1. Spirit Fanfics >
  2. As palavras que eu nunca disse >
  3. Capítulo 11

História As palavras que eu nunca disse - Capítulo 11


Escrita por: KatherineHanzen

Notas do Autor


Espero que gostem ♥

Capítulo 12 - Capítulo 11


               - Gente, mas o que aconteceu aqui? – Alexy exclamou horrorizado, após esbarrar em Castiel no corredor.

Rosalya observou Castiel entrar no elevador, quase quebrando o botão com um murro, e em seguida olhou para Katherine na porta. Não era coisa boa, não mesmo.

- Katherine. – Ela cruzou os braços e a amiga suspirou em resposta. – Pode começar a explicar.

- Podem entrar ao menos? – A voz de Katherine estava rouca e demonstrava exaustão. Alexy franziu o cenho.

Alexy e Rosalya entraram e Katherine se jogou no sofá da sala enquanto os esperava.

- Bem... Nós viemos te fazer companhia e um convite, porque achamos que estivesse sozinha... – Alexy começou, se sentando ao lado dela, parecia ainda atordoado.

- Desembucha, mulher. O que Castiel fazia aqui? – Rosalya se sentou do outro lado e Katherine olhou para eles alternadamente.

- Sem pressão? Com vocês sentados assim, um de cada lado, fica difícil. – Ela girou os olhos.

Alexy riu. – Com muita pressão, minha querida.

           Katherine riu e suspirou. – Eu estava entediada... Quê, Alexy? Não é isso que está pensando! – Ela girou os olhos diante do sorriso safad* de Alexy. Continuou. – Estava enlouquecendo nessa casa silenciosa, então resolvi ir ao supermercado comprar algumas coisas e caminhar um pouco. Não contava que ia desabar tanta água do céu justo quando estava voltando. Ai Castiel apareceu e me ofereceu carona. Eu pensei em negar mas ele insistiu e estava chovendo demais. Ele me trouxe até em casa e disse que não me deixaria fugir desta vez, então o convidei para entrar. – Ela deu uma pausa, omitindo alguns fatos. Ainda não estava preparada para falar sobre o beijo. – Aconteceram muitas coisas, do que não me orgulho. Ele leu o meu diário. Nós brigamos. Eu chorei e bati nele e depois ele me acalmou de alguma forma. Então Nathaniel ligou para confirmar o nosso encontro amanhã e ele foi embora furioso.

            Quando ela terminou de falar, os dois a encaravam boquiabertos.

            - Tudo bem, pelo visto não quer entrar em detalhes. Porém, minha querida, uma hora vai ter que nos contar. – Rosalya cruzou as pernas.

            Ela girou os olhos. – Eu sei que sim.

            Alexy sorriu maliciosamente. – Então rolou um sex* selvagem?

            Katherine sentiu o sangue subir para a cabeça, não estava esperando aquela. – O quê? Não!

            - Até parece, que vocês dois estavam aqui, sozinhos, no maior calor do momento e não rolou... Nada. Impossível!

            - Eu ainda tenho alguma dignidade.

            - Ah, é? Então o que é essa marca no seu pescoço?

            - O quê? Que desgraçado! Eu nem notei... – Ela passou a mão pelo pescoço nervosamente e Alexy gargalhou.

            - Você se entrega muito fácil, garota. Agora conta, vai.

            - E o mais importante... Desde quando você tem um encontro com Nathaniel? – Rosalya a encarou com o cenho franzido.

            Outro suspiro. – Castiel e eu combinamos de manter tudo entre nós. E eu tenho um encontro com Nathaniel amanhã.

            - Ai. Meu. Deus. Manter o quê entre vocês, Katherine? – Alexy se abanou.

            Ela o encarou. – Se vamos manter entre eu e ele, eu não vou falar, Alexy.

            - Diz que ele tem uma boa pegada, ao menos. Caso contrário eu ficaria decepcionado.

            Katherine ficou perplexa. Alexy conseguia ser ainda mais abusado que Rosalya.

            - Alexy!

           Ele gargalhou outra vez. – Tudo bem, não está mais aqui quem perguntou. – Ele ergueu as mãos em sinal de defesa

            Katherine suspirou, esfregando a nuca. – Castiel e eu não somos compatíveis.

            Rosalya a encarou, sem entender o real significado daquela frase. Fora uma afirmação, um questionamento? Ou será que Katherine estava apenas tentando convencer a si mesma daquilo? A julgar pela sua reação, esfregando os braços e desviando o olhar para longe, divagando, considerou ser a última opção.

