1. Spirit Fanfics >
  2. As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris >
  3. Annette

História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Annette


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


Esse capítulo pode machucar o coração de algumas pessoas '-'

Capítulo 37 - Annette


 O consierge do restaurante nem teve tempo de me cumprimentar. Eu passei na frente de todo mundo na fila e fui direto em direção ao reflexo vermelho sentado em uma mesa perto da janela, quase derrubei um garçom carregando um bife do tamanho de um carro. Por alguma ironia do destino, o restaurante era o mesmo que Cassy tinha escolhido para o nosso “jantar”.

Falando em Cassy, ele estava sentado a mesa, com as costas soltas e as pernas cruzadas, usando o joelho para apoiar o cardápio, só faltava ele colocar as pernas em cima da mesa e dar um tapa nas nádegas de algum garçom para completar a alegoria de “foda demais para agir como gente em sociedade”.

- Perdão o atraso. – eu estava cinco minutos atrasada, mas para os meus padrões era como se fossem cinco décadas. – Minha mãe não estava em casa, e passei a manhã toda procurando por ela... – mentira, eu não me aguentei e fui até a escola checar se estava tudo bem.

 Para minha sorte, o Viktor contratou uma equipe de organização que mais parecia um grupo de operações do exército alemão da Segunda Guerra Mundial, eles eram tão metódicos e estritos que eu tive que provar que trabalhava lá umas três vezes e para quatro pessoas diferentes, como se eu estivesse sob suspeita de ser uma espiã russa. No entanto, isso significava que não havia risco nenhum da desgraçada da Debrah entrar na escola para tentar me ferrar roubando mais equipamento.

 - Eu cheguei há uns dois segundos. – ele falou recebendo o beijinho que dei em seu rosto e puxando a cadeira ao lado dele, sem se levantar.

- Ah, ótimo. - desenrolei o guardanapo sobre o meu colo e acenei para o garçom. – É cedo demais para vinho?

- O que?

- Pessac Léognan, 2012. – falei quando o garçom chegou.

- Esse vinho custa o mesmo que vinte caixas de cerveja.

- É, mas em compensação ele me deixa bêbada mais rápido. – encarei-o. – Não é culpa minha, foi a Seraphine quem me acostumou mal me dando só vinhos bons e caros.

- Ah, claro, a culpa é toda dela.

- CASSY! – alguém gritou do saguão do restaurante.

Ah, como eu senti falta disso.

Quando nós dois nos levantamos em direção da entrada, lá estavam eles, mamãe e papai, acenando alegremente para o bebê bad boy deles. Mamãe, obviamente, veio quase que correndo até o Castiel, e quase derrubou o mesmo garçom que quase foi a minha vítima. Cassy meio que se virou, não sei se inconscientemente ou de propósito, para colocar minha figura no campo de visão de mamãe e papai, e com isso os dois, os dois, progenitores do Castiel pararam nos encarando boquiabertos. Pelo visto o idiota não teve tempo, em um mês, de falar para os pais dele que nós tínhamos voltado.

Deve ter se passado um tempo constrangedor, por que nós fomos tirados da contemplação catatônica pelo garçom trazendo o vinho. Digo constrangedor por que nunca que o tempo que demorou entre eu me sentar e os pais do Castiel chegarem daria para deixar um vinho numa temperatura aceitável e se meu vinho não estivesse em uma temperatura adequada eu atiraria em todo mundo ali.

O que? Eu já vi a Seraphine fazer um cara chorar por ele ter pedido peixe com vinho tinto. Só Dionísio pode nos julgar.

Enfim, mamãe foi a primeira a se recuperar do choque.

- Lynn, querida, que saudades! – ela ergueu os braços e... – Por favor, me diga que vocês voltaram. – veio direto me abraçar. Cassy gostava de bancar o indiferentão para com o amor da mãe dele, mas a cara que ele fez quando ela me abraçou primeiro merecia ser imortalizada numa pintura.

- Sim, nós voltamos. – eu disse abraçando-a e ri quando mamãe se afastou.

