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História Assasinato na madrugada - Capítulo Único


Escrita por: midorinatsu

Notas do Autor


Ola! Essa é a primeira historia que eu posto por aqui.
Espero que gostem dela.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Afranio cambaleava pelas escadas enquanto tentava segurar uma garrafa de bebida vazia. Seus pés vez ou outra escorregavam no piso liso e quebrado da escada que a essa altura já deveria ter sido desativada. A pouca luz que passava pelas janelas não o ajudava em nada. A madrugada só o atrapalhava, e não o ajudou quando pisou numa poça escorregando os últimos três degraus do segundo andar. Caiu desnorteado, a bebedeira o ajudava a perder o equilíbrio. Tentou se levantar tateando o chão, mas seu corpo não respondia do jeito que queria. Tentou se apoiar na parede, mas a mesma coisa aconteceu. Largou seu corpo resmungando. Em mais uma tentativa de se levantar encostou-se a algo frio. Entretanto não era um objeto aquilo que sentia, parecia olhos, um nariz e também sentia a textura do cabelo liso.

Sem querer confirmar o que sua mente havia imaginado ele se virou lentamente, um grito desesperado irrompeu. Se empurrando pela escadaria ele tentou se afastar o maximo que conseguia daquele corpo.

“Ela... Esta morta! Morta! Está... Sangue... Sangue por toda parte.” Disse enquanto descia desesperado para a recepção de onde estava hospedado “Melhor Fugir... Não Dormir. Sim!” O corpo da mulher lhe povoava sua mente. O modo como ela estava deitada, com os olhos fechados, parecia que ela simplesmente dormia.

 Afranio começou a rir histericamente vendo não só um rosto, mas vários rostos mortos através de seus olhos.

▬ ▌▓▐ ▬

Na recepção uma mulher que sabia que naquele horário não havia nenhum funcionário pareceu. Entrou pela porta da frente com uma chave que havia surrupiado há algum tempo. Esgueirou-se pelos carros da policia sem ser vista. Aparentemente só havia dois policiais junto dos mais de quatro carros estacionados ali na frente. Mas isso não fazia diferença o que importava mesmo era encontra-lo. Olhando para os lados se certificando de que não havia ninguém e correu para a bancada da recepção. Havia um livro ali em cima, que nunca ficaria largado assim no fim do expediente, com certeza era onde o bilhete estaria dessa vez.

Com o silencio daquele lugar pode escutar os passos se aproximando. Sem pensar duas vezes antes que a vissem bisbilhotando o que não devia fora do horário de trabalho ela se agachou atrás da bancada. Ouviu os passos passarem por ela e pararem. Ficou esperando a porta se abrir, mas isso não aconteceu.

“É mesmo uma pena uma beldade dessas ter morrido de forma tão... Trágica.” Falou uma voz grave.

Ela se atreveu a espiar. Eram dois homens, um com roupas simples e outro fardado com o uniforme da policia militar. Parecia chocado com os olhos esbugalhados e a mão tampando a boca.

“Você esta bem?” Perguntou o homem que havia falado antes ao seu companheiro. Este lhe respondeu sem palavras acenando a cabeça veemente.

Os dois estavam de costas para ela. Aproveitando essa chance Fátima tentou se esgueirar para os quartos do hotel.

“Ei você!” Ouviu de novo aquela voz grave falar. Ela se virou lentamente com o coração em pulos. O homem acenava para ela se aproximar.

Com um sorriso amarelo enquanto segurava o livro que nem tinha percebido estar em suas mãos ate agora parou em frente a ele.

“O que você esta fazendo com...” Ele toma o livro de suas mãos o folheando. Nada havia caído no chão, nem um bilhete ou papel solto. “O registro de hospedes?”

“Eu estava...” Tentou dar uma desculpa, mas foi interrompida por uma senhora, hospede antiga dali.

“Vocês não vão tirar aquela pobre alma das escadarias. O sangue já começou a secar e ta fedendo sabe!” Disse fazendo careta ao se lembrar o que lhe contaram do estado do corpo e do cheiro que impregnava o ar. Seu foco foi mudado, no entanto quando reconheceu Fátima “Você de novo querida? Vai se encontrar com aquele seu aman...”.

Ela sempre a encontrava em muitas de suas visitas ao hotel fora do expediente. Graças a ela Fátima tinha uma bela reputação ali, pois aquela senhora era uma incrível boca aberta e mentirosa.

“Dona enche... Digo Dona Maria o que a senhora esta fazendo acordada a essa hora da madrugada?”

 “Estava preocupada com a Rosa, ela costuma acordar de madrugada com aquela maldita TV na maior altura, mas dessa vez... Ai eu chamei a policia.”

“De novo...” Sussurrou Fátima revirando os olhos.

“Porem dessa vez ela estava correta.” Se interpôs o homem, um investigador da policia, com um pigarreio. “Na escadaria desativada, entre o segundo andar e o terceiro foi encontrado o cadáver de Rosa.”.

“Acharam rosas lá nas escadas?” Gritou Afranio enquanto entrava pela porta da frente. Ele ria como se aquela fosse a melhor das piadas já feitas por ele. “O prédio ta tão velho para plantas crescerem lá?”.

Todos o encararam indignado.

“Sim. Ela floresceu com três tiros enquanto olhava seu agressor...” Disse uma moça de cabelos curtos ganhando a atenção e a repugnância de todos.

“Meu amor, porque você não apareceu no horário combinado? Estava preocupado. Tem um monte de viaturas lá fora.” Disse um homem de cabelos grisalhos entrando num rompente. Mas ele paralisou, nervoso, ao ver o policial. “Cunhado! Quanto tempo! Como tem passado?”

