1. Spirit Fanfics >
  2. As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris >
  3. Bolero de Ravel

História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Bolero de Ravel


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


AVISO DE TRETA
TRETA ALERT
ALERTA DE TRIETA
ALERTE DE TRETÁ

Não me matem '-', por favor...

Capítulo 21 - Bolero de Ravel


"O pesquisador Lawrence Edwards concluiu que os brotos das árvores mudam ritmicamente de tamanho e forma em ciclos regulares durante todo o inverno, correlacionando o fato diretamente com os planetas e a lua."

 

O começo do final de semana foi tranquilo, ninguém apareceu bêbado na minha porta, para a minha alegria. Mamãe, Collette e eu fomos ao zoológico, minha irmãzinha ficou tão fascinada com as cobras que tivemos de arrancar ela de perto dos vidros de observação. Essa garota é minha irmã mesmo, não tem como negar, apesar de minha mãe me dizer que meu primeiro animal favorito foram os Canis lupus familiaris, mais conhecidos como cachorros. Vai entender, mas quem sou eu para julgar o gosto da minha irmãzinha por cobras? Eu já tinha sido picada, estrangulada, mordida, agredida, rejeitada e emocionalmente humilhada por mais de quinze espécies diferentes, e ainda assim eu as adorava.

De toda forma, a semana também foi tranquila, o casal de idiotinhas veio, me trouxe os relatórios, nada muito fora do comum além da Debrah se jogando pra cima do Castiel, e assim se seguiu a vida. Eu não contei do jantar do Castiel para ninguém, mas Cassy fez o favor de contar para o maníaco sequestrador que iríamos sair e contar uma coisa para o Viktor é a mesma coisa que postar um vídeo de alguém se fodendo no youtube, em segundos todo mundo já sabia.

Isso eu só falei para explicar a presença, não totalmente consentida, da Rosalya no meu quarto, revirando as minhas roupas, enquanto eu terminava de fazer meu imposto de renda. É, o verdadeiro significado de conteúdo adulto não é cenas explícitas de sexo, mas sim de prestação de carro, contas de luz, imposto de renda, miojo, ficar longe da mamãe e miséria. Ainda preferia isso a ser uma adolescente.

- Não acredito nisso! - ela disse. - O que você fez com aqueles vestidos lindos que nós compramos juntas?!

- Rosalya a última vez que fizemos compras foi há seis anos. - eu disse verificando minhas contas. - E como é que você conseguiu entrar na minha casa?

- Não mude de assunto! - ela disse pegando minhas blusas como se fossem ataduras de um leproso. - O que aconteceu com as suas roupas normais?

- Fui me livrando delas. - dei de ombros, para o horror da Rosa. - É meio difícil agarrar um touro pelos chifres usando vestido. - e eu já tentei, acredite em mim.

- Isso não é desculpa, os toureiros enfrentam touros raivosos e eles continuam deslumbrantes em seus trajes típicos.

- É sério? Você está usando uma atrocidade como uma tourada para me convencer a usar mais vestidos?

- Você adora touradas. - ela disse mexendo no cabelo.

- Só aquelas em que o toureiro apanha. - eu só assistia as que eu tinha certeza que isso aconteceria, caso contrário eu chorava como uma garotinha. Eu adorava touros e adorava ver seres humanos se ferrando, era como um passatempo vergonhoso que eu tinha, claro que eu parava de rir caso o cara morresse, eu não era tão escrota assim.

- Olha só pra isso... - ela disse erguendo uma camisa diante dos olhos como se estivesse olhando para um lençol manchado com sangue de criancinhas. - Algumas meninas matariam para ter a sua cintura, e você ainda assim coloca isso no próprio corpo.

- Seus elogios me confundem, Rosa.

- Como é que você quer ir para um restaurante, encontrar o seu ex namorado com uma calça jeans e uma camiseta? - hoje era o dia do jantar, só para constar.

- O fato de eu ir jantar com ele já é ridículo o suficiente. - e até hoje eu não sabia por que aceitei, só sabia que me produzir como se ele fosse o Nathaniel Buzolic só acabaria com a minha reputação de fêmea dominante e fodona.

- Mas é exatamente por isso que você deve se vestir lindamente, para fazer ele se arrepender de ter te largado por causa daquela idiota. - gostava mais dessa lógica.

