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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Falso Negativo


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


'-'

Capítulo 40 - Falso Negativo


 Quando o universo quer lhe pregar uma peça ele lhe apresenta uma coisa que chamamos de “falso negativo” ou então a via contrária “falso positivo”. Quando se faz um teste de gravidez de farmácia, aquele palito nada mais é do que um detector de hormônio. Quando uma mulher fica grávida ela começa a produzir um hormônio chamado HCG, gonadotrofina coriônica humana, que desde as primeiras semanas de gestação já pode ser detectado na urina. A questão é que, como todo detector, o teste tem como falhar ou ler errado, por isso no dia eu tinha comprado cinco, mas eu fiquei tão feliz com o resultado do primeiro que fiquei bêbada e acabei esquecendo tudo.

 Motivos para dar “falso positivo”: infecções urinárias ou tratamentos hormonais.

Motivos para dar “falso negativo”: o HCG sair diluído na urina por causa do consumo excessivo de líquidos, ou a gestação estar no início e a produção de hormônio não é o suficiente para ser detectada. Pela quantidade de álcool que eu tinha tomado antes de fazer o teste, mas o suposto tempo de suspeita...

 Claro que num exame hospitalar é muito mais preciso, e claro que o Viktor era um cretino, mas ele não faria aquilo de brincadeira só para me assustar... Faria? De qualquer forma ele conseguiu, me assustar, e assim fomos nós. Quando a primeira noite do festival terminou, me enfiei dentro de um consultório ginecológico e, com a ajuda da minha tia, consegui ser examinada na mesma noite. Os novos exames comprovaram...

Segue agora um pequeno apanhado das cenas do que aconteceu nos exames.

- PUTA QUE PARIU! – Lynn.

- PUTA QUE PARIU! – Cassy.

- Viu, Annette? É assim que seus pais ficaram quando descobriram que você iria nascer. – isso foi o Viktor apontando um celular pra gente enquanto a médica fazia um ultrassom. Como é que ele sabia daquele nome?

- QUE PORRAS ele está fazendo aqui?! – isso foi Cassy.

- Doutora, isso não é possível. – eu disse fazendo o possível para ficar quieta e não ferrar o exame. – Eu fiz um teste ontem e deu negativo.

- Bem, os testes portáteis não são completamente confiáveis. – com isso Cassy começou a andar de um lado para o outro no quarto. – Ainda é cedo para ver o embrião, mas está aqui, claramente, há um saco gestacional em seu útero.

- MEU DEUS! – eu exclamei quando vi a imagem no ultrassom. – MEU DEUS!

- O QUE?! O que?! – Cassy.

- PUTA QUE PARIU! – Lynn.

- PUTA QUE PARIU! – Cassy.

- Viktor por que PORRAS você não me falou isso antes?!

- Como assim ele não te “falou isso antes”? – isso foi a médica fazendo o justo questionamento sobre como um cara poderia saber que eu estava grávida antes de eu mesma. Esse tipo de coisa, o Viktor descobrir antes de mim que eu estou grávida, só acontece comigo...

- Para ser sincero... – ele deu um olhar suspeito para a médica. – Eu só “consegui” a informação umas duas horas atrás.

 O resto foi o Castiel e eu entrando em pânico e depois em negação, e o Viktor rindo da nossa cara e a exclamação insultante envolvendo as palavras “puta”, “que” e “pariu” num looping infinito.

 Pelo amor de todos os deuses, eu estava grávida. Minha gestação estava entrando na quarta semana. Um mês. Isso queria dizer que a criatura que agora nadava nas minhas entranhas tinha sido feita no dia em que eu e o pai dela voltamos, olha só que maravilha. Isso também queria dizer que eu passei um mês tomando anticoncepcional, bebendo, fumando e sendo picada por cobras estando grávida.

Grávida.

Pela Deusa-Mãe, eu, grávida.

Castiel, por um acaso, ficou tão chocado quanto eu. Depois ele riu da ironia de nós decidirmos não nos casar por não estarmos prontos, depois riu do fato de que teríamos um filho o que era, na escala, muito mais a frente do que um casamento. Depois ele riu de novo, depois ficou pensativo, depois surtou dizendo que seria um pai de merda, depois riu, até que por fim enfiei um sedativo no café dele e torci para que ele desmaiasse sem ter um ataque cardíaco.

