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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Rainha de Copas


Escrita por: CandyBabe

Notas do Autor


Gente alguém me explica como é que funiciona aquele jogo idiota de mistura de cor?

Capítulo 6 - Rainha de Copas


“Off with their heads!” (Rainha de Copas, Alice no País das Maravilhas)

 

- Como é que uma pessoa fica morta por três dias e ninguém percebe?! - o Viktor falou rindo da desgraça que foi o meu dia de ontem. O Viktor deveria ser a única pessoa na cidade que conseguia falar de gente morta enquanto cozinhava.

- Disseram que foi um aneurisma. - eu falei enquanto amarrava os sapatos da Collette. Provavelmente ela teve um por causa da colega de quarto dela, eu teria um se fosse obrigada a morar com a Ambre.

- E por que a outra não percebeu? - ele provavelmente estava falando da Ambre.

- Ela mal ficava no apartamento dela. - eu disse, deixando a Collette perambular pela sala e indo espionar o que o Viktor estava fazendo.

- Esse tipo de coisa só acontece com você, Lynnette. - ele disse e riu mais um pouco. - Sua arqui-inimiga escolar bêbada e desmaiada no seu chão e uma morta no mesmo dia.

- É, só faltava eu cair numa toca de coelho e ir parar na versão distorcida e sangrenta de Alice no País das Maravilhas. - como em Alice: Madness Return.

- Você faria a Rainha de Copas parecer uma santa benevolente. - apesar de eu entender o poder da sentença “cortem-lhe a cabeça!”, eu com certeza me utilizaria de mais criatividade na hora de aplicar penas de morte.

Não sei por que, mas, por um momento eu simplesmente notei a tranquilidade do cenário ao meu redor. A Collette estava ocupada com os brinquedos dela que estavam espalhados pela sala e o Viktor estava cozinhado ao mesmo tempo que assobiava uma música qualquer. Eu enchi meus pulmões de ar e soltei sentindo o oxigênio sair mais puro de dentro de mim. Nós três parecíamos uma família jovem típica num dia de domingo.

A perspectiva de me casar com alguém, ter filhos, comprar uma casa num subúrbio perto da escola das crianças e ter, somente, um cachorro, era uma coisa que me horrorizava mais do que a navios baleeiros ou o Slender Man. Esse sonho da classe média ocidental - tão bem retratado nos filmes de hollywood: um casal se conhece, se casa, tem filhos e depois começa a entrar em crise para perceberem no fim da vida que se casar um com o outro para viver o sonho norte-americano de uma família medíocre foi uma péssima ideia - nunca foi pra mim. Talvez fosse para o Nathaniel e a Melody, mas nunca pra mim. A simples ideia de ter filhos me aterrorizava muito tempo antes de eu me tornar sexualmente ativa.

Porém, vendo aquele cenário, vendo a paz que havia naquele cenário, eu comecei a me perguntar se seria tão ruim assim eu ter aquilo para minha vida. Claro, cuidar de elefantes na África e passar o resto da minha vida numa reserva cuidando de animais era uma coisa ótima, maravilhosa, pra mim, era tudo que eu sempre sonhei e tudo pelo qual eu trabalhei até hoje. Contudo, será que ser uma veterinária normal e ter uma família normal era tão ruim assim?

Meu Deus eu estou enlouquecendo.

- Lynn! - isso foi o Viktor me chamando e me tirando dos delírios de subúrbio. - A morte de quem você está planejando agora?

- Provavelmente do idiota que está castigando minha campainha. - eu falei saindo de perto do Viktor.

- Talvez seja outra inimiga sua bêbada. - seria lindo se fosse a Debrah.

Novamente eu cometi o erro de não olhar quem era pelo olho mágico, acho que era meu cérebro tentando me proteger, e novamente eu me arrependi amargamente de não ter feito isso. Foi só eu desfazer a tranca que o bendito do Castiel quase abriu a porta na minha cara.

- Lynn! - ele disse depois de me achar escondida atrás da porta. - Por onde você esteve, tem vinte minutos que eu estou te ligando!

- E vinte minutos que eu estou te ignorando. - respondi. - O que você está fazendo aqui?