- Nah, o Castiel já viu tudo que eu escondo por debaixo das roupas. - tudo mesmo.

- É, mas não custaria nada você fazer ele sentir... Saudades do que viu. - ah, ele já sentia pelo que meu sexto sentido de fêmea onisciente me dizia.

- Rosa, você está latindo para uma árvore que está tentando não cair na malha fina aqui.

- Pois essa árvore vai terminar o imposto de renda, vai vestir uma calça... - meu Deus, só agora percebi que eu estava sem calças. - E nós vamos comprar um vestido decente para a sociedade.

- O que?

- Isso mesmo, senhorita, e sem discussão. - ela jogou a mão de maneira desdenhosa e elegante. - O Viktor se veste maravilhosamente, por que você não aprendeu nada com ele?

- O Viktor tem um número de dez dígitos na conta, Rosalya, acho que ele nem sabe que vendem roupas num supermercado. - e eu só estava contando o dinheiro dele, que mamãe deixou para ele, a herança do grupo Chevalier era um número tão grande que chegava a ser indecente.

- Nossa, Lynn... Sem querer ofender, mas por que você escolheu o Castiel? - ela passou a mão no cabelo.

- Eu nunca soube responder isso, Rosalya. - tenho impressão de que foi só uma vez, há dez milhões de anos, mas não lembro a resposta.

- Enfim! - ela bateu palmas para chamar minha atenção. - Vamos, rápido, senão você vai se atrasar. - eram dez horas da manhã, o jantar seria as 20:00, acho que a Rosalya pretendia fazer todo um intensivo de reciclagem para reviver meu guarda-roupa das cinzas da moda.

X

Às 20:05 eu estava estacionando o carro no restaurante. A Rosalya queria por que queria que eu escolhesse um vestido sexy, provocante e luxurioso com um leve toque moderno e independente que atendesse às necessidades de uma mulher bem-sucedida e autoconfiante como eu. Eu disse que não, que eu não tinha que provar nada para aquele escroto e que o vestido podia ser bonito, mas jamais provocante. Por fim, decidimos pelo meio termo entre beleza e sensualidade, um vestido preto, de mangas nos cotovelos, com a saia em forma de “A” e o decote em forma de “V”. Uma meia-calça preta adicionada, mais um salto alto e voilá, elegância em um all-black. Até mesmo por que a única coisa que eu pretendia deixar entrar em mim naquela noite era a comida.

Cheguei ao restaurante no centro da cidade, estacionei meu carro e entrei. Na recepção o maître conferiu o nome do Castiel, me levou até a mesa, uma virada para uma janela, e me trouxe água enquanto eu esperava pelo princeso. Por curiosidade, não era novidade nenhuma ele estar atrasado.

AH, solidão.

O restaurante era de um tipo elegante moderno, mas, ainda assim, havia uma leve sinfonia, música clássica preenchendo o ar por detrás das conversas e dos sons de talheres contra os pratos. Apoiei os cotovelos na mesa, meu rosto nas minhas mãos, e fechei os olhos tentando me concentrar na música. Um único movimento, dois compassos em ostinato, crescendo interminável, só podia ser o inconfundível Bolero de Ravel, lançado em 1928. Pela velocidade e o som do saxofone, quem estava conduzindo era André Rieu.

Respirei profundamente deixando a música tomar conta de mim. Não sei se o Castiel escolheu aquele restaurante por que tocavam música clássica no fundo, se foi só para me agradar ou se foi coincidência, só sei que aquele restaurante era meu novo favorito na cidade.

Enfim, achei justo pedir uma taça de vinho para acompanhar o Bolero, e também por que eu quase nunca bebia por que quase sempre estava na companhia do Viktor. O vinho veio, e acabou por se tornar uma companhia muito agradável junto com o Bolero e as luzes da cidade. O ambiente estava bem confortável e propício para se esquecer, nem que fosse só por alguns momentos, a quantidade de coisas idiotas que estavam acontecendo na minha vida: a escola, os alunos, o festival a Debrah...

O Castiel...

