1. Spirit Fanfics >
  2. As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris >
  3. Presos e idiotas, para sempre

História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Presos e idiotas, para sempre


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


esse capítulo tá ENORME

Capítulo 45 - Presos e idiotas, para sempre


 O Castiel e eu éramos um casal tão preguiçoso e tão sem romantismo que nós sempre nos esquecíamos de comprar presentes no Dia dos Namorados e dávamos sexo oral de presente um para o outro.

 Isso, logicamente, antes de termos a Annette, quando nós éramos jovens e podíamos fazer o que dava na telha quando queríamos. Agora com a nossa pequena amazona era difícil termos tempo um para o outro, especialmente um tempo romântico. Não me entenda mal, eu não me importo com a maioria das porcarias sentimentais que hollywood enfia por nossas gargantas para nos fazer acreditar que precisávamos de presentes caros, demonstrações fantasiosas de afeto e todo aquele lixo comercializado do capitalismo. O Castiel, bem, eu nem preciso dizer que ainda nasceria alguém menos romântico que ele, mas isso não era problema.

 Como eu disse, nenhum de nós dois se importava com isso, até termos um bebê, um que ocupa todo o nosso tempo e não conseguirmos passar um tempo sozinhos. Por isso, naquele dia dos namorados, os pais do Castiel vieram até nossa casa para cuidar da Annette e eles fizeram reservas para nós dois em um restaurante cinco estrelas e no quarto de um hotel de luxo no centro. É meio estranho que os pais do seu namorado planejem uma noite romântica por você.

 Enfim.

 Depois de sete anos e uma filha de oito meses, cá estávamos nós no nosso primeiro jantar romântico.

 - Engraçado que só depois desse tempo todo, nós estamos num jantar a dois. – o Castiel falou entregando o cardápio para o garçom.

- Mais engraçado ainda é seus pais nos incentivando a fazer sexo. – respondi.

- Eles devem estar com pressa para terem outro neto. – Cassy alcançou minha mão do outro lado da mesa e puxou para poder beijar meus dedos. – Você está linda, princesa.

 - Espere só até você me ver sem esse vestido. – falei.

- É mesmo?

- Sim senhor. – pausa. – Mas vamos esperar pelo menos até a comida chegar, senão vão ser sete anos sem nenhum jantar romântico.

- Você quem manda, princesa. – eu adorava quando ele dizia que sou eu quem manda na porra toda. – Por que é que eu estou com impressão de que acabei de sair de uma caverna?

- Bem, tecnicamente você só sai de casa para fazer compras ou levar a Annette para algum lugar. – falei.

- É meio estranho sair sem ela. – ele disse.

- Você sabe que vai viajar daqui duas semanas né? E que ela não vai?

- É eu sei. – ele soltou um muxoxo. – Nunca imaginei que seria tão difícil sair de casa...

- Nós duas vamos ficar bem, e você vai ficar ótimo. – falei observando minha água. – Vai ser saudável você sair um pouco de casa ou eu vou acabar te matando.

- Não é culpa minha se você não sabe como lavar uma louça.

- Castiel a intenção de comprar uma lavadora de louças é não ter mais que fazer isso manualmente.

- É, mas você tem ideia de como porcelana é delicada?! – Cassy, o Rei do Lar.

- Eu juro que vou furar seu olho com o garfo se o assunto não mudar agora.

- Nossa, que novidade, você ameaçando me matar por causa de uma coisa tosca.

- Se é “coisa tosca”, então porque essa conversa começou?!

- Primeira noite longe do bebê, não é? – isso foi um senhor idoso que chamou nossa atenção. O Castiel e eu tomamos um susto tão grande que nós dois pulamos em nossas cadeiras e soltamos um gritinho agudo de “iiich”.

 Engraçado, ele me lembra o vendedor que havia no mercado perto da minha casa... E o vendedor da praia... E o dono de uma barraca de churros que ficava ao lado do meu prédio de cirurgia na universidade... E o cara que me vendia café todas as manhãs na época da África...

- Como é que você sabe? – o Castiel perguntou.

- Depois de cinco filhos – dermilivre parir cinco crianças. -  E vinte e cinco anos de casado. – ele disse sorridente. – Nós aprendemos a ler algumas coisas de nós mesmos nos outros.

Isso é conveniente e assustador.

- E onde está a sua esposa? – perguntei.

- Ela morreu cinco anos atrás, desde então venho a esse restaurante, em memória a ela.

- Isso é triste pra caralho. – o Castiel e eu respondemos juntos.

- Não mais triste do que perder minha doce Julianna. – nossa, acabei de perceber que o Castiel e eu somos um poço de sensibilidade. – Mas ela se foi em paz e teve uma boa vida.

