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História A(s)cender - Luto


Escrita por: KimPH

Notas do Autor


Olar!
Demorei de novo? Demorei! Mas o capítulo tá aí vivinho e lindo.
Desculpas pela demora gente, mas sabem como é né? Mesmo motivos que demorei pra postar o anterior. Vou tentar não fazer disso um hábito, e ainda estou planejando novidade hehe. É isso!
WARNING: Quem for muito sensível, tem bastante coisa deprê sobre depressão e suicídio aqui em. Tomem cuidado, não quero deixar ninguém pra baixo!

Capítulo 4 - Luto


 

                Tao não tinha conseguido dormir na noite passada. Finalmente Yifan tinha se confessado para ele, e não poderia ter sido mais perfeito. Parecia realmente uma cena de mangá Yaoi. O dois com o uniforme de colegial num belo entardecer, se beijando ao pôr do sol. Ztao passou dias imaginando como seria o beijo dele, como seria o gosto de sua boca... e ontem ele finalmente descobriu. Era calmo, tranquilo, mas cheio de amor e carinho. Tao sempre foi um furacão, mas Yifan era uma brisa. Ambos se complementavam de forma ideal.

                O rapaz foi para cama e não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido horas antes, mas principalmente não conseguia adormecer pensando em tudo o que iria fazer com o outro daqui pra frente. E mesmo com as poucas horas de sono, desta vez o despertador nem fora útil. O chinês levantou repentinamente da cama e se enfiou debaixo do chuveiro. Cantarolava e sorria alto enquanto se arrumava, o que espantou os pais durante o café da manhã.

                O tempo passava mais devagar do que de costume. Normalmente Tao está às pressas, sempre correndo para chegar na escola, mas magicamente ele sempre chegava na hora. Ele nunca estava atrasado, apesar de sempre estar apressado. Porém, hoje era diferente, ele estava pronto bem antes da hora. Ele olhou para o relógio e ainda eram 6:57. Como ele ficou pronto tão rápido?

                O moreno continuava sentado no sofá da sala, batendo os dedos em seu colo. Tao achava que já deveriam ter se passado uns 5 minutos, mas ao olhar para o relógio novamente, quase pulou de susto. Os ponteiros marcavam 7:30, já ultrapassava a muito a hora em que devia ter saído. "Como o tempo passou tão rápido?" ele se perguntava. Era melhor correr, de novo. Agora sim parecia mais um dia comum.

 

* * *

 

                Tao chegou na escola cinco minutos antes da aula começar e estranhou o que viu. Todos os alunos estavam caminhando na mesma direção, como uma manada debandando para um mesmo lado. Até que finalmente ele viu um rosto conhecido. Yixing estava seguindo o mesmo rumo que os demais quando eles se cruzam.

- Lay, o que é que tá acontecendo aqui? – Pergunta Tao.

- O diretor tá mandando todos os alunos irem para o auditório. Parece que ele vai anunciar alguma coisa.

- Na última vez que isso aconteceu, foi quando a bibliotecária anterior havia morrido.

- Será que alguém morreu de novo?

- Só há uma maneira de descobrir, né? – E então, os dois seguiram a multidão de alunos.

 

* * *

 

                Chanyeol chegou em cima da hora para a aula, mas ainda foi tempo o suficiente para ouvir a última chamada do diretor convocando todos pelos alto-falantes da escola para irem até o auditório. Ao chegar lá, ele encontrou o local completamente lotado e alguns alunos já estavam de pé. Havia burburinhos por todo o cômodo. Parece que algo urgente estava acontecendo, e isso não era comum.

                Chanyeol pôde ver Kyungsoo -o menino de seus sonhos, literalmente- sentado na penúltima fileira próximo a ele. O que será que havia com aquele garoto? Por que será que havia sonhado com ele por tanto tempo, antes mesmo de conhecê-lo? Ele tinha quase certeza de que nunca havia encontrado com esse menino antes de ir para esta escola. Mas se já o tivesse visto, como poderia esquecê-lo? Um rosto tão bonito, com olhos tão grandes, e cheios de tristeza.