O que é que eu estava fazendo? Eu tinha voltado para a cidade para ficar com minha família, com a Collette, mas o que é que eu estava fazendo ali? O restaurante era agradável, a música era relaxante, mas eu não pertencia àquele lugar, a essa hora, na África ou na Austrália, eu estaria olhando para o céu do deserto, ou da savana, e me sentindo acolhida por ainda ter um lugar no mundo em que as estrelas e eu poderíamos ficar sozinhas. Nesses últimos dois anos foi essa solidão que me confortou. A Collette me fez ter forças, mas pensar no céu da África era o que me motivava a ir pra frente, nada parece importar quando a única coisa que tem entre o céu e a terra são as árvores e você, fazia a dor diminuir por um momento.

Volta-se à pergunta, o que eu estava fazendo ali? Mesmo que aquilo fosse só um jantar amigável, não ajudaria em nada a tornar aquela história passado definitivo. O caso do Dragon foi extremo, já que nunca na minha vida eu deixaria um cachorro sofrer por que quero distância do dono dele, mas continuar próxima daquele jeito, em situações como um jantar, por exemplo, só abria portas para mais drama, mais briga e tornava cada vez mais difícil a superação.

Pra mim né, por que o Castiel me encarava profundamente, me beijava e tinha seus raros momentos de carinho, mas, ainda assim, ele parecia muito bem confortável onde estava. Era como se ele só tentasse esporadicamente, se a reação era positiva ótimo, senão que seja. Não que eu quisesse que ele se esforçasse mais. Cassy era tão orgulhoso e idiota quanto eu, se ele tentasse mais e eu não correspondesse, nós acabaríamos brigando, o que pioraria as coisas.

- Senhorita? - quase morri de susto. - Caham, desculpa incomodá-la, eu só gostaria de saber se a senhorita tomaria outra taça. - que agonia desse abuso do futuro do pretérito no condicional.

- Claro. - ele recolheu minha taça e só então que eu percebi que o Bolero já tinha acabado, agora estávamos escutando a Valsa n.2 de Shostakovich.

O garçom se afastou e, quase que no mesmo segundo, meu celular vibrou. Eram 20:47, as divagações e o Bolero me distraíram da passagem do tempo, onde estava aquele desgraçado e por que, demônios, eu ainda estava ali que nem uma idiota?

Enfim, meu celular vibrou por causa de uma mensagem de texto, que por um acaso era do princeso. Não sei por que eu ainda abri, já estava pronta para terminar a segunda taça de vinho e ir embora com ou sem ele chegando no restaurante ainda aquela noite. Talvez eu tenha lido a mensagem por que eu queria ver qual era a desculpa que o imbecil daria para um atraso de quase uma hora, sendo que ele tinha feito o convite.

O que dizia a mensagem: “Eu sei que você deve estar me odiando agora, mas tem como vir até a minha casa?”

A minha resposta: “Eu estou aqui a quase uma hora, vou pedir o prato mais caro do cardápio, vou tocar fogo, jogar na sua varanda e vai se foder”.

A resposta do princeso: “Me desculpa, tá legal? Mas é que tem alguma coisa de errado com o Dragon, ele tem vomitado o dia todo”.

O garçom trouxe a outra taça de vinho, que eu quase terminei no primeiro gole. Por alguns minutos eu fiquei encarando a tela do celular pensando se eu iria ou se o mandaria procurar um veterinário da cidade. O Castiel não era babaca naquele ponto, de me convidar e demorar uma hora para aparecer só por que ele quis. Duvido também que ele só estava fazendo aquilo para me fazer ir até a casa dele e lá me pegar numa armadilha e me profanar a noite toda, o Castiel não era o tipo de jovem que se considerava necessitado desse tipo de tática de abusador sexual. Além do mais, se o Dragon tinha voltado a vomitar, o que era estranho, mas não incomum, isso queria dizer que o problema no fígado dele poderia ter piorado, ou poderia ser sintoma de outra doença, muito provavelmente era nada, já que o Castiel deveria ser um papai neurótico com o bebê dele.

Soltei um suspiro, tomei minha taça de vinho, me levantei, fui até o caixa, paguei pelas duas taças e fui embora.

X

Lá fui eu, dirigindo até a parte sul da cidade quando na verdade eu deveria estar me empanturrando de bolo de chocolate belga de sobremesa. E eu digo isso sem conotações sexuais, não como desde três horas da tarde, eu mataria alguém por um bolo de chocolate.