- Aposto que é porque o senhor nunca perturbou a cabeça dela por colocar porcelana na lava-louças.

- Ou então porque ela te escutava no lugar de ficar sendo uma namorada má e metida a sabe tudo.

- Jovens, jovens... – ele disse num tom calmo e apaziguador antes que eu pudesse erguer a faca e enfiá-la no coração do meu namorado. – Vocês dois estão nervosos por estarem longe do seu bebê, e por isso o estresse.

- Na verdade nós brigamos toda hora. – falei. Além do mais, um dia eu decidi que por uma manhã eu seria gentil com o Castiel e ele passou o dia todo me seguindo para saber se eu tinha um amante. Logo eu, que cresceu com um maníaco sequestrador que nem o Viktor.

- Se a Lynn for gentil comigo por mais de quinze minutos é provavelmente porque ela está me traindo. – não disse?

 O senhor deu uma risadinha.

- Dá para ver que vocês dois se amam muito. – ele disse. – Escutem o conselho de quem já brigou com a esposa por causa de porcelana...

- Viu Lynn?!

- ... E não briguem por causa disso. – o senhor olhou para o Castiel. – Sua esposa cometeu um errinho pequeno, você a ama menos por causa disso?

 Se ele não responder isso direito vou passar o resto da minha vida colocando a porcelana na lava-louças.

- Nós não somos casados. – yep aquela merda de lava-louça vai passar a noite inteira arranhando a porcelana chinesa da minha avó. Não me importo e minha avó também não, minha avozinha me entenderia se ela ainda estivesse entre nós.

- Como não rapaz? E o belo anel que você estava admirando enquanto ela estava no banheiro? – belo o que?

Belo o que...?

- Ah, ótimo, agora você estragou tudo. – o Castiel falou. – Valeu por essa, velho sábio.

- O QUE?!

MEU DEUS!

- MEU DEUS! – eu exclamei levando minha mão a boca imediatamente. – Você ia me pedir em casamento?!

- Lynn! Lynn... – ele se levantou e se ajoelhou do meu lado. – Eu juro que não é...

- Você está me confundindo Castiel!

- Eu comprei o anel, mas... – MEU DEUS! – Ah merda, não era pra ser isso...

- O que? – respirei fundo. – O QUE?!  Pra quem mais você compraria um anel?!

- Não é isso! – ele respirou. – Eu estava guardando para o seu aniversário! Nós iriamos ver A Flauta Mágica e depois observaríamos a chuva de asteroides na reserva...

- Meu Deus, Castiel! – me levantei e o peguei pelo rosto. – Você planejou isso tudo?

- Eu tive alguma ajuda com alguns detalhes... – dos meus pais, da Seraphine, do Viktor, da Rosalya e até mesmo do Nathaniel, como eu descobriria depois. – Mas esse cara estragou tudo e eu queria que fosse perfeito...

- Então por que você colocou o anel no seu bolso hoje?

- Eu não coloquei. – Cassy resmungou. – Mas isso com certeza é culpa dos meus pais.

Isso parece uma coisa que eles fariam...

X

- Day-o-o! – papai Jean-Louis dançando com a Annette no colo. – Day-o-o-o! Daylight coming and me wan go hoo-ome!

- Querido, nós temos um problema. – mamãe Valerie aparece na cozinha.

- Mas nós estamos dançando a música do BeetleJuice.

- Dane-se o BeetleJuice! – mamãe Valerie diz. – Minha aliança sumiu!

- Como assim sumiu?!

- Eu a tirei para fazer o jantar e coloquei na sua jaqueta. – mamãe Valerie explica. – E agora não está mais aqui!

- Essa jaqueta é do Castiel.

Silêncio constrangedor e agourento.

- Bem, com certeza nosso filho tem meio cérebro para perceber que ele saiu com a jaqueta de outra pessoa.

- Claro... Claro...

Silêncio constrangedor, agourento e incrédulo.

- Por favor, seja como a sua mãe. – papai Jean-Louis fala para Annette.

- Será que se nós falarmos o nome dele... – mamãe disse se referindo ao BeetleJuice. – Ele aparecerá?

- Hum... – olha para a Annette. – O que você acha, querida?

Annette bate as mãozinhas alegremente, ainda dançando Banana Boat.

X

Por que eu sinto que alguma coisa idiota está prestes a acontecer?

- Bem... – falei abraçando o Castiel. – Quem sou eu para arruinar seus planos? Prometo que vou fingir estar muito surpresa na hora.

Cassy me abraça de volta.

- Eu tenho a impressão de que ou você é muito boa em “fingir” princesa... – ele beijou minha testa. – Ou eu sou muito bom em outras coisas...