O policial somente sorriu forçado. Não acreditando no que via ali.

“Querida então seu amante é o gerente, esposo de Rosa!” A voz irritante de Dona Maria foi ouvida.

Andando de uma ponta a outra, o investigador observava os que se encontravam na recepção. Seu cenho estava franzido enquanto pensava nas possibilidades a sua frente.

“Temos cinco pessoas voltando e indo de lugares e horários questionáveis e um caso de assassinato em plena madrugada.”

“Assassinato? Que assassinato? Como assim?” Perguntou o amante de Fátima confuso.

“Você não percebeu que a Rosa, sua esposa, tinha sumido?” Perguntou Maria.

“O quê?!? Meu Deus!”

“Mas também com essa daí...” Disse Dona Maria olhando de cima a baixo Fátima de forma reprovadora.

“Não tem nada à ver. Eles dormem em camas separadas desde que decidiram se divorciar okay?”

O policial os olhou procurando respostas. Ele não havia ouvido nada de sua irmã a respeito de seu casamento. Na verdade eles não se falavam muito já fazia alguns meses.

“Ah! Que tédio! Eu queria estar agarrada a um corpo quente numa cama. Como esse aqui.” O policial sentiu as mãos quentes deslizar pelos seus braços o arrepiando. A moça o olhou com imenso desejo fervendo nas Iris castanho e num ultimo contato deixou um papel deslizar em seu bolso. “Me liga.”

Um pigarreio alto foi ouvido novamente. Todos se viraram em direção ao investigador. Sua expressão era fechada.

“Olhando o local do crime e o que foi dito já tenho idéia de quem possa ser o responsável pelo assassinato. Primeiro: os amantes poderiam muito bem ter matado Rosa para se verem livres.

“Ei! Pra que eu faria isso se já estávamos entrando com os documentos do divorcio?” Exclamou indignado o ex-marido de Rosa.

“Segundo: quem é você?” Continuou o investigador ignorando a pergunta feita. Ele se dirigiu ao bêbado o olhando com a mesma expressão inexpressiva.

“Sou um ex-combatente de guerra. E nem tente me acusar, tenho mantido distancia dessas armas. Não quero tornar meus demônios mais vivos do que já estão.” Disse Afranio enquanto soluços reverberavam em seu peito.

“Mas você tem conhecimentos de arma e não foi ouvido nenhum barulho dos disparos. Só um grito.” Contrapôs o investigador. Mudando o seu foco para a mulher ao seu lado continuou. “Terceiro: é muito suspeito o modo como você falou sobre a morte de Rosa. Ninguém teve acesso àquelas escadarias desde que a policia chegou. Você pode...”.

“Ei, porque você pulou a Dona Maria?” Interrompeu o ex-marido.

“Ela é só uma fofoqueira não representa perigo nenhum. E quanto à senhorita, o que tem à nos dizer?”

“Que ingênuo.” Ri a moça. “Não é a toa que não descobriram o assassino, mesmo ele estando bem de baixo do seu nariz.”

“E você sabe?”

“É claro que sei. Mas antes me deixe fazer uma pergunta para esse seu policial quietinho.” Disse se empoleirando nos ombros do policial. “Você estava numa ronda perto dessa quadra não é?”

O policial assente.

“A que horas?”

“Ele não fala senhorita, por isso vou responder.” Explicou o investigador a moça. “Foi por volta do fim da noite e inicio da madrugada.”

“Hum... Madrugada, arma, disparos sem som...” Dizia enquanto andava em volta do policial.

Ele por sua vez começava agir de modo estranho. Em sua face podia-se ver gotas de suor. Suas mãos abriam e fechavam com o nervosismo. Ele não via, mas o ex-soldado se aproximava dele por trás esperando qualquer sinal de agressão ou fuga da parte do policial.

“Você tem um silenciador nessa sua arma não?”

O policial tentou fugir como o ex-soldado havia imaginado. Mesmo bêbado ele foi capaz de joga-lo no chão e imobiliza-lo com seu peso.

A moça retirou a arma que ele carregava olhando a peça que estava em sua ponta.

“Um silenciador bem vagabundo esse ai, mas funciona.” Constatou o ex-soldado.

“Se isso não for prova o suficiente senhor investigador, em sua manga direita na parte interna tem uma mancha de sangue.” Disse de forma blasé como se aquela fosse a coisa mais comum de se acontecer no seu dia a dia.

O investigador a olhava estupefato. Não acreditando que uma simples mulher que tinha encontrado num hotel tivesse resolvido um caso desses de forma rápida e objetiva.

“Quem é você exatamente?”

“Sou Rafaela Gomes, perita criminal. Vivo cruzando com você pelos corredores da delegacia e nem me reconhece.” Respondeu num muxoxo.

“Rafaela Gomes!” Ele exclama espantado. Ela não era só uma perita criminal de sua delegacia, mas a melhor delas. “Desculpe-me por isso... Pode soltar, vou levá-lo para a delegacia. Com licença.” O investigador vai embora com seu outrora colega policial algemado e a arma dele.

“Sossega mulher eles já vão tirar o corpo dela.” Grita o ex-soldado quando a senhora volta para os quartos resungando sobre corpos, acidentes, policiais e cheiros.

Uma madrugada comum aonde muitos vem e se vão naquele hotel, mas só o bêbado fica. Seus demônios aparecem se confundindo com a realidade.

“Vamos embora Rosa?” Diz sentado numa cadeira, olhando para o nada. Afranio sorri enquanto suas pálpebras se tornam pesadas.



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