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História As Voltas que a Vida Dá - Capítulo 3:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 3 - Capítulo 3:


“—Festas beneficentes não deveriam ser tão chatas.” -Refletia Helena, bebericando seu coquetel e olhando as pessoas dançando no salão ao ritmo de alguma música antiga. Foi quando quase engasgou ao ver quem chegava.

Afrodite. Lindo de smoking!

Tá, ele era lindo de qualquer maneira, mas de smoking era uma tentação! E ele a ignorou completamente, dando atenção às solteiras que o cercaram imediatamente. Helena não resistiu a tentação de compará-las à aves de rapina...e uma outra doméstica que fica ótima frita. Ele a viu e se afastando educadamente das mulheres que o recepcionaram, caminhou até Helena.

—Olá. -cumprimentou.

Se já a achava linda apenas de shorts e camiseta, agora de longo estava estonteante, pensava Afrodite admirando com o olhar o belo vestido verde que ela usava e lhe deixava tentadora.

—Você não tinha que estar cuidando de nossos cachorros? -Helena perguntou.

—Bem...eu os deixei com uma babá. -se serviu com um coquetel que ofereceram a ele.

—Babá? Você realmente teve coragem de pagar uma babá para ficar com Hank e Duquesa? -Helena estava mesmo espantada.

—Qual é o problema?

—Apenas que eu acho isso desnecessário! E pra não dizer ridículo!

—Não pretendo deixar Duquesa sozinha no estado delicado em que se encontra. -declarou bebendo seu coquetel.

Helena notou que a discussão deles estava atraindo os olhares das pessoas próximas, e o que ela queria evitar era um escândalo.

—Deixemos isso pra discutirmos depois. -declarou dando-lhe as costas e indo na direção de um grupo de senhoras.

Era a segunda vez que Helena o deixava sozinho, fugindo dele. Desta vez, não ficaria assim.

—Então eu posso te ligar amanhã para discutirmos o assunto do teste de gravidez? -perguntou em voz alta a ponto de todos escutarem.

Helena estancou, em choque. Ficou lívida e em seguida ficou vermelha como um tomate, todos olhando e murmurando o que ele havia lhe dito. Drasmoor era pequena demais e o povo adorava se intrometer na vida alheia, e ela não queria ser alvo de mexericos.

Saiu rapidamente do salão, sem olhar para trás, indo para seu carro. Durante o trajeto xingava Afrodite de todos os nomes possíveis e imagináveis, foi então que o pneu de seu carro estourou, assustando-a e obrigando-a a estacionar no acostamento.

Saiu do carro e verificou o estrago. Chutou o pneu furado e maldisse a sorte. Como iria trocar um pneu usando aquele vestido de festa justíssimo? Rezou para que alguma boa alma passasse por ali e lhe desse socorro.

Observou que luzes de um carro se aproximava, e pegou uma lanterna para sinalizar que precisava de ajuda. O carro estacionou e para seu desespero, era Afrodite.

—Não! Você não! -praticamente quase gritou, apontando para ele.

—O que tem eu?

—Por sua causa minha noite foi arruinada, as pessoas irão comentar que estou grávida de você, meu carro estourou o pneu e estou presa na estrada! -desfilou as acusações.

—Na festa só tinha velho e encalhada. Não iria arranjar nenhum encontro ali. Se pensarem que está grávida, é só olharem para você para verem que está enganada. A não ser que comece a engordar, então evite os doces e mais uma coisa... -Afrodite apontou para o carro. -Como eu poderia ter sido a causa do seu pneu furado? Eu não tenho poderes paranormais.

—Tá. -ela suspirou e apontou para o pneu furado. -Pode trocar para mim?

—Não. -ele olhou o estrago.

—Como não?

—Eu não sei trocar pneu. -declarou com as mãos nos bolsos do smoking.

—Não sabe? Que raios de homem é você que não sabe trocar um pneu de um carro?

—Nem todo homem faz este tipo de coisas, querida. -e olhou para a mão esquerda e para suas unhas. -E eu iria estragar minhas mãos fazendo isso.

—Você é um inútil! -resmungou Helena, pegando sua bolsa e casaco, e trancando o carro. -Me dá uma carona até a oficina mecânica mais próxima.

—Eu te levo para sua casa e depois ligo para um guincho. -falou o rapaz, abrindo a porta do carro. -Ou podemos ir para a minha casa, beber um bom vinho enquanto discutimos minha influência em todo seu karma ruim.

—Sinto se exagerei. -ela comentou assim que entraram no carro. -Você não podia ter algo a ver com o pneu do meu carro ter estourado.

—Sim. Mas... -ele declarou, fazendo-a olhar desconfiada para o modelo. -Atualmente, posso culpá-la por MEU karma ruim.