HÁ-HÁ, acho que  a essa altura do campeonato todos nós sabemos que ambas as coisas são verdadeiras.

 Sorri para aquele bad boy idiota que roubou meu coração para sempre.

- Eu amo você. – eu disse.

- Eu amo você também, princesa.

 Então ele me beijou e, por algum motivo, o restaurante inteiro aplaudiu isso.

- Por que eles estão aplaudindo?! – eu falei.

- Vocês não são muito silenciosos. – o garçom falou aparecendo do nada e nos assustando. – Posso anotar seus pedidos agora?

 Cassy e eu nos sentamos rapidamente.

- Claro. – falei. – Mas antes, traga a sua melhor garrafa de vinho para esse senhor ao lado e... – o garçom abriu espaço para onde eu estava acenando e nada além de uma mesa desocupada desapareceu. – Ué...

- Cadê o cara que estava aqui? – Cassy indagou também intrigado pela ausência repentina do velho.

- Não tinha nenhum senhor aqui. – o garçom falou. – Essa mesa está reservada para um casal de professoras que só vai chegar daqui meia hora.

MEU DEUS!

Isso só pode ter uma explicação plausível...

Nós fomos assombrados pelo fantasma do passado do Dia dos Namorados!

- Claro que tinha! – Cassy incrédulo insistiu. – Um cara que vem jantar aqui para honrar a memória da esposa e merda do tipo... – ah, Castiel, sempre um poeta.

- Todos nós conhecemos esse senhor. – o garçom disse. – Ele morreu há duas semanas. – tampei minha boca com as duas mãos.

- Mas... Como?! – o Castiel leigo continuou.

- Eu tenho certeza disso, senhor. – ele respondeu como se o Castiel fosse um retardado. – Ele dava ótimas gorjetas e nos fazia rir, todos nós sentimos falta dele.

 O garçom anotou nossos pedidos e foi embora. Cassy e eu ficamos nos encarando que nem dois idiotas por uns cinco minutos.

- Lynn... – ele começou depois de eras de silencio catatônico. – Você viu o cara não viu?!

- Castiel, nós falamos com ele! – eu disse. – Você acha que ele era...

- Um mago? – o que? – Tipo o Merlim e tudo mais?

O que? Desde quando o Castiel tinha a imagem fértil?

...

Desde quando o Castiel tem referências culturais sobre a história de cavalaria mais famosa do mundo ocidental?

- Tipo quem?

- O Merlim, Lynnette. – ele respondeu. – O guia espiritual do Rei Arthur, essas coisas...

Huh, alguém assistiu “A Espada Era a Lei”. Enfim, soltei uma exclamação ao refletir sobre um velho sábio e mitológico com as chances de ser o Merlim ter aparecido em nossas vidas para impedir que eu matasse o Castiel no dia dos Namorados.

- Gosto mais da sua versão. – falei.

- E tem outra versão? – bem o velho poderia ser um espirito maligno e infernal que subiu das profundezas do submundo em busca de almas idiotas e difamadoras do amor, como a minha e do Castiel, para arrastar até as entranhas da terra e torturar brutalmente por toda a eternidade.

 ... Realmente, eu prefiro que ele seja o Merlim, ainda mais porque parece que toda vez na minha vida que eu pisei em algum mercado eu via aquele homem. 

 A comida veio e nós começamos nossa refeição em silêncio, cada um com suas próprias conjecturas.

- Sabe. – isso foi o Castiel que, por algum milagre, começou o próximo assunto. – Durante a tarde só passa programas de mulherzinha.

- Se te dissessem que você passa o dia fazendo trabalho de mulherzinha porque fica em casa com o bebê o que você diria?

- Eu diria que “mulherzinhas” trabalham mais num dia do que 100 homens durante a vida inteira. – que orgulho do meu bad boy, mas ainda assim não gostei da classificação. – Enfim, outro dia eu e a Annie estávamos assistindo “Escola para Maridos”.

Isso ia ser ótimo.

- É mesmo? – falei colocando um pedaço do meu bife na boca.

- É meio triste ver que tem um monte de homem escroto por aí que não dá a mínima para mulher ou para os filhos arruinando o próprio casamento e depois achando um absurdo quando a mulher quer o divorcio.

- Aonde você quer chegar com isso?

Ele demorou séculos de reflexão antes de responder.

- Sabe, Lynn, eu não quero que você se sinta mal por minha causa. – ele disse e com isso eu já adivinhei sobre o que era aquele assunto.

- Castiel. – pousei meus talheres e toquei a mão dele. – Isso é sobre a sua viagem de novo?