- Ah, graças a Deus. – ela se virou para papai. – Eu te disse que eles voltariam.

Papai na mesma hora passou pelo Castiel e veio me abraçar.

- Graças a Deus. – a essa altura o Castiel já estava com a cara de “que porra é essa?!” – Por um momento pensamos que ele iria se casar com a loura por desespero.

- Hei! Eu estou bem, mãe, pai! – ele disse irônico.

- Ah querido, claro que você está. – os dois se sentaram a nossa frente. – Agora. – mamãe estava radiante como o sol. Não vou mentir, isso faz muito bem para o ego.

- Inacreditável. – o Castiel se sentou depois de passar alguns segundos encarando os pais dele daquele jeito taciturno característico de sua adolescência. – Depois você me diz que eu sou o desnaturado por não ligar nos domingos. – isso foi pra mim.

- Não é culpa minha se eu sou mais adorável.

- Ou se meus pais sempre quiseram uma menina. – ele resmungou.

- Meninas não passam os treze anos tomando banhos de vinte minutos. – papai também resmungou, mas todos nós ouvimos.  Mal sabe ele que até hoje Cassy toma banhos de vinte minutos, isso é até assustador de vez em quando.

- Então. – mamãe pegou minha mão. – Como foi que isso aconteceu? Há quanto tempo? Onde?

- Há um mês. – respondi.

- O “como” pode ser definido pelo fato de Lynn não conseguir resistir a mim. – Cassy falou.

- Ela conseguiu por dois anos, filho. – papai falou com os olhos no cardápio.

- Você é meu pai, lembra?

- Bem, digamos que a vida deu muitas voltas nesses dois anos. – eu falei olhando para o Castiel.

 A última frase deve ter ficado estranha por que, assim que terminei, minha mãe apareceu atrás de nós com a Collette no colo. Pelo menos foi isso o que a cara de surpresa exacerbada dos pais do Castiel denunciou.

- Olá meu amor! – minha mãe se abaixou para beijar o topo da minha cabeça, com isso a Collette pulou para o meu colo, mas apenas para se remexer até conseguir encarar o Castiel e tentar alcançar o cabelo dele. – Olá, Valerie, Jean-Louis, é ótimo ver vocês...

- Essa menina... – mamãe Valerie disse apontando para a Collette.

- Não é filha da Lynn. – o Castiel falou logo de uma vez. – E não é minha filha, caso isso não tenha ficado claro.

O vinho desceu doce pela minha garganta. Eles, depois de dois segundos, soltaram a respiração, mas não sei se foi de alívio ou de decepção.

- Ah, isso é tão injusto, Lucia. – mamãe Valerie falou. – Você tem duas meninas agora e eu tenho que viver com dois marmanjos que sequer abaixam a tampa da privada. – acho que isso responde o questionamento anterior.

- Eu só gostaria de ter tido a segunda quando eu ainda tinha fôlego para correr atrás dela no parque. – ah essa altura a Collette já tinha pulado para o colo do Castiel. – Mas acho que eu não aguentaria duas dessa aqui ao mesmo tempo. – ela falou isso apontando pra mim.

- Ninguém pode te culpar. – o Castiel falou desistindo de se esquivar da minha irmã e deixando que ela agarrasse o cabelo dele. Ah, ele vai se arrepender disso em quinze segundos.

 O garçom veio, recolheu nossos pedidos e cardápios, mamãe logo em seguida pegou o celular e conectou o Skype para que meu pai participasse daquele almoço em família. Estranho como essas três últimas palavras aqueceram meu coração.

- E... Conectado. – mamãe minha disse. – Oi querido!

- Então. – mamãe Valerie passou o olhar entre o Castiel e eu. – Qual é a ocasião?

- Bem... – Castiel segurou a minha mão por debaixo da mesa. – Nós...

- Tem uma coisa que nós gostaríamos de comunicar... – eu completei.

- Meu Deus, você está grávida! – mamãe Valerie exclamou para o restaurante inteiro ouvir.

- O que?! – papai Jean-Louis.

- O que?! – minha mamãe.

