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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Guitar Hero


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


FIZ CAPÍTULO BÔNUS SIM, FICOU GRANDE SIM! Não me importo podem me julgar u.ú

Capítulo 46 - Guitar Hero


 Eu não sou bom nisso que nem a Lynn. Na verdade eu não sou bom que nem ela em muitas coisas, mas mesmo assim vou fazer esse relatório.

 A Lynn tinha acabado de me aceitar de volta, depois de dois anos de distância nós estávamos bem, eu fiquei com tanto medo de perdê-la que surtei e a pedi em casamento, depois surtei por ela não ter aceitado. Quando nós concordamos que não estávamos prontos para um casamento descobrimos, do jeito mais bizarro o possível, que teríamos um bebê.

 Lógico, eu fiquei assustado pra caralho, saber que tem um ser humano se formando dentro de alguém, e que esse ser humano é seu, é isso me assustou mais do que qualquer outra coisa na minha vida. A Lynn ficou assustada pra caralho, tinha horas que nós dois simplesmente estávamos assistindo televisão e do nada ela começava: “caralho, eu estou grávida, caralho eu vou ter um filho, caralho eu vou ficar gorda” e por aí vai. Acho que no fundo eu fiquei feliz com o fato da Lynn ter surtado mais do que eu... Foi estranho sentir que eu faria de tudo por ela e pela criança que crescia na barriga dela, uma sensação de força que eu não sabia que tinha e, depois de dois anos fazendo merda, eu realmente precisava daquilo: me sentir forte.

 Bem, veio a Annette e aí eu vi que não era forte porra nenhuma, não sozinho pelo menos. A Lynn surtava quando estava grávida porque tinha medo que nós dois não aguentássemos a barra de ter um filho, mas, e ela admitiu depois, foi bom saber como nós dois juntos conseguíamos aquilo, como isso nos aproximou mais ainda, talvez ter um filho era exatamente o que a gente precisava para parar de fazer merda e crescer de uma vez.

 Assim a Annette cresceu. Durante cinco anos nós vimos nossa garotinha aprendendo a andar, a falar, as cores, os números. Nos verões em que eu não viajava meu passatempo favorito era ver a Lynn e a Annie brincando juntas na piscina. Nunca pensei que minha vida daria naquele cenário suburbano, nunca pensei que ficaria tão feliz no mesmo cenário.

 Um mês antes do aniversário da Lynn eu a pedi em casamento. Não que ela estivesse me pressionando para nós nos casarmos, ou porque a sociedade nos julgava por termos tido uma filha antes do casamento, mas sim porque eu queria poder me referir a Lynn como “minha esposa” e não simplesmente como “namorada”, fica meio patético depois de cinco anos e uma filha.

 Por isso, cá estávamos nós, homens, nos preparando para a cerimônia na nossa casa enquanto a Lynn e as damas de honra dela se preparavam no clube de campo da universidade, onde seria nosso casamento.

- Eu não acredito que só depois de cinco anos vocês vão casar. – o Viktor estava vistoriando o laço que o Lysandre estava fazendo na minha gravata.

- Eu não acredito que o pai da Lynn tenha me dado “sem querer” um caco de vidro no café da manhã. – dois meninos passaram correndo entre a gente em direção ao jardim.

- Ele disse que foi um acidente, Castiel. – o Lysandre se afastou ele e o Viktor avaliaram a minha figura vestida num terno.

- Um acidente que durou a semana inteira. – os gêmeos do casal sorriso passaram de novo correndo entre nós, dessa vez em direção as escadas.

- Vocês sentiram uma corrente de vento passando por aqui?

- Não foi uma corrente de vento. – o amigo rico da Lynn disse. – Foram os gêmeos do casal ternura.

- Sério?

- Eles estão apostando corrida para ver quem vai entrar com a Annie. – isso foi o Dake trazendo a minha filha no colo dele. Toda devidamente arrumada como uma daminha, com flores na cabeça, parecendo uma princesinha. Os gêmeos, as duas cópias em carbono do surfista, vieram no encalço dele como dois filhotinhos. Agora nós tínhamos que carregar a Annie porque se a deixássemos no chão na presença dos gêmeos eles acabavam brigando, como dois cachorrinhos com ciúmes do dono.

Quem fez a comparação foi a Lynn.

 Minha filha ia crescer com dois surfistas da Austrália. Meu Deus...

- Eu ganhei! – um deles, o que estava de gravatinha vermelha, disse. – Eu vou entrar com a Annie!

- Não! Eu ganhei! – o de gravatinha azul disse. – Pai, diz para o Gustav que eu ganhei!

