- A não ser que você queira que seja. - bruxo.

- Não, está tudo bem. - eu disse irônica. - Agora eu acho melhor que você vá ver o seu cachorro, ele já destruiu todas as plantas do seu pai para chamar sua atenção.

A reação do Castiel ao ver o massacre das plantas na sacada dele foi levar a mão ao coração, soltar um suspiro meio agudo e falar “ah, puta merda”, a questão é que ele fez aquilo tão igual ao Viktor que eu até me assustei.

Alguém aí notou o tanto que Cassy e Viktor estão íntimos? Será que eu tenho que me preocupar com isso? Por que assustada eu já estou.


Notas Finais


Entonces... É, o ponto de ruptura já tá próximo e.e Brace yourselves..........

Obrigada por ler :3 (mais tarde eu respondo os comentários :3)


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