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História As Sete Chamas Noturnas – Cavaleiros Sombrios - II – Sempre há o idiota que aparece nas piores horas...


Escrita por: NicoYoongi

Capítulo 2 - II – Sempre há o idiota que aparece nas piores horas...



— Acorda logo, vagabundo!

— É, acho que funcionou...

Abri lentamente os meus olhos, piscando eles algumas vezes e deparando-me com duas pessoas que olhavam atentamente para mim.

— Parece que o belo adormecido acordou... — falou a primeira

Era Thay. Seus insignificantes olhos castanhos àquela altura estavam magnificamente cinzentos como uma tempestade. Estava, de fato, esplêndida naquela roupa de couro justa e completamente branca. Seus cabelos, que antes eram de um marrom avermelhado e escuro, agora estavam num tom claríssimo de loiro platinado. Ela poderia encantar à qualquer um com aquela pele clara e seu feliz semblante.

— Sabe muito bem que odeio apelidos!

— Sim, sei... Mas não me importo.

— Então, decidiu juntar-se aos outros daímons e ficar do lado correto da história? — perguntou Oliver.

Bem, o idiota era um garoto que devia ter uns quinze ou dezesseis anos – eu realmente nunca havia perguntado. Seu cabelo undercut castanho combinava bem com sua pele morena, enquanto seu olhar infantil realçava seu rosto brincalhão – que era _bem_ diferente da face de Thay. Alto e um pouco musculoso, ficava bem naquela bermuda jeans cinza, acompanhada por uma camisa pólo vermelha e um par de tênis da mesma cor.

— Você sabe muito bem que, entre o certo e o errado, eu faço o que quero, Raphael! — respondi, enquanto ele me olhava com seus olhos cor de âmbar.

Sentei-me, notando que estava deitado numa cama, a enfermaria da Mansão dos Daímons.

— Onde posso encontrar o Mitchell?

— Também queremos saber! — confessou Thay, e eu pude ver um brilho em seu olhar frio, porém sonhador. — Ele desapareceu já faz uma semana...

— E a Melanie?

— Aquela sua ex-namorada psicopata e assassina? — ela perguntou. — Ela deve estar dando uma surra nuns invasores à esta hora. O que você quer com ela?!

— Acha que ela tem a ver com o desaparecimento do meu irmão? — perguntou Raphael.

— Cara, estou pouco me importando com o bastardo do seu irmão. Só preciso falar de uns assuntos confidenciais com ela mesmo... — respondi, mentindo um pouco e despertando a curiosidade do garoto.

— Assuntos tão secretos que você não pode nos contar?

— Assuntos tão secretos que se, um dia, você descobrir o que são, morrerá pelas minhas próprias mãos! Agora, para de encher o meu saco e vá fazer algo de útil! Arranjar um quarto e roupas pra mim, por exemplo...

— Okay — o mesmo assentiu, afastando-se de mim.

— E aí, como você está?

— Bem, e com muitos compromissos, Thay.

— Posso lhe fazer uma pergunta?

— Você já está fazendo. Agora, prossiga.

— O que é que você quer com o Mitchell?

— É só que... Eu tenho um trabalho pra ele.

— E por que você não se junta à nós? Aqui, estamos protegidos, aprendemos coisas, ficamos entre gente como nós... É legal.

— E viver sem adrenalina, sem perigos, sem as emoções que tenho?! Agradeço, mas não. Eu não quero a segurança, não quero uma vida repetitiva e monótona. Vocês parecem até com os humanos agindo deste jeito!

— É... Onde você fica, já que não é daqui? Sabes que se estiveres junto à Liga dos Assassinos, teremos ordem pra te matar, não sabes?

— Calma, calma. Não estou em nada que tenha a ver com isso. Eu trabalho sozinho!

— E from a Mel e o Tyler algumas vezes. Quero saber o que é que vocês andam aprontando! — interveio Oliver, voltando para perto da gente. — Você vai ficar no terceiro quarto. Suas roupas te esperam lá!

— Agradeço, Raphael.