- Vocês dois ainda vão ter muito tempo para brigar pela Annie. – o surfista disse. – Agora vão para a sala enquanto os homens terminam de se arrumar.

- Papai, eu posso mostrar meu castelo para o Gustav e o Drake? – isso foi a Annie me perguntando. Meu Deus, eu não conseguia negar nada para aquela menina.

- Pode se você deixar a porta do quarto aberta. – foi ideia da Lynn que nós a condicionássemos desde cedo a manter a porta aberta, para sempre vigiarmos o que acontecia por lá.

 O Lysandre observou as crianças atento e curioso enquanto os outros de nós verificávamos nossas aparências.

- Esses dois realmente gostam da Annie, não é? – com cinco anos a Annette já tinha aprendido a odiar o próprio nome e ela sabia quando pronunciávamos o nome proibido até quando estava fora de cena.

- Eles vão acabar se matando no futuro para ver quem vai ficar com ela. – o pai dos gêmeos falou.

- Eu apostei no Gustav. – isso foi o Viktor.

- Eu apostei no Drake. – isso fui eu e fiz isso porque o Drake parecia ter mais medo de mim do que o Gustav.

- A Seraphine apostou que no fim das contas os dois aceitariam dividi-la semana sim, semana não.

- Isso é sério? – o Lysandre perguntou.

- A Seraphine já está até pesquisando culturas em que aceitem dois noivos e uma noiva. – o Viktor acrescentou.

- Isso realmente é sério?

- Por que não seria? Se a Lynn e o ruivo aqui... – o Viktor só me chamava de “ruivo” perto do surfista, pensando que podia me irritar. – A Lynn provavelmente casaria com o Dake e com a Seraphine.

- Interessante. – Lysandre colocou a mão no queixo. – Pensei que você seria o tipo de pai que não deixaria nenhum garoto chegar perto da Annie, Castiel.

- No começo eu era assim. – verifiquei as abotoaduras. – Mas depois a Lynn me convenceu de que é melhor a Annie se apegar a um deles, ou aos dois, do que corremos o risco de ela se apaixonar por um filho do Viktor.

Tanto o Viktor quanto o Dake concordaram com o que eu acabei de falar balançando a cabeça.

- Eu odeio interromper o clubinho dos homens. – todos nós soltamos uma exclamação, todos nós nos calamos e uma música macabra preencheu o ar e nossos corações.

- Coll... – todos nós, até o Lysandre, cumprimentamos a Collette inclinando a cabeça para ela ao mesmo tempo. Com sete anos a Collette, irmãzinha da Lynn, já tinha aprendido a odiar o próprio nome e a aterrorizar pessoas, assim como a irmã mais velha.

- Varões. – ela retribuiu o aceno de forma séria demais para uma menina de sete anos que não fosse se tornar uma psicopata quando mais velha. – Não quero questionar o grande poderio intelectual de vocês...

- Meu Deus é como voltar a ter oito anos... – o Viktor sussurrou para o Dake. Por algum motivo todos eles tinham se escondido atrás de mim, apesar de os três serem mais altos.

- Mas se não me engano, essa caixinha deveria conter o anel de noivado da minha irmã, não é?

 Nós quatro exclamamos de terror quando notamos que a caixinha com as alianças e o anel de noivado da Lynnette estava vazia.

 Como o homem crescido, pai de família e músico de sucesso que eu era, eu conduzi a situação...

- Coll pelo amor de Deus, o que foi que você fez com os anéis?! -...e me ajoelhei na altura de uma garotinha de sete anos pronto para implorar por piedade.

- Eu não fiz nada. – ela fechou a caixinha para ter um efeito dramático. – Mas eu estou disposta a cooperar...

- Eu vou contar para a sua mãe que você está me chantageando.

- Se alguma coisa acontecer comigo meus agentes farão esse fato chegar aos ouvidos da pessoa que você mais teme, senhor Castiel. – a Lynn. – Agora estamos prontos para negociar?

- Não é a toa que meu pai quis adotar essa menina.

- Seus “agentes”?!

- Deixa que eu resolvo isso, ruivo. – o Dake vai até a escada para chamar a cavalaria. – Gustav! Drake! Venham até aqui.

 Em dois segundos dois meninos desceram a escada como se fossem duas avalanches em miniaturas. Antes mesmo de eles pisarem no último degrau a Collette já estava acuada no canto da sala como um gato maligno.

- O que foi papai? – os dois perguntaram em uníssono com os olhinhos brilhando.

- A Coll quer brincar. – os dois exclamaram de felicidade. – E ela disse que...