- Eu vim...

- Olha só, bom dia para o senhor ex traidor. - o Viktor disse saindo detrás do balcão da cozinha.

- O que você está fazendo aqui?!

- O que eu não estou fazendo aqui é traindo a Lynn.

Essa cena ia ser astronômica.

- Você fique fora disso, Viktor. - o Castiel falou.

- Como do jeito que você não ficou da sua ex? - o Viktor conseguia ser o perfeito equilíbrio entre engraçadinho e idiota depois que ele assumia o modo cretino.

Hora da palhaça tomar frente nessa situação ridícula.

- Castiel, o que você está fazendo aqui? - fechei a porta e passei por ele para ficar perto da Collette na sala. - Pensei que toda essa história já tinha acabado.

Ele passou o olhar por todos nós e suspirou.

- Olha, eu não gosto disso mais do que vocês. - ele respondeu. - E eu não me orgulho de nada do que eu fiz, dois anos atrás.

- E não deveria. - nós dois respondemos em uníssono.

- Tá legal, eu já entendi. - ele falou mal-humorado. - E eu sei que não mereço sua confiança também, Lynnette. - dois anos e o idiota ainda não tinha aprendido a não me chamar por esse nome. - Mas você não tinha o direito de fazer isso comigo...

O que? Mas o que...? Fazer o que com ele?!

- Viktor...

- O que foi, Lynnette?

- Você entendeu alguma coisa que esse idiota falou? - eu indaguei. - Por que tudo que eu escutei sair da boca dele foi “me acerte com um taco de baseball, Lynn, por favor me acerte!”.

- Talvez você deva fazer isso então.

- Eu odeio quando vocês dois fazem isso. - Castiel resmungou. - Todo mundo odeia, até o sobrinho do Boris odiava.

- Do que diabos você está falando?! - eu perguntei já pronta pra começar a gritar.

- Dela! - ele falou apontando pra Collette. - Como você pôde esconder ela de mim?!

Meu Deus do céu...

Eu olhei para o Viktor, o Viktor olhou para a Collette, a Collette olhou pra mim e eu olhei para o Castiel e parece que a gente fez essa troca de olhares imbecil durante dois séculos até alguém ali desistir de entender a situação. Sendo esse alguém eu.

- Eu realmente não estou entendendo mais nada, agora. - eu falei. - O que a Collette tem a ver com tudo isso?

- Isso é sério? - ele falou encarando nós dois como se fossemos dois idiotas. Coisa que, tecnicamente, não era mentira. - Vocês vão fazer esse jogo nessa situação? Já não basta a omissão durante dois anos?

- Ah! - o Viktor exclamou alegremente. - Entendi! Ele pensa que a Collette é filha dele.

- Quê? - eu desviei meu olhar pro Castiel. - Por que você pensa isso?

- E de quem mais ela seria filha?! Do riquinho aí?!

- Ah, na frente da Lynnette eu sou “riquinho” né?- o Viktor falou isso num tom de amante negligenciado que quase me assustou. - E como é que você sabe que não é minha?

- Se você for pai dela, então quer dizer que a Lynn me traiu e...

- Por que qualquer um de vocês dois seria pai da Collette? - eu disse. Aquela conversa não estava fazendo nem um grão de sentido pra mim. - E como é que o Viktor ser pai dela significa que eu...

Ah céus...

- Você consegue ser muito tapada de vez em quando Lynn. - o Viktor falou e com isso eu quase o estrangulei.

- Eu vou precisar desenhar aqui? - o Castiel falou.

- Não, seu idiota. - eu falei. - Nem você nem o Viktor são pais da Collette.

- Então quem é?! - ele cruzou os braços. - Não me diga que é o...

- NÃO, seu idiota, não é o Dake também. - puta que pariu, imagine o que seria ter um filho com o Dake. - A Collette não é minha filha seu imbecil!

- Como assim, não é?! - ele apontou para a Collette. - Ela é a sua cara.

- Isso é porque ela é minha irmã, seu tapado!