Levantei-me da cama, deixando os dois sozinhos naquela sala. Suspirei, então, pronto para o meu primeiro dia na Mansão dos Semi-Imortais.

Já tendo andado pelos imensos corredores, abria porta de carvalho escuro do terceiro quarto, deparando-me com um dos meus novos colegas de quarto – que estava atrás dela, dançando estranhamente, como se estivesse tentando imitar uma lacraia com dor de barriga.
Ele era um garoto de dezesseis anos talvez, tinha a pele clara e bronzeada. Sua calça não muito justa e sua jaqueta sem mangas eram de um jeans azul claro, e sua camisa era preta, com estampas de lobos brancos e negros. Assim que ele ouviu o som da porta se abrindo, virou-se de imediato, claramente corado.
Então, eu pude ver suas distintas maçãs do rosto, seu cabelo curto e preto num estilo de rua, seus olhos castanhos escuros e envergonhados.
— Pronto, minha vez de girar! — falou aos outros quatro, que estavam sentados no chão envolta de um chinelo alaranjado.
— Quer se juntar à nós, novato? Estamos jogando o Jogo dos Desafios... — convidou-me um outro, enquanto o primeiro sentava-se ao lado dele.

Este segundo era um garoto moreno, com exóticas orbes extremamente brancas. Seus cabelos pretos que caíam em parte sobre a testa estavam escondidos em seu boné de aba reta vermelho. Suas roupas em couro reforçavam a ideia que eu tinha de ele ser um swag, e seus anéis de ouro deixavam isto ainda mais óbvio.
— Aceito — falei, enquanto dois outros meninos abriam espaço entre eles para que eu pudesse me sentar.

O da direita era um garoto que tinha as feições um pouco tristes. Tinha um cabelo liso e mais claro que o mel, dividido com uma linha que cortava o centro da cabeça; lábios finos e avermelhados, como se ele houvesse passado morango neles; e a pele que me lembrava açúcar. Seus olhos eram puxados, suas orbes, negras e vazias. Devia ter uns treze anos, a julgar pelo seu tamanho e a sua aparência.

Me sentei ao lado dele, enquanto o garoto da esquerda me olhava.

Era um cara de obviamente dezesseis anos, com uma camisa cinza e um "Will" estampado. Ele ficava fitando-me com seus olhos cor de âmbar, os lábios rosados contraídos, algumas de suas veias aparecendo em locais espalhados de suas bochechas.

— Anda logo, Edward! — o menino dos olhos brancos ordenou.

— Pois bem — suspirou o moreno, as sentindo.

Ele levou a mao ao chinelo e, após uma silenciosa contagem até três, o girou – e a parte dianteira direcionava exatamente para o último garoto, que claramente ficou um pouco surpreso. Os olhos dele se arregalaram enquanto roía as suas unhas.

— E então, qual é o desafio? — o menino surpreso perguntou.

— Ahn... — Edward ficou pensativo. — Raymond, eu te desafio a dar um beijo no rosto de alguém daqui.

— Ah, isso é fácil — declarou o garoto dos cabelos castanhos escuros, aliviado e relaxando os ombros.

— Pode até ser, mas eu vou estar gravando — avisou Will, tirando um celular branco do bolso de sua jeans cinzenta.

O menino dos cabelos de carvalho então corou. Ficou pensativo por um momento, como se estivesse em dúvida, escolhendo a pessoa.

Lembrei-me de quando eu joguei isso pela primeira vez com o meu primo Drake e alguns de seus amigos. Ele havia feito eu ser odiado pelo meu tio, Mychael, por uns dois anos.

Decidido e ainda vermelho como um tomate, ele levantou-se e veio até mim, juntando seus lábios com o meu rosto, dando um beijo em minha bochecha. Por sorte, a única luz que iluminava o local era gerada por uma lamparina, ou seja, eles não podiam ver muito bem o quanto eu também havia corado com aquilo.

— Minha vez — ele falou, separando-se de mim e sentando novamente em seu lugar.