- Eu não proferi nenhuma palavra do tipo! – a Coll interveio.

- E ela disse que quer brincar de RuPaul...

- Não! Eu te imploro senhor Dakota. – a Coll se ajoelhou agarrada na perna do Dake. – Eu não posso passar por isso de novo, meu cabelo nunca se recuperou completamente do trauma e da tortura da Drag Race de 2015...

 Nesse ano os dois gêmeos e a Collette passaram o verão conosco na nossa casa, para fazerem companhia para a Annette, bastou desviar o olhar por cinco minutos e os gêmeos conseguiram transformar o cabelo da Collette em uma peruca digna da mais elegante drag queen. Demorou três dias só para tirar todo o laquê, o cabelo da menina parecia ter sido armado com cimento.

 Se a Lynn estivesse aqui para fazer a referência, diria que esses meninos são piores que a Irene, a cabelereira maluca de Girls in the House.

- Até os dias de hoje eu sinto purpurina caindo em meus ombros... E o cheiro de laquê e spray quando o vento bate contra o meu cabelo... – ela falou olhando para o vazio. – Desde então eu jurei jamais submeter novamente minha cabeça àquela bastilha capilar...

 - Para de ser dramática, garota, a Lynn ficou uma semana dormindo em pé por causa da escultura que esses meninos fizeram nela.

- A Seraphine raspou a cabeça dois anos atrás e ficou usando perucas até o cabelo crescer de novo.

- Por isso ela não entrou no helicóptero do resgate quando nós estávamos na patagônia e ela foi atacada por uma cobra?

- Isso mesmo.

- Onde a Lynn estava quando isso aconteceu? – o Lysandre achou que faria sentido perguntar.

- Socando uma orca que tentou pegar um filhote de foca na praia. – o olhar que ele me deu foi de desdém e descrédito. – Você acha isso absurdo? Ela pegou um arpão e só não foi atrás da orca nadando porque estava tão bêbada que vomitou na areia e foi atacada por gaivotas.

- Muito bêbada. – o Viktor completou. – Eu tenho o vídeo aqui de você quiser.

- Interessante como o assunto se desvia para fins cômicos. – a Collette disse tirando um fio de cabelo do vestidinho com uma precisão cirúrgica. – Mas vou encerrar minha participação nesta paupérrima tentativa de comédia dizendo que vocês ainda não sabem onde estão os anéis e que minha irmã irá matar todos vocês um por um quando descobrir.

 Escutei uma música macabra e agourenta com isso.

- Dito isso... – ela abriu um sorriso inocente que me assustou. – A Annie e eu podemos brincar no piano?

- Pode, desde que a porta fique aberta. – falei.

- Eêêê! – a Collette rodeou o Dake e subiu os três primeiros degraus. – Ah, e mais uma coisa... – ela olhou de forma maligna para o Viktor. – Espero que você seja o primeiro, senhor Chevalier.

- Pelo menos eu vou ter um sobrenome no meu túmulo, Collette.

 A Collette voltou a sorrir como a garotinha que era e terminou de subir as escadas saltitando e cantarolando.

- Gustav, Drake. – eu os chamei e me ajoelhei na frente deles. – Vigiem-na e não deixem, por nada nesse mundo, pegar num celular, vocês podem fazer isso, garotos?

- Sim senhor! – os dois bateram continência.

- Olhos abertos rapazes, ela é esperta. – os dois acenaram as cabecinhas ao mesmo tempo e voltaram para o andar de cima marchando.

 Nós observamos as crianças subirem, esperamos que os ruídos do pianinho e da algazarra se estabelecesse lá em cima e todos nós, até mesmo o Dragon, que estava deitado no sofá, voltou um olhar de julgamento para o Viktor.

- Não fui eu, eu juro.

- Viktor, você sabe o que a Lynn me falou semana passada?

- “Você não vai poder tocar aí mesmo que nós estejamos casados”?

- Além disso. – respirei profundamente. – Ela disse “é melhor eu ficar com essas alianças porque conhecendo você, elas vão acabar indo parar na barriga de algum traficante de cocaína”.

- Então nós já sabemos onde estão, vamos ligar para o Pablito.

- “Pablito”? – o Lysandre ali, além das crianças, era a única alma pura. O Dragon deixou de ser porque viu coisas demais.

- Não explique.

- O Pablito disse que não está com ele. – Viktor falou tamborilando o celular.

- Vocês realmente vão confiar no traficante? A Seraphine está sóbria a um mês porque ela brigou com o...