 Eu nem preciso dizer que minha mente tinha virado uma batalha épica no nível de Senhor dos Anéis.

- Sabe de uma coisa, Lynn? – ele falou quando acordou no dia seguinte. – Nós vamos ficar bem.

Como eu não podia nem beber, nem fumar, nem usar cocaína, eu já estava no meu segundo pote de sorvete. Era o sorvete favorito do papai Jean-Louis, mas como eu estava gerando o neto dele no meu útero eu tinha o direito de consumo privilegiado. Por isso, cá estávamos nós dois na cama do Castiel, cinco horas da manhã, ele não comendo sorvete e eu comendo sorvete.

- É mesmo, Cassy? – terminei de lamber a colher. – Você tem ideia da quantidade de coisas imbecis que eu fiz enquanto essa criatura crescia dentro de mim? – peguei uma colherada do tamanho de uma bola de golfe. – E se eu fiz algum mal para ele ou ela?!

- Então que o universo seja justo e dê para o nosso filho a mesma resistência que você tem para venenos. – de fato. – Mas o que eu estou falando é...

- Ah, por Atena... – falei pegando no braço do Castiel. – Ele pode acabar sendo de aquário.

- E qual o problema nisso? – nenhum, caso a gente aceite bem um filho nerd que vai questionar tudo o que dissermos e se rebelar contra os paradigmas sociais e familiares sob os quais ele estará submetido.

- O Nathaniel é de aquário. – ele fechou a cara por alguns segundos e depois balançou a cabeça para afastar os pensamentos ruins.

- Então pelo menos ele vai ser inteligente. – isso foi um elogio indireto? – Lynn...

- Você está terminando um álbum novo, isso quer dizer que daqui a pouco você vai viajar e eu vou ficar grávida e sozinha em casa...

- Lynn...

- Ah meu Deus, eu estou grávida... – uma coisa veio a minha cabeça agora. – Isso explica meu sangramento nasal de ontem, mas não explica os anteriores...

- Lynn...

- E se eu tiver algum aneurisma sangrando no meu cérebro?! E se isso afetar a Annette?!

- Quando foi que a gente escolheu “Annette”? Lynn! – ele me pegou pelos ombros. – Pelo amor de Deus, vai ficar tudo bem!

- Castiel nós somos dois idiotas, essa criança deve ter sido o Pol Pot na vida passada para nascer nosso filho e pagar pelos pecados... – fiquei em silêncio. – Por Odin! Eu vou parir o Pol Pot!

- Sabe o que é irônico? Você sempre foi maluca, então agora eu não sei se essa conversa idiota é por causa dos hormônios ou é seu estado natural. – verdade inegável.

- Você fala isso porque não é você quem vai parir um genocida.

- Lynn... – ele colocou as duas mãos do lado do meu rosto. – Vai dar tudo certo...

- Como você sabe Castiel? – suspirei cansada. – Eu fui picada por uma cobra uma semana atrás... Eu estava fumando que nem uma vozinha de bingo e bebendo como uma alcoólatra e com uma alcoólatra há menos de doze horas e agora eu estou me entupindo de gordura industrializada...

- Nós vamos fazer todos os exames... – “nós”?! Era eu quem estava carregando o rebento dentro das minhas vísceras. – E vamos cuidar de tudo.

- É assustador quando você é a pessoa madura da conversa. – para se ver até onde eu cheguei, o Castiel, Cassy, era quem estava sendo a pessoa razoável e prudente da conversa.

- Nós vamos sobreviver a isso, Lynn.

 Por que esse idiota parecia tão tranquilo?! Claro que duas horas atrás ele estava enlouquecendo, mas por que agora ele estava calmo e ponderado?! Isso me assusta quase tanto quando o fato de eu estar dividindo meu corpo com outro ser vivo.

- Como é que você consegue estar calmo numa hora dessas?!

- Bem, você mesma disse que teria um filho não planejado comigo. – ele deu de ombros. – Pelo visto isso vai acontecer antes do que a gente esperava.

- Eu sei o que eu disse, mas não agora. – falei. – Era para esse filho não planejado vir depois, depois de já termos uma casa, depois de eu já estar estável em um emprego, depois de já termos quatro cachorros e ficarmos acomodados com a rotina.