Pondo a mão no chinelo laranja, o menino dos olhos dourados girou-o de imediato. E, como de esperado – do jeito que tenho um enorme azar –, a parte da frente do chinelo apontou para mim.

— E então, Ray, qual é o desafio?

Ele não pensou muito, nem hesitou. Respondeu imediatamente, bem decidido que queria fazer algo para ferrar comigo.

— Novato, eu te desafio a roubar a taça de prata que fica nos aposentos do Sr. Kane.

Todos olharam para mim, o que fez eu me sentir um pouco exposto.

Aquele menino aparentemente inofensivo de quinze anos havia acabado a me desafiar a roubar algo do diretor do local! Ou ele era louco, ou achava que eu não era bom o suficiente — ou queria que eu fosse descoberto e expulso _novamente_ da Mansão dos Semi-Imortais, o que era mais provável.

— Vai amarelar? — provocou-me.

— C-claro que não! É só que... O quarto dele não está sempre sendo vigiado por dois guardas?

— Vai me dizer que essas seringas não estão cheias de sonífero?! — apontou para os bolsos da minha calça de couro.

Fiquei imaginando como ele teria percebido...

— Eu sei de tudo o que acontece por aqui — afirmou, como se pudesse ler os meus pensamentos

— Okay, estou indo lá, mas creio que alguém precise ir comigo para certificar que eu peguei a verdadeira taça...

— Eu mesmo vou — ele falou, levantando-se.

Fiz o mesmo, indo até a porta do quarto com ele.

_Já no corredor onde ficava o quarto de Bill Kane..._

— Preparado? — Ray perguntou.

— Não! — respondi, pondo o capuz sobre a minha cabeça, com rindo uma parte da minha face.

Corri com as seringas em maos, indo na direção dos dois homens de terno branco, silenciosamente. Como foram pegos de surpresa, foi um pouco fácil. Bastou apenas as agulhas entrarem em seus pescoços e o líquido foi injetado. Logo, estavam os dois apagados no chão.

— Já pode vir, sr. McCaffrey — chamei.

— Como sabe meu sobrenome?! — indagou, vindo até mim.

— Acho que você não é o único que sabe das coisas por aqui...

— Okay, mas ande logo, Villar! Nós só temos dez minutos de sono profundo!

Assenti, abrindo aquela porta de madeira de eucalipto.

— Depois de você — fiz sinal para que ele entrasse.

Raymond revirou os olhos e resolveu entrar, sendo logo seguido por mim, que deixei a porta entreaberta pra não fazer muito barulho.

— Vou ficar aqui, caso alguém apareça — avisou-me.

Procurei, então, pelo maldito cálice prateado. Olhei na mesa central, na cozinha, no quarto...

— Ray, como é exatamente essa taça?

— Ela é feita de prata, com algumas palavras entalhadas em ouro.

— Por aqui só tem o contrário — informei, passando a mão pela estante de troféus. — É frustrante não encontrá-la em lugar algum! — reclamei.

— Vem, vamos voltar logo então. O efeito do sonífero deve acabar em menos de três minuto

— Estou indo — disse.

Andei novamente até a sala, onde ele vigiava a porta e um homem velho – deduzir que fosse o diretor – estava dormindo no sofá.

Er um adulto com as laterais do cabelo grisalhas, e a parte de cima preta. Ele tinha a aparência de uns trinta e seis anos, mais ou menos. Estava vestido formalmente num terno marfim. Em suas mãos haviam anéis cinzentos, e, em seu pescoço, um cordão com um pingente em forma de cálice, da mesma cor. Espere aí... _Cálice?!_

— Anda logo, Matt!

— Acho que eu encontrei...

Andei até o grisalho, que estava num sono _muito_ profundo – ao ponto de estar roncando estrondosamente e não acordar –, e puxei seu pingente, arrebentando o cordão.

— Pronto, agora po... — mal começara a falar, e fôra interrompido por um outro garoto:

— Onde pensam que vão? — sua voz soou séria e curiosa. — E o _que_ pegaram?!



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