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História As tragédias do furacão T -


Escrita por: FuracaoT

Capítulo 1 - 1°


Minha vida nunca foi muito diferente da vida das outras pessoas, e quando eu digo não muito diferente é realmente parecido; não é igual aqueles filmes que aparece a protagonista que se diz feia, desajeitada e pobre, mas ainda sim é a mais bonita, inteligente e legal.

   Sempre tive problemas pra fazer amigos, sempre fui muito difícil de lidar. Com menos de um ano de idade minha mãe se separou do meu e até hoje (19 anos), nunca mais tive notícias dele. De eu sinto falta? Não da pra sentir falta do que nunca se teve.

  Minha mãe sempre trabalhou duro pra me dar tudo que podia, mas pouco tempo depois dela se separar, acabou encontrando meu padrasto e estão juntos até hoje. Mas isso mao quer dizer que as coisas estão bem ou que nos damos bem. Ele basicamente trata minha mãe da pior maneira. Na verdade nem sempre, mas ele é meio bipolar, eles se xingam sempre e isso me dá nos nervos. Fora as agressões físicas, mas isso eu já não posso me meter, ou posso? Antigamente sim, mas a partir do momento que vi que não era mais da minha conta, eu deixei pra lá. Eu e ele não nos falamos, acho que já faz uns 6 anos. Mas entre esse tempo já nos falamos umas sete ou oito vezes, para discutirmos, claro. Ele já teve outros filhos antes da minha irmã - ah, é, eu tenho uma irmã, filha dos dois, três anos mais nova (16). Segundo a minha mãe, meu pai verdadeiro teria outros filhos, mas também nunca tive contato.

  Quando ainda pequena, eu lembro de chorar por não ser tratada como uma filha. A família do meu padrasto sempre deixou bem claro que eu não era da família, mas eu nunca quis ser, e agradeço a Deus por não ser. Ser daquela família seria totalmente um saco. Eles são basicamente cobras, e mudam a pele frequentemente, ou seja, são uns falsos. Mas toda família tem isso. Lembro de um dia das crianças em especial. Saímos para uma cidade próxima e entramos em uma loja, até que minha irmã começou a olhar umas bonecas e escolheu uma. Eu nunca fui de fazer questão por nada. Então eu comecei a andar na loja só por andar, até que acabei encontrando uma boneca bem simples, super magra e com acessórios de plastico, o simples sempre me atraía, e eu queria ela, mas não falei, nunca gostei de incomodar. Em um certo momento meu padrasto apareceu, "Escolhe uma dessas aí" e saiu. Me senti tão inferior, não sei exatamente o porque. Talvez porque minha irmã tivesse que escolher as melhores e eu tinha que ficar sempre com qualquer coisa.

  Uma outra lembrança clara e demoníaca que tenho dele é de quando eu ficava doente. Se eu estivesse gripada, por exemplo, e ficasse tossindo durante a noite, ele colocava um pano na minha boca, sim um pano, eu o incomodava com minha tosse. E se fosse a filha dele? Aí não teria problemas não é mesmo? Outra recordação é que eu sempre fui curiosa; em cima de um guarda roupas tinha um pequeno pote, e eu abri. Não havia nada, absolutamente nada, então fui até a minha mãe, "O que tinha aqui dentro?" e ela "cadê o umbigo que estava aqui dentro?". Eu fiquei sem reação, como um umbigo caberia ali dentro? Não deveria estar no corpo da pessoa? Pobre criança. Por fim ela acabou se irritando e me bateu por algo de eu não fiz. Eu tentei dizer que não tinha nada, nunca fui de mentir, eu disse a verdade, não tinha nada lá dentro quando eu peguei, eu juro. Mas jurar não foi o suficiente. Apanhei mesmo assim. Talvez ela só tenha ficado preocupada com oque poderia acontecer com ela se ele sentisse a falta desse umbigo, que por sinal, vim descobrir depois que era o umbigo umbilical de uma das filhas dele. Nunca esqueço estas coisas.



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