O Viktor a essa altura já estava rindo tanto que parecia uma hiena sufocando. O Castiel me encarou pelo que pareceu dez mil anos, de vez em quando olhando pra mim e para a Collette, e ele fez isso nos encarando com uma expressão boquiaberta, meio aliviada e meio incrédula.

Eu mereço mesmo uma merda dessa. Não bastava ter sido traída a situação ia ser mais novelesca ainda se, na época eu estivesse grávida do bendito que me trocou pela Debrah. Apesar de tudo a suspeita do Castiel não é injustificada. Para ser sincera nós dois passamos por um momento de sufoco na Austrália, um pouco antes do fim do último semestre, quando todo o estresse e provavelmente os venenos de cobra afetou meus hormônios e fez a gente pensar que eu estava grávida. Na época, depois de eu mesma me certificar pela milésima vez que não estava grávida, eu tive que falar para o Castiel dez mil vezes que não, nós não seriamos pais antes do casamento.

- Por que, então, você está cuidando dela sozinha?! - ele perguntou depois de séculos.

- Meus pais estão de mudança para fora do país. - eu disse. - Então eu me ofereci para cuidar dela enquanto eles terminam de construir a casa.

Além daquilo tinha todo um sentimento maternal envolvido. Quando nós descobrimos que uma segunda Lynn viria, meus pais precisaram de toda a ajuda que eu pude dar, afinal de contas, eles já não eram mais um casal jovem. Todos nós pensamos que a Collette veio tarde demais e que ela seria um atraso na vida de todos nós, tanto na dos meus pais como na minha, mas, como eu já devo ter dito, foi exatamente o contrário. Foi por que eu tinha que cuidar da Collette que eu consegui encontrar energia para terminar meu mestrado e continuar perseguindo meu sonho, e foi ela quem me distraiu de toda aquela história idiota com o Castiel. Por isso eu estava cuidando dela sozinha agora, para que ela me ajudasse a passar mais um ano naquela escola do inferno e finalmente ir para a vida dos meus sonhos.

Também havia o fator de que eu estava indo para uma reserva em plena selva africana e de que demoraria muito tempo para que meus pais sentissem que a Collette estava crescida o suficiente para visitar a irmã mais velha dela no trabalho.

- Bem... - ele falou olhando para a Collette. Ela fez contato visual com ele e sorriu de forma carinhosa para o ex-badboy de Sweet Amoris. - Eu me sinto um idiota.

- Deveria. - o Viktor falou. - Já pensou que novela seria? Você ter terminado com a Lynn estando ela grávida de você? - daria outra fanfic de merda na minha vida.

- Cala essa boca. - eu disse.

- Além do mais, Cassy... - o Castiel faltou abrir a garganta do Viktor com os dentes quando ele falou no nome proibido. - A Lynn não está cuidando dela sozinha. - verdade, apesar de o Viktor não poder estar sempre aqui, ele tem ajudado muito.

- Nossa, quanta bondade. - o outro portador do cromossomo Y na sala falou. - E você faz tudo isso sem ganhar nada em troca, não é?

- Se isso é uma insinuação de que eu estou fazendo sexo com a Lynn, poupe seu fôlego por que nós três sabemos que não.

Nós três também demos de ombro ao mesmo tempo, fazendo um “eahn” para confirmar o fato de que não, eu não estava fazendo sexo com o Viktor.

- A propósito senhor rockstar. - o maníaco sequestrador falou. - Que fim deu a história da morta e da sua ex bêbada?

Castiel deu de ombros. É engraçado como ele e o Viktor, mesmo depois de toda a putaria que aconteceu na Austrália, ainda mantinham uma cumplicidade amigável um para com o outro, mas isso é um dom do Viktor, não do idiota de cabelo vermelho. Quando o Viktor decidia que você era amigo, então assim seria, não importa o quão idiota, perigosa e destruidora de carros a pessoa era.

- Deixei ela na casa do representante. - ele respondeu. - Meus pais estão em casa, não tinha como eu lidar com o drama da ex bêbada.

- Final feliz então. - o Viktor falou, olhou o relógio no meu pulso e em seguida me deu um beijinho no rosto. - Preciso ir, combinei de encontrar o meu pai daqui quinze minutos. - pressinto uma enorme quantidade de drama prestes a acontecer.