- Agora não é hora de vocês exporem o quanto são degenerados! – falei. – Meu casamento é daqui uma hora! E se nós não acharmos essas alianças a Lynn vai transformar tudo numa cerimônia de mutilação...

- “Vocês”?! A primeira coisa que você fez quando a Lynn parou de amamentar foi...

- Nós estamos perdendo o foco aqui. – parei o Viktor com um gesto e me virei para o surfista. – Eu tenho uma ideia, mas vou precisar da Seraphine.

- Esse jogo é perigoso, ruivo. – Dake falou pensativo. – Você sabe que elas se amam mais do que amam a gente.

- Dake... – respirei fundo, pensando na merda que eu ia dizer. – Nós ficamos bêbados durante uma semana, não vamos achar esses anéis em uma hora.

- Isso quer dizer...

- Que intimidade é essa entre vocês dois?! – o Viktor exclamou com uma voz aguda.

- Só sou eu quem não estou conseguindo acompanhar essa conversa? – o Lysandre dosse;

- Sim...

- Então não há outra alternativa... – Dake puxou o celular do smoking que estava usando. – Você tem certeza disso?

- Absoluta. – olhei para o horizonte. – Nós vamos nos enfrentar através do fogo e das chamas...

- Viktor, do que eles estão falando?

- De nada, esses dois idiotas, eles vão chamar a Seraphine aqui para ela dar uma surra no Castiel no Guitar Hero.

- Mas... Como isso vai ajudar?

- A Seraphine é herdeira de um cartel de diamantes, Lys-fofo, com um telefonema ela consegue arrancar até O Anel do Gollum.

- Cavalheiros, nós vamos precisar tirar as crianças da casa. – o Dake falou desligando o celular. – Ela está vindo atrás de você ruivo, e, acredite em mim, ela só vai parar quando seus dedos estiverem...

- Nós já entendemos vocês são casados e ainda fazem sexo. – o Viktor disse impedindo uma referência de duplo sentindo e conotação sexual. - Agora chamem a Collette aqui para ela anotar as apostas.

X

 - Ora, ora, ora... – a Seraphine chegou acompanhada por dois brutamontes e com um sorriso de vilã do James Bond. – Eu sabia que esse dia chegaria, senhor Castiel, só não sabia que a sua decadência seria selada na frente das crianças.

 As crianças estavam assistindo aquele showzinho comendo pipoca, com o Viktor e o Lysandre entre elas.

- Pegue sua guitarra, Seraphine, e vamos resolver isso de uma vez por todas.

 Ela soltou uma risadinha maléfica e estalou os dedos.

- Com pressa para o seu fim, senhor Castiel? – um dos brutamontes abriu um case aveludado e forrado de cetim por dentro contendo a guitarra do Guitar Hero da Seraphine. – Que assim seja então.

- Como a defensora do título, eu escolho... – pausa dramática. – Through the Fire and Flames.

Droga, eu sabia que a Seraphine não tinha medo de jogar baixo e pesado, mas não sabia que ela estava disposta a enfrentar cinco minutos de Power metal insano somente para me envergonhar na frente da minha garotinha.

- O seu orgulho será o seu fim, Seraphine.

- Cale a boca e jogue, “ruivo”. – ela falou com a guitarra já preparada.

- Castiel, você tem certeza? – Lysandre falou. – Power Metal não é sua especialidade...

- Eu devo isso à minha família, Lysandre. – olhei profundamente para ele. – Cuide das minhas garotas se eu não conseguir...

- Vocês não têm ideia do quanto isso aqui tá ridículo, não é? – o Viktor fez o favor de observar.

- O Castiel é guitarrista profissional, ele não tem vantagem?

- Não vai importar muito, a Seraphine é um monstro nesse jogo. – o Dake falou sentado no sofá e coberto por crianças.

- Quero um jogo limpo, senhor e senhora. – Collette falou se colocando entre nós dois. – Eu sou justa, mas não sou suave, o primeiro de vocês que ultrapassar os limites de sua própria zona de rock estará eliminado. – isso queria dizer que cotoveladas não valiam. – Estamos entendidos?

- Sim senhora.

- Pois bem... – ela esperou a Seraphine selecionar Through the Fire and Flames e esperou a tela de loading aparecer. – Bom jogo aos dois e estou de olho...

- Papai eu estou com medo... – um dos gêmeos falou para o Dake atrás de mim.

- Não tenha meu filho, esta será uma batalha difícil, mas vai ser rápido e limpo.

- Parem de falar como se essa palhaçada importasse.