                Todos os sussurros se calaram, e, quem diria, o silêncio interrompeu os devaneios de Park. O diretor havia subido no palco. Chanyeol pode ver preocupação eu seu rosto enquanto este caminhava até o púlpito. Sentiu um frio na barriga.

- Bom dia alunos, professores e funcionários. Quero agradecer a todos pela organização e rapidez com a qual vocês lidaram com esse chamado tão repentino. Infelizmente, o que venho a lhes contar hoje não é uma boa notícia, mas é da responsabilidade desta instituição zelar pelo bem estar dos alunos, assim como também respeitá-los. Lamento imensamente ter de contar-lhes tal ocorrido, mas ontem de madrugada um de nossos alunos faleceu. O rapaz era Wu Wifan. Seu corpo já jazia sem vida, infelizmente, quando fora encontrado em meio a uma rua escura, e a causa mais provável de seu falecimento foi assassinato. Vejam bem alunos. Eu, como diretor e autoridade dessa escola, acredito que passar tal informação publicamente é o melhor a ser feito, pois além de evitar boatos errôneos ou maldosos, é também importante para que possamos viver o luto junto, apoiando e dando forças a todos aqueles queridos por Yifan. Porém também é de extrema importância que os senhores, tanto alunos como  professores e funcionários, fiquem sempre atentos. Não se sabe ainda a motivação por trás de crime tão bárbaro, portanto sugiro, principalmente aos alunos, que comecem a andar em grupos do lado de fora da escola, pois aqui dentro a segurança será reforçada durante os horários de aula até que conheçamos o responsável, que por enquanto ainda está à solta. – O diretor deu uma pausa de alguns segundos que para Chanyeol pareceram horas. – E antes de dispensá-los para suas devidas aulas, gostaria de informar que a turma dele será interrogada pela polícia hoje após o término das aulas, assim como todos que estavam na detenção ontem. Então, nenhum de vocês vá embora antes disso, certo? E aos alunos mais próximos de Yifan: não deixem de procurar ajuda psicológica com um de nossos profissionais responsáveis pelo bem estar mental dos estudantes, garanto que ajudará vocês a passar por esse momento tão difícil. Agora sim, podem seguir seus horários normalmente. Dispensados.

                Park era um aluno novo na escola, então obviamente não era íntimo do recém falecido. Entretanto ele o viu ontem, os dois estavam na mesma sala da detenção por um tempo. Era estranho pensar que um menino jovem e sadio, que estava logo ao seu lado há menos de 24 horas atrás agora não existia mais. Ele pôde ver rostos pálidos em choque, lágrimas, e até corpos tremendo, mas algo o chamou mais atenção. Kyungsoo não tinha mais apenas tristeza em sua expressão. Ele parecia extremamente perturbado, se assemelhando demasiadamente a uma pessoa com algum tipo de transtorno mental muito sério. Lágrimas nos olhos e tremores como os outros, porém ele estava sorrindo como uma pessoa que, tomada pelo nervosismo, começa a rir. Chanyeol sentiu um terrível frio na barriga.

 

***

 

                Às vezes era difícil para Kyungsoo sair da cama, tomar banho, se alimentar, ou fazer qualquer coisa que é normal para todas as outras pessoas. Ele sempre sentiu como se seu corpo pesasse dez vezes mais do que seu peso real. Já fazia um tempo em que tudo que ele via era acinzentado. Nem mesmo os remédios que os médicos o passavam ajudavam muito. Quando ele se sentia um pouco mais leve, parecia que uma força maior o puxava para baixo de novo. Não havia escapatória disso.