            - Você está tentando nos convencer disso pra a deixarmos em paz? Vou logo avisando que não vai funcionar.

            Katherine o encarou. – Eu não sei, Alexy... E não estou afim de falar sobre isso agora, tudo bem?

            Alexy sorriu, compreensivo. – É claro. Mas noutra oportunidade você nos contará tudo, ok? Agora descanse disso.

            Katherine riu pelo nariz e assentiu em resposta. – Aliás, vocês disseram que vieram aqui me fazer um convite... Para quê?

            - Festa do retorno da Emilly. – Rosalya se pronunciou e Katherine contraiu o maxilar. – Mas não se preocupe, pelo estado como ele saiu daqui, aposto que não vai nem aparecer. É bem a cara dele não aparecer na festa da própria irmã.

            - Eu não acho uma boa ideia...

            - Lá vem você com essa de novo, sério?

            - Por favoor... – Alexy juntou as mãos em súplica. – Nós não vamos deixar você aqui sozinha, então, se você não for, vamos ter que ficar aqui e perder a festa. O que vai fazer você se sentir culpada pelo resto da vida. E você não quer isso, quer?

            Outro longo suspiro. – Eu odeio vocês.

            - Nós sabemos que é mentira... Agora mexa esse belo traseiro até o seu quarto e vista uma coisa decente. Vamos te apresentar algumas amigas e você vai dançar, beber, e se divertir.

            Katherine sorriu para Alexy, agradecida pela atitude dele. Mas internamente sabia que dificilmente conseguiria se divertir com tanta coisa na cabeça. – Tudo bem, eu volto em breve.

            Quando ela voltou, vestia uma simples saia preta com uma blusa branca. Alexy e Rosalya avaliaram a escolha dela e consideraram “aceitável para a ocasião”, então os três saíram do prédio e embarcaram no carro de Alexy para ir até a festa.

            Durante o percurso, Katherine se perguntara onde seria a festa, visto que desconhecia o trajeto que Alexy seguia. Mas resolveu por fim não se preocupar. Afinal não fazia diferença, fazia?

            É claro que fazia, porque ela sabia a resposta.

            Quando Alexy estacionou, saltando do carro e encontrando-se com Rosalya do outro lado, olhou para Katherine hesitante em sair do banco de trás. Perguntou-se o que realmente havia acontecido com a amiga para tamanha insegurança diante de fatos. Todas as pessoas passavam por esse tipo de coisa, não é? De apaixonar-se, de ter medo de se entregar, de ter o coração partido... Então por que ela parecia tão diferente? Desde que a vira pela primeira vez, tivera a impressão de que ela tinha um campo de força em volta de si, tentando afastar não só paixões indesejáveis, mas também todo o tipo de sentimento ou emoção que fossem humanos.

            Uma parte de si queria fazê-la falar sobre, mas felizmente sua parte racional resolvera dar a ela um tempo. Assim como Rosalya fazia. Olhou para Rosa, sua velha amiga. Ela era incrível, em todos os quesitos, e Alexy a adorava. Invejava sua força e sinceridade. Ela havia o ajudado a passar por maus bocados também, e ele aprendera a ser como ela. Ela o ensinara que as coisas acontecem porque tem de acontecer, não porque é culpa de alguém, necessariamente.

            Era nisso que ele passara a acreditar.

            - Vamos entrar? Emilly deve estar dando saltos pelo nosso atraso... Vai querer nos fuzilar com aquele olhar!

            Katherine se perguntou se intimidar as pessoas era coisa de família.

            - Vamos logo... – Se pronunciou. Se era pra noite ser um desastre, que acontecesse de uma vez. O seu dia já tinha sido horrível mesmo, tão horrível que não podia piorar. Mas ela também sabia que isso não era uma coisa que podia ser dita em voz alta, porque aí sim sempre piorava.

            - Vai ser legal, eu prometo. – Rosalya tocou-lhe no ombro, oferecendo-lhe seu apoio.

            - Não prometa o que não pode cumprir, Rosa. Vou ficar bem chateada com você.

            - Nós duas sabemos que você não é capaz disso.

            Katherine riu. – Você não quer arriscar.

 

            ...