- Lynn, eu sei que não é fácil cuidar da Annette, e dessa vez você vai estar trabalhando... – ele deu de ombros de forma meio encabulada. – Não quero que você sinta pressão demais...

- Castiel, você já cuida dela sozinho o dia todo. – respondi.

- Sim, mas eu descanso quando você chega. – ele retrucou. – Você não vai ter esse descanso porque vai ficar sozinha.

- Nós dois já sabíamos que você passaria períodos ausentes.

- É, mas a gente não sabia que teríamos uma filha. – Cassy falou. – E não é só por causa dela, e se alguma coisa acontecer com vocês duas enquanto eu estou fora? E se...

- Castiel... – eu o silenciei com um aceno. – Eu nunca pensei que esse dia chegaria, e nunca imaginei que estaríamos nessa posição, mas, me escute bem... – falei devagar. – Você está pensando demais.

 Por um tempo eu acho que ele não processou direito a frase. Por mais alguns momentos Cassy ficou me encarando como se não tivesse entendido completamente o que eu quis dizer colocando as palavras naquela ordem.

- Sério? Eu? Pensando demais? – balancei a cabeça em concordância. – Sério? Sério mesmo?

- Nós vamos ficar bem, eu juro. – sorri para passar confiança para ele. – Nossa família é perfeita do jeito que é...

- Sério, Lynn? – ele sorriu para mim, um curvar de lábios sincero e charmoso ao mesmo tempo, quase pulei por cima da mesa para agarrá-lo. – Você acha nossa família perfeita?

- Mas é claro seu besta. – falei apertando as mãos dele. – Eu amo você, lembra? Eu não vou pedir divórcio porque você tem que viajar para trabalhar. – até mesmo porque nós nem éramos casados.

Por um segundo ele ficou me encarando com aquele belo par de olhos prateador e jogando a bruxaria sedutora dele em mim.

- Eu também te amo, princesa.

- Além do mais se alguém entrar na nossa casa durante a noite eu atiro no desgraçado com a arma do criado-mudo.

- Como é que é?

- As chances podem ser diferentes, mas tudo o que pode acontecer com você enquanto você está em casa...

- Você tem uma arma no criado-mudo?!

- Fica calmo, eu vou escondê-la numa tábua falsa no piso quando a Annette começar a andar. – falei.

- Tem coldre?

- O que?

- Coldre, Lynnette, aquela merda que a Lara Croft usa nas coxas... – sinto o cheiro de indecência no ar.

- Nós podemos falar disso depois... – acariciando a mão e em seguida o antebraço do Castiel. – Mas por que você não pega no bolso esquerdo da sua jaqueta para descobrir o seu presente de dia dos Namorados?

Cassy me dá um sorriso malicioso, engraçado como o assunto mudou simplesmente com a perspectiva de eu poder me fantasiar de Lara Croft para aquele bad boy que por dentro ainda era um moleque adolescente. Eu estava casada com um pervertido. Então ele apalpou o bolso da jaqueta, remexeu a mão um pouco e tirou uma carteira de dentro. Pela cara que ele fez Cassy não esperava ver aquele objeto em especial.

- Ué. – ele abriu a carteira achada. Gente-ney, já chega de eventos sobrenaturais por hoje. – Ah sim...

- O que foi?

Ele deu uma risadinha antes de responder.

- Já entendi o que aconteceu. – ele me passou a carteira e, com o que eu vi, soltei uma exclamação. – Eu peguei a jaqueta do meu pai sem querer.

Eu soltei uma exclamação tão grande que acho que todo mundo olhou para nós de novo.

- O que foi Lynnette?

- Não grita comigo.

- Lá vem.

- ...Mas eu coloquei uma calcinha no seu bolso... E provavelmente seu pai a achou no seu lugar.

 Cassy cuspiu o vinho que ele estava bebendo na minha cara. Tive impressão de que todo mundo no restaurante segurou o riso ao mesmo tempo.

- Perdão pela intromissão. – isso foi o garçom aparecendo do nada ao meu lado. – Mas vocês realmente deveriam considerar conversar mais baixo.

- Você está sem calcinha?!

- Tudo bem, não conversem mais baixo então. – o garçom disse e olhou para o Castiel e depois para mim. – Suponho que agora os senhores queiram a conta?

Cassy tirou três notas de cem da carteira do pai dele e colocou contra a mesa.

- Não precisa. – ele me puxou pela mão e quase me pegou no colo para sairmos dali. – Se nós demorarmos mais aqui vai todo mundo escutar nós dois transando embaixo da mesa no lugar de outra coisa...

- Todo mundo escutou isso também, senhor...