- Você é mais esperta que isso Lynn, com os nossos amigos nós nunca cairíamos numa rotina. – não enquanto o maníaco sequestrador espião de prontuários estivesse entre nós.

- Por que você está tão calmo?! – minha voz já estava uns dez tons mais aguda. – Isso não é sua imaginação, não é uma história fictícia que você inventou só para me assustar! Eu realmente estou grávida!

- Eu sei... – ele respirou profundamente umas três vezes. – E isso me assusta pra caralho... Mas Lynn...

- Meu Deus, eu não acredito... – eu falei desviando para o nada. – Nós vamos ter um filho, Castiel, dessa vez é sério, não é como das outras quinze vezes que, no último minuto eu descobria que na verdade era o estresse ou, sei lá oque, que me atrasava...

- Eu sei Lynn, eu vi você fazendo xixi em cinco palitos diferentes duas horas atrás. – sim, o ultrassom não foi o suficiente, a Lynn palhaça aqui desafia, miseravelmente, até exames altamente conclusivos.

- Castiel, nós não temos estabilidade, nós somos dois idiotas e... Por Odin eu estou surtando de novo...

- E você pensou que algum dia nós ficaríamos entediados.

- Eu odeio crianças, seu idiota.

- Você se dá bem com sua irmã.

- Isso é porque ela é minha irmã. – eu falei. – Ela é minha família...

- Você sabe que “filhos” também é “família” né? – nossa, realmente, eu deveria estar com um aneurisma para precisar que o Castiel me lembrasse disso.

- Como eu sou a única surtando aqui?!

- Cara, eu também estou com medo. – ele falou sério. – Eu também estou assustado pra caralho, a diferença é que você surta e age que nem uma maluca quando está com medo. – isso é verdade.

- Você me entendeu. – suspirei e me encostei-me à cabeceira da cama. – Castiel, nós decidimos ontem que iriamos morar juntos.

 - Você está tão assustada assim, Lynn? – não, imagina, era só um ser humano crescendo dentro de mim. – Seria tão ruim assim nós termos a Annette? – agora ele estava usando o nome.

- A gente mal tem maturidade para conversar mais de cinco minutos sem um de nós dois começar a gritar.

- O que eu quero dizer é... – ele deu de ombros. – Nós estamos bem, entende? Eu vou lançar um álbum novo, você recebeu uma oferta de emprego... Não é como se a gente não tivesse perspectiva ou estivéssemos sem nenhum centavo... Não é tão desesperador assim.

- Não é só em relação a dinheiro. – até mesmo por que Cassy não era bilionário como o Viktor, mas ser o guitarrista de uma banda em ascensão era algo bem lucrativo. - Você tem ideia do tanto que uma criança coloca pressão em um relacionamento? – falei. – Meu pai disse que minha mãe quase o jogou por uma janela enquanto estava grávida e ela quase nos matou enquanto carregava a Collette.

- Isso explica muita coisa.

- E nós não vamos mais ter tanto tempo um para o outro no começo, não enquanto o Pol Pot precisar ser vigiado vinte e quatro horas por dia. – isso quer dizer: para sempre, por que com a minha inteligência e o gênio do Castiel essa criança estava destinada a feitos grande e, possivelmente, malignos.

- Não chame nosso filho de Pol Pot. – ele falou. – E talvez isso seja algo bom, já que a gente passa metade do nosso tempo tentando nos matar.

 Nossa não é que era verdade? Talvez uma distração massiva, como um bebê, realmente fosse a solução para que Cassy e eu parássemos de agir como um casal de imbecis.

- Ainda assim...

- Lynn, você é a pessoa mais forte e inteligente que eu conheço. – ele me abraçou e me fez apoiar a cabeça no peito dele. – Nós vamos conseguir.

- Castiel se nós não estamos prontos para a pressão de um casamento... – falei encarando-o. – Imagine a de um filho. – a diferença é que podíamos adiar um casamento, mas não um bebê... Não por meios ortodoxos pelo menos.

 Para quem deve ter se perguntado se esses “meios não ortodoxos” passaram pela minha cabeça, a resposta é: não. Provavelmente eu podia dizer o mesmo para o Cassy, nós entramos em pânico por que iriamos de fato ter um filho, ou seja, que aquela criatura viria ao mundo e isso já estava estabelecido. Engraçado, imagino o que isso queria dizer...