 

            A casa estava lotada, e Emilly olhava ao redor por entre as pessoas que riam e bebiam e dançavam já alteradas, procurando alguém. Uma série de pessoas, para ser exata. Ao longo da noite, recebera muita gente em sua casa, cumprimentando-a e dando-lhe as boas-vindas como se realmente se importassem com ela. Ela sabia que não, mas não ligava. Não que não se sentisse amada com aquilo, mas tinha em mente coisas mais importantes.

            Como por exemplo o fato de seu irmão ter desaparecido há horas e nem se quer ter a decência de aparecer na festa dela. Não que realmente achasse que ele fosse adorar aquilo na própria casa, mas sabia que no fundo ele a amava e não a magoaria de verdade. Usaria isso para trazê-lo de volta. Se isso significasse manipulação, que fosse, ela não se importava também. Qualquer coisa era melhor do que deixa-lo acabar com a própria vida.

            Castiel não tinha culpa do que havia acontecido. Mas sentia-se como tal embora nunca fosse admitir pra ninguém e vivesse procurando outros culpados para amenizar a dor. E Emilly sabia que a dor não ia passar. Por isso havia voltado, mesmo com seus pais a proibindo, ela não era como eles. Não abandonaria Castiel, e sim o ajudaria a lidar com a dor.

            Suspirou e desistiu de esperar. Ele não apareceria e nem mesmo daria explicações.

            Então, pegou um copo de cerveja e bebeu, decidindo por fim aproveitar a sua própria festa. Ela estava de volta, e era o que importava.

            - Olá, Emilly. – A voz rouca atrás de si fez com que ela se virasse, esboçando o primeiro sorriso sincero da noite.

            - Lys... Fico feliz que tenha vindo.

            - Eu não perderia esta festa. – Ele tomou um gole de cerveja também e sorriu. – Você viu o Castiel? Não o encontro em lugar algum.

            - Ele não veio. – Ela desviou o olhar.

            - Eu... – Lysandre olhou para ela, procurando as palavras. Algo dentro de si se remoeu com a expressão dela, e ele pensou que odiava vê-la daquela maneira, embora o porquê fosse desconhecido para si. – Eu tenho certeza de que ele vai aparecer, logo.

            Ele não tinha certeza, e tudo o que mais odiava eram mentiras. Mas odiava aquela expressão nos olhos dela também.

            Emilly olhou para ele e sorriu.

            - Por que não vem dar uma volta comigo? Não acho uma boa ideia ficar refletindo sobre o comportamento do Castiel, nós dois sabemos que ele sabe muito bem o que faz, sempre.

            Ela assentiu. – Tem razão.

            Ele ofereceu o braço para ela com gentileza, e ela aceitou com um sorriso, enlaçando o braço ao dele enquanto eles caminharam para o jardim dos fundos da casa. O lugar também estava repleto de pessoas, mas ainda assim isso não ofuscava o céu. Ele estava brilhante naquela noite, e a brisa que soprava estava deliciosa contra a pele.

            - Você está linda hoje.

            Emilly a encarou, surpresa pelo comentário. Sentiu a face se ruborizar e esquentar, e sabia que um pouco disto se dava por conta do álcool, ele sempre a deixava vulnerável. Só não sabia que Lysandre tinha o mesmo poder. Tentou colocar os pensamentos em ordem e parecer um pouco menos desconcertada.

            - Eu... Obrigada... – Ela tentou sorrir da melhor maneira possível, mas sabia que a única coisa com o que parecia era com uma menina boba e frágil.

            - Não sei como eu nunca reparei isso antes... – Lysandre continuou, encarando-a minuciosamente, como se avaliasse cada linha do seu rosto.

            Emilly vacilou outra vez. Quanta cerveja havia bebido?

            - Talvez porque você nunca esteve tão perto antes. – Ela completou, sincera.

            Lysandre nunca havia se aproximado, e ela há muito tempo, antes de ir embora, costumava observá-lo muito. Não sabia porquê. Lysandre era um mistério encantador e ela gostava disso, mas havia considerado isso apenas uma curiosidade boba, nunca paixão. Não até agora, com os olhos dele sobre os seus.

            - É, tem razão... – Ele sorriu, o canto da boca curvando-se lentamente. A mão subiu até encontrar a face dela para acariciar-lhe a pele macia, e então, o rosto dele se aproximou como em passe de mágica.           Ela fechou os olhos, surpresa por esperar por aquilo e querer também.

            - EMILLY, ATÉ QUE ENFIM! – Ouviu Rosalya chamar por si e se afastou rapidamente de Lysandre, cortando qualquer conexão que eles pudessem estar sustentando anteriormente.