Saí do elevador pensando nisso, pensando que faria o Castiel me pagar um bolo de chocolate por demorar quase uma hora para me dizer que o cachorro dele estava doente de novo... Uma hora...

Puta merda, uma hora?! O Castiel era retardado, mas ele não demoraria uma hora para me falar uma coisa daquelas, conhecendo bem aquela criatura me ligaria assim que visse o Dragon piscando mais do que devia, ou suspirando de um jeito estranho, por que ele demoraria uma hora para me falar que o cachorro dele passou o dia vomitando?

Ah merda, eu só percebi que tinha alguma coisa de errado quando eu já tinha tocado a campainha, tarde demais para correr.

- Boa noite, professora... - pelo amor de Odin. - Nossa você está linda, hein?

Ah, minha doce e amada Kuan Yin, deusa da misericórdia, do perdão e da compaixão, ah, grande deusa da Ásia Oriental, pelo seu amor, não me dê forças, senão eu vou matar essa bendita criatura na minha frente, vou acabar sendo presa, e minha irmãzinha vai crescer sem ter alguém foda para se inspirar e os elefantinhos no Quênia ficarão desamparados sem meu amor.

Eu tive de morder meu punho contar até oitenta e sete entoando todos os mantras de relaxamento que eu conhecia. A Debrah me observou tudo com a mão na cintura e um sorriso maligno e vitorioso. Ela não estava vestindo nada além daquela camiseta vermelha, e velha, do Castiel da banda “Winged Skulls”.

Huh, meu coração... Ah, minha doce e amada bomba de sangue que leva a vida por todo o meu corpo, não se encha de ódio, senão eu vou arrancar a bomba de sangue dessa desgraçada.

- Sério mesmo? - eu falei. - Você não podia só me mandar uma foto e me poupar a gasolina que gastei?

- Queria ver a sua cara. - o sorriso dela só aumentou. - Gostaria de ter observado você esperando esse tempo todo no restaurante, se perguntando onde ele estava, por que ele estava demorando...

- Ah, você adoraria, eu fiquei linda sentada perto da janela com as luzes da cidade me iluminando.

- Seu nariz está sangrando, querida. - gostaria de entender por que aquilo estava acontecendo, provavelmente eu realmente estava com um aneurisma. - Jeito estranho de reagir para alguém que não está nem aí pro Castiel.

Respiração tântrica para acalmar a raiva. Inspire, expire, inspire, expire...Ok, já chega de palhaçada.

- Onde está o gatinho? - acho que foi a única vez na minha vida que falei o nome de um animal com raiva.

- Dormindo. - ela remexeu no cabelo. - Ele está muito cansado... - Debrah, Debrah, Debrah. - Acho que ele não vai querer falar com você agora...

- Você não acha nem a diferença entre um Mi e um Dó. - respondi. - Mas eu não pretendo vê-lo, só seja um amor e mande um recado pra ele, sim?

- Claro, Lynn querida.

- Diga pra ele. - eu me aproximei bem perto dela. - Que o que eu te fiz seis anos atrás vai parecer brincadeira de criança depois que eu terminar com você desta vez.


Notas Finais


NÃO me matem, NÃO matem ninguém, NÃO me xinguem, não me odeiem, não desfavoritem a fic '-', eu avisei que ia ter treta '-' avisei a fic inteira e avisei em quatro línguas antes do capítulo (engraçado como alerta é uma palavra parecida em quase todas as línguas derivadas do latim) ENFIM acreditem em mim, esse capítulo me doeu demais, demais mesmo, eu por mim botava esses dois pra... NÉ, se amarem dentro do carro, no estacionamento do restaurante, mas.... MAS... tem que ter treta gente...

Sim gente, foi isso mesmo que vocês leram .-. perdão decepcionar quem estava com expectativas de que o Cassy seria a sobremesa da Lynn .-. mas é por que eu preciso da treta, preciso do ódio e do rancor, senão eu não consigo .-. e claro né, tem que ter o estopim, o gatilho pra deixar a Lynn maluca de vez '-'
Enfim, não se preocupem que vai dar tudo certo '-' tudo certo '-' tudo certo tudo vai dar certo certo tudo vai dar dar vai tudo certo....

Se for tranquilizar alguém vai ter putar... cenas intimamente carnais no próximo capítulo '-'

Obrigada por ler :3, e por não me matarem...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...