- E se nosso filho for um idiota? – me apertei a ele. – E se ele nos odiar e nós odiarmos ele ou ela? – lembrei de uma coisa agora. – Pelo amor de Alá, e se ele acabar aprendendo com o Viktor?!

- Aí nós estamos fodidos.

- Isso não é uma piada. – pausa. – Você pensou nisso? Que nós podemos fazer de tudo, e ainda assim nosso filho acabar sendo um ingrato estúpido ou um maníaco que sequestra as pessoas no aniversário delas? Ou pior ainda, se tornar uma pessoa horrível como aquelas que pensam que mulheres não deveriam trabalhar fora de casa e que imigrantes roubam empregos?

- Eu duvido muito que nosso filho seja qualquer uma dessas coisas... – ele me encarou. – Lynn, nós somos imbecis, mas não esse tipo de imbecil.

- Mas...

- Lynn, ele nem nasceu ainda. – Cassy deu de ombros. – Ela ou ele ainda é um pontinho dentro de você. – ele me beijou na testa. – Você está pensando demais, princesa.

- É claro que eu estou. – respondi imediatamente. – É do nosso bebê, literalmente, que nós estamos falando.

 Por alguns segundos Cassy me encarou com aquele belo par de olhos dele. Depois ele colocou a mão no meu rosto, beijou de leve meus lábios e sorriu para mim.

- Sabe de uma coisa? Não importa o que aconteça. – ele disse. – Se nós nos casarmos, se nosso filho virar astronauta ou um fedelho ingrato, ou se a gente se odiar e acabar se separando para sempre... – o sorriso dele teve um estranho efeito tranquilizador em mim. – Eu sempre vou te amar, não importa que a gente mude, o que eu sinto por você nunca vai mudar, e por isso eu vou te amar pra sempre. Escutou Lynnette? Eu sempre vou te amar, de um jeito ou de outro, sempre.

- Castiel...

- E eu sempre vou amar você. – ele disse se abaixando para falar com minha barriga, melhor, com o pontinho que estava lá crescendo a cada instante. – Mesmo que você se torne um escroto, mas eu duvido que isso aconteça, não com a mãe que você vai ter.

 Nossa, que ótimo, agora tinha água escorrendo pela minha cara. As pessoas jamais teriam medo de mim se soubessem que eu sou capaz de chorar.

X

 - Ah, isso é maravilhoso. – mamãe Valerie disse se sentando depois de nós sermos acomodados. – Nós deveríamos fazer isso sempre, Lucia.

 Pela segunda vez no mês, logo depois de a semana do festival ter acabado e sendo classificado como um sucesso – o Erik e a Amber ganharam na categoria acústica, não imagino como e acho que não tem nada a ver com o fato de eu estar grávida de um dos jurados – nós convidamos nossos pais para almoçar, de novo.

 Primeiro para comunicar a gravidez, segundo para comunicar a nossa mudança para a capital no fim do ano. Isso mesmo, nessa ordem.

- Por que você pediu a sobremesa antes da comida, Jean-Louis?

- Alguém andou comendo todo o meu sorvete. – ele lançou um olhar rancoroso para o Castiel. – E eu sei que a Lynn é intolerante a lactose.

- Não, ela não é. – minha mãe era uma delatora mesmo.

- Então por que ela me falou que era?

- Castiel... – me debrucei sobre ele enquanto Cassy tentava se defender do ataque de amor da Collette. – Assuma a culpa.

- Mas não fui eu.

- Indiretamente foi, foi você quem me deixou grávida.

- Ah, meu Deus.

- Então, Lynn, pronta para definitivamente se mudar? – mamãe Valeria mudou de assunto. – Ou será que sua mãe está devastada demais para essa conversa?

 Quando eu falei para os meus pais que eu iria me mudar para a casa do Castiel, peguei os dois conversando pelo telefone no dia seguinte medindo o tamanho do meu quarto e checando se caberia uma mesa de pôquer lá. Também vi umas mensagens da minha mãe doando meus móveis para a igreja.

 - Claro que eu vou sentir falta da minha princesa... – ela estava apertando a minha bochecha mais forte do que era preciso para demonstrar amor. – Mas nós já sabíamos que um dia ela iria crescer.

- É mesmo?