- Viktor, você só está bravinho porque a Seraphine limpou o chão com a sua cara da última vez que houve um duelo de guitarras aqui. – falei esperando o jogo carregar. – E ela estava bêbada. – e drogada, mas eu não podia falar isso na frente das crianças.

- Eu vou me deleitar vendo a Lynn te mutilando, senhor Castiel. – ele respondeu. – E durante eras meus descendentes irão rir e relembrar de como você foi brutalizado e aberto como um porco no altar de seu próprio casamento, o céu ficará vermelho por pena da sua miséria e...

- Tio Viktor, posso tomar suco de laranja? – isso foi a Annette interrompendo o monólogo macabro do Viktor.

- Claro que pode meu amorzinho, minha princesa Jujuba, minha menina super-poderosa. – ele a pegou no colo e foi até a cozinha.

 O surfista esperou que o Viktor entrasse na cozinha com um olhar meio maníaco na cara.

- Vão, meus filhos, vocês têm cinco minutos, aproveitem bem... – o Dake falou antes de soltar os gêmeos na direção da cozinha. O som que o Viktor fez quando os gêmeos chegaram lá foi parecido com o do cara no Jurassic Park que foi comido por velociraptors.

 - Esse jogo vai demorar mais quantas falas para carregar? –isso foi a Collette.

- PAREM ESSE DUELO! – uma maluca vestida de noiva... Quer dizer a minha noiva, entrou arrombando a porta da nossa casa.

 A Seraphine fez um som que lembrava o assobio de um vampiro entrando em contato com o sol.

 Eu não via a Lynn há uma semana porque minha namorada super supersticiosa acreditava que todos os deuses iriam nos castigar se nos víssemos antes da cerimonia. Por algum motivo, cá está ela, vestida de branco, gostosa pra caral... Quer dizer, muito bonita... Caralho eu vou transar muito nessa lua de mel...

- Não Lynn! – falei. – Não interrompa! É o que foi predestinado.

- Cala a boca idiota, eu faço os monólogos épicos dessa merda. – atrás dela apareceu o representante e a Rosalya. – Seraphine, como você pôde?!

- Será que vocês poderiam esperar o Viktor voltar? Fica meio difícil acompanhar sem ele me explicando... – o Lysandre falou.

- Você sabotou o meu noivo, pegou as alianças escondido e fê-lo pensar que as tinha perdido. – pausa dramática. – E tudo isso pelo que? Vingança?

- Não sei do que você está falando.

- Não venha bancando a inocente, Seraphine, o Nathaniel confessou tudo.

A Seraphine olhou para todos nós, suspirou desistindo, pisou forte no chão e cruzou os braços fazendo biquinho. Exatamente como a Annette fazia quando estava insatisfeita com alguma coisa e ela realmente aprendeu isso com a Seraphine, graças a Deus, porque a Lynnette quando está insatisfeita ou me acorda no meio da noite ou joga alguma coisa contra a parede.

- Eu não tenho escolha, Lynnette, eu não consigo mais olhar nos olhos dos meus filhos sabendo que eu perdi meu título para esse amador...

- Ele é guitarrista de verdade sua idiota! – o Viktor gritou da cozinha.

- E você... – a Seraphine apontou para o representante. – Seu traidor!

- Não foi culpa minha! – o representante disse. – A Rosalya roubou meu celular e fez um Tinder!

- E daí?!

- Primeiro que o seu plano não era muito bom desde o começo. – não acredito que concordei com o representante. – Além do mais a Rosalya saiu demonstrando interesse por todos os homens num raio de vinte quilômetros! – isso deve ter sido impagável de se ver. – Eu mal consegui sair do hotel!

- Agora nós temos um celular mágico que não para de tocar. – a Rosalya nos mostrou um celular com a tela eternamente acesa e que não parava de vibrar.

- Eu vou ter que comprar um novo número.

- Lynn, resolvido, nós só temos meia hora para...

- NÃO! – minha noiva exclamou. – Seraphine, eu amo você mais do que meu próprio noivo... – a Seraphine soltou um suspiro apaixonado na direção da Lynn. – Se não fosse por esses dois idiotas aposto que nós seriamos o casal mais bonito de toda essa joça...

- Ah, Lynn!

- Estou entediada, vou ajudar as outras crianças a matarem o Viktor. – a Collette falou se retirando para a cozinha.

- ...Mas eu não posso permitir isso, Seraphine, você me enganou e tentou assassinar o meu homem.

- ISSO É SÓ UM JOGO IDIOTA! – essas crianças não estavam matando o Viktor direito.

- E por isso, eu devo intervir e defender a honra do meu macho reprodutor. – mas que porra? Ela tem outro macho?