                Do já não via mais o sentido em viver. Não tinha cor, não tinha gosto. Tudo que ele fazia era com um esforço inimaginável e não o satisfazia. Na verdade, ele não sabia bem o que essa palavra “satisfazer” significava a muito tempo. Então obviamente, já passou por sua cabeça acabar com essa dor de uma vez. Se ele não conseguia se livrar disso, se não conseguia nem descobrir de onde vinha, então para que continuar a viver desse jeito?

                Nenhum dia se passava sem que Kyungsoo não pensasse e quisesse terminar com tudo.

                Porém, de forma repentina, Kris apareceu em sua vida. Kyungsoo não fazia idéia do porquê, mas Yifan havia se afeiçoado a ele. O primeiro amigo que teve em muito tempo. Ele era um hyung especial. O acalmava e lhe dava um pouco de paz, ele era o único motivo pelo qual Do ainda aparecia na escola. Conversar com ele era a única coisa que não o fazia se sentir horrível, e também não era tão difícil de se fazer. Parecia que ao lado dele, essa força negativa não o puxava com tanta força, ao menos era assim até que o intervalo terminasse e eles tivessem que voltar para as suas devidas salas.

                Mas agora isso também acabou. Kris hyung estava morto e eles nunca mais conversariam. Kyungsoo se perguntou se junto com seu único amigo, também havia ido a única ponta de esperança de um dia finalmente saber como é ser feliz.

                Quando o pequeno ouviu a notícia do diretor, primeiro não pôde acreditar. Quem teria a coragem de matar uma pessoa tão bondosa quanto Yifan? Depois, ele entrou em estado de desespero. Se ele era seu único motivo para ir a escola e basicamente para continuar vivendo pelos conselhos do maior, então agora não tinha mais nenhum.

                Porém pensando dessa forma, e talvez graças a tal tragédia, Kyungsoo pôde também perceber que mesmo com o amigo ao seu lado, ele de fato nunca havia tido motivos suficientes para que continuasse seguindo em frente, pois sabia que uma hora ou outra Yifan afastaria-se de si, fosse repentinamente ou aos poucos, já que Kyungsoo não se considerava a pessoa mais agradável a se manter por perto. A sua "razão" para não ter tirado a própria vida não passava de uma desculpa para justificar a sua covardia. E se antes lhe faltava coragem para tal ato, agora lhe sobrava incentivo. Era hora de encontrar seu amigo.

                Assim que o diretor dispensou os alunos, Kyungsoo levantou-se e foi apressado em uma direção completamente diferente da que deveria tomar. Ao invés de ir para sala de aula, ele se direcionou a um banheiro menos movimentado e distante do local de onde estavam. Chegando lá, fez questão de confirmar se estava sozinho naquele lugar, não queria fazer nada que atraísse mais atenção. Ele apoiou as mãos na pia enquanto olhava para baixo. Sua respiração era como se tivesse acabado de correr uma maratona. E agora, como faria? Pensou em procurar pela pequena lâmina  que o "ajudava" em seus piores dias. Procurou na mochila, em seus bolsos, até no tênis, mas nada. "Droga, como eu posso ter esquecido justo hoje?" ele pensou. E foi aí que achou, bem lá no fundo da mochila, caixas dos seus remédios. A vida ria mesmo de sua cara, afinal aquilo que fora receitado para fazê-lo ficar melhor -e nunca cumprira tal função- finalmente o faria, de fato, se sentir bem. 

                Kyungsoo pegou um punhado de comprimidos das três caixas de remédios diferentes que achou em sua mochila e botou na palma de sua mão. Tudo pareceu girar e tremer um pouco ao seu redor, mas ele já não sabia mais distinguir a realidade dos devaneios de sua cabeça insana. Prendeu a respiração, fechou os olhos, e estava pronto. Quando estava prestes a levar as pílulas até sua boca, uma terceira mão bateu na sua repentinamente, derramando os remédios dentro da pia.

- NÃO! – Berra Kyungsoo e quase mergulha na pia para tentar recuperar sua salvação desta vida.