- Além do mais, de criança chorando por causa de Rei Leão, já basta a Collette.

- Como você consegue não chorar na hora que o Mufasa cai do penhasco?! – isso foi eu indagando como se minha mãe fosse um monstro.

- Talvez seja porque eu já o vi caindo duzentas e quarenta e sete vezes. – o número não é meramente ilustrativo.

O garçom veio, foi, a comida veio e assim a mesa ficou, parcialmente, silenciosa. Por mais que eu ainda estivesse em pânico por dividir meu corpo com outro ser vivo, era bom ver nossas famílias se dando bem, conversando e rindo das presepadas que Cassy e eu fazíamos quando éramos crianças. Também era bom ver o quanto minha irmãzinha adorava o Castiel, por alguma bruxaria maternal eu interpretava aquilo como um sinal de que nosso filho iria idolatrá-lo.

- Você não vai tomar vinho com esse bife, Lynn? – mamãe Valerie, como sempre muito observadora. – Você deveria, vai fazer maravilhas para o seu paladar.

 Eu e o Castiel nos olhamos e soltamos nossos talheres ao mesmo tempo.

- Então... Nós temos uma coisa para contar para vocês... – o Castiel disse terminando de limpar a boca.

- Era você quem estava comendo meu sorvete não é?

- Não é isso... – eu o encarei de um jeito assassino. – Sim, era eu, feliz?!

- Vou ficar feliz quando eu ver potes novos de sorvete.

- Pai!

- Meu amor, seu nariz está sangrando. – isso acontece quando se está no primeiro trimestre de gravidez, caso alguém aí não saiba. Peguei um lenço dentro da minha bolsa e cobri meu nariz. Novamente, a gravidez explicava os sangramentos recentes, mas não os que aconteciam enquanto eu estava morrendo de raiva da Debrah, talvez fosse sangue de ódio mesmo.

- O que nós estamos tentando dizer é que... – eu falei terminando de limpar o sangue.

- Nós vamos ter um filho. – Cassy falou logo de uma vez, quase enfiei meu garfo no olho dele. O engraçado é que eu até hoje me assustava escutando a noticia em voz alta.

- Não vocês não vão. – minha mãe disse tomando um gole do vinho dela. – Nós todos vimos o teste que a Lynn fez uma semana atrás, meu querido.

- Pois é, o teste estava errado. – o pai do meu filho respondeu. – A Lynn está grávida.

 Foi a pausa constrangedora e silenciosa mais constrangedora e silenciosa pela qual eu já passei na minha vida. O pai do Castiel até congelou, no encarando, enquanto levava um pedaço de brócolis até a boca.

- Isso é sério?

- Seríssimo.

- Sério, sério, sério, mesmo?! – minha mãe perguntou enquanto a mamãe do Castiel estapeava o papai do Castiel, como se o pobre homem não estivesse ali também para acabar de escutar que seria avô.

- É sério mãe.

- Você não está gorda. – nossa, é esse o primeiro comentário que mães fazem quando descobrem que as filhas estão grávidas?

- Eu estou de um mês, mãe.

- Então não tem chance desse filho ser do Viktor? – por que as pessoas pensam que eu tenho/tive um relacionamento carnal com o Viktor?

- NÃO! – o Castiel respondeu.

- Ah, caralho, eu estou grávida...

- Ah, meu amor, você vai conseguir... – mamãe disse pegando minha mão. – Só tome cuidado para sua filha não virar uma ingrata que some por dois meses na África e não dá notícias para ninguém. – eu acho, que senti um rancor aqui.

- Ah, mas essa noticia é maravilhosa! – mamãe Valerie disse, só não entendi se foi pela minha gravidez ou pelo fato de a criatura dentro de mim não dividir DNA com o Viktor... Graças aos deuses. – Ah, meus amores, vocês serão pais maravilhosos!

- Lynn você foi picada por uma cobra.

- Eu já fiz os primeiros exames, está tudo bem. – respondi.

- Ah, eu não acredito que nosso neto vai ser talentoso e inteligente. – mamãe Valerie disse divagando.

- Se ele não puder ser os dois, esperamos que seja pelo menos inteligente. – papai falou.

- Hei!

- É uma piada filho. – papai sorriu de forma radiante para nós dois. – Mas de fato, essa noticia é maravilhosa.