- Pegue sua guitarra, Lynnette, nós já sabíamos que isso ia acontecer um dia.

- O destino opera de formas cruéis. – a Lynn veio até mim e tomou a guitarra da minha mão. – Fique sentado, garoto, deixe as mulheres cuidarem disso.

- Esse vestido é comprado?

- Sim.

- Ótimo porque eu vou fazer um estrago nele.

- Vejamos o seu poder contra o Power metal, Lynnette.

- Power metal? Ah, não, Seraphine, mamãe me criou dentro do rock que presta. – ela olhou para a tela e selecionou a música. – Essa batalha vai ser travada em Free Bird.

 - Lynn, você têm certeza que quer tocar Free Bird?

- Sim.

- Você tem certeza que quer tocar Free Bird?

- Sim, Castiel, já chega de referências nesse capítulo. – ela olhou para a Seraphine. – Vamos nessa, garota rica.

- Rosalya, você pode me explicar o que está acontecendo aqui? – o representante perguntou num tom parecido com o do Lysandre.

- Nathaniel, a essa altura você já deveria ter aprendido a ignorar as coisas sem sentido que se apresentam diante de nós.

 E então toda a sala ficou em silêncio. A tela de loading do Guitar Hero apareceu e pareceu que todo o mundo, menos as crianças matadoras na cozinha, parou de respirar por quinze segundos. A tela com a base das duas guitarras apareceu e a minha noiva e a amiga rica dela se posicionaram, pude ver a primeira nota da música começar e então...

 A tela da televisão desligou subitamente.

- Já chega dessa merda. – o Viktor estava com o cabo da tomada na mão, duas crianças penduradas nos ombros dele e uma agarrada na perna. – Vocês têm dez minutos para fazerem uma viagem de meia hora até o clube da universidade e essa música dura nove.

- Ele está certo Lynn. – a Rosalya estava mexendo no celular. – Sua mãe já mandou dez mensagens te ameaçando de morte.

- Pois diga para ela que eu estou com a filha dela, que eu sou a noiva dessa merda e que eu vou demorar o tempo que eu quiser.

 A Rosalya, pelo visto, digitou tudo isso e ficou olhando para a tela do celular. Dois segundos depois veio o bipe de nova mensagem.

- Ela disse: “Ou você vem, ou eu vou te buscar”... – ela fez uma cara dolorosa lendo a última parte.

 Todos nós ficamos olhando para a Lynnette nos dez segundos que ela levou para avaliar a gravidade da situação.

- Yep. – ela disse balançando a cabeça. – Yep... É melhor nós irmos.

- Bem, então isso quer dizer que eu sou a Guitar Hero dessa família... – a Seraphine disse jogando o cabelo.

- Vocês não são da mesma família.

- Dê tempo até essas crianças em cima de você crescerem, Viktor. – Seraphine falou. – Enfim, eu alegremente entrego as alianças se o senhor Castiel estiver disposto a declarar em alto e bom som que eu sou uma melhor guitarrista que ele.

- Meu Deus, agora eu sei porque a Lynn vive de mal humor. – eu não sei é como é que aquelas crianças estavam se pendurando, pulando e puxando o Viktor e ele ainda continuava de pé. – É cansativo ser a única pessoa do recinto que percebe a quantidade de idiotice na situação.

- O que isso quer dizer?

- Que você nunca vai ser melhor guitarrista que ele, Seraphine, pelo amor de Deus, ele é um guitarrista, você só é uma maluca que desperdiça tempo com um jogo que nem é mais tão popular.

- Isso foi rude.

- Não é rude se é verdade. – o Viktor falou. – Aposto que ninguém vai achar graça disso aqui, porque ninguém vai entender todas essas referências já ninguém que lê essa merda deveria ter idade o suficiente para jogar Guitar Hero quando foi lançado.

 Do que é que ele está falando? Gostaria de saber por que a Lynn e o Viktor insistem em ficar agindo como se nós estivéssemos dentro de um livro ou de uma série de televisão.

- É, nós temos que dar algum crédito a ele. – a Lynn cruzou os braços, dava para ver muito bem o decote dela, e se virou para o Dake. – Mas eu vim preparada para essa situação caso isso aconteça.

 A Seraphine olhou para o Dake e depois soltou uma exclamação com a mão no peito, como se tivesse levado uma facada ou coisa do tipo.

- Traidor!

- Seraphine... – o surfista deu um sorriso de surfista. – Lembra daquilo que a gente fez na carrossel, na feira do começo do ano?

