Chegando da escola, Luna foi falar com sua avó a respeito de seus antepassados. Segundo dona Cleusa, um ferreiro bisavô dela viveu no século XIX, mesma época que a garota de azul e ele foi um dos responsáveis por matá-la.
-É sério, vó?
-É, mas ele morreu pouco depois dos "ataques" dela começarem.
-Você sabe se ela o matou?
-Infelizmente não sei, filhinha - era assim que a boleira se referia à neta.
-Bem, obrigada vovó. Agora, eu estou com fome!
-Então, vamos comer!
Almoçaram. A morena foi fazer a tarefa e lá pelas cinco da tarde ligou para sua amiga. A ruiva ainda tinha suas dúvidas, mas não podia deixar sua amiga na mão! Iriam às dez horas da noite, sairiam escondidas.
O relógio marcava dez horas, Luna foi à janela e viu sua amiga do outro lado carregando uma mochila. Ela pegou o celular e uma lanterna desceu as escadas devagar e saiu pela frente. Atravessou a rua ao encontro de Melissa.
-Ei, o que tem nessa mochila?
-Garrafa d'água, batatinhas, barrinhas de cereal, duas lanternas, chiclete, desodorante, perfume, bala, refrigerante e meu celular.
-Querida, nós não vamos morar lá, não tem necessidade disso tudo.
-Pelo menos não vamos morrer com fome e nem fedidas.
-Só faltava você trazer shampoo, condicionador e chapinha né? Anda, vamos logo.
As duas subiram a rua, dobraram a esquina, passaram pelo parquinho e chegaram ao cemitério.
-Droga, está trancado!
-Calma, Luna, é só pular o portão.
-E cair e me machucar? Não, obrigada.
-Você não pensa positivo, heim? Vamos, ajude-me a subir, depois você joga a bolsa, sobe e eu te ajudo a descer.
Assim fizeram. Já do lado de dentro, dirigiram-se ao túmulo. Ele estava aberto e Melissa segurou firme na mão da amiga.
-Vamos embora, por favor! Eu estou com medo!
-Calma, masca um chiclete que passa. Nós vamos esperar ela vir.
Não esperaram muito e logo viram uma luz branca um pouco azulada que depois foi tomando a forma dr uma garota, aparentemente de vinte anos e muito bonita. As meninas ficaram espantadas e nem conseguiram se mexer.
-Nicole - disse a garota.
-Nicole? - perguntou a ruiva. -Não, eu sou a Melissa e essa é a Luna.
-Nicole - repetiu.
-Nicole... é o seu nome, não é? - disse Luna.
Ela fez um sinal positivo com a cabeça.
-Furtineli - disse a garota no vestido azul.
-Nicole Furtineli, é isso? - disse a ruiva.
Outro sinal positivo. Ela se aproximou e apontou para a lápide. Disse:
-Treze... janeiro... um, nove, dois, três.
-Treze de janeiro de mil novecentos e vinte e três foi quando você morreu? - Luna perguntou.
Sinal positivo.
-Vinte - disse Nicole.
-Você morreu com vinte anos... mas quando nasceu? - Ficaram se encarando até que Mel falou:
-Você morreu no dia do seu aniversário!
Nicole abaixou a cabeça. As duas entenderam. Resolveram ir embora. Despediram-se e foram ao portão, pularam e voltaram para casa.
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