                Então o pequeno sente duas mãos agarrando seus braços e o puxando para trás. Ele tenta resistir e jogar seu peso para frente.

- Pare com isso! – Diz a voz de outro garoto.

- Me solta, quem você pensa que é? Você não tem esse direito!

                O outro garoto dá um puxão mais forte, subitamente, pegando Kyungsoo de surpresa e o desequilibrando. O segundo rapaz aproveita a oportunidade e vira o corpo do mais baixo de frente para o seu, o prendendo em um abraço. Do continua tentando bater e empurrá-lo, mas o outro era mais forte.

- Você não pode fazer isso! Tenho certeza que seu amigo ficaria muito desapontado se você o fizesse!

                E é então que o menor se desespera e não consegue mais conter suas lágrimas. Ele não se importou de estar nos braços de um estranho, ele apenas começou a chorar desesperadamente. A força que fazia para tentar se libertar do outro simplesmente desapareceu, o que ele sentiu ser retribuido pelo afrouxamento no abraço que o desconhecido lhe dava, acompanhado de um carinho nos cabelos. Kyungsoo chorou por mais um tempo até que finalmente resolveu olhar para o rosto do outro menino e o reconheceu da detenção de ontem.

- Meu nome é Park Chanyeol! – Ele respondeu com um sorriso puro que o fez lembrar de Kris.

                Os dois haviam sentado no chão do banheiro, encostando as costas na parede. Ficaram lá, sem se olhar e em silêncio por um bom tempo.

- Você não quer ir para sua aula? Se formos vistos, você vai pegar detenção de novo. –Disse Kyungsoo.

- E deixar você aqui, sozinho? Claro que não! E além do mais, eu sou muito inteligente e não me importo muito com regras bobas, então posso me dar ao luxo de matar algumas aulas.

- Hum, sei...

- Mas e você, está mais tranquilo agora?

- Você não me conhece, se conhecesse saberia que eu nunca estou tranquilo.

- Entendo. Então fique sabendo que eu não vou mais tirar meus olhos de cima de você!

- O quê?

- Eu vou cuidar de você para que não tente se machucar de novo, até que fique tranquilo.

- Boa sorte com isso então! – Kyungsoo se levanta do chão.

- Ei, onde você vai?

- Pra sala de aula. Já que ainda estou vivo por sua causa, acho melhor ir pra sala de aula. Não quero ter que ficar de detenção de novo. Vou tentar ficar o mínimo possível dentro deste lugar.

- Bem, você sabe que hoje vamos ter que ficar mais tempo de qualquer maneira né? Vamos ser interrogados depois da aula.

                O pequeno não respondeu nada. Só fechou a cara novamente, deu meia volta, e encaminhou-se em direção a porta do banheiro.

- Ei, me espera! Eu vou te acompanhar até a sua sala de aula, só pra ter certeza de que você está indo pra lá mesmo...

 

* * *

 

                Lá estavam eles, os onze, todos juntos de novo naquela mesma sala esperando a polícia chegar para interrogá-los. Até Sehun e Junmyeon estavam lá para a interrogação também. Mas o décimo segundo estava morto. Baekhyun estava apavorado. No dia em que todos ficaram juntos pela primeira vez, um deles havia morrido. Isso não podia ser coincidência. Ele sabia que não era louco, sabia que ele e todos naquela sala haviam sido abduzidos, e esse reencontro não poderia ser um bom sinal. E ele realmente estava certo, algo já havia começado.

                O último deles a chegar foi Yixing, que ao correr em direção a Tao percebeu que o mesmo se assemelhava a um zumbi. Sua visão parecia morta e ele nem mesmo se mexia.

- Amigo, - Lay começou. – como você tá? – E ele abraçou o outro, sem muita reciprocidade.