- Você e o velho viraram melhores amigos finalmente?

- Não. - o Viktor pegou o blazer que ele sempre deixava em cima da poltrona, não importando o quanto isso me irritava. - Uma vez por mês ele me checa para ver se eu ainda estou vivo, até o dia de eu morrer e ele se apossar do dinheiro da minha mãe. - ele se abaixou para pegar a Collette no colo. - Até mais tarde, futura mais jovem investidora em Wall Street.

- Ela não vai ser banqueira! - eu disse para aquele corruptor corporativo de crianças. Viktor riu e fechou a porta.

E assim ficaram nós três no apartamento. A Collette saiu por aí perambulando pelo apartamento e rodeando o novo macho inserido no habitat dela. Eu pensava que o Castiel ia ficar acuado e taciturno por conta da presença de uma criança, mas o impressionante, impressionante mesmo, foi o fato de ele se ajoelhar para deixar a Collette se aproximar. Essa menina não se intimida com nada, nem com um estranho de cabelo vermelho que quase derrubou a porta da casa dela.

- Se alguém me dissesse que um dia eu te veria com uma menina de dois anos. - ele disse sorrindo, deixando que a Collette brincasse com a jaqueta dele. Gostaria de saber por que esse idiota ficou tão interessado assim na minha irmãzinha. Há dois anos ele atravessaria a rua para não ter que dividir o mesmo ar com uma criança.

Segura sua língua Lynn... Você não pode criar dramas agora...

- Sabe, Lynn... - MEU DEUS, eu não acredito que consegui ficar calada. - Você não precisa passar por isso sozinha.

- Eu estou cuidando da minha irmã, Castiel, não estou dirigindo um orfanato clandestino.

- Você consegue responder alguém sem que seja bancando a escrota?

- Nós dois sabemos a resposta. - eu ri de forma irônica.

Para minha surpresa, de novo, o idiota não replicou. Ele se levantou e sorriu. Sorriu pra mim daquele jeito meio perigoso e meio irônico que ele fazia quando namorávamos. Não achei isso nada legal, ou elegante. O Castiel cresceu para se tornar um jovem muito bonito, era como se ele tivesse nascido para derreter corações enquanto tocava uma guitarra diante de milhares de almas. Isso tirava o foco e distraia da real questão ali.

- Por que você ainda está aqui? - eu perguntei finalmente.

- Não seja escrota, nós éramos amigos antes de começarmos a namorar.

- Não éramos não. - eu disse. - Lembra como nós vivíamos sendo mandados para a diretoria por que brigávamos toda hora?

- Eu lembro de outras coisas que fizeram a gente parar na diretoria. - como eu meter a mão na sua cara no pátio, idiota. - Bem, acho melhor eu ir antes que a gente acabe brigando. - sábia decisão. - E não seja tão arisca, Lynn, eu quero te ajudar no que eu puder, acho que é o mínimo que eu posso fazer depois de... Tudo.

Não respondi, só o observei bagunçar o cabelo da Collette de forma carinhosa e sair. Gostaria de saber o motivo que levou esse idiota a vir até minha casa assumir a paternidade da minha irmã sem sequer pensar duas vezes antes...


Notas Finais


TA-DAM!

NÃO, a Collette não é filha do Castiel com a Lynn. Eu até pensei em fazer uma coisa do tipo, mas, minha gente, imagine a novela, o drama e a baixaria toda. Se a Collette fosse filha da Lynn, ia ser meio difícil que a Lynn palhaça fosse aceitar um emprego pra ir pra uma reserva selvagem na África, e eu duvido muito que ela seria escrota ao ponto de manter isso escondido do Castiel, na verdade, seria muito difícil que ela, mesmo querendo, conseguisse... Enfim.

Se a Collette não é filha do casal ternura então pra que colocar ela na fic? A Collette é um símbolo, meio que o Khan na segunda temporada, isso vai fazer sentido depois.

Enfim :3 vou voltar a tentar jogar aquele jogo bendito.
Muito obrigada por ler :3


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