Cassy me puxou pela mão e quase me carregou para fora do restaurante. Qualquer um que olhasse a pressa com a qual nós saímos pensaria que tínhamos roubado alguma coisa ou deixado a conta não paga. Enfim, assim o foi até chegarmos ao carro, no estacionamento em frente ao restaurante.

- Castiel para de correr! – falei me soltando dele enquanto o princeso alcançava as chaves. – Eu estou sem calcinha por debaixo desse vestido lembra?

- Não é minha culpa. – ele disse testando o alarme. – Você nunca faz esse tipo de coisa, eu tenho que aproveitar.

- Nunca faço o que?

- Ah, você sabe. – Cassy perdeu a paciência e enfiou logo a chave na tranca da porta. – Você vive me provocando, mas não nesse sentido...

 Soltei um risinho e passei meus braços em volta do ombro dele.

- Oh, meu pobre namorado negligenciado. – ele imediatamente me puxou pela cintura.

- É, acho que a gente não vai chegar até o hotel.

- Eu estou sem sutiã também.

 Mal terminei a frase e o Castiel já estava me beijando, antes mesmo de eu conseguir retribuir senti que ele abriu a porta do carro e me conduziu para dentro. Quando dei por mim eu já estava deitada no banco de trás e o Castiel tinha se afastado somente para se livrar da jaqueta. Aproveitei o espaço para desabotoar a calça dele, mas antes que eu conseguisse abrir o zíper Cassy segurou firme minhas mãos com uma só e as ergueu acima da minha cabeça.

- Sabe de uma coisa? Você já manda demais. – ele se abaixou para me beijar. – Mas essa noite... – outro beijinho. – Isso vai mudar...

- Hm... – gemi sentindo a língua dele acariciar a minha. – É mesmo?

- É. – Cassy puxou o cinto de segurança e meio que enrolou meus pulsos. – Agora... – senti a mão dele passeando pela minha coxa. – Vejamos se você falou a verdade.

 Ele abaixou o rosto para voltar a me beijar e invadiu minha boca com malícia e luxuria. Senti vontade de me soltar para abraça-lo, mas aquilo tiraria a graça de ficar a mercê do Castiel. Fiquei assustada com o quanto eu estava bem com isso, em deixar o Castiel me “domar” daquele jeito.

 Com a ponta dos dedos ele passeou pela minha coxa, afastou a barra do meu vestido e seguiu com a mão até a minha cintura, para sentir se realmente não havia nenhum tecido ali, e não havia. Ele soltou um risinho contra os meus lábios e com  as mãos me fez entreabrir as pernas, para que pudesse se encaixar entre elas e desceu os beijos pelo meu pescoço. Mordi meus lábios quando senti-o pressionando o quadril contra o meio das minhas pernas.

- Você realmente... – ele disse contra a minha pele. – Deveria fazer isso mais vezes... – senti a mão dele fazendo o caminho de volta para o meio das minhas pernas.

 A essa altura a boca dele já estrava acariciando meu colo. Com a outra mão ele apalpou meu seio direito ao mesmo tempo em que me tocava na entrada. Eu me remexi inquieta quando o Castiel começou a me acariciar meu clitóris de forma delicada, ao mesmo tempo em que ele afastava meu vestido para tocar meus seios diretamente. Desviei meu rosto para sentir melhor as carícias e ele trilhou todo o caminho de volta com a boca pelo meu pescoço até beijar de leve o lóbulo da minha orelha. A respiração dele estava quente e pesada e me fez sentir um arrepio delicioso na nuca.

- Fala... – ele sussurrou. Demorei uns trinta segundos para entender.

- Falar... o que? – respondi com a voz entrecortada.

- Fala o quanto você me quer. – ele mordeu o meu pescoço depois disso. – Fala o quanto você gosta que eu te toque e te faça gozar...

- Eu... Sou orgulhosa demais... – falei rindo. Castiel, em resposta, enfiou a língua dentro da minha boca de um jeito que me fez gemer. A essa altura eu já estava movendo minha cintura no ritmo da mão dele, e o princeso não me ajudava a conter a excitação pressionando a ereção dele, mesmo que por debaixo da calça, contra o meio das minhas pernas ao mesmo tempo em que ele me acariciava.

- Você não vai resistir muito tempo, Lynn. – ele me encarou com um sorriso maligno e enfiou o dedo médio dentro de mim, delicadamente, com malícia, de um jeito que cortou minha respiração e me fez fechar os olhos. – Nós dois sabemos disso.

 Sim, sabíamos, mas resistir deixava as coisas mais... Doces, por assim dizer. Ele abaixou a boca e abocanhou meu seio direito, passando a língua delicadamente contra os mamilos e depois mordendo gentilmente. Apertei o cinto de segurança entre meus dedos com isso e deixei um gemido longo sair pela minha garganta.