 Castiel meio que sorriu de volta para o pai de um jeito “sim, agora eu sou um homem macho” e papai sorriu confirmando “sim agora você é um homem macho”. Nunca vou entender essa língua secreta dos homens.

- Ah, meu bebê. – minha mãe me agarrou e me puxou de forma que ela me abraçasse com nós duas estando sentadas. – Eu não acredito que minha garotinha já vai ser mãe...

- Mãe você está encomendando móveis para decorar sua nova sala de jogos.

- LYNNETTE! – minha mãe deu um berro tão alto que até a minha irmãzinha parou de amassar o purê com as mãozinhas para pular de susto. – Como é que você vai ter essa criança numa reserva Áfricana?!

 Por que eu tive a impressão de que até as pessoas das mesas ao lado me olharam ao saber que eu, supostamente, teria um filho no meio da selva?

 - Bem, em relação a isso... – me afastei da minha mãe e passei o olhar para todos os outros adultos da mesa, os que já tiveram filhos.

- Você não vai não é? – mamãe Valerie me interrompeu, já tinha descoberto de quem Cassy puxou. – Não até a Annette ficar mais crescida não é?

- Mãe... – isso foi Cassy.

- Meu amor, bebês são frágeis, e na África tem cobras... – superapurado, mamãe Valerie, na África realmente tem cobras.

- Nós decidimos, antes de sabermos que eu estou grávida... – enfatizei bastante o “antes” para ninguém pensar que eu seria uma mãe que faria tudo por conta do filho... Qual é o problema dos outros pensarem isso? Minha Deusa eu sou uma idiota. – Que nós não vamos para a África.

- Não?! – os três perguntaram ao mesmo tempo.

- Não. – Cassy e eu respondemos em uníssono.

- Ah, meu amor! – minha mãe novamente quis me abraçar, mas dessa vez me desviei dela. – Ah, que noticia maravilhosa, acredite em mim, é o melhor para o seu filho e seu relacionamento e...

- A Lynn recebeu uma nova proposta de emprego.

- É mesmo?

- Nós vamos nos mudar para a capital.

- O QUE?! – isso foi a mãe do Castiel.

 Saímos os dois correndo ao mesmo tempo. Se alguém não tivesse ficado na mesa pensariam que estávamos correndo para não pagar a conta. Eu deveria ter explicado isso antes, mas, antes do almoço, Cassy e eu concordamos que a noticia que seria mais mal recebida seria a da mudança para a capital. Não por que era uma má decisão, mas sim porque os pais do Castiel provavelmente pensaram que nós iriamos morar com eles o resto da vida, e também porque eles odeia a capital.

 O engraçado é que a Collette ainda estava no colo do Castiel enquanto ele corria, só fomos perceber que, sem querer sequestramos minha irmã quando já estávamos dentro do carro. Tive uma visão do futuro em que o Castiel saia correndo de um restaurante carregando a Annette, ou o Pol Pot, de dentro de um restaurante.

  Ah, o dia foi engraçadíssimo.

Caralho eu estou grávida... Eu ainda tenho um baque toda vez que me lembro disso...


Notas Finais


Em relação a este capítulo:
Bueno, como eu disse em um comentário, foi de propósito mesmo que o primeiro teste da Lynn deu negativo. Eu queria uma gravidez, pra assim... Sei lá, simbolizar o crescimento deles, a vida adulta chegando, a treta já tinha acabado, os problemas de trabalho resolvidos e finalmente a vida avançava. A QUESTÃO É, eu queria que todo mundo ficasse surpreso e.e

Gente, todas as fics que eu li seguem uma ordem lógica: se conhecem- se odeiam- se amam- treta implantada- treta exterminada- gravidez. A minha também foi assim oô, se pararmos para pensar, mas eu queria surpreender, nem que fosse um pouquinho as pessoas em relação a gravidez da Lynn. ENTÃO SIM, fiz de propósito e não há arrependimentos... e.e...

Enfim, SIM, o casal ternura vai ter um filho. Quem acha que é menino? Quem acha que é menina?
Ah sim, alguém aí tem fics para me recomendar cujo paquera seja o Nath? Só pra eu ler mesmo, tô com saudades dele u.u

Enfim :3 cá está. Escrevi e saí correndo
Obrigada você por está lendo :3


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