- O QUE?! – isso foi meu pai berrando do Skype. – COMO É QUE ISSO ACONTECEU?!

- Meu amor, você tem duas filhas, você sabe como. – minha mãe falou e pude escutar o coração do meu pai parando da minha cadeira.

- Ah, isso é uma notícia maravilhosa! – mamãe Valerie tagarelou. – Ah, nós podemos fazer todo um enxoval branco, por que serve tanto para meninos quanto para... – por que ela estava falando no plural?!

- Pelo amor de Deus, ela não está grávida. – Cassy falou. – As duas taças de vinho que ela tomou desde que você falou “grávida” não serviram de dica?!

- E daí? Eu não parei de beber quando soube que ia ter você. – isso explica muita coisa.

- Isso por que nós só descobrimos no sétimo mês.

- Eu não estou grávida. – falei depois de engolir a terceira taça.

- Então por que tem cinco marcas diferentes de testes de gravidez na sua bolsa? – só fui ver que minha mãe estava mexendo na minha bolsa quando os cinco testes de gravidez já estavam na mesa. Não sei se engasguei com vinho ou com o sangue da úlcera que rompeu meu estômago por causa daquele diálogo.

Ah sim, depois que eu passei na escola eu fui até uma farmácia e comprei cinco testes de gravidez. Esqueci de comentar isso?

E com isso Cassy cuspiu a água que estava bebendo na cara do pai dele.

- VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?! – céus, nós éramos a mesa mais barulhenta da cidade, a Collette quase caiu do colo do Castiel com o susto que levou.

- Eu não sei! Só sei que eu não sangro tem um mês! – falei isso enchendo a quarta taça.

- Lynnette largue esse vinho. – mamãe falou.

- Se a mãe do Castiel pode então eu também posso!

- Você quer ter um filho que nem o seu namorado? – touché.

- Eu estou bem aqui, caso ninguém tenha percebido.

- Ah meu querido, você sabe que não é nenhuma flor. – mamãe Valerie falou. – Uh! Se for uma menina o nome dela poderia ser Annette. – só para constar o pai do Castiel estava rindo tanto daquela situação que eu quase ria com ele, em contrapartida meu pai estava para ter um aneurisma via Skype.

- Aposto que ela nos faria chama-la de Anne, que nem a Lynn. – Cassy disse.

- Ah, nós vamos ter que colocar proteção nas janelas. – mamãe Valerie falou para papai Jean-Louis.

- Por que vocês estão falando como se eu estivesse grávida?!

- Por que eles iriam morar com vocês? – minha mãe ignorou completamente minha pergunta. – A nossa casa já é a prova de bebês e nós já temos tudo necessário.

- Ah Lucia, você já tem um bebê em casa.

- Mas não um que eu possa mimar sem me importar com as consequências.

- PAREM de falar como se fosse certeza que eu estou grávida!

- Já tem um mês, minha querida, você é veterinária, aceite os fatos. – ela olhou para a tela do celular. – Não faça essa cara, Philippe, pelo menos assim ela não vai para a África.

- Puta que pariu, eu nunca vi uma comida demorar tanto pra chegar. – resmunguei.

- Eu não acredito que você só me contou isso agora. – o Castiel falou.

-Castiel eu vou te matar e aí o pai do nosso filho vai ser o Viktor.

- Eu já tive um pesadelo assim.

- Viktor não é o seu amigo rico, Lynn? – papai Jean-Louis falou.

- MINHA FILHA PODERIA TER SE CASADO COM UM BILIONÁRIO! – meu pai gritou do celular.

- Você nunca gostou do Viktor, Philippe.

- Lógico que não, ele é um idiota.

- Viktor é um nome bonito para meninos. – mamãe Valerie falou.

- Eu prefiro levar um tiro na cara do que colocar o mesmo nome do ex rico da Lynn no meu filho.

 Por Gaia, não aguento mais essa conversa.

- Tá bem! – falei me levantando tão rápido que a cadeira atrás de mim quase caiu. – Eu não aguento mais essa merda. – tomei um dos testes de gravidez da minha mãe.