- Castiel...

 Com o polegar ele voltou a acariciar o meu clitóris, sem tirar o dedo médio de dentro de mim. Eu nunca entendi como é que ele fazia isso tão bem, como é que o simples toque dele fazia minha pele arder e meu corpo todo se agitar ansioso por mais e por satisfação. Nós dois entramos num ritmo plácido e quente, combinado com as carícias que ele fazia contra a minha pele.

- Estou ouvindo, Lynn...

- Por que você faz isso comigo? – ele passou a boca para o outro seio e mordi meu lábio inferior com isso. – Isso é tão injusto...

- Hm... – ele passou a outra mão por detrás das minhas costas para me abraçar acima da cintura, para guiar meus movimentos contra a mão dele. – Eu não escutei direito, Lynn...

 Apertei meus olhos e sorri.

- É tão bom quando você me toca... – gemi e ele me recompensou com um beijinho nos lábios. – Você sempre sabe onde tocar... – ele sorriu maligno pra mim. – E é sempre... – tive que puxar o ar. – Tão gostoso...

- É mesmo? – ele me puxou para cruzar as pernas em volta do quadril dele e voltou a beijar meu pescoço.

- Eu nem consigo pensar... – ele estava tirando a calça do caminho eu senti. – Às vezes eu acho que vou enlouquecer... – senti-o acariciando a minha entrada com sua própria rigidez e apertei os lábios. – E tem dias que eu não quero fazer nada além de ter você entre minhas pernas... Eu quero que você me foda o dia todo, todo dia.

 Ele me beijou novamente e soltou minhas mãos do cinto. Imediatamente passei meus dedos pelo cabelo dele, pelos seus braços, e puxei a barra da camisa, sabe-se lá porque ele ainda estava com ela, para que eu pudesse tocá-lo nas costas. O Castiel estava com o corpo trêmulo de ansiedade e de luxúria, eu sabia que ele queria me penetrar logo de uma vez e que aquele joguinho era torturante para ele também.

- Diz que me ama. – ele falou contra os meus lábios.

- Eu te amo.

- Agora peça. – ele mordeu meu lábio inferior com carinho e eu gemi com isso.

- Você é um idiota... – falei contra a boca dele.

- Um idiota que você ama. – ele sorriu irônico.

- Por favor... – fiz uma voz bem doce e o apertei contra mim. Ele soltou um grunhido de satisfação. – Por favor... Castiel... Eu não aguento mais... – ele soltou o ar de forma trêmula. – Eu quero você... Eu preciso de você...

 Quase morri sufocada quando eu o senti me penetrar, pelo prazer e pelo fato de o Castiel ter forçado a língua contra a minha boca. Nós dois gememos quando ele começou a se movimentar, em segundos nós estávamos nos movendo no mesmo ritmo, meio caótico, meio sincronizado, nossos corpos se chocando de forma trêmula e ansiosa por mais, muito mais. Estava uma fornalha dentro daquele carro, mas eu não me importei e apertei mais ainda o Castiel contra mim, ele entendeu o recado e se livrou daquela camisa maldita, em menos de dois segundos já tinha puxado o meu vestido também. O Castiel era sempre tão forte, nunca entendi como ele conseguia me manter pendurada na cintura só com um braço e com o outro apoiar o peso de nós dois...

 - Se é assim... – ele mordeu meu pescoço com mais força que o comum. – Que você fica... Eu nunca mais vou usar calcinha... – ele estocou com mais força me fazendo gemer. – Meu Deus, isso é muito bom...

- Eu te amo, princesa. – ele soltou um risinho. – E eu também amo fazer isso com você...

Não consegui responder porque não havia mais se passando na minha cabeça. O mundo deixou de existir e só havia nós dois, nossos corpos e o prazer que nós tínhamos um com o outro. Toda vez que ele me penetrava vinha aquele pulsar delicioso que fazia meu ventre vibrar e meu corpo inteiro pedir por mais. Eu me sentia toda trêmula e ainda assim não sabia de onde vinha as forças para apertar o Castiel.

 Ele continuou com o movimento de forma firme, lambendo meu pescoço enquanto eu gemia até ficar rouca e o arranhava nas costas. A velocidade foi aumentando gradualmente, de forma maravilhosa inclusive, até o Castiel me pressionar de volta no banco e começar a se mover de forma mais desesperada. Senti o fogo, a eletricidade, subindo cada vez mais até eu me sentir apertando o Castiel dentro de mim, com aquele desejo por satisfação ficar cada vez mais incontrolável. Ele grunhiu, enfiou de qualquer jeito a língua na minha boca e estocou com força dentro de mim, mordi a boca dele e gemi longamente quando senti o ápice invadindo o meu corpo, nós dois nos apertamos enquanto sentíamos o orgasmo vibrar deliciosamente.