                Baekhyun já não podia mais se conter, ele tinha que fazer alguma coisa. Se levantou de supetão e foi até as janelas. Examinou-as e observou que estavam todas trancadas. Ele podia sentir todo seu corpo tremendo, tinha que sair de lá, precisava fugir. Se continuasse naquele lugar sabia que iria morrer. Talvez não fosse o próximo, mas definitivamente estava na fila. Mas não bastava sair do colégio, precisava fugir de casa também. Desaparecer, sem deixar rastros. Teria que mudar de estado ou talvez até mesmo de país, quem sabe assim poderia retardar o seu fim.

- Byun, o que você está fazendo? Você está bem? – Junmyeon perguntou, ainda sentado no mesmo lugar.

- Não, eu não estou bem. Não estou nada bem. Eu preciso sair daqui!

- Mas nós não podemos! Temos que cooperar com as investigações, caso contrário vamos parecer suspeitos.

- Não precisamos disso, eu sei quem matou Wu Yifan!

- E quem foi? – Dessa vez foi Yixing quem perguntou.

- Foram eles, os alienígenas. Eles nos abduziram antes e agora voltaram para nos buscar. Nós somos os próximos, eu… – E então, Baekhyun foi interrompido pelo som do tapa que Ztao deu bem em seu rosto. Byun não viu quando o outro se aproximou dele, causando-lhe além de surpresa, uma terrível ardência na região de seu rosto que começava a tomar uma coloração avermelhada. Foi como uma cena de novela, seu rosto virou para o lado e tudo, e os outros meninos que ali estavam podiam ver todos os dedos desenhados no rosto dele. Baekhyun finalmente olhou para Tao e encontrou um garoto furioso, bufando como um touro.

- Yifan morreu! Você acha isso engraçado? – E então Tao começa a gritar. – Você acha que isso é assunto para as suas piadas, suas maluquices?! Vê se dá pra você pelo menos fingir que é uma pessoa normal porque hoje eu não estou com paciência pra isso! – Ele já estava se virando para ir se sentar, mas parou quando Byun começa a falar.

- Eu não sou louco... – Ele dizia lentamente, por entre uma respiração pesada. – Aconteceu com todos nós, eu juro! Aconteceu e vocês precisam acreditar em mim!

- Ah... Eu vou acabar com você!

                Ztao estava no seu limite. Ele precisava de algo para descarregar suas frustrações e raiva. Se virou em direção a Baekhyun e já estava pronto para bater nele como nunca havia batido em mais ninguém na vida. Levantou seu punho, porém este não chegou até o outro garoto pois foi parado no ar. Tao olhou para o lado e viu Sehun segurando seu pulso.

- Chega! Se acalme e vá se sentar! – Sehun disse no tom mais imperativo que pôde, e após hesitar, Tao obedeceu.

                O mais alto virou-se para Byun, fez um carinho em seu rosto e segurou suas bochechas com as duas mãos, para que não fugisse de seu contato visual.

- Você está bem? – Baekhyun o responde fazendo um movimento de afirmação com a cabeça. – Está bem. Olha, você precisa se acalmar. Está tudo bem, vai dar tudo certo. Você está entendendo?

- O...ok.

                Sehun o soltou e foi andando, um tanto quanto atordoado, até a cadeira onde estava sentado anteriormente.

- Me desculpe... – Ele disse para Tao, mas foi ignorado em resposta.

                O silêncio total tomou conta do ambiente por apenas alguns segundos, até que ouviram um barulho estrondoso como um trovão. Todos pularam em surpresa.

- O que foi isso? – Luhan perguntou.

                Ninguém esperava pelo o que viria à seguir quando a primeira janela daquela sala fora completamente quebrada e arremessada ao chão em um baque, esparramando-se em pequenos fragmentos de vidro e pedaços de alumínio. Mal tiveram tempo de assimilar o ocorrido quando outra janela, dessa vez mais próxima a eles, teve o mesmo destino, e depois outra e mais outra. O pânico e a incredulidade do que acontecia diante de seus olhos tomou conta do local, ao mesmo tempo em que os rapazes tentavam se proteger dos minúsculos cacos de vidro que eram lançados contra si a cada nova explosão. De fato ninguém sabia o que estava acontecendo, exceto talvez pelo pequeno Baekhyun que foi o primeiro a tomar a iniciativa de correr até a porta e sair da sala, chamando os demais consigo.