- O que você está fazendo? – Cassy perguntou, mas eu não respondi.

 Eu vou mijar na droga de um palito de plástico com um medidor de hormônios num restaurante, cujo simples sinal pode mudar minha vida inteira, que os deuses me protejam, ontem mesmo o Castiel e eu concordamos que não estávamos prontos para nos casar, imagine para ter um filho?

 Minha mãe e a mamãe Valerie me seguiram até o banheiro mesmo eu falando um milhão de vezes que queria ver o resultado sozinha. Nós ficamos as três olhando para o teste em cima da pia como se fossemos Neandertais olhando para o fogo. Imagine o quão ridículo é uma cena de três mulheres adultas encarando a droga de um palito sujo de urina, não é a toa que todas as mulheres que entravam nos olhavam como se fossemos retardadas.

- Acabei de notar que foi mais ou menos assim que eu descobri que teria o Cassy. – mamãe Valerie falou.

- Eu descobri que teria a Lynn depois de engordar dez quilos em uma semana.

- Ah meu Deus, eu vou ficar muito gorda.

- Engraçado como as coisas hoje em dia as coisas são mais rápidas. – mamãe Valerie disse. – Quando eu fiz o teste tive que ficar vinte minutos dentro de um banheiro químico.

É eu sei como é isso. A parte de ficar vinte minutos dentro de um banheiro químico. A parte de fazer um teste de gravidez dentro de um banheiro químico também.

 O meu celular apitou falando que se passaram cinco minutos. Nós paramos de divagar e olhamos para o palito e...

X

 - NÃO GRÁVIDA! – eu berrei que nem uma maluca para os homens e bati o palito na mesa com tanta força que uma taça de água caiu. A garrafa de vinho balançou, mas eu não a deixei cair, provavelmente por que bebi o maior gole de álcool da minha vida direto da boca um vinho que custava quinhentos dinheiros.

- Puta que pariu que bom. – Cassy se levantou derrubando a cadeira e me abraçou. Depois que nos soltamos ele me beijou com tanta força que quase não consegui respirar. – Se você já é maluca assim, imagine com hormônios de grávida.

 Eu o mataria.

- Não se preocupe querido, vocês ainda são jovens para terem uma gravidez não planejada. – mamãe Valerie disse se sentando.

- Ela não está grávida, Philippe. – isso foi minha mãe. – Querido, esse vinho era para abrirmos no nosso aniversário de casamento!

- Lynn!

Ah, meu Deus que dia maravilhoso. Dizem que a décima sexta vez em que você descobre que não está grávida é a mais especial.

Quando virei na direção do chamado, me deparei com uma herdeira bilionária deslumbrante correndo na minha direção com os braços abertos. A Seraphine continuava maravilhosa como sempre, no momento nem me importei com o porquê de ela estar lá, só abracei aquela desgraçada com vinho na mão. Nós pulamos abraçadas como adolescente que não se importavam nem um pouco com olhares de julgamento das pessoas ao redor.

Engraçado, eu sei por que estava feliz, mas não sei por que ela estava.

- Lynn! O Dake me aceitou de volta, nós vamos nos casar! – isso explica.

- Eu não estou grávida!

- Olha que maravilha, agora elas vão beber o restaurante inteiro. – Cassy falou.

E foi o que nós fizemos. Não sei como cheguei em casa, e nem quero saber por que tinha grama no meu cabelo e meu sutiã estava do avesso, só sei que acordei quase morrendo de dor de cabeça com o Castiel me dizendo que estava na hora de ir para Sweet Amoris.

Hora do show


Notas Finais


'-'....
Acho que não vou comentar nada '-', só deixar que os próximos capítulos respondam eventuais questões levantadas que possam ter surgido com este '-'

Muito obrigada por todo apoio e paciência, meu tempo de postagem tem sido bem irregular e eu me sinto incomodadissima por não conseguir responder todo mundo de um jeito decente D:, mas mesmo assim, por favor, eu carrego cada pessoa no coração :3 muito, muito obrigada pelos elogios e pelo carinho :3

E é claro, obrigada por ler :3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...