—Como?

—Por causa do seu vira latas que abusou de minha Duquesa, estou preso em Drasmoor e por isso tive que recusar um trabalho promocional para uma revista de moda.

—E?

—Resolvi, há pouco aliás...que terei que ser ressarcido financeiramente.

—Está dizendo que eu tenho que te pagar?

—Claro.

—Pare o carro que eu vou andando, seu mercenário! -disse nervosa.

—Não seja infantil, Helena. É uma artista plástica de renome, sei que conseguirá me dar o que eu mereço.

Helena começou a fazer uma lista mental do que ele merecia. A ideia de raspar seus cabelos e deixá-lo careca a fez sorrir.

—De repente, seu sorriso me assustou. -ele comentou desconfiado.

—Foram só pensamentos felizes que pulularam minha mente. -respondeu cinicamente. -Então... quanto eu te devo? Diga logo para que eu acione meus advogados.

—Quanta carga negativa. -Afrodite comentou e depois sorriu. -Você trabalhará para mim.

—Como?

—Cuidando de Duquesa.

—Babá de sua cachorra? Eu não posso! Eu tenho que trabalhar!

—Sei que faz seus próprios horários e isso não vai te atrapalhar. Ao contrário da minha pessoa, que tenho uma agenda lotada. Claro que terá que nos acompanhar em nossas viagens e tem o fato de que...o vira la...

—Hank.

—O Hank terá que vir também. -falou desanimado.

—Você realmente odeia o meu cachorro. -ela suspirou.

—Eu não odeio o seu cachorro...apenas não gosto dele!

—E qual a diferença?

—Chegamos. -disse Afrodite, mudando de assunto.

Entraram na casa, onde uma adolescente assistia TV, mascando chiclete e com uma lata de refrigerante na mão. Deitados ao seu lado no sofá, os dois cachorrinhos que até então dormiam. Ao verem os donos, levantaram as cabeças, abanando os rabos em festa.

Afrodite pagou a garota e está saiu rapidinho. Helena ficou parada, esperando que ele começasse seu discurso mercenário, e ela sabia como contra atacar direitinho. Tinha um trunfo! Duquesa! Ele a queria feliz...precisa do Hank para isso.

—Então...vamos discutir os termos de nosso acordo? -Afrodite foi falando ao entrar na sala.

—Bem, vejamos...você quer que eu seja a babá da Duquesa durante todo o período de gravidez dela. -Helena fez um ar pensativo. -Ok, eu cuido dela durante o dia e quando você precisar sair da cidade para algum trabalho e só.

—Parece razoável.

—Mas ainda não discutimos algo importante. E os filhotes? -Hank e Duquesa acompanhavam a discussão com as orelhas em pé.

—Também não havia pensando nisso até agora. -Afrodite encostou-se ao sofá, observado Helena, e tentando controlar o ímpeto de beijá-la.

—Não pretende separá-la dos filhotes, pretende? -ela pareceu alarmada com a possibilidade.

—Lógico que não vou fazer isso. -respondeu ofendido.

—E nem privar Hank de conviver com eles. -ela declarou.

—Espere aí. Quando isso tudo terminar, minha Duquesa e eu voaremos de volta a Londres e espero nunca mais ver este...este... -apontou para Hank que em resposta bufou como se soubesse que era o alvo da discussão. -Este arremedo de cão.

—Olha aqui. -Helena caminhou até ele com o dedo em riste apontado para o rosto de Afrodite. -Primeiro: Não é porque Hank seja um cãozinho sem raça definida que ele não tenha sentimentos. Segundo: É crueldade também com a Duquesa ser privada de seu grande amor. Quer que ela entre em depressão de novo? E em terceiro: Quero direitos de visitação aos filhotes de Hank!

—Aqui não é um tribunal não, minha cara. -se encaravam.

De repente, os cãezinhos pularam do sofá e começaram uma algazarra, correndo em volta de seus donos, entre suas pernas. Os dois faziam um esforço para não pisarem sem querer nos animais enquanto discutiam. Súbito, para evitar pisar em Hank, e ajudada pelo salto alto, Helena perde o equilíbrio.

Viria a cair no chão, de maneira nada elegante, se duas mãos não a segurassem pela cintura, puxando-a para cima e para de encontro a um tórax bem definido. Encostada nele, as mãos espalmadas em seu peito, foi que Helena notou que ele era bem forte, apesar da aparência delicada que ostentava.

Aí já era demais, pensava Afrodite encarando aquele rosto perfeito diante dele, os lábios entreabertos pelo susto, pareciam que esperavam ansiosos por beijos. Helena baixou o olhar, querendo se afastar, mas as mãos dele não deixaram.

—Não. -ele sussurrou.

Ergueu-lhe o rosto, tocou-lhe os lábios com os seus e beijou-a.

O beijo foi se intensificando à medida que era correspondido pela garota, fazendo com que Afrodite a estreita-se em seus braços, aumentando o contato de seus corpos. No chão, Hank e Duquesa observavam seus donos abanando os rabinhos, como que satisfeitos do resultado de sua peraltice.

—Pre-preciso ir para casa. -disse Helena se afastando dos lábios de Afrodite, mas ele a beijou novamente.

—Não precisa ir...pode ficar aqui esta noite. -murmurou, beijando agora a curva do pescoço da garota.

—Não seria certo... -deu um suspiro quando sentiu a língua dele tocar num ponto sensível e estratégico atrás de sua orelha.

Então, alguém batia insistentemente na porta da frente. Os cãezinhos começaram a latir nervosos, ao chegarem perto da porta e sentirem o cheiro do visitante. Soltando uma praga, Afrodite se afastou de Helena, e esta começou a ajeitar os cabelos e o vestido, vendo o modelo atender a porta.

—Sim? -atendeu com polidez, embora o tom frio indicasse sua insatisfação de ser interrompido.

—Minha namorada está em sua casa? -foi entrando na casa e encarando Helena, ignorando Hank que rosnava para ele.

Afrodite ergueu uma sobrancelha encarando o homem diante dele. Era rude, de traços fortes e másculos, cabelos rebeldes e curtos em tons azulados e cara de poucos amigos. Usava calças jeans e uma jaqueta de couro, com uma caveira e escrita em suas costas: Máscara da Morte.

—Acho que você errou de endereço, meu caro. -falou Afrodite.

—Eu não vim aqui para falar com você, almofadinha...ainda. -e depois se dirigiu à garota. -Oi, Helena. Eu voltei.

—E o que quer, Giovanni? -ela o recebeu com frieza e raiva.

—Ora, já falei...voltei para você.

—Você vai embora sem dar explicações. Fica meses fora sem dar notícias e reaparece com essa sua cara de carcamano cínico como se nada tivesse acontecido e quer que eu o receba de braços abertos?

—Sim.

—Ele é o seu namorado? -Afrodite olhava para o "Máscara da Morte" e para Helena várias vezes.

—Ex-namorado! -a moça falou com firmeza, cruzando os braços.

—O que está fazendo aqui com este cara? -Giovanni apontou com o polegar para Afrodite.

—Não iria querer saber. -ela o provocou com um sorriso malicioso.

—Espere um momento. -pediu Afrodite, pegando Helena pelo braço e levando-a para a sala ao lado. -Não me falou que tinha um namorado.

—Ex-namorado! Não acompanhou a discussão?

—Mesmo assim...de que presídio ele saiu?

—Ele nunca esteve preso...ao menos não que eu saiba. -fez um ar pensativo. -Não...teve aquela vez quando ele andava com uma gangue.

—Gangue?!

—Ele era adolescente. Namorávamos desde o colegial. Era o líder e era chamado de Máscara da Morte. O terror das noites londrinas. -falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, deixando Afrodite boquiaberto e nervoso.

—Tem um criminosos na minha sala?

—Isso pode magoar os sentimentos dele. Esse preconceito por causa do passado dele. Mask é muito sensível, apesar de ser durão.

—Mask?

—É o apelido carinhoso que eu lhe dei quando namorávamos. -ela sacudiu a cabeça. -Mas isto é passado! Ele não pode vir assim e querer que voltemos às boas como se nada houvesse acontecido. E o Hank não gosta dele!

Helena voltou para a sala, onde "Máscara da Morte" observava a decoração cara dela.

—Ele acaso está avaliando se vale a pena roubar a minha casa? -murmurou Afrodite para Helena.

—Afffee...como você é neurótico! -ela bufou e depois se dirigiu ao ex-namorado. -Giovanni, vamos esclarecer uma coisa...

—Vamos sim. Vamos para a sua casa e conversaremos melhor lá.

—Não pode voltar assim do nada e querer que a gente namore. -ela o repreendeu colocando as mãos na cintura.

—Eu fui atrás de você em seu apartamento em Londres e você havia se mudado. Estou te procurando há dois meses!

—Faz dois anos que moro nesta cidade e só agora me achou? Não se empenhou em me achar. -estava ofendida. -E eu não fiquei estes dois anos chorando a sua ausência e esperando seu retorno. Segui em frente!

—É mesmo? -ele sorriu nada convencido das palavras dela.

—Sim. Estou namorando agora.

—Com quem?

—Um homem lindo, carinhoso, sensível e muito...mas muito bom de cama. -e apontou para Afrodite. -Com ele.

—Com ele? -apontou para o modelo espantado.

—Comigo? -Afrodite mais espantado ainda.

 

Continua...



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