 Castiel não se afastou de imediato, ele me apertou com carinho e descansou o rosto entre meus seios. Eu só fechei os olhos e deixei que a onda de endorfina me levasse.

- Você vai pagar por ter me feito pedir. – eu disse depois de um tempo. – Eu vou te amarrar na cama do hotel e passar a noite te fazendo de brinquedinho sexual.

- Ah, é mesmo? – ele falou se levantando e me puxando para apoiar a cabeça no peito dele.

- Você vai se sentir sujo a semana inteira depois que eu terminar com você.

- Mal posso esperar para isso, princesa.

 Nós dois rimos e ficamos em silêncio, eu com minha cabeça apoiada no peito dele e ele com o rosto apoiado na minha cabeça, apenas curtindo aquele momento de intimidade entre nós.

- Eu não acredito que vou ficar dois meses sem isso.  – ele falou.

- Eu não acredito que você tirou a cadeirinha da Annette daqui. – eu o apertei. – Você estava planejando me profanar no carro, senhor Castiel?

- Mas eu não tirei a cadeirinha...

 Dez segundos depois as duas portas de cada lado do carro se abrem e duas pessoas entram, cada uma sentando em cada banco na frente. Cassy e eu apertamos um ao outro e congelamos em nossos lugares com uma exclamação entalada em nossas gargantas.

- Por que os vidros estão embaçados por dentro?

- De quem é esse vestido?! – uma voz feminina e desconhecida falou. Tomei o vestido da mão na mulher no mesmo segundo para me cobrir com ele.

- O que vocês estão fazendo no nosso carro?! – Castiel e eu exclamamos ao mesmo tempo.

- O que vocês estão fazendo no nosso carro?! – o outro casal disse.

 De repente a falta de brinquedos, da sacola de fraldas de emergência, de embalagens de junk-food que o Castiel comia escondido de mim e a estranha ausência da cadeirinha que usávamos para transportar a Annette fez muito sentido.

X

- Querida. – papai Jean-Louis aparece na sala, onde a esposa e a neta brincam de empilhar e derrubar blocos. – Pegue a Annie, precisamos ir para a delegacia.

- O que?! – mamãe Valerie exclama. – Como assim?! O que aconteceu?!

- Aparentemente seu filho e a mãe da sua neta foram presos por fazer o carro alheio de motel.

- Como isso é possível?

- Segundo a Lynn eles abriram um carro igual sem querer e só perceberam depois que já estavam lá dentro. – papai explicou. – Ela também disse que a culpa era do Castiel por ele ser “um adolescente excitado”.

- Bem, então isso deve explicar a calcinha na sua jaqueta. – mamãe Valerie falou.

- Você sabia que a calcinha era da Lynn, a jaqueta do Castiel e mesmo assim jogou o copo em mim.

- Não te escutei querido. – mamãe Valerie estava mexendo no celular.

- O que você está fazendo?

- Ligando para o Viktor.

- Ela pediu especificamente para não fazer isso.

- Bobagens ele é o melhor amigos deles, vai saber o que fazer.

X

 Naquela noite nós acabamos dormindo na cadeia por arrombar sem querer e transar dentro do carro de completos estranhos, como dois mendigos. Eu consegui ligar para os pais do Castiel, mas eles não vieram nos resgatar. Na minha cela havia uma bêbada, uma cleptomaníaca e uma prostituta que por algum motivo todo mundo assumiu que era eu, provavelmente por que eu estava sem calcinha, então me prenderam por prostituição e prenderam o Castiel por contratar os meus serviços, isso mais o “arrombamento” do carro. A sensação de passar uma noite na cadeia sem nada por baixo é indescritível.

 - Que belo jeito de passar o dia dos namorados. – o Castiel falou quando chegamos em casa no dia seguinte. – O cara que dividiu cela comigo pediu o seu contato.

- Você falou para ele que eu não sou uma prostituta?

- Falei que você era exclusivamente minha. – joguei uma almofada na cara dele por aquilo. – Por que essa casa está tão silenciosa? – ele falou indo em direção à cozinha.

- E por que os seus pais não foram pagar nossa fiança? – falei me jogando no sofá. – Olha só... – falei mexendo entre as almofadas. – Olha só... Achei minha calcinha.

- Lynn... – isso foi o Castiel voltando da cozinha com um pedaço de papel na mão. – Você não vai gostar disso.

- O que? Você não tem dinheiro para pagar pelos meus serviços?

- Sabe, eu estou gostando dessa conversa. – ele disse. – Mas isso fica para mais tarde, leia isso aqui.