- Não me tente, seu incubus demoníaco.

- Eu acho que a gente deveria tentar de cabeça para baixo.

- O que eles tentaram, tio Viktor? – um dos gêmeos, não pude ver qual porque não conseguia ver a cor da gravatinha, perguntou.

- Eu não posso te responder isso, criança.

- Do que eles estão falando, Lynn?

- Daquilo que nós tentamos no seu aniversário.

- Deu certo?

- A Lynn passou um mês lavando roupa e me trazendo café da manhã na cama.

- Tio Viktor, o que isso significa?

- Significa... – a Seraphine respirou fundo. – Que vocês vão passar uma semana na casa do Tiro Viktor! – ela provavelmente queria as crianças longe porque iria profanar a casa dela de maneira tão absurda que seria necessário uma semana para que as energias voltassem ao normal. Quando eu e a Lynn fizemos o mesmo que o casal sorriso pretendia fazer, a Lynn chamou uma bruxa wiccana e um druida para limpar a casa de energias impuras.

- NÃO! – o Viktor exclamou.

- SIM! – todas as crianças exclamaram por cima.

- POR QUE É QUE VOCÊS AINDA ESTÃO AQUI?! – isso foi a mãe da Lynn arrombando a porta da frente e fazendo todo mundo, inclusive os adultos, correrem para a cozinha para salvarem as suas próprias vidas. – Você nem ouse correr de mim, Lynnette! Eu não passei duas horas ontem explicando para um enfermeiro como é que um caco de vidro foi parar na comida do seu noivo para você vir arruinar o seu casamento chegando atrasada!

 Eu até pensei em voltar para buscar a Lynn, já que ela não pôde correr por causa do vestido, mas a essa altura nós já estávamos no carro de fuga e eu percebi que também tinha sequestrado a criança certa dessa vez, como os gêmeos vieram parar pendurados no meu pescoço junto com a Annette é uma pergunta complexa demais para a situação. Aposto que a vizinha que nos viu correndo para o carro, pensou que, pelo fato de ter sido o representante quem assumiu a direção do carro, eu estava fugindo de casa com o meu amante e levando nosso filhos juntos. Depois que nós voltamos da lua-de-mel descobrimos que era exatamente isso o que os vizinhos tinham pensado que tinha acontecido.

X

  - Lynn? Querida? – o juiz de paz chamou a atenção da Lynn com um aceno discreto na direção dela. – Você está pronta para dizer os votos? – nós estávamos no altar, de mãos dadas, com todo mundo nos olhando no momento.

 A Lynn não queria se casar na igreja porque, na cabeça dela, se nós nos casássemos na igreja, teríamos que nos casar em todas as outras construções religiosas feitas pelo homem, isso quer dizer: igrejas católicas, protestantes, ortodoxas, sinagogas, mesquitas, templos e por aí vai. “Somente assim nossa união agradará todos os deuses”, nas palavras da minha esposa. Eu amo a Lynn, e não tem como eu descrever o quanto eu estou feliz por finalmente me casar com ela, mas eu não estava nem um pouco disposto a fazer mais de quinhentos casamentos, um em cada religião, para agradar os deuses. Nós já tínhamos batizado a Annette em sete religiões diferentes, por isso ela tinha vinte padrinhos e madrinhas, e eu posso dizer ser laico é uma coisa enriquecedora, mas também muito cansativa.

 Por isso nós concordamos que casar somente nos termos dos homens, numa varanda virada para uma planície cheia de girassóis, no pôr-do-sol, com aquela luz iluminando o par de olhos mais bonito que eu já tinha visto numa mulher, era o suficiente para celebrar o nosso amor perante o mundo.

 Enfim, eu só queria dizer que ver minha noiva, vestida de branco com o sol se pondo atrás dela, com a nossa filha sentada entre nossos pais, rodeado por todos os nossos amigos sorrindo e torcendo pela gente, e, principalmente, ver que a mulher na minha frente era a Lynn... Caralho isso fez eu me sentir o cara mais feliz do mundo naquele momento.

 - Eu escrevi um poema para essa ocasião. – ela disse. – Mas acabou ficando muito longo, então eu vou ser breve e simplesmente vou dizer uma coisa que já foi dita.

 Ela respirou profundamente, apertou minhas mãos, e sorriu.

- Como vocês, obviamente, sabe, nossa filha veio antes de a gente se casar.  – ela soprou o ar. – E quando eu descobri que estava grávida... Bem, resumindo a novela, nós tínhamos acabado de voltar e tínhamos acabado de decidir que não iriamos nos casar porque não éramos maduros o suficiente para isso...