            - Oi, Rosa. – Até mesmo sua voz estava vacilante.

            - Até que enfim eu encontrei você. Alguém já te disse que a anfitriã da festa não pode se esconder nos fundos?

            Ela sorriu, sem jeito, notando Alexy e Katherine que se aproximavam logo atrás dela. Precisava sumir dali antes que alguém suspeitasse de alguma coisa. Apesar de Lysandre ser o melhor amigo de Castiel, ela não achava que o irmão ia gostar daquilo.

            - Eu... Sinto muito.

            Rosalya arqueou as sobrancelhas. – Está pedindo desculpas? Emilly, o que aconteceu com você? – Os olhos avaliativos dela finalmente encontraram Lysandre que sorriu estranhamente também. Ela respirou fundo. – Que seja, tanto faz. Venha, as meninas estão esperando por você. – Ela a segurou pela mão e a puxou para dentro da casa novamente.

            Emilly apenas se limitou em olhar para trás, por cima dos ombros e emitir um pedido de desculpas silencioso para Lysandre, que sorriu compreensivo.

 

...

 

            - Ali, quanto tempo!

            Katherine observou curiosa quando Emilly abraçou uma garota que ela desconhecia até então. Ela tinha cabelo em corte Chanel, olhos de um azul piscina magnífico que brilhavam até mesmo à noite e pele clara em contraste. Era muito bonita.

            - Senti sua falta, Emilly! – Ela a abraçou de volta com entusiasmo. – Esta sua festa está tipo... AWESOME, sabe? Onde você conseguiu aquele Whisky? Vai ter que me contar!

            Emilly riu. – Você não mudou nada...

            A garota sorriu. – É, você também não. Mas não faça isso de novo, ok? Não vou perdoar você.

            O sorriso de Emilly vacilou. A garota falava mesmo sério?

            - Tudo bem...

            - Torneio de guitar hero?

            Emilly riu. – Está livre para fazer o que quiser.

            Ali riu. – Não devia ter dito isso.

            Emilly encolheu os ombros. – Não pode ser pior do que o que já está acontecendo com a casa. Meu irmão vai adorar.

            Castiel...

            Ele não aparecera mesmo, ao menos Katherine não o tinha visto em lugar algum.

            - Ah, aquele estraga prazeres rabugento. – Ela girou os olhos. – Eu não o vi por aqui. O que eu acho bom até.

            - Então não tem com o que se preocupar.

            - Tem razão, Emilly. Eu amo você.

            - Ok, chega de whisky por hoje... – Emilly fez uma careta e todos riram com ela, incluindo Ali.

            Quando ela parou de rir, olhou diretamente para Katherine. – Você deve ser a Katherine de que todos falam...

            - Todos falam?

            - É... Quero dizer, todos os meus amigos. O que significa que não são muitos, mas fazer o que né? – Ela encolheu os ombros. – Sou Alissa.

            - E eu pelo jeito sou a Katherine.

            Alissa sorriu. – Fico feliz em finalmente conhece-la.

            Katherine sorriu de volta, não sabia o que dizer.

            - Aqui estão vocês... Agora vamos agitar essa festa!

            Pryia, Iris, Lara e os rapazes de repente estavam todos ali, dançando e bebendo e rindo entre si. Divertiam-se de verdade e Katherine se pôs a observar, sentia-se em casa com eles, embora soubesse que talvez não fosse ali o seu lugar.

            Emilly não tocara no assunto Castiel com ninguém, como se realmente não fosse surpresa ele não ter aparecido, e ela agradeceu por isso. Assim, concordou com Alexy sobre “mexer o esqueleto freneticamente” e foi se divertir com eles.

           

...

 

            Algumas horas depois, só haviam restado eles na casa, e a porta se abriu.

            Todos olharam para lá curiosos, quando um rapaz alto de cabelos negros, olhos violeta e pele clara deu um passo para dentro. Seu semblante era sombrio e Katherine sentiu um arrepio subir pela espinha. Ela não fazia ideia de quem ele era mas algo a dizia que já o tinha visto antes em algum lugar.

            Ela olhou para os demais.

            Estavam todos paralisados, olhando para ele. Tão pálidos quanto estariam se tivessem visto um fantasma.

            - Ora, ora, ora... Será que eu também ganharia uma festa de boas-vindas assim por voltar?

            Ele sorriu de lado, sarcástico, sua aura exalando coisa ruim.

            Katherine soube naquele momento que ele não era coisa boa.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...