 Peguei o papel que ele me ofereceu, li as três frases que estavam escritas e me sentei para que o Castiel pudesse se juntar a mim no sofá.

- Então o Viktor sequestrou nossa filha, seus pais e o Dragon.

- Pelo visto sim.

Suspirei e encostei minha cabeça no ombro dele.

- Eles devem estar na casa dele comendo doces e brincando na piscina. – falei.

- É exatamente isso o que eles estão fazendo. – o Castiel me falou mostrando uma foto de três adultos mais o bebê mais lindo do mundo, brincando numa piscina cristalina como o mar do Caribe, com um cachorro tomando sol na beira. Olhei para a foto e voltei a suspirar.

- Estou cansada demais para ficar com raiva de alguém. 

- Isso é inédito. – o Castiel passou a mão pelos meus ombros. – Cansada demais para um segundo round?

- Claro que não, tá maluco? – me levantei para dar um beijinho no rosto dele. – Mas antes verifique para ver se nós realmente estamos na nossa casa.

 Ele deu um risinho antes de responder.

- Desculpa por isso, princesa. – e me apertou antes de suspirar. – E eu que pensei que deixaria de ser um idiota depois de ser pai.

- De onde você tirou isso?

- Minha mãe disse que foi o que aconteceu com o meu pai.

Sorri para aquele idiota e o encarei por alguns segundos. Não sei por qual motivo me veio essa constatação, não sei por que agora, depois daquela noite de vergonha alheia que nós passamos, meu coração se encheu de amor por ele e por nossa família, mas por algum motivo a vida decidiu me relembrar naquele pequeno e dourado momento entre nós dois que eu amaria aquele idiota para sempre.

 - E eu pensava que nós iriamos ficar entediados depois de termos um filho. – falei.

- Pois é. – ele soltou um pigarro bem-humorado e olhou em volta. – Como foi que isso tudo começou, princesa? Nós dois, uma casa, uma filha, prisões por atentado ao pudor?

- Esqueceu? – apertei o tronco dele nos meus braços. – Tudo começou em uma linda manhã, em Sweet Amoris em que eu te cumprimentei e você rosnou pra mim.

- E você comentou da minha camisa que te lembrava do traseiro do seu pônei favorito.

- E eu pensei “pobre garoto, pensa que pode competir comigo para ver quem é o mais cretino”. – coloquei uma mecha do cabelo dele atrás de sua orelha e sorri.

- Nós éramos tão jovens e eu era tão inocente. – ele falou.

- Nunca mude Castiel, eu te imploro.

Ele só me encarou de volta, com um sorriso bonito nos lábios e tocando o meu cabelo.

- Então no final das contas nós conseguimos o nosso “felizes para sempre”?

Sim. Pensei comigo mesma enquanto me encostava no Castiel. E assim vivemos felizes, sendo presos e idiotas, para sempre. A Annette vai precisar de toda sorte que ela tiver.

Ah, o não é o amor uma coisa doce?


Notas Finais


Alô, alô, graças a Tupã.

Parte meu coração, meus rins e meu fígado (se eu tivesse um) que tenha que acabar, mas infelizmente é este o final da saga da Lynn palhaça: presa numa prisão local confundida como uma prostituta. HÁHÁ, como eu sou engraçada.

Enfim povo, piadinhas a parte, sim, cá estamos nós, último capítulo da segunda e última temporada. Eu até tentei montar uma terceira na mente, mas não tem mais inimigos, não tem mais barreiras a serem derrubadas, seria só uma repetição da mesma coisa sempre, assim como seria os capítulos se eu prolongasse demais a fic. Eu gosto de pensar, no meu coração, que, no final das contas deu tudo certo e que o final feliz do Cassy e da Lynn é proporcional com as... "Peculiaridades" deles.

MUITO, muito, muito, muito, obrigada por tudo, tudo mesmo, pelos comentários, pelos favoritos, pelas notas, pelas visualizações, pelo amor e pela atenção. Eu realmente sou muito grata por haver pessoas que apreciam o que eu escrevo e têm carinho pelos personagens, especialmente pela Lynn que foi mais ou menos a "única" cuja personalidade eu ajustei completamente. Muito obrigada mesmo pessoas, fico muito feliz de termos chegado até aqui, não sei se todo mundo sabe, mas eu só publiquei essa fic para relaxar, eu não esperava muita reação, e por isso muito obrigada e espero não ter decepcionado ninguém.

Dúvidas, sugestões, reclamações? Lamentações? Estou aqui qualquer coisa :3

Muito, muito, muito, muito obrigada por ler :3

Mamãe ama vocês :3



































































PS: eu ACHO que tem fic nova a caminho


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...