 A plateia riu com a ironia.

- Então, eu estava carregando um bebê, que cinco anos depois se tornaria aquela menininha linda que eu amo muito... – ela acenou para a Annette. – Mas na época eu estava surtando, e aí, o pai dela me disse as seguintes palavras...

Ela me encarou sorrindo, o sorriso mais bonito que eu já tinha visto na minha vida.

- “Não importa o que aconteça... eu sempre vou te amar, não importa que a gente mude, o que eu sinto por você nunca vai mudar, e por isso eu vou te amar pra sempre.” – ela deu uma respiração meio trêmula e voltou a me olhar. – Então, hoje aqui diante de todo mundo que a gente ama, eu simplesmente vou te dizer isso, Castiel, não importa o que aconteça, não importa o que será do nosso casamento, eu sempre, sempre vou te amar... De um jeito ou...

 Ela não terminou porque eu não me aguentei e a puxei para mim, e eu a puxei para beijá-la. Por Deus, por Zeus, por Saturno, por Urano, por Plutão, pelo caralho que seja, eu amei essa garota desde o dia em que eu a vi em Sweet Amoris, eu continuei amando mesmo depois de nós termos nos afastado e eu a amaria pelo resto da minha vida.

 A Lynn passou os braços pelo meu pescoço e retribuiu meu beijo. Nesse momento escutei um monte de gente aplaudindo. Eu só a larguei porque fiquei sem ar, mas não me afastei dela, continuamos um com a testa apoiada na do outro e nos abraçando como se o mundo fosse acabar amanhã.

- Lynn você aceita este homem como seu legítimo esposo?

- Sim.

- Castiel, você aceita essa...

- Sim.

- Bem, pelo poder investido em mim...

Não escutei o resto do que o cara falou e acho que escutei aplausos, mas eu fiquei distraído com o que a Lynn me falou, melhor, sussurrou para mim enquanto o cara fazia o discurso final.

- Eu amo você.

- Eu também te amo, princesa.

- Eu acho que deveríamos aproveitar a lua-de-mel para termos outro bebê...

- O que?

- A Annette fica tão solitária, e eu realmente tenho saudades de quando ela não conseguia argumentar comigo na hora de ir dormir.

- A Annette tem a Collette.

- A Collette é uma psicopata, Castiel, e se não fizermos alguma coisa a Annie vai seguir o mesmo caminho e nós dois sabemos disso.

 Se, naquele momento, ela tivesse me pedido para comprar um avião e jogá-lo em cima de um vulcão em erupção eu teria feito.

- Bem... Então tenhamos outro bebê.

- Você concorda então?

- Concordo... – eu a apertei mais. – Eu também tenho saudades de quando ela não me abandona para ir brincar com os gêmeos.

- Ah, que ótimo que você concorda. – ela me abraçou. – Porque eu acho que já estou grávida.

...

Sim... Ela já estava grávida, mas nós não deixamos de tentar, só por via das dúvidas.

Nove meses depois o nosso segundo bebê, um menino, meu filho, meu garotinho, nasceu.

Acho que nem preciso falar qual nome a Lynn escolheu para ele.

Foi Nathanael. “Como está escrito na bíblia para não irritar Deus...”. Essa precaução deve ter dado certo, porque nós vivemos felizes, e às vezes idiotas, para sempre.

 

FIM


Notas Finais


Alô, alô '-'

Entonces, pois é... Ontem eu comecei, do nada, a escrever uma cena que eu tinha imaginado dos rapazes se aprontando para o casamento LynnxCastiel, só para tirar da minha cabeça mesmo, aí acabou que saiu esse monstro de quinze páginas. Passei um dia pensando se iria postar ou não... Fiquei com medo de arruinar o final da fic com um capítulo desse tamanho... Mas eu espero que gostem '-'... Sinceramente espero, porque foi uma luta pra começar a escrever e terminar esse garotão aqui.

Enfim '-', enfim '-'... Não tenho muito mais a dizer :3 só que SIM, muito obriga por todo apoio, pelo carinho, pelos comentário (que vou me esforçar para responder hoje) e que sem vocês, sem o apoio, sem as risadas que eu dava com os comentários, provavelmente nós não teríamos chegado até aqui.

Muchas gracias, many thanks e muito boa noite :3 espero que vocês guardem a fic no coração, assim como eu guardei todos vocês, e a confiança que vocês me deram para escrever, no meu.

E, claro, obrigada por ler :3

























PS: tenho oito capítulos da fic nova por vir, já vou avisando que o paquera não será o Castiel. Quem topa?


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