                Quando os nove já estavam do lado de fora da sala ele viram, no final do corredor, um ser alto com aparência humanóide, mas que não era um homem propriamente dito. Ele vestia algo que parecia um tecido esvoaçante preto da cabeças aos pés, e seu rosto não era visível, como se realmente ali não houvesse um.

- O que é aquilo?! – Yixing gritou.

- Deve ser um deles! – Baekhyun respondeu.

- O quê? Não, não é possível! Mas o que é que está acontecendo? Isso é algum tipo de atentado terrorista?! Uma brincadeira de mau gosto?! E olha só pra aquilo, deve ser  alguém do grupo de teatro com alguma fantasia, sei lá! – Jongdae falava de forma afoita, tentando desesperadamente achar uma explicação lógica em todo aquele absurdo.

                Antes que qualquer um pudesse respondê-lo, a criatura soltou um grito ensurdecedor para logo em seguida se desmanchar em uma névoa fina porém maciça, formando assim uma mancha parada à altura de seus olhos. A cor era de um negro tão profundo e opaco que nem sequer a luz do fim da tarde que entrava pelas janelas do corredor conseguia penetrá-la, ou ao menos delinear qualquer forma que pudesse vir a existir ali dentro.

                No instante seguinte, o vulto negro partiu na direção dos garotos em um ímpeto assustador.

- Corram! – gritou Jongin.

                Ao escutarem Jongin, todos começaram a correr, puxando uns aos outros para não ficarem para trás. Porém em meio ao rebuliço, Tao olhou mais uma vez em direção à criatura quando percebeu que algo havia acontecido naquele momento.

-  Esperem! – Grita Tao. – Olhem!

                E subitamente todos param para olhar a criatura que permanecia praticamente estática após ter avançado alguns metros de onde estava anteriormente.

- O que houve?! – Pergunta Jongdae. – Por que ele não está mais vindo atrás da gente?

- Ele ainda está – Responde Tao de forma mais calma. – Mas parece que estar se movendo de forma extremamente lenta.

                Não estando disposto a esperar que a criatura disparasse até eles de novo, Jongin brada para que fugissem dali o quanto antes, já que o comportamento do ser misterioso ainda era imprevisível. E todos o teriam obedecido sem objeções se Chanyeol não tivesse chamado atenção no momento seguinte para uma das janelas do corredor próximas a eles, onde encontrava-se um pássaro em pleno vôo, porém com seu deslocamento e bater de asas quase em câmera lenta.

- É… é como se tudo estivesse mais lento ao nosso redor. – Disse Tao de modo mais controlado do que a situação realmente pedia. Após ouvir as palavras de Tao, Luhan levanta a mão de Minseok, que estava ligada a sua, e anuncia que o ponteiro de segundos do relógio de pulso do menor também encontrava-se quase totalmente parado.

- Mas como isso é possível?! Nada disso faz o menor sentido! – Exclamou Minseok.

- Eu não sei. Mas tenho a sensação de que não é a primeira vez que sinto o tempo se comportando de forma estranha comigo. Mas certamente nunca vi nada assim, é uma loucura!

Ao pronunciar a palavra “loucura”, todos pareciam ter se lembrado das palavras que Baekhyun havia a pouco proferido na sala onde tudo parecia ter começado. Os olhares de julgamento e até mesmo medo caíram em cima do pequeno garoto, que ainda com uma bochecha rosada, encontrava-se escondido atrás de Sehun e visivelmente perplexo.

- Byun, – Começou Junmyeon. – Você precisa nos contar tudo o que sabe, pois talvez você não seja tão louco quanto achávamos.

- Ou talvez a loucura dele tenha passado para gente também! – Falou Yixing, fazendo com que todos se voltassem a ele com um olhar repreendedor pela “piada”, porém logo percebendo que este realmente parecia convicto de sua ideia. – O quê foi? – Respondeu aos olhares.

- O debate fica para outra hora! – Interrompeu Sehun. – Não sabemos quanto tempo temos até tudo voltar ao normal, e não estou afim de descobrir o que aquela coisa fará conosco se nos alcançar. Temos que sair daqui agora, vamos! – Sehun pegou o pulso de Baekhyun e correram, sendo seguidos pelos demais.

                Viraram alguns corredores até chegarem de frente à escadaria principal onde dava acesso a outros tantos caminhos que interligavam diversos pontos da vasta escola. O grupo encontrava-se em dúvida diante de duas opções: o perigo de sair dos prédios e ficar em espaços abertos sem proteção ou esconderijo, além do risco de depararem-se com outras criaturas do lado de fora; ou continuar dentro do prédio e possivelmente acabarem sendo encurralados se forem descobertos.

                O dilema rendeu diversas opiniões e palpites entre eles, fazendo com que se dividissem em grupos com o mesmo destino ou grupos que preferiam se manter juntos. Baekhyun quis ir com Sehun; Yixing não se afastaria de seu amigo Tao, e Junmyeon achou melhor ir com eles já que ambos não pareciam estar em boas condições de serem deixados vagando sozinhos por lá; Minseok e Luhan não se afastariam nem por um decreto; Chanyeol segurava firmemente o ombro de Kyungsoo, pois sentia que agora deveria proteger o mais baixo de si mesmo e também de qualquer ameaça externa, portanto ficariam juntos sem o contextamento do outro, que se mantia calado; já Jongdae não teve outra opção senão ter Jongin como companhia. Não gostava muito do mais alto pois via como este tratava Minseok, seu companheiro de classe. Porém não tinha outra alternativa já que decidiram tomar o mesmo rumo.

                Após dividirem-se, cada um seguiu uma direção diferente de forma desordenada. Na correria de fugir do local, Tao tropeçou em um dos degraus da escada, não se machucando, porém percebendo que algo havia mudado naquele instante. O tempo voltara ao normal e com ele, a criatura a ativa.

                De volta à normalidade, a mesma deparou-se com um espaço vazio onde antes haviam seus 11 alvos prontos para serem executados. Entretanto, não havia humano que conseguisse agir de frente à massa escura e sair despercebido. Compreendeu então que aquele desaparecimento instantâneo, de acordo com a sua perspectiva de tempo, só poderia significar uma coisa: algo está despertando novamente naquelas rapazes. Tomada por euforia e precipitação, a sombra voltou a sua forma humanóide. Após tomar tal forma, um negrume, como se a noite houvesse chegado em seu ápice, tomou conta de todo o ambiente escolar, para então dissipar-se após alguns segundos, voltando à luz do crepúsculo de fim de tarde. De alguma forma, a sombra agora sabia que o seus alvos haviam se dispersado em cinco grupos pelo colégio, dividindo seu corpo assim em outras cinco formas análogas. As cinco tomaram rumos diferentes em busca daqueles que deveriam encontrar o quanto antes, e nada nem ninguém as impediriam naquele instante de cumprir com seu dever


Notas Finais


TÁ FICANDO SÉRIO!
Quero creditar minha editora linda que além de revisar, fez uns acréscimos. Então podemos dizer qu 1/4 é obra dela aqui?
Enfim guys, é isso. beijinhos!
PS: People, entre no meu canal. Tõ fazendo uns vídeos sobre kpop tb hehe: https://www.youtube.com/watch?v=JU93vQivHEs
Hehe fui! Espero que